Bicicletas a serviço das empresas

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Existem quatro maneiras de definir os diversos usos que as bicicletas podem ter para serviços de logística. Desde empresas cuja missão é fazer entregas, até consumidores que voltam do mercado pedalando.

Entre esses dois extremos estão as empresas que entregam produtos, mas cuja atividade fim é outra, pizzarias e farmácias por exemplo. Um outro tipo no entanto tem se popularizado nas ruas cariocas é mostra a evolução clara da cultura da bicicleta na cidade.

Trata-se da bicicleta como ferramenta complementar ao setor de serviços. Os técnicos de elevador com suas cargueiras são a forma mais antiga, mas circulam agora também montadores de móveis e instaladores de TV à cabo.

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A lógica é simples, serviço eficiente precisa de agilidade e nada mais ágil na cidade do que as duas rodas.

Como mostram as fotos que ilustram esse post, bicicletas personalizadas da NET e da Tok&Stok tem circulado pelo Rio de Janeiro. Tem assistência elétrica, o que talvez seja herança de uma visão motorizada de quem implementou a mudança para as duas rodas.

Os custos e eficiência de usar os pedais, mesmo que com impulso motorizado, certamente já se mostraram. Ambas as empresas serão ainda mais merecedoras de congratulações quando deixarem de lado os motores e abraçarem por inteiro a leveza e simplicidade da bicicleta.

Aquele empurrão elétrico é melhor deixar para outros “veículos urbanos de carga”, bicicletas capazes de transportar centenas de quilos e fazer entregas de grandes e pesados volumes. Para todas as outras, melhor seguir o exemplo da DHL Alemã ou das centenas de empresas que já dispõe de frotas de bicicleta.

Saiba mais:

Bicicletas de carga e ciclovias

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As ciclo rotas do centro do Rio de Janeiro foram um esforço coletivo dos ciclistas para a cidade. Todo esse trabalho rendeu uma apresentação no Velo-City 2014.

Mas um detalhe fez toda a diferença e mostrou a importância de ter participação cidadã na construção de cidades para pessoas. A adequação das ciclovias e ciclofaixas ao fluxo de triciclos de carga, responsáveis fundamentais pela logística carioca.

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Planos cicloviários feitos no ar-condicionado de escritórios fechados costumam errar nos detalhes (ou por vezes em tudo) e quem pedala nas ruas sabe os melhores caminhos para a adequação dos espaços públicos de circulação para as mais diferentes bicicletas.

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Saiba mais:

– Morning sessions: Rio and Cargo

 

 

As bicicletas do centro do Rio

Os números e locais das contagens no centro do Rio

Foram cinco contagens realizadas no centro do Rio de Janeiro para o projeto das ciclorrotas. Os números foram consolidados e comparados no relatório final.

Fizemos um comparativo entre as contagens, com dados e características mais marcantes de cada trecho, assim como uma apresentação dos resultados consolidados. Este estudo busca mostrar o elevado número de ciclistas já existentes na região e a necessidade de se adequar
as vias locais para otimização do uso deste modal já tão utilizado em nossa cidade.

Cabem alguns destaques:

Apenas 4% (122) de mulheres, em 3186 ciclistas

Grande número de viagens são entregas:

41% do total geral, 1304 ciclistas,  sendo destas 56.4% ou 736, triciclos.

Confira o relatório completo das contagens fotográficas do Centro do Rio de Janeiro.

Faça o download do relatório completo das contagens do Centro do Rio. Confira os demais relatórios.

Pedalar até o estádio pra ver

O Brasil será a sede da Copa do Mundo de 2014, estádios estão sendo construídos e a palavra da vez é “legado”. Para discutir o papel da bicicleta nesse grande evento, convidamos o consultor de transporte Jonas Hagen a contar um pouco da história da experência de Berlim durante a Copa de 2006.

A Bicicleta e a Copa – Jonas Hagen

Pedalar até o estádio para ver um jogo de uma Copa do Mundo, é um sonho inalcançável? Na Copa 2006, a bicicleta teve um papel fundamental no transporte em Berlim. A cidade, que já era dotada de 1,090 km de infraestrutura para ciclistas (incluindo ciclovias, ciclofaixas, ruas de baixa velocidade e preferência para o ciclista), fez uma grande campanha para incentivar as pessoas a desfrutarem dos jogos, e festas (“fanfest”) que acompanharam à Copa, de bicicleta e transporte público.

“Tínhamos o desafio de transportar muitas pessoas numa área cujas ruas já eram definidas. Sabíamos que isso só podia ser feito como modos mais eficientes, como a bicicleta e o transporte público. Imaginamos que poderíamos transferir a imagem do futebol, da atividade física, e da agilidade, para o transporte urbano de bicicleta,” explica Dr. Friedeman Kunnst, então funcionário da prefeitura de Berlim, que estava encarregado do projeto.

A campanha consistiu nos seguintes elementos: mapas da rede de ciclovias, cartões postais, um site, uma conferência de imprensa, quatro bicicletários protegidos (um na frente do estádio, outros três na área do “fanfest”), e campanhas nas ruas da cidade.

A campanha nas ruas enfatizava a bicicleta como o meio de transporte mais eficaz para os deslocamentos durante a Copa. Durante a conferência de imprensa foi mostrada a área que 60 pessoas de carro ocupavam versus 60 ciclistas (aproximadamente 540 m² versus 60 m²). Muitos dos 75.000 mapas da rede cicloviária foram distribuídos nos pontos mais congestionados pelos carros, diretamente aos motoristas engarrafados.

A reação da imprensa foi muito positiva e os bicicletários lotaram. Uma pesquisa mostrou que um aumento de 25 % nas viagens de bicicleta e transporte público durante a Copa, e uma queda de 5 % de viagens de carro no mesmo período. A mesmo pesquisa apontou que 20 % dos usuários dos bicicletários usavam normalmente o carro, e que o principal motivo de usar a bicicleta foi a economia em tempo de procurar estacionamento.

Três meses depois da Copa, outra pesquisa mostrou que o transporte de bicicleta aumentou 15 % em Berlim – isso é um legado legal!