O Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, chega a sua oitava edição, desta vez em condições um pouco diferentes das edições anteriores. A pandemia teve um grande impacto na atuação das organizações da Sociedade Civil brasileiras, segundo o Estudo Impacto da Covid-19 nas OSCs Brasileiras – da resposta imediata a resiliência, 87% delas tiveram atividades suspensas ou interrompidas, mas mesmo assim, o mesmo percentual delas seguiu realizando atividades para combater os efeitos da COVID-19. Nesse contexto, optamos por mudar o regulamento, sem chamada para envio de trabalhos e focar em trabalhos que se destacaram na utilização das bicicletas para o enfrentamento à pandemia.
A ideia foi premiar projetos realizados em 2020 dedicados a reduzir os problemas relacionados à pandemia. Contactamos 38 pessoas que já participaram de um dos comitês de avaliação do prêmio, ao longo de suas 7 edições anteriores, e pedimos que indicassem os projetos que conheciam, envolvendo a temática. A lista feita por eles contou com 26 projetos, sendo que seis dentre estes foram citados diversas vezes e se tornaram finalistas. Um segundo comitê formado por 4 pessoas, selecionou os 3 vencedores baseados nas seguintes prerrogativas:
• Agilidade: Quão rápida foi a resposta para implantação do projeto.
• Abrangência / Alcance: Quantas pessoas foram e/ou podem ser impactadas pelo projeto.
• Eficiência: É um projeto com resultados práticos ou apenas teórico.
• Originalidade: É um projeto original, pensado para o momento ou um projeto já existente adaptado para a situação.
Iniciativas de diferentes setores, Mercado, Sociedade Civil e Poder Público se destacaram:
A premiação simbólica, será com a entrega por correio do já conhecido troféu feito em madeira de demolição. Confiram abaixo as iniciativas vencedoras:
• Aliança Bike – Mecânica de Bicicleta como serviço essencial
• Instituto Aromeiazero – Pedal Contra o Corona
• BH Trans – Rotas temporárias
Aliança Bike
Desde quando governos estaduais e prefeituras começaram a publicar seus decretos de fechamento de comércios e serviços, na segunda quinzena de março, a Aliança Bike rapidamente se organizou para dialogar com o poder público para a inclusão do serviço de mecânica e revisão de bicicletas como um serviço essencial. Havia toda uma cadeia de serviços e atividades essenciais dependente da mecânica de bicicletas, por isto a articulação precisava ser rápida e certeira. Em poucos dias muitos governos estaduais e prefeituras mudaram seus decretos e, na maior parte do país, o serviço de mecânica de bicicletas foi considerado essencial. Este reconhecimento permitiu que as bicicletarias sobrevivessem aos impactos iniciais da pandemia e que trabalhadores de atividades essenciais (como os entregadores) não ficassem sem o serviço auxiliar de mecânica.
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Aro Meia Zero
Ainda que prestem um serviço essencial, quem faz entregas pedalando pode se contaminar ao realizar esse tipo de trabalho. Criamos o Pedal Contra o Corona para valorizar e dar mais segurança para quem usa a bicicleta para enfrentar o desemprego. A campanha começou no Dia Mundial da Bicicleta, 3 de junho, em uma tarde nublada em São Paulo, ainda com poucos carros nas ruas, mas com muito ciclista entregador pelas ciclovias e regiões com restaurantes em funcionamento. A segunda etapa aconteceu no começo de Dezembro e nossa equipe circulou por vários locais de São Paulo e no total foram entregues 1000 kits (folhetos com informações, máscaras e álcool em gel). Além disso, foram realizadas oficinas de Mecânica no CDC Arena Radical e CUFA Heliópolis, onde a revisão e manutenção de mais de 100 bicicletas, com hora marcada e sem aglomeração.
A primeira a acreditar (e patrocinar) foi a Caloi, depois o Grupo Gaia e a Tembici doaram máscaras e álcool em gel. E na segunda etapa, o apoio total do Itaú, que também doou 10 mil máscaras para o Pedal Contra o Corona e outras ONGs parceiras do Aro.
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BH Trans
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da BHTRANS, se mobilizou rapidamente, durante a pandemia de COVID-19, para indicar soluções seguras de mobilidade para as pessoas que tinham a necessidade de se deslocar durante este período.
A bicicleta se mostrou, mais uma vez, como uma excelente alternativa de deslocamento seguro, sustentável e individual. Assim, em conjunto com os ciclistas da cidade, foram realizadas vistorias que identificaram a melhor rota para receber, em um primeiro momento uma infraestrutura cicloviária temporária.
Na primeira fase, inaugurada em 13 de julho de 2020, foi instalada uma ciclofaixa interligando as regiões leste e oeste à área central da cidade, possibilitando uma conexão de aproximadamente 30 km de infraestrutura para bicicleta. Logo após sua inauguração, foi possível constatar grande utilização da infraestrutura e houve imediata continuidade na implementação, não só em relação à ampliação da quilometragem instalada, mas também em relação à implementação de melhorias em pontos vulneráveis visando ao aumento de segurança.
Em setembro de 2020, iniciou-se o processo de transição da infraestrutura temporária em permanente, ao mesmo tempo em que a área central recebia, já de forma definitiva a implantação de mais trechos de ciclofaixas interligando ciclovias existentes na região.
Apesar do momento difícil e delicado, tem sido possível oferecer à população a ampliação de espaços seguros destinados ao deslocamentos por bicicleta na cidade.
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Que venham mais iniciativas como estas, que nos mostram que as bicicletas estão sempre prontas para enfrentar qualquer situação que se apresente!
Em 2022 voltaremos com as edições normais do Prêmio, que acontece desde 2014, com patrocínio do Banco Itaú.
Conheça os vencedores das edições anteriores.
Resultados 2020
Resultados 2019
Resultados 2018
Resultados 2017
Resultados 2016
Resultados 2015
Resultados 2014
Meus parabéns às iniciativas da Aliança Bike e do Aro Meia Zero! Já o prêmio pra BHtrans… faltou checagem de informação.
A ciclofaixa temporária teve uma série de erros de implantação como:
– trechos anunciados (contabilizados) e não implementados, como é o caso do trecho do Barreiro, que não foi feito porque a PBH/BHtrans não se entendeu com a prefeitura de Contagem, no pedaço da Avenida Tereza Cristina pertecente a esta.
– Apesar de serem ciclofaixas de mão dupla, ficaram muito longe da largura adequada prevista nas recomendações de segurança.
– Em trechos perigosos, não foi feita correta implantação da ciclofaixa, tendo locais em que menos de 1,20m e mão dupla, com bueiros desnivelados e carros passando em alta velocidade. O erro mais crasso embaixo da via férrea na avenida Tereza Cristina. Neste mesmo local a ciclofaixa já foi tornada definitiva, continua de mão dupla e teve apenas a instalação de alguns tachões.
– Na área central, as ciclofaixas temporárias seguem tal e qual foram (mal) pintadas há seis meses. Nenhuma intervenção nas calçadas dos cruzamentos (as travessias se dão por degraus, não por rampas, em vários deles), não foi melhorada a pintura de solo, nem segregação mínima por tachões. Pelo menos, os motoristas tem respeitado e estacionado fora delas (acredito que houve multas aplicadas pela Guarda Municipal, apesar da sinalização quase inexistente). É falsa a informação de que desde Setembro/20 receberam elementos que as tornem definitivas.
– Os trechos interligados pela infra temporária não receberam nenhuma melhoria (degraus, buracos, sinalização, continuam todos lá do mesmo jeito). A soma de intervenções temporárias é de aproximada.
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Claro, há pontos positivos, o principal é ter uma infra, mesmo que mal feita, ligando ciclovias existente. Muitas pessoas tem usado seja por transporte ou lazer e acessando áreas da cidade que antes tinham mais medo.
Outro ponto positivo é que foi implantado, a partir do final de 2020 7km de ciclofaixa definitiva ligando a ciclovia da Via 210 até as proximidades da ciclovia da Tereza Cristina (Sentido centro).
Apesar disso, a nova ciclofaixa não tem sinalização (pictogramas no solo e placas nos postes, por exemplo sobre proibição de estacionamento).
Mapa no MyMaps com os trechos citados (https://bit.ly/2YGgLox)
Que 2021 traga boas notícias para Belo Horizonte, dado que apenas no final de 2020 a gestão do prefeito (agora reeleito) entregou seus primeiros km de ciclofaixas (as temporárias e algumas na região de Venda Nova). Tomara que o novo presidente da BHtrans seja mais comprometido com o assunto da mobilidade urbana.
Abraços e boas pedaladas a todo aí da TA.
Super iniciativas! Parabéns a todos!