Na rua com Maiakóvski


Na primeira noite nós nos aproximamos
com nossa bicicleta e
plantamos um jardim.
E não dizem nada.
Na segunda noite, já não nos escondemos;
andamos por pontes
e bicicletários
e não dizem nada.
Até que um dia,
o mais frágil de nós
pedala sozinho na rua,
toma de volta a luz da cidade, e,
conhecendo a liberdade,
arranca-lhes a voz da garganta.
E já não podem dizer nada.

Alusão e reconstrução do famoso trecho do poema “No caminho com Maiakóvski”, de Eduardo Alves da Costa.

2 thoughts on “Na rua com Maiakóvski

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