Uso do capacete

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O uso de capacete no trânsito é uma questão controversa. O tema repercutiu após a veiculação das imagens gravadas na Avenida Niemeyer (saiba mais aqui).

No banco de dados da Transporte Ativo um documento intitulado “Capacete para Ciclistas – Usar ou não Usar?” aprofunda a discussão. Uma compilação de dados busca trazer luz a um tema que tem sido debatido intensamente no exterior. Uma das conclusões gerais dos autores é que:

as organizações não governamentais devem se associar ao poder público, para ampliar a chamada de ciclistas visando ao aumento da sua segurança no uso da via pública, inclusive no uso do capacete.

O que se pode extrair dessa mensagem é que o mais importante para a segurança dos ciclistas no trânsito é antes de mais nada a conduta destes e dos outros usuários da via. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define direitos e deveres para todos os usuários das vias. Esse conjunto de regras visa antes de mais nada buscar uma convivência harmônica entre todos. Com o menor risco possível.

Um ciclista urbano que esteja consciente da sua fragilidade e que respeitando as regras de trânsito saiba impor respeito aos componentes mais fortes no trânsito estará mais seguro do que um ciclista incauto equipado com um capacete.

os maiores benefícios poderiam ser obtidos se houvesse intensa conscientização dos motoristas no respeito à presença dos ciclistas nas vias urbanas e nas estradas.

O importante é o que vai dentro da cabeça, não simplesmente a caixa que protege as idéias do ciclista.

No Brasil a discussão tem realce especial devido às preocupações sobre segurança manifestas por atletas da bicicleta e por ciclistas recreativos, que fazem uso de capacetes em seus passeios, treinos, aos sábados, domingos e feriados. Com o entendimento de que esta deva ser a forma de se equipar para circular com uma bicicleta.

Além disso, a obrigatoriedade do uso de capacetes é um forte inibidor do uso da bicicleta, seja pelo desconforto, seja pelo custo inacessível à maioria dos ciclistas brasileiros.

Adicionado em 4 de dezembro:

Um estudo da Universidade de Bath na Inglaterra mostra que “Motoristas ultrapassam ciclistas com capacete a uma menor distância.” Ao menos por lá é assim, por aqui, não se sabe.

8 thoughts on “Uso do capacete

  1. Olha realmente esse é um debate muito interessante.E por mais que existam opiniões ao contrario.Eu sou incondicionalmente a favor do uso do capacete e de qualquer outro equipamento que me dê mais segurança para pedalar neste inferno que é o nosso trânsito.

    *o motorista vê com outros olhos o ciclista de capacete.
    *uso a bicicleta a apenas um ano,e nesse tempo vi pelo menos 10 pessoas que sofreram quedas e atropelamentos e continuam pedalando graças ao uso do mesmo.
    *posso encaminhar para quem quiser pelo menos cinco fotos de capacetes destruidos,onde o ciclista sofreu apenas pequenas escoriações.
    *se a gente usar o argumento do preço,então teremos que parar de pedalar.Vcs já fizeram uma comparação entre o preço de um pneu de moto e um pneu de bike???
    *e essa “estória” de conforto?! Na minha opinião é apenas uma desculpa para não usar.
    Bom esses são alguns dos argumentos que sempre uso,quando falo da importância do uso do capacete aqui em Poa.Espero ter contribuído para o debate.

    abraços à todos e vamos pedalar de capacete sempre!!!

    ninki

  2. Já caí de bicicleta e o capacete evitou que eu me machucasse. Ele se quebrou, minha cabeça não. O mesmo ocorreu em situações diferentes de uma queda. Galhos, folhas de palmeira, objetos pesados (pedras talvez). Mesmo assim discordo veementemente de obrigatoriedade de uso e campanhas única e exclusivamente pra uso do capacete. Mil vezes um ciclista apenas consciente do que um ciclista apenas protegido, Capacete não desenvolve consciência e se formos contabilizar os ferimentos decorrentes dos acidentes mais comuns de bicicleta, ou seja, aquela queda por algum desequilíbrio de diferentes causas, outras partes do corpo também saem feridas. Prefiro evitar todos os tipos de ferimentos através de conduta consciente que proteger só a minha cabeça e ter quer trocar de capacete com frequência. Ou não, pois o capacete não resiste a tudo.
    Eu pessoalmente uso porque tem viseira e me protege do sol. Mas protege de objetos voadores Não identificado mais que um simples boné. É nele que fica meu pisca traseiro e, acima de tudo, o capacete é um lembrete bem eloqüente de que minha segurança é prioridade no trânsito e minha conduta é que vai me fazer chegar inteiro ao meu destino. Ele está na minha cabeça só para o caso de tudo dar errado, o que será bem difícil de acontecer pela maneira como me comporto no trânsito.

  3. Segundo essa pesquisa (http://www.drianwalker.com/overtaking/overtakingprobrief.pdf ) feita Inglaterra a distancia que um carro ultrapassa um ciclista com capacete é bem menor que a distancia que ele passa por um sem capacete.

    O Zé que pedala há 40 anos sempre cercado de amigos ciclistas, todos usam capacete em competições e situações extremas. As fatalidades por não uso do capacete no entanto, depedenriam de um estudo e não das nossas percepções para se tornarem relevantes.

    Os próprios ciclistas profissionais do Tour de France já fizeram “piquete” para não correr de capacete. Podemos citar outros milhares de acidentes ocorridos com pessoas sem capacete que continuam vivas e pedalando normalmente. Não somos contra o uso, mas veja o exemplo da Europa e no Oriente aonde o numero de ciclistas urbanos supera em muito os daqui. As fatalidades de ciclistas são ainda assim menores e ninguém usa capacete por lá. Recomendo o vídeo Cycling Friendly Cities http://blog.transporteativo.org.br/2006/10/30/cidades-amigas/ Fica claro como a prioridade para os ciclistas ajuda muito mais do que equipamentos pura e simplesmente.

    A grande massa de ciclistas do Brasil, mais de 53%, vão realmente parar de usar a bicicleta se houver obrigatoriedade e estes dados não são nossos, são da ABRACILCO e GEIPOT

    O desconforto e o calor pode ser desculpas para não usar o capacete, assim como muito s usam como a chuva e o calor para simplesmente não pedalar.

    Para nós o uso do capacete é secundário e deve ser obrigatório apenas em situações extremas. Apesar disso, sempre indicamos para iniciantes e para quem vai pegar trânsito pesado o uso de equipamentos de segurança e de proteção. Sejam luvas, capacetes, mas principalmente uma bicicleta que freie bem e esteja bem regulada.

    Caso você já não tenha lido, recomendo o texto linkado no post. A discussão é boa, mas sua posição é um pouco elitista. Por fim, motoristas não usam capacete nos seus deslocamentos urbanos cotidianos e o modal deles tem muito mais acidentes fatais na cidade do que o nosso. A mesma coisa com os pedestres.

    Beijos que com capacete faz tunc :-))))

  4. Não quero aborrecer aqueles de opinião contrária, mas apenas abrir meu coração. Bicicleta para mim é meio de transporte (quase uma religião). Rodo no DF cerca de 800 km por mês. Eu não utilizo o capacete em hipótese nenhuma. Sou criticado e dedos acusatórios apontam para mim permanentemente. Obviamente, sei que com o capacete estaria mais seguro, inclusive tenho um, mas só uso quando ando de speed. Mas sei também que a verdadeira segurança vem do comportamento do ciclista no trânsito. Nesta linha de pensamento, sempre tenho procurado me educar ao máximo no sentido de me portar no trânsito da forma mais correta e segura possível. Por que então me recuso em utilizar o capacete? Eu me sinto humilhado no trânsito, não sinto qualquer forma de priorização por parte do trânsito motorizado. Os pedestres me odeiam, os cachorros idem, os motoristas xingam e ridicularizam, diariamente. Neste belo cenário de humilhação permanente, eu não consigo utilizar um elemento que considero ridículo, pois parecem cogumelos coloridos na cabeça, além disto sinto frio, mesmo com sol e utilizo um ou mais gorros. Uma vez perguntei em uma loja se não haveria um capacete que cobrisse as orelhas, o rapaz riu… Perguntei se não teria um modelo que tivesse alguma forma de espelho retrovisor, ele riu mais ainda. É claro que gostaria de me sentir mais seguro, mas deposito minha segurança na minha forma de agir no trânsito e não em um capacete que só me ridiculariza mais ainda, não protege do frio e não melhora as condições de ruído pelo vento, que atrapalha a audição do trânsito. Quando o projeto dos capacetes evoluir e atender estes critérios, além de não ridicularizar ainda mais a imagem do ciclista, eu durmo na fila para compar um.

  5. Bem, é polêmico, mas comecei a fazer da bike o meu meio de transporte, venho para o trabalho (10 km), e quase metade deste trajeto eu percorro na BR 277, aqui em Curitiba. Acho que o capacete é importante mas como o valor é alto não comprei o meu ainda, mas pretendo comprar um. Mas a minha opinião é que não adianta ter capacete e ser imprudente, então acredito que vá muito da cabeça de cada ciclista, dependerá muito do seu jeito de pedalar.

  6. A questão não é ficar discutindo a obrigatoriedade ou não do uso do capacete, ou a conduta do ciclista. O importante é saber que se ha conduta haverá capacete!! Ou seja, não há desculpas e nem justificativas. Deve-se impor sim o uso, porém através de campnhas sistemáticas de conduta (educação no transito) até que se torne “cultura” .

    É so lembrarmos de qdo não era obrigatório o uso de capacete para motociclistas. No inicio da obrigatóriedade era a mesma CONVERSA:

    O QUE IMPORTA É A CONDUTA;
    MIL VEZES UM MOTOCICLISTA CONCIENTE DO QUE 100 PROTEGIDOS;
    É DESCONFORTAVEL;
    ARRANCA OS CABELOS;
    PIORA A CALVICE;
    NÃO DA PARA AS GATINHAS E OS GATINHOS SABER QUE SOU EU QUE ESTOU PILOTANDO;

    Só conversa fiada!!!!!!!!!!!!!!!! o Negocio é criar lei e faze-la pegar através da educação.

  7. Julio,

    Você é fabricante de capacetes ou comerciante para defender tanto assim seu uso, apenas com opniões pessoais?

    Informe-se melhor antes de querer impor algo do seu gosto.
    Abs
    Zé Lobo

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