Espaço público e demanda reprimida

Bicicleta e fantasia de carnaval - Copacabana

Carnaval é festa da carne, mas também festa das ruas. Os pequenos, grandes e gigantescos blocos ao redor do país mostraram isso.

Durante os quatro dias de festa e folia as ruas tornam-se espaços exclusivos para a circulação, ou simples presença de uma massa de pedestres. Os dois milhões do cordão do Bola Preta no Rio de Janeiro evidenciam que turistas e moradores das cidades anseiam por espaços públicos para a celebração.

Apesar da beleza das festas e das ruas exclusivamente para as pessoas, o carnaval concentra gente demais em um espaço físico muito restrito e em pouco tempo. Os banheiros químicos que não atendem à demanda e a quantidade de lixo nas ruas que o digam.

Passada a festa, fica a lição para o dia a dia. Com espaços públicos de qualidade ou simplesmente abertos e seguros para as pessoas, teremos ruas mais vivas. Uma população mais feliz e saudável.

Mulher Maravilha - Capitão América - Skate e Carnaval

No Rio de Janeiro os blocos se espalharam por toda a cidade, abrindo ruas para as pessoas e impondo restrições à circulação de veículos motorizados. Ainda assim, o intenso ir e vir de foliões pode seguir sempre. O transporte público e os táxis ajudaram nos deslocamentos, mas o número de viagens à pé em tempos de folia foi representativo, como sempre.

Avenida Atlântica - Copacabana - Carnaval

As dificuldades para a circulação motorizada não precisam ser tão grandes e nem a quantidade de pessoas a tomar as ruas. Mas nossas cidades precisam entender que o carnaval pode e deve se espalhar para além da quarta-feira de cinzas. Com espaços públicos de qualidade a total prioridade para a circulação de cidadãos.

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Novos bicicletários nas ruas

No Rio de Janeiro, hoje, se alguém ou alguma empresa quiser pedir a instalação de um bicicletário na rua, é um procedimento um tanto complicado.

Para mudar esta situação, a Prefeitura está preparando um novo modelo para pedidos de bicicletários.

A Transporte Ativo e a Coordenação do Programa Cicloviário estão trabalhando em conjunto para estabelecer novos procedimentos. O GT Ciclovias está preparando um documento com modelos e padrões que serão adotados pela prefeitura carioca na instalação de bicicletários em logradouros públicos.

O condomínio comercial Cidade do Leblon está participando como projeto-piloto. O bicicletário instalado num dia já era sucesso de público no dia seguinte.

Bicicletário no Cidade Leblon

bicicletário U-invertido no Cidade Leblon

Foram seguidos os padrões indicados nos manuais publicados pela TA, com opção para o suporte U-invertido (também conhecido como Sheffield).

suporte U-invertido ou Sheffield

Uma foto colocada no post Quanto custa um bicicletário inspirou o condomínio a fazer uma melhoria no suporte. Um adesivo plástico grosso foi colocado nos pontos onde o quadro da bicicleta encosta no suporte.

adesivo plástico para proteger a bicicleta

Desta forma, tanto a bicicleta quando o suporte ficam protegidos.

Agora você já pode estacionar sua bicicleta no Edifício Cidade do Leblon, na sombra e com segurança. O bicicletário fica em frente à entrada principal, onde há sempre seguranças.

Esperamos que este exemplo se repita pela cidade e que a iniciativa da prefeitura, de facilitar a instalação de bicicletários, torne mais fácil e seguro estacionarmos nossas bicicletas no Rio de Janeiro.

As cidades somos nós

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A exposição Our Cities Ourselves chega ao Rio como As Cidades Somos Nós e apresenta projetos urbanísticos criados por dez escritórios de arquitetura de diversos países, com base nos princípios de design urbano elaborados pelo ITDP. Vista pela primeira vez em Nova Iorque, em setembro último, a exposição multimídia será exibida agora, simultaneamente no Rio de Janeiro e na Cidade do México.

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Clique na imagem acima para visualizar o convite.

Visite o blog oficial do evento em ascidadessomosnos.org

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Mais no blog: Nossas cidades nós mesmos. Com os 10 Princípios para o Transporte na Vida Urbana.

Pra quem quiser ir pedalando ao evento, uma galera combinou de sair da loja Pedal 2, na Rua Correa Dutra 16-B, Catete, às 19 horas. É só chegar.

Natal para as pessoas

Natal sem carro Copacabana

O tradicional show de Natal do rei Roberto Carlos teve seu palco em plena praia de Copacabana. Um cartão postal da cidade e um ícone brasileiro, juntos.

Para que o público estimado de 1 milhão de pessoas pudesse assistir ao show e circular pelo bairro, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de circulação. A partir das 15hs, o acesso de automóveis particulares em Copacabana ficou restrito. Uma medida simples que desagradou alguns, mas foi responsável pela facilidade de circulação de todos. Mais pessoas puderam circular, apenas os motoristas tiveram de escolher outro meio de transporte.

Os moradores de Copacabana e a população flutuante já sabem que o bairro é pouco convidativo à circulação de automóveis. A falta de espaço nas ruas e para o estacionamento é o principal problema. Reza a lenda que se todos os moradores saíssem, a pé, de seus apartamentos, não haveira espaço nas ruas do bairro.

Refletindo em relação ao problema e fazendo as contas a conclusão é simples. O automóvel particular, veículo individual de uso no espaço público, infelizmente não tem vez nas ruas de Copacabana. Seja no cotidiano, ou principalmente na realização de grandes eventos. E para que todos possam ter garantido o sagrado direito de ir e vir, é preciso que seja restringida a circulação de carros, e somente deles.

Assim foi feito. Os cariocas ganharam um show de presente, a cidade reforçou seu caráter de palco mundial de rara beleza. A contrapartida foi deixar o carro na garagem ou fazer uso dos transporte ativos, transporte público ou táxi.

Feliz da Vida

‘O que você quer ser quando crescer?’
A pergunta que os adultos fizeram pra nós quando éramos pequenos, geralmente recebia respostas ligadas a profissões: bombeiro, médico, professora, domador de leões… Nessas horas a imaginação infantil nos deixava para ser uma imaginação da vida de adultos.
E aí as crianças crescem e querem aquilo que tinham quando eram pequenas. Geralmente algo bem simples e divertido como brincar na rua! A liberdade daquele espação, pra correr, pular, pedalar, patinar, gritar, dançar, pintar e se sujar à vontade. É a vida sem eira nem beira, pura diversão, gargalhadas mil no espaço mais popular da cidade como se não houvesse amanhã.
Ah, se essa rua fosse minha…

Olha que legal a criançada curtindo pra valer:

Playing Out from Paul Gilbert on Vimeo.

Veja também:

http://www.ta.org.br/blog/outside.jpg
Camisetas de Patins Customizadas, no Rio de Janeiro.