Prêmio FBB Tecnologia Social 2017

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A Fundação Banco do Brasil realizou em Brasília, o Fórum Internacional de Tecnologia Social, evento que reuniu pesquisadores, especialistas, integrantes do poder público e representantes das 21 iniciativas finalistas da 9ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, a TA dentre eles com o projeto Ciclo Rotas Centro, Tecnologia Social certificada FBB, assim como de entidades certificadas em premiações anteriores.

Na primeira manhã de atividades, cada integrante das iniciativas finalistas subiu ao palco para contar um pouco do trabalho realizado e receber os troféus de finalistas. A programação contou ainda com oficinas para facilitar o intercâmbio de conhecimentos sobre as várias conquistas e desafios a serem superados pelas metodologias implantadas, o objetivo foi permitir a troca de experiências entre os participantes e a formulação de propostas para fortalecer políticas públicas e ações de empresas e da sociedade civil voltadas à promoção das tecnologias sociais no Brasil.

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Ao final de três dias de evento houve a entrega de prêmios aos vencedores de cada uma das seis categorias. Realizado desde 2001, o Prêmio é considerado uma das principais ferramentas de identificação e reconhecimento de tecnologias sociais em todo o País. Este ano, foram 735 inscrições da América Latina, dessas, 173 receberam certificação e passaram a fazer parte do Banco de Tecnologias Sociais (BTS) da Fundação Banco do Brasil, uma base de dados online que reúne metodologias reconhecidas por promoverem a resolução de problemas comuns às diversas comunidades brasileiras. Hoje são cerca mil iniciativas identificadas, aptas e disponíveis para reaplicação.

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As tecnologias finalistas foram avaliadas por uma comissão julgadora, composta por técnicos da Fundação BB, especialistas de organizações da sociedade civil e por representantes de entidades privadas e governamentais, segundo critérios de interação com a comunidade, possibilidade de reaplicação e, especialmente, pela efetiva transformação social. Este ano, a premiação foi realizada com a cooperação da Unesco no Brasil e o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Banco Mundial, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

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Para a TA, participar do seminário foi uma experiência maravilhosa de troca de conhecimentos e interação com outras iniciativas que buscam melhorar a vida das pessoas. Estar entre os finalistas do prêmio, foi como um prêmio para nós, aumentando a confiança no trabalho que realizamos e a motivação para seguir em frente.

TA na América Latina

Após nossa participação na oficina sobre Sistemas de Bicicletas Públicas em Rosario, na Argentina, e na “Semana de Movilidad Humana Y Sostenible” em Medellín, tivemos a oportunidade de participar, desta vez como assistentes, do “Seminario de Formación en Seguridad Vial” organizado por Área Metropolitana Valle de Aburrá (AMVA) e também do “Primer Foro Latinoamericano de Peatones” organizado por FundaPeaton y Consejo Municipal del Voluntariado Medellín, ainda na cidade de Medellín.

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Além disso, fomos convidados, pela AMVA, a colaborar no processo de socialização (intervenção urbana e diálogo com moradores e transeuntes) do projeto denominado “Corredor Verde de La Picacha” onde contribuimos (e aprendemos) no processo de construção de métricas qualitativas para avaliar o impacto do projeto após sua implementação. Aproveitamos também para conhecer Bello, uma das cidades da região metropolitana de Medellín, que também faz parte da Pesquisa Perfil Ciclista 2017, durante uma intervenção realizada pelo coletivo Bellocicleta.

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Bello, Antioquia

Para completar nossa jornada em terras colombianas viajamos, a convite do coletivo Más Urbano, até Popayán (capital do departamento de Cauca) cidade que conta com um percentual de 6% de viagens realizadas em bicicleta. Mais uma cidade participante da Pesquisa Perfil Ciclista 2017 onde nos reunimos com os coordenadores locais da pesquisa, Personaje Ciclista e Centro de Estudios Urbanos – Instituición Universitaria Colégio Mayor del Cauca, para conversar sobre nossas experiências e percepções.

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Ainda participamos de uma conversa com estudantes de arquitetura com o objetivo de socializar um pouco sobre nosso trabalho e forma de atuação para construção de melhores cidades a partir de iniciativas cidadãs e participativas.

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Foram dias intensos recheados de muito aprendizado e trocas com os mais diversos atores. Que venham muito mais oportunidades de intercambio de conhecimento e práticas com nossos vizinhos latino-americanos!

Medellín e as bicicletas

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O desafio das cidades é global, mas o capítulo latino americano é certamente um caso a parte. As grandes metrópoles ao sul dos Estados Unidos enfrentam problemas similares, bem como soluções.

A convite da prefeitura de Medellín, a Transporte Ativo participou da Semana da Mobilidade Humana e Sustentável na cidade. Foram quatro dias de evento nos quais pudemos apresentar muito do que fizemos e fazemos, além de realizar oficinas de planejamento cicloviário participativo e uma pequena amostra de contagem de ciclistas.

Capital da província de Antióquia, Medellín está no vale do rio que dá nome a cidade e a cerca de 1.500 metros de altura em relação ao nível do mar. Ao redor do planalto central, no entanto, muitas montanhas que chegam aos 2.500 metros.

As estradas que dão acesso à cidade são o paraíso dos ciclistas escaladores. Com ganhos de elevação dessa ordem de magnitude, pedalar pelos Andes colombianos é garantia de ganho na performance. Tanto que o talento nacional nas provas de ciclismo renderam o apelido de “Escarbajos” (escaravelhos ou besouros) aos atletas do país e é também assim que se definem os “speedeiros” por lá.

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Mas nem só de performance se faz a cultura ciclística. Bicicletas simples usadas por trabalhadores, uma malha cicloviária pequena  de qualidade, um sistema de bicicletas públicas, hipsters, dobráveis, elétricas.

Medellín tem muitos dos desafios e soluções que se espalham pelo mundo. Em relação à malha cicloviária, o desafio, para além da necessária expansão da rede, está nos cruzamentos. A quantidade de pistas velozes no coração da cidade implicam em cruzamentos e desvios que desfavorecem quem pedala. São tempos de espera longos e caminhos menos diretos.

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A Transporte Ativo em Medellín

Justamente por estarem cientes das necessidades da cidade, a prefeitura de Medellín convidou a Transporte Ativo para sensibilizar técnicos e também ensinar técnicas de colaboração entre a sociedade civil e o poder público.

Mas, como é também comum ao redor do mundo, a dificuldade está em trazer para a discussão quem está distante do debate. No geral, a participação da administração local esteve centrada nos técnicos da gerência de mobilidade humana, todos já devidamente sensibilizados.

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Nossa presença no entanto foi um ganho na interação entre poder público e sociedade civil. Pudemos espalhar nossa paixão  por levantamento de dados que ajudam a melhorar a cidade em prol de quem pedala. As contagens de ciclistas e o planejamento cicloviário participativo (a tecnologia social do projeto Ciclo Rotas Centro) deram a tônica de como promover a bicicleta de maneira positiva e propositiva.

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Por fim, aproveitamos para apresentar também o perfil do Ciclista 2017, que está sendo realizado em Medellín, além de 28 cidades no Brasil e outras 26 cidades de 9 países da América Latina. Um esforço pan-americano na promoção ao uso da bicicleta.

A Sociedade Civil e os Sistemas de Bicicletas Públicas

Gerar e compartilhar conhecimento para criar capacidade técnica para intervir na promoção da mobilidade por bicicletas é um dos compromissos da TA.

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Acompanhamos a implementação do sistema de bicicletas públicas da cidade do Rio de Janeiro desde seus primeiros passos, de lá para cá o sistema passou por modificações que incluem reestruturação e expansão do sistema, “Samba” que virou “Bike Rio”, com isso muitos aprendizados foram acumulados.

Em outubro participamos, a convite da Ente de la Movilidad de Rosario, de uma oficina sobre Sistemas de Bicicletas Públicas realizada durante durante a 15a Assembleia América Latina da UITP em Rosário, na Argentina. A oficina contou com uma manhã totalmente dedicada ao caso carioca “La sociedade civil em los Sistemas de Bicicletas Públicas y la cultura ciclista de las ciudade” (liderada por Gabriela Binatti da TA e Natalia Cerri Oliveira do Banco Itaú) em que a sociedade civil, em constante qualificação, tem sido ator fundamental na divulgação e fortalecimento deste tipo de política pública.

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O público presente foi diverso, com a participação da sociedade civil organizada de várias cidades da Argentina além da academia, operadores, vendedores de tecnologia e estudiosos do tema. Foi um momento importante onde além de compartilhamos a experiência carioca, e brasileira, tivemos a oportunidade de exercitar conjuntamente sobre nossos papéis e possíveis estratégias de fortalecimento deste tipo de política.

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Espaços dedicados exclusivamente a discutir sobre Sistemas de Bicicletas Compartilhadas/Públicas tem acontecido pela América Latina (Medellín, Cidade do México e Rosário) e a cidade do Rio será a próxima a receber esse tipo de encontro. Em junho de 2018 seremos os anfitriões de mais um evento Latino-americano sobre Sistemas de Bicicletas Públicas e Compartilhadas. Reserve a data!

Bicicleta para técnicos e gestores, um seminário que pedala pelo mundo

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Foi para apresentar os benefícios para técnicos e gestores municipais que nasceu o Seminário “Introdução ao Mundo Cicloviário” (IMC). Lá se vão 9 anos desde seu lançamento no Rio de Janeiro, com oito rodadas na cidade de São Paulo em 2008.

Repaginado e com apoio do banco Itaú o já famoso IMC, como gostamos de chamar, volta em 2017 após uma rodada teste em 2016 em Salvador, Maceió e Fortaleza. O objetivo segue o mesmo, através de uma metodologia comprovadamente eficaz, iremos difundir conhecimento, sensibilizar e conscientizar administrações públicas de diferentes cidades, a melhor compreenderem as novas vertentes da mobilidade urbana e consequentes melhorias para suas cidades.

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A construção de uma nova mobilidade urbana

O século XXI tem se desenhado como a hora e a vez da retomada da bicicleta. Nesse cenário, é fundamental difundir uma melhor compreensão de uma nova mobilidade urbana voltada para as necessidades humanas e a promoção da qualidade de vida. Com duração aproximada de quatro horas, os seminários trazem uma visão histórica e global da bicicleta com adaptações para as características e necessidades locais.

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Introdução ao Mundo Cicloviário em Curitiba

Com o nome de “Formação de Gestores”, a primeira edição desse novo IMC realizada em Curitiba no dia 05 de outubro de 2017 foi um sucesso. Estavam presentes representantes de sete municípios da região metropolitana além de alguns da capital. Eram secretários, técnicos e gestores de cincos órgãos municipais e quatro estaduais. A iniciativa de levar a formação para a capital paranaense coube ao vereador Goura Nataraj que, através da sua equipe, foi responsável pela cobertura do evento. Estavam presentes ainda representantes da sociedade civil local.

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Próximos passo

O tour do seminário de Introdução ao Mundo Cicloviário seguirá ainda em 2017. Ainda em outubro, estaremos em Medellín na Colômbia para apresentar os benefícios da bicicleta na “Capital Paisa” que já tem um plano cicloviário em implementação, mas ainda sofre com resistências na sua implementação. Nada melhor do que espalhar informações bem embasadas para técnicos municipais para que mais pessoas pedalem mais vezes em uma cidade cada vez mais amigável para as bicicletas.

Formação em Ciclomobilidade em Curitiba, veja o vídeo