Deslocamentos urbanos em Sydney

Maior cidade da Austrália, Sydney é o centro de uma enorme região metropolitana com diversas pequenas cidades que orbitam ao redor.

A melhor ligação entre os diversos subúrbios é o trem metropolitano que circula por uma rede extensa e complexa. Trens expressos, paradores, para longas e curtas distâncias, modernos, antigos ou bem surrados. Todos circulam pela rede eletrificada, tem dois andares e assentos em geral reversíveis, que podem ser mudados de lado de acordo com o sentido de circulação do trem.

Diversas estações unem a história das ferrovias australianas as necessidades atuais de transporte de passageiros. Os prédios antigos mantém as características de quando foram construídos e as plataformas são expandidas para comportar os trens de até 8 vagões.

Em geral as estações tem acessibilidade plena, rampas ou elevadores e catracas mais largas. E na acessibilidade das estações está a maior vantagem do sistema de trens metropolitanos de Sydney. Os elevadores, rampas e catracas largas são utilizados sem distinção por cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, bicicletas, carrinhos de bebê, malas, malotes e caixas de mágicas. É possível transportar quaisquer objetos e pertences pessoais sem restrição de horários. Em todos os vagões há uma área confortável para sentar ou permanecer junto a veículos ou pertences pessoais. Escadas estreitas dão acesso aos dois andares dos trens onde os demais passageiros podem sentar confortavelmente.

Mesmo populosa para os padrões australianos, Sydney consegue atender a demanda de deslocamentos urbanos com conforto. Os trens em geral circulam com espaço suficiente mesmo em horário de pico e apesar das variações de altura e distância em relação as plataformas dos trens novos e antigos, é cena comum ver carrinhos de bebê e bicicletas circulando sem dificuldades.

A rede metropolitana de transportes ainda conta com um sistema confiável de ônibus que em geral fazem distâncias menores ou complementares aos trens e por fim um sistema de barcas com o mesmo padrão de acessibilidade dos trens.

Dentro de todo o sistema, a bicicleta ainda tem importância bastante secundária e que varia bastante de acordo com o município. Alguns contam com mais infraestrutura de circulação, bicicletários integrados as estações de trem e barcas e até aluguel de vagas para bicicletas dentro de “armários”. Mas de maneira geral a bicicleta ainda é um objeto utilizado por turistas em regiões de praia, atletas de fim de semana ou ciclistas inveterados com roupas de lycra e magrelas super esportivas. A grande maioria respeita a lei que obriga os ciclistas a utlizarem capacete, mesmo que estejam com o objeto ao contrário na cabeça, ou com o feixo aberto.

Nos detalhes da infraestrutura cicloviária e no perfil geral dos ciclistas fica evidente o tratamento recebido pela bicicleta ao redor do estado de Nova Gales do Sul, do qual cidade é a capital. Bicicleta é para “fãs do esporte” e alguns excêntricos que são tolerados por serem poucos e que devem respeitar as pinturas no asfalto que estabelecem onde a bicicleta deve circular, em geral no cantinho ou em calçadas compartilhadas. Mas também por ciclovias e em faixas de ônibus.

Ao olhar para o que há de melhor e pior nos transportes públicos de qualquer grande cidade é possível visualizar desafios e soluções. Quanto melhor forem as soluções, melhor será o sistema, o que não significa que os desafios sejam menores.

Em busca do Centro do futuro.

Mais uma reunião do Projeto Ciclorrotas para o Centro do Rio aconteceu nesta segunda-feira. As rotas levantadas na oficina de 25 de agosto e as que foram recebidas em seguida, foram consolidadas em um só mapa e lapidadas até se chegar à uma rede ideal que foi apresentada para validação. Novas ideias surgiram, alguns trechos foram incluidos e a possibilidade de integrar a rede ao VLT do Centro e BRT TransBrasil também foi considerada. O projeto segue no prazo e novas etapas virão em breve.

Confira as contagens de ciclistas já realizadas no Passeio Público e no Estácio, que darão apoio ao projeto. Se você quer participar ou contribuir de agluma forma com o projeto, entre em contato.

Contagem de Ciclistas no Estácio

Mais uma contagem de apoio ao projeto Ciclorrotas para o Centro, foi realizada na semana que passou. Para conferir o movimento de bicicletas no local definido da oficna de 25 de agosto, a Transporte Ativo, em parceria com o ITDP, Studio X e ciclistas voluntários, realizaram na quinta feira, dia 18 de outubro de 2012, uma nova contagem de ciclistas na Rua Joaquim Palhares, com o objetivo de levantar dados de apoio ao projeto, permitindo uma melhor avaliação da área.

Alguns números preliminares:

Total em 12 horas: 813 bicicletas = 68 por hora

416 direção Centro 51%
397 direção Tijuca 49%

Horário de Pico: 17 às 18 com 81 ciclistas
Horário de Vale: 16 às 17 com 55 ciclistas
23 Mulheres 3%
199 em serviço 25%

Confira o relatório completo da contagem de ciclistas no Estácio, Cidade Nova, Rio.

É proibido peixe no metrô

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É possível entender um pouco de um pais de acordo com as sua placas de proibição em lugares públicos. Dubai é um reino governado por um Sheik e a maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, centro comercial voltado para o mar, a cidade cresceu de maneira exponencial nas ultimas décadas a ponto de ter como minoria populacional os emiratenses, cidadãos nacionais.

Afora a mistura étnica de indianos, paquistaneses, filipinos, iranianos, europeus e diversas outras nacionalidades, Dubai tem regras afixadas em todos os espaços públicos, são diversos avisos sobre multas pesadas para quem aciona o freio de emergência no metrô, interrompe o funcionamento das escadas rolantes, e até para quem viaja comendo ou bebendo nos trens.

As proibições estão também nas ruas, são placas de proibido fotografar em frente ao palácio do Sheik e talvez a mais inusitada de todas seja a proibição para carregar peixes no metrô, um aviso logo na entrada da estação que fica próxima ao mar.

A vontade de proibir e ordenar comportamentos está presente em qualquer cidade do mundo em diversas culturas, mas é curioso notar como em geral elas buscam coibir comportamentos e vontades da população. É natural que acionar sem necessidade o freio de emergência do metrô é um comportamento inadequado e que deve ser coibido. No entanto uma placa de proibido peixes em uma estação junto ao mar é acima de tudo um indicador de uma vontade, ou necessidade das pessoas.

Uma placa de proibido pode por vezes ser fruto de uma necessidade não atendida que carece de alternativas. Claro que em uma cidade a beira do deserto, com temperaturas de até 50 graus no verão deve ser bem desagradável e quase insalubre compartilhar um vagão de metro com um peixe fresco. Até porque todos os trens e estações contam com um poderoso sistema de refrigeração que ao mesmo tempo garante temperaturas mais amenas, mas também um ambiente fechado com pouca circulação de ar.

Certamente há uma razão perfeitamente aceitável para a proibição de peixe fresco no metrô, mas a placa só está ali porque antes dela há a necessidade de transportar a pescaria no transporte público. E a necessidade de transporte é muitas vezes ignorada através de placas de proibição.

Por fim outro belo exemplo das proibições, dessa vez em um souk, ou galeria de lojas. São proibidos animais, bem como manifestações públicas de afeto.

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Contagem de Ciclistas no Centro do Rio

Centro da Cidade, região com tráfego intenso e muitos ciclistas circulando, que passam despercebidos da maioria. Como parte do projeto Ciclorrotas para o Centro, algumas contagens de tráfego de ciclistas serão realizadas em pontos definidos em oficina que teve parte no Studio X, no dia 25 de agosto deste ano, onde diversos ciclistas e interessados se reuniram para traçar e discutir rotas e pontos de apoio.

Para conferir o movimento de bicicletas no local designado, a Transporte Ativo, em parceria com o ITDP, Studio X e ciclistas voluntários, realizaram na quinta feira, dia 4 de outubro de 2012, uma contagem de ciclistas na Rua Teixeira de Freitas, com o objetivo de levantar dados de apoio ao trabalho que está sendo desenvolvido, permitindo uma melhor avaliação da área.

Alguns números preliminares:

Total em 12 horas: 720 bicicletas = 1 por minuto

533 direção Lapa 74%
187 direção Aterro 26%

Horários de Pico: 8 às 9 com 79 ciclistas e 18 às 19 com 78 ciclistas
Horário de Vale: 7 às 8 com 38 ciclistas e 14 às 15 com 49 ciclistas
62 Mulheres 8.5%
121 em serviço 17%

Confira o relatório completo da contagem de ciclistas no Passeio Público, Centro do Rio.