Bicicletas Livres

O Bicicleta Livre é um Projeto de Extensão da Universidade de Brasília. Nasceu com a idéia de disponibilizar bicicletas comunitárias dentro do campus da UnB, para que estudantes, funcionários, professores e o público em geral possam se locomover dentro da universidade.
Nesta semana o projeto reforçou a campanha de arrecadação de bicicletas doadas, cujo mote bem criativo é: Coloque sua magrela para rodar – seja doando ou pedalando. Os estudantes bolsistas envolvidos no projeto dizem:

queremos que as bicicletas sejam vistas como de todos e todas e achamos que a doação individual cria um laço comunitário mais forte do que a doação de bicicletas novas por empresas ou compradas pelo projeto.

Junto com cartazes, eles divulgaram um documento de apresentação do projeto, que esclarece:

o Bicicleta Livre não pretende limitar-se às transformações físicas do ambiente urbano. Um de seus objetivos é precisamente constituir-se um estímulo para a promoção de políticas públicas nos campi e no Distrito Federal ao demonstrar de forma prática os benefícios da bicicleta no dia-a-dia para pessoas de dentro e de fora do ambiente universitário, criando (ou relembrando) nestes indivíduos a consciência sobre a importância e a utilidade da bicicleta como meio de transporte.” (…) “Ressalta-se nos propósitos do projeto e nas potencialidades da bicicleta como meio de transporte a promoção da autonomia. A bicicleta pode oferecer independência ao seu usuário regular não apenas por ser econômica, estimular fisicamente o corpo e oferecer maior flexibilidade quanto às suas rotas, evitando congestionamentos. Ela também permite um domínio generalizado sobre a mecânica do seu veículo, incrementando a liberdade de movimento. Por isso o projeto também busca promover experiências de oficinas comunitárias que se mostraram exitosas como as “Bicicloficinas” italianas ou suas correspondentes francesas e estadunidenses.”

Se você mora em Brasília, ou conhece alguém que possa ajudar, divulgue! E participe da campanha de doação.
Maiores informações na página www.bicicletalivre.unb.br
pelo email: bicicletalivre@gmail.com.br
ou na lista de discussão Bicicletalivre no Yahoogrupos

  • Mais:

Na Contramão da História?

Bicicletas Estacionadas

Improviso nas Ruas do Rio

A nova administração municipal do Rio de Janeiro encampou uma campanha de inestimável valor para a sociedade. O lema desde o primeiro dia de governo é o “Choque de Ordem”. Uma série de ações tem mostrado ao carioca que há um novo governo e que a prefeitura irá privilegiar a organização da cidade.

No entanto a medida que segue em seus esforços, podem haver erros. Um deles foi cometido com a apreensão de bicicletas estacionadas em postes nos bairros do Flamengo e do Catete. Segundo a Prefeitura elas pertenciam a estabelecimentos comerciais e obstruíam a calçada dificultando o trânsito de pedestres.

Por mais bem intencionada que possa ser a medida de deixar livres as calçadas do Rio de Janeiro, cortar correntes e apreender bicicletas é uma medida que não só é polêmica, mas acima de tudo um enorme retrocesso na promoção da qualidade de vida na cidade. Bicicletas em todo o mundo são incentivadas e é desejo de qualquer prefeito no planeta ter uma cidade melhor. Certamente as magrelas fazem parte da melhoria na qualidade de vida urbana. Silenciosas, limpas e esguias, deslizam pelas ruas sem poluir e sem gerar engarrafamentos.

Bicicletas nas calçadas são um problema, com certeza. No entanto a solução não passa pela remoção pura e simples da bicicleta, tratando-a como um “obstáculo”. Onde bicis demais tomam o espaço do pedestre, um bicicletário torna-se necessário. Estabelecimentos comerciais fazem entrega em bicicleta, parabéns. A Prefeitura deveria facilitar o contato para que eles solicitem a instalação de um bicicletário em local adequado junto a loja.

Bicicletas na Rua

Espaço adequado para o estacionamento de bicicletas

O Rio de Janeiro tem muito a se beneficiar com a adesão cada vez maior dos cariocas as bicicletas, mas não se pode deixar de lado a mobilidade dos pedestres e a limpeza das calçadas. Bicicletários bem localizados e adequados são portanto a melhor solução para resolver um problema e ao mesmo tempo impulsionar a solução de outros.

– Mais:
Bicicletas Confiscadas – O Eco
Prefeitura do Rio desestimula o uso da bicicleta – Vá de bike
Sr. Prefeito do Rio, não ataque as bicicletas! – O Globo

Estação Paraíso, Rio de Janeiro

Há pouco mais de dois anos foi inaugurada a Estação Cantagalo do Metrô. Trata-se do último acesso a rede de trilhos antes do bairro de Ipanema. Desde antes da inauguração já se sabia que o local deveria ser integrado ao uso da bicicleta.

Atualmente, com a recém inaugurada estação de bicicletas públicas, a Praça Eugênio Jardim, onde fica a Estação Cantagalo é uma espécie de paraíso para as bicicletas. Elas estão aos poucos tomando os espaços e refletem o uso crescente das magrelas. Excelente veículo para viagens curtas e perfeito para cruzar a cidade quando integradas ao transporte sobre trilhos.

Iniciativa pública e empresas estão juntas fazendo a sua parte e trazendo melhorias a mobilidade urbana no Rio de Janeiro.

Sinalização nos trens indicam que há um bicicletário,
1_1_2_3_4_5_6_7

Bicicletário gratuito dentro da estação,
3_1_2_3_4

Postes ao redor repletos de bicicletas,
4_1_2_3_4

Bicicletário externo SulAmérica em ambas as saídas,
6

e Bicicletas Públicas.

Uma perna e duas rodas

DSC00778Foto: Edu Bernhardt (janeiro/2008)
Alarico Alves de Moura, 62 anos, atleta e artista plástico é deficiente físico, mas não é e nunca foi limitado pela deficiência. Ele considera a amputação de sua perna esquerda o melhor presente que Deus lhe deu. Só isso já impressiona, imagine então saber que ele patina, corre, surfa, mergulha, joga futebol, frescobol e que, em 15 anos pedalando, se tornou octocampeão de provas de ciclismo.

Susto, dor, trauma, internação, amputação, reaprender a andar, pedalar e se superar. Em uma linha pode-se resumir os últimos 20 anos da vida desse carioca da Ilha do Governador. Só não dá pra transmitir a intensidade dessa vida. Há muitas histórias de superação impressionantes, mas poucas estão tão próximas da nossa realidade e são tão inspiradoras.

Acrecente-se à vasta lista de benefícios da bicicleta a devolução da liberdade aos amputados. A pé eles precisam de muletas e transitam com dificuldade, mas sobre duas rodas circulam de igual pra igual.

Atleta de mountain bike, Alarico depende de doações e auxílio toda vez que viaja pra competir. Porém, ele tem uma limitação técnica. Ladeira acima ele pedala muito bem, mas nas descidas, pra ficar de pé na bike e amortecer as irregularidades o pedal fica pra baixo, bate em todos os obstáculos do caminho, às vezes ele cai e sempre perde rendimento. Uma bicicleta com suspensão traseira ajudaria, mas é um equipamento muito caro.

Mês passado um amigo de Alarico conseguiu uma doação anônima em dinheiro suficiente pra comprar um quadro com suspensão traseira sem que ele soubesse. A entrega surpresa foi armada para o encerramento de uma palestra do Alarico na Recicloteca no Rio de Janeiro. Convidado pela Transporte Ativo ele prontamente atendeu o chamado e no dia 4 de março de 2009, às 21 horas, após uma palestra pra 38 pessoas sobre superação através da bicicleta, as cortinas se abriram no melhor estilo ‘Portas da esperança’. Pendurada no teto, a surpresa calou o sempre falador atleta. Num ambiente tomado por emoção as palmas interromperam o choro do homem-lenda que não se curva facilmente e que ficará ainda mais rápido nas trilhas.

Epitáfio
Alá esteve internado por 6 dias até que na sexta-feira 13 de janeiro de 2023, seu coração imenso parou e o Wolverine do pedal fez a passagem. Há vidas que valem por duas ou três. Esta valeu por umas 10 tanto pela sua história quanto pela inspiração e superação. Continuaremos a pedalar por ele e com ele. Alá vive!

Saiba mais:
As dez melhores fotos da palestra
Entrevista do Alá
Depoimento do Alá na Novela Viver a Vida
Alarico no Instagram 

Mudanças Culturais pelo Ar

DSC01011_1

A Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo realizou uma audiência pública para explicar a população o funcionamento e os motivos do programa de inspeção veicular. A queima de combustíveis fosséis gera gases e é responsável por uma série de efeitos negativos para a população. No entanto a região metropolitana de São Paulo precisa dos motores a combustão.

Quebrar a resistência da população em relação a mais uma tarifa para onerar os cidadãos foi o primeiro desafio. Expostos os malefícios para a saúde de todos e o potencial de melhorias, hoje a população já quer uma inspeção mais ampla e melhor. De maneira democrática a Secretaria do Verde foi capaz de conscientizar a todos e escrever um novo capítulo em prol do ar mais limpo na maior conurbação urbana do Brasil.

Há por trás da inspeção veicular uma vontade confessa de iniciar um mudança cultural. A ambição é criar na população motorizada de São Paulo a cultura de manter sempre seus motores regulados. Esse novo paradigma aos poucos mudará o panorama em relação a manutenção veicular. Oficinas mecânicas, a indústria e mesmo a prefeitura estão envoltos em um processo de aprendizado. A lição final é que todos tem o dever de zelar pelos impactos que geram.

Ao que tudo indica, os ciclistas de São Paulo permanecerão isentos de qualquer taxa e continuarão seguindo livres dos congestionamentos a qualquer hora do dia.

DSC02882_1