Vermelha ou Azul

Certas opções levam a caminhos sem volta. A velha fábula reiventada da pílula azul ou vermelha, a verdade sobre o mundo ou a ignorância sobre tudo que nos cerca.

Usar a bicicleta no cotidiano é uma decisão que muda para sempre a percepção da realidade urbana. Ao mesmo tempo é um transporte individual, mas sem custos fixos proibitivos. Portanto aos poucos quem pedala vai mais e mais se envolvendo com a magrela, começa a depender dela para ir a todos os cantos, não consegue mais viver sem.

A cidade e seus problemas se mostram plenos e daí nasce a necessidade de mudar o ambiente, viver num mundo mais adequado ao trânsito de pessoas. A tendência é de que devagar e sempre mais pessoas optam pela pílula vermelha.

No dia em que a maioria da população estiver sensibilizada para as imbatíveis vantagens da bicicleta que todo ciclista conhece não haverão mais comprimidos a serem tomados. Afinal, a bicicleta apesar de todos os seus poderes não é o messias.

Que o futuro seja azul e sempre em movimento.

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O Messias das Pílulas Azul ou Vermelha é Neo do filme Matrix.

Ciclo Políticas

Copenhague, capital da Dinamarca e “cidade das bicicletas” foi mais uma vez apontada como exemplo para o mundo. Contar com um índice de 36% da população local indo de bicicleta diariamente para o trabalho implicou em aproximadamente 90 mil de toneladas de CO2 não lançadas na atmosfera todos os anos, desde a primavera de 1905.

Face a crescente preocupação com o aquecimento global, os administradores muncipais esperam cada vez mais priorizar os meios de transporte ativos na cidade. A bicicleta portanto seguirá no topo da agenda urbana de Copenhague através de uma série de medidas.

Um plano plurianual (2002-2012) para as bicicletas visa aumentar o conforto, diminuir riscos, reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a qualidade das pistas. Tudo isso somado à meta de que, até 2012, 40% dos habitantes optem por ir pedalando ao trabalho. Haverá ainda um acompanhamento de perto dos objetivos traçados para que ao final do período o plano seja bem-sucedido.

Copenhague conta também com uma rede em expansão de bicicletas públicas no centro da cidade. Basta depositar o equivalente a R$ 6,00 em um dos 120 bicicletários e utilizar a magrela livremente na área central da cidade. Ao devolver a bicicleta o ciclista recebe de volta o dinheiro depositado.

A capital da Dinamarca é certamente um lugar exemplar na conduta em relação ao papel das bicicletas na mobilidade urbana. No entanto, trata-se acima de tudo de uma questão de prioridades. Certamente as cidades que optarem por investir seu orçamento em políticas públicas que beneficiem a maior parte da população, estarão não só dando um passo rumo a sustentabilidade, como também, rumo a qualidade de vida para todos. Afinal, cidades para bicicletas são cidades para todos.

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Comissão Européia, DG do Ambiente
Cidades para Bicicletas, Cidades para o Futuro

Videos no Blog
> Cidade dos Ciclistas
> Cidades Amigas da Bicicleta

City of Cyclists
> Planejamento Cicloviário em Copenhague

C40 Large Cities – Climate Summit – Nova Iorque 2007
> COPENHAGEN — CITY OF CYCLISTS REDUCES APPROXIMATELY 90,000 TONS OF CO2 EMISSIONS PER YEAR AND HAS OVER 36% OF THE CITY’S POPULATION CYCLING TO WORK EVERYDAY.
> Case Studies – Transport

Projeto Cicloviário

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Foto Denir

Com vistas a estreitar o diálogo com a prefeitura de Montes Claros no norte de Minas Gerais, a Transporte Ativo elaborou uma “Proposta de Projeto Cicloviário” para a cidade.

O documento contém algumas especificidades locais, mas pode e deve ser enviado para qualquer administração municipal. A idéia é sensibilizar de maneira simples e direta apontando caminhos capazes de apresentar resultados valorosos.

Quatro pontos fundamentais merecem destaque na elaboração de um bom projeto cicloviário:
1. Facilidade para guardar a bicicleta – estacionamentos seguros (bicicletários) em vários pontos do espaço urbano.
2. Campanhas educativas – educação dos atuais ciclistas e promoção da bicicleta como meio de transporte econômico e ecológico;
3. Integração da bicicleta com outros modos – essencial para ampliar a mobilidade dos ciclistas;
4. Investimento em infra-estrutura – sinalização vertical (placas) e horizontal, construção de ciclovias e ciclofaixas.

Os que tiverem interesse em receber uma cópia editável para ser mandada para outros municípios basta entrar em contato. Via formulário no site da TA ou deixando um comentário.

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  • >Proposta de Projeto Cicloviário para Montes Claros

    Anexos:
    – Guia “estacionamento para bicicletas” da Sustrans

    Lei que criou o programa cicloviário em São Paulo

    – Série de cartazes “Pedalando para o Trabalho

    Folheto da campanha “Pedale legal”

    Parceria Transporte Ativo

    Alternation2

    Consolidamos oficialmente a parceria com a Alternation (representante Dahon no Brasil). Eles nos doaram uma bicicleta Eco zerada que será personalizada para ser rifada. Com o dinheiro arrecadado pagaremos as despesas da Transporte Ativo por um período. A partir de agora o logo da Alternation já aparece em diversos pontos do site TA.

    A bicicleta está em processo de liberação alfandegária e em breve será entregue à TA.

    EcoTAseF

    O custo de cada bilhete da rifa será de R$ 10,00 e além da bicicleta o ganhador ainda vai levar uma garrafinha de alumínio e um bordado da Transporte Ativo.

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    > Como colaborar com a Transporte Ativo no site.

    Artista Urbano

    Todo administrador urbano deve antes de mais nada amar a cidade em que vive. Andar pelas ruas, sentir a alma urbana, a mistura de espaços vazios, construídos e principalmente dos usos que os habitantes dão a todos esses espaços.

    Antanas Mockus foi por duas vezes prefeito de Bogotá e essa semana visitou a cidade de São Paulo. Espera-se que as idéias e ações eficientes na metrópole colombiana possam inspirar os administradores da maior cidade brasileira. Certamente alguns trechos da entrevista de Mockus são inspiradores para qualquer cidadão urbano. Principalmente aqueles que vivenciam o trânsito, problema atacado com enorme inteligência pelo ex-prefeito.

    Para valorizar o espaço público, precisamos melhorar o encontro dos desconhecidos. Então comecei a tentar melhorar o convívio entre pedestres e motoristas. Descobrir o porquê da agressividade e o que piorava a lentidão.

    Começamos pelos mímicos, que atuavam nas principais avenidas, onde muitos motoristas bloqueavam os cruzamentos ou paravam em cima da faixa de segurança.

    Quatrocentos atores e mímicos interagiram por alguns meses com os motoristas, implorando, chorando ou fazendo cara de bravo aos infratores. Sem falar uma palavra, nem agressividade. Virou uma brincadeira. Quando um motorista parava de forma errada, as pessoas até vaiavam. Se o motorista insistia no erro, o policial aparecia para multar ou advertir o infrator. O policial também saiu mais valorizado.

    Mockus também seguiu valorizando a iniciativa bogotana de fechar grandes avenidas para as bicicletas, patinadores e transportes ativos em geral.

    Quando eu era reitor da Universidade, eu ia de bicicleta para a reitoria, chamava atenção que a minha escolta usava carro e eu na bici. Quando prefeito, andei de bicicleta várias vezes.

    Aos domingos, fechamos as principais avenidas de Bogotá por várias horas e elas se transformam em um grande parque. É um dia de mais exercício físico, as pessoas ficam de melhor humor, a poluição diminui.

    Dentre outras razões, é por isso que administrar uma cidade é também uma singela forma de arte, enxergar além de todos os outros.

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    Entrevista completa de Antanas Mockus