Bicicleta e microeconomia

 

O prêmio – A Promoção da Mobilidade por Bicicleta no Brasil tem como objetivo valorizar quem faz da paixão pelas duas rodas movidas a pedal ação inspiradora que transforma o ambiente urbano.

Exatamente por isso, ao organizar o prêmio e o workshop de mesmo nome, fizemos a opção por fornecedores locais e quando essa solução não era possível, empresas comprometidas com a bicicleta.

Justamente na pequena escala que a bicicleta transforma as cidades, através de atividades econômicas de impacto local que, pequenas e simples, são as que mais geram empregos, além de serem mais próximas física e simbolicamente de quem faz uso dos produtos e serviços que comercializam.

Na escala global da economia, pessoas tornaram-se coisas e a busca pela maior margem de lucro acaba por gerar impactos negativos muitas vezes invisíveis. Desde o trabalho escravo naquela roupa de marca, até a comida repleta de agrotóxicos. Exatamente pela sua simplicidade e transparência, a bicicleta é uma subversão econômica nas cidades que ecoa muito além dos pedais.

Serviços de entrega que utilizam a bicicleta geram o menor impacto no último quilômetro da logística urbana. Além disso, negócios locais em pequena escala tendem a ser mais transparentes já que a relação de consumo se dá diretamente com os proprietários.

Os bonés que daremos aos premiados são das LaBuena lá de Porto Alegre, as bebidas são do Mercado Bastião Carioca que faz entregas de triciclo. As comidinhas serão entregues a pé e os lanches são da Alface do Rio.

Saiba mais sobre o prêmio e o workshop.

O Campeonato Carioca de Cargueiras

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Inspirada nas Svajerløb dinamarquesas, será realizada em maio de 2014 a primeira corrida de entregadores em bicicleta da América Latina. O Campeonato Carioca de Cargueiras.

Desde já está lançada a pergunta, quem será o Rei do Rio?

A pedalada vai ser viking. Afinal foi em 1942 que os malemolentes entregadores dinamarqueses tiveram o seu primeiro campeonato. Um evento que valorizou os que faziam fluir a cidade e que aconteceu até a popularização das vans de entrega nos anos 1960.

A idéia da corrida reapareceu em Copenhague em 2009 e, claro, foi sucesso e diversão nas ruas.

Copacabana tem uma massa invisível de ciclistas, os heróis do proletariado. São os responsáveis por mais de 11.000 entregas diárias feitas em bicicletas e triciclos. Todos eles estão em uma situação parecida aos que pedalavam em Copenhague nos anos 1940.

Mais de 70 anos depois da primeira Svajerløb, valorizar as pessoas que utilizam a bicicleta, essa invenção com mais de 125 de bons serviços prestados, é um passo em busca de inclusão social, e também um evento irado.

No Rio de Janeiro vão haver prêmios para os entregadores mais bem colocados, mas a vitória será de todos esses heróis invisíveis que transportam de tudo pelas ruas.

 

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Bicicletas de carga premiadas

CVA_VJPA iniciativa de contar bicicletas de carga em Copacabana, um projeto concluído no final de 2010, ainda dá frutos. Fomos selecionados pelo júri do Velo City Viena para o prêmio Cycling Visionaries Awards. Mais um reconhecimento dessa iniciativa.

O levantamento das entregas em bicicleta no bairro de Copacabana já começou como assunto da exposição As Cidades Somos Nós. Deu ao Rio de Janeiro o título de Cargo Bike Capital no Copenhagenize. Foi apresentado no 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito ANTP,   motivou a apresentação Mobilidade + Delivery. E ainda foi selecionado para o 13º WCTR.

Tudo isso através de uma iniciativa simples que mais de dois anos após realizada, ainda é destaque e serve de exemplo. Os resultados encontrados, são realmente surpreendentes e indicam possibilidades para melhorias para a circulação de carga e de ciclistas em geral no Rio de Janeiro e, esperamos, no mundo.

Dentre os premiados pelo júri em Viena, cabe destacar também o trabalho de monografia da Gabriela Binatti, que abordou a importância crescente da bicicleta nas cidades.

Nos vemos em Viena, no maior encontro de promotores ao uso da bicleta do mundo.

 

As bicicletas do centro do Rio

Os números e locais das contagens no centro do Rio

Foram cinco contagens realizadas no centro do Rio de Janeiro para o projeto das ciclorrotas. Os números foram consolidados e comparados no relatório final.

Fizemos um comparativo entre as contagens, com dados e características mais marcantes de cada trecho, assim como uma apresentação dos resultados consolidados. Este estudo busca mostrar o elevado número de ciclistas já existentes na região e a necessidade de se adequar
as vias locais para otimização do uso deste modal já tão utilizado em nossa cidade.

Cabem alguns destaques:

Apenas 4% (122) de mulheres, em 3186 ciclistas

Grande número de viagens são entregas:

41% do total geral, 1304 ciclistas,  sendo destas 56.4% ou 736, triciclos.

Confira o relatório completo das contagens fotográficas do Centro do Rio de Janeiro.

Faça o download do relatório completo das contagens do Centro do Rio. Confira os demais relatórios.

O trânsito seguro de bicicletas

Bicicletas são veículos seguros por excelência capazes de manter velocidade graças ao esforço físico de seu condutor. Sendo essa dependência do ciclista seu maior trunfo.

É no entanto bastante comum ouvir comentários e dúvidas daqueles que por ventura ainda não pedalam quanto a segurança de se conduzir um bicicleta nas cidades. É uma pergunta difícil, que gera embaraço aos mais desatentos mas cuja resposta pode ser repetida com o mantra em relação a segurança intrínseca da bicicleta: sua limitação de velocidade de acordo com a capacidade do condutor.

Ainda assim, a segurança da bicicleta por si só, perde evidência em cidades com ruas e avenidas tomadas por veículos motorizados e altos níveis de estresse. O problema então deixa de ser a bicicleta e passa a ser o uso das ruas.

Nascida no século XIX, a bicicleta chegou ao século XXI firme, forte e capaz de desempenhar um papel que ficou esquecido em muitas cidades ao redor do mundo. O melhor meio de transporte em curtas distâncias e máquina mais eficiente jamais produzida pelo homem para a conversão de força muscular em movimento.

Para que o potencial da bicicleta seja devidamente compreendido e exercido, é preciso permitir que seus usuários desfrutem da segurança natural do veículo e essa segurança se constrói com intervenções diretas na pacificação da circulação urbana.

A lógica da velocidade motorizada em largas avenidas é um retumbante fracasso, tendo a degradação urbana e a inviabilização da circulação humana como consequências diretas. Discutir segurança dentro desse cenário tem de passar pelo debate e promoção de rotas seguras para deslocamentos humanos.

Nas cidades do século XX, foi introduzido um elemento novo, o automóvel. Para que ele pudesse circular em segurança, foi preciso confinar os pedestres nas calçadas e retirar todas as interferências das ruas. Nosso tempo é de reversão do uso do espaço urbano em favor das pessoas, e o caminho passa pela mudança do discurso em relação ao uso da bicicleta.