Bicicletas em Laranjeiras

Única via de ligação entre o Largo do Machado e o Cosme Velho, a Rua das Laranjeiras, tem trânsito intenso. Mas um desses fluxos passa quase desapercebido. Ao longo da via, centenas de ciclistas que compartilham com o trânsito motorizado, um espaço estreito no viário. Para dar forma aos números e Transporte Ativo e os parceiros Amigos do Cosme Velho, Cidades em Transição, Convivência Verde e Site Bairro das Laranjeiras foram a campo.

Em 12 horas, em um único ponto da rua das Laranjeiras foram exatas 978 bicicletas um número que certamente tende a aumentar com a implantação de infraestrutura segura para a circulação de ciclistas e é isso que clamam todos os envolvidos na pesquisa. Afinal, mais bicicletas na rua implica em menos congestionamentos, mais espaço para a circulação do transporte público e um trânsito mais seguro para todos, principalmente os pedestres. A presença de mais bicicletas ao mesmo tempo que permite mais fluidez, reduz a velocidade do trânsito motorizado.

Os dados completos estão disponíveis no relatório que pode ser baixado aqui. Cópias já foram enviadas as autoridades e com base nos números, iremos pressionar para que o ciclista tenha mais incentivos a pedalar pelas ruas de Laranjeiras.

Medo não muda nada

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Contagem Túnel Velho

Sobre a “Cultura do Medo“, livros foram escritos, teses, mestrados doutorados. Mas ciclistas apocalípticos que pedalam em condições longe da ideal sempre acabam ouvindo a mesma pergunta:

– Mas você não tem medo?

Quem nunca ouviu essa pergunta, ou a sua variante: “Mas não é perigoso?”, que atire o primeiro pedivela. Mas não vale escrever mais um livro sobre isso. A única resposta possível é a mais óbvia:

– A percepção do medo é sempre subjetiva e quanto mais bicicletas nas ruas, mais seguro para todos.

Liberdade é um exercício cotidiano praticado individualmente. O exemplo da primeira foto que ilustra esse post é de uma imagem corriqueira no Rio de Janeiro, registrada durante uma contagem fotográfica no túnel Velho em Copacabana. Pode parecer perigoso, mas o risco real e a percepção dele ao longo dos anos é que mudou. As bicicletas continuam bem parecidas.

Por exemplo, na outra boca do túnel:

túnel Velho - 1927
Foto de Augusto Malta – via: foi um RIO que passou

Entre os mais de 80 anos que separam as duas imagens nossas cidades mudaram para pior. As bicicletas são uma das ferramentas para as mudanças positivas e para usá-las mais, o mito do medo precisa ser derrotado. Para isso não adiantam estatísticas que comprovem a acidentalidade de veículos automotores ou pedestres. Precisamos apenas de mais vida nas ruas.

Primeiro mudam os cidadãos, com o tempo muda a infraestrutura das cidades. Pedalemos!

Outra leitura:
Fear is the mind killer – Cyclelicio.us

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Mais bicicletas de carga

A pesquisa efetuada pela Transporte Ativo mostrou uma realidade que chamou a atenção da cidade, com notícias de destaque na seção de Economia dO Globo, no Globo Zona Sul e Bairros.com

bicicleta de carga

Paralelamente ao levantamento feito em Copacabana, foi realizada uma pesquisa por amostragem em estabelecimentos que fazem entregas por bicicleta e triciclos nos bairros de Copacabana, Tijuca, Taquara e Santa Cruz.

Estes dados adicionais foram acrescentados como Anexo 1 ao relatório inicial.

Os itens I a IV do Anexo mostram os dados compilados em gráficos e sintetizam como agem e pensam os gerentes e entregadores dos estabelecimentos pesquisados.

Para eles, a principal vantagem da bicicleta é sua agilidade (44%), logo em seguida a capacidade de carga (24%) e o baixo custo (24%).
Mais da metade das entregas carregam até 70kg, mas em 4% das viagens os ciclistas carregam mais de 250kg.
56% dos entregadores disseram que nunca houve acidentes com eles. Mas em 8% das respostas positivas, os acidentes foram graves.
Por isto, segundo os próprios entregadores, as medidas necessárias para dar mais segurança dividem-se em dois grandes grupos: por um lado, construir ciclovias (47%); por outro lado, educar os motoristas (39%) e reduzir a velocidade dos carros (10%).

O item V é um comparativo das contagens de bicicleta já realizadas em Copacabana e o mapa do bairro no item VI foi feito a partir das visitas da pesquisa principal.

A pesquisa faz parte da exposição As cidades somos nós, que acontece no Centro Cultural Correios até 13 de março.

Entregas por bicicleta

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Com o objetivo de levantar dados e informações até agora desconhecidas da população e da administração da cidade, a Transporte Ativo, em parceria com o ITDP, realizou no bairro de Copacabana, durante os meses de dezembro de 2010 e janeiro de 2011, um levantamento de todos os estabelecimentos comerciais no bairro que fazem entregas por bicicletas, quantas entregas por dia e qual tipo de bicicleta usado.

Os dados são surpreendentes e propiciam informação suficiente para mensurar os benefícios deste tipo de entregas para a cidade, o trânsito e o meio ambiente.

O relatório completo, que está sendo publicado hoje, pode ser baixado aqui e faz parte da exposição As cidades somos nós.

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Clique na imagem para ver o folheto.