Perspectivas para o futuro

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Rever o passado é sempre um bom exercício, mas também vale muito a pena aproveitar a troca de números no calendário para imaginar e pensar no futuro.

Em 2013 foram completados os 10 anos da Transporte Ativo, uma década que viu florescerem e crescerem iniciativas em prol de cidades mais humanas. Foram projetos implementados, conhecimento que se multiplicou e acima de tudo novas mentalidades que se tornaram comuns.

Quem poderia imaginar que se falaria tanto em ruas para pessoas, cidades humanas e a resiliencia do espaço urbano. Nenhum desses conceitos é propriamente novo ou fruto do pensamento em voga nos últimos anos. Ainda assim, representam mentalidades que mudam.

Imaginar o futuro é certamente um bom prazer. E hoje, é possível visualizar mudanças que ajudem a tornar a vida nas cidades um pouco melhor. Cidades com mais bicicletas circulando em infraestrutura de qualidade, mais espaços de lazer e convivência que priorizem as pessoas, a valorização da qualidade de vida como pedra fundamental de todo o planejamento urbano.

Dificuldades continuarão no caminho e o apego ao passado de velhas estruturas também. Mas o próprio caos e as dificuldades de circulação de pessoas, algo tão premente nesse século XXI, serão a mola propulsora das transformações necessárias. O fator motivador para diferenciar as cidades, e os administradores do passado, das cidades do futuro.

Que o Natal venha em bicicleta

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O Natal persiste pelo encontro das famílias e dos afetos. Para além de presentes, são necessárias as lembranças e o carinho.

Que nessa e em todas as outras datas, a simplicidade da bicicleta esteja presente. Com muito vento no rosto e soluções simples para problemas complexos e que coloquem as pessoas sempre acima de objetos e máquinas.

Feliz Natal da equipe da Transporte Ativo!

Dez anos de Transporte Ativo

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Foi em 22 de dezembro de 2003 que a Transporte Ativo foi oficialmente fundada. Lá se vão exatos 10 anos de muito mais pessoas em mais bicicletas mais vezes. Uma trajetória que obviamente nos orgulha, mas que não foi pedalada sozinha.

Foram muitos quilômetros em patins, skates, bicicletas e a pé na construção de cidades mais humanas e mais legais para quem nelas vive.

Tem sido um belo percurso, sem data para acabar. Afinal, quando estamos em bicicleta, a jornada vale mais que o destino.

Por isso, nesses 10 anos, agradecemos a todos que estiveram conosco em algum momento. Os que pedalaram conosco, debateram, trocaram idéias, ou simplesmente ajudaram a levar os transportes ativos para um outro patamar no dia a dia das cidades.

O Campeonato Carioca de Cargueiras

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Inspirada nas Svajerløb dinamarquesas, será realizada em maio de 2014 a primeira corrida de entregadores em bicicleta da América Latina. O Campeonato Carioca de Cargueiras.

Desde já está lançada a pergunta, quem será o Rei do Rio?

A pedalada vai ser viking. Afinal foi em 1942 que os malemolentes entregadores dinamarqueses tiveram o seu primeiro campeonato. Um evento que valorizou os que faziam fluir a cidade e que aconteceu até a popularização das vans de entrega nos anos 1960.

A idéia da corrida reapareceu em Copenhague em 2009 e, claro, foi sucesso e diversão nas ruas.

Copacabana tem uma massa invisível de ciclistas, os heróis do proletariado. São os responsáveis por mais de 11.000 entregas diárias feitas em bicicletas e triciclos. Todos eles estão em uma situação parecida aos que pedalavam em Copenhague nos anos 1940.

Mais de 70 anos depois da primeira Svajerløb, valorizar as pessoas que utilizam a bicicleta, essa invenção com mais de 125 de bons serviços prestados, é um passo em busca de inclusão social, e também um evento irado.

No Rio de Janeiro vão haver prêmios para os entregadores mais bem colocados, mas a vitória será de todos esses heróis invisíveis que transportam de tudo pelas ruas.

 

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Para pensar as ruas de lazer

 

Foi através da experiência colombiana das “ciclovias” que o mundo descobriu um novo tipo de área de lazer urbana. Apesar da confusão no termo, para os colombianos, as ciclovias definem o que no Brasil seriam ruas de lazer.

Espaços que estão fechados para as pessoas e que em determinados horários, geralmente aos domingos, ficam abertos às pessoas. No Rio de Janeiro acontece na orla da praia e em milhares de ruas. Na cidade de São Paulo, os cidadãos também organizam as suas, mas o mais comum (e mais divulgado) são as ciclofaixas de lazer, a segregação de uma pista em grandes avenidas para o fluxo de bicicletas durante domingos e feriados.

O 8˚ Congresso da Rede de Ruas de Lazer das Américas aconteceu em Lima no Peru e mais uma vez buscou fazer avançar a discussão sobre o papel dessas zonas temporárias para as pessoas na transformação urbana.

A visão de longo prazo continua sendo a mesma, que as ruas de lazer se estendam para além de dias e horários específicos e tornem-se o uso corriqueiro do espaço público das ruas.

Cidades, aqueles espaços em constante construção e transformação, precisam se adequar ao século XXI, um tempo em que as pessoas estão mais preocupadas com a qualidade de vida e menos com a expansão do PIB à qualquer custo. Nada mais perfeito portanto que investir na felicidade interna bruta, uma das maneiras propostas para medir a riqueza das nações atualmente.

Por hora, é possível aprender como implementar e promover a realização de ruas de lazer, nos moldes colombianos. Ou como transformar ruas em espaços de lazer nas cidades brasileiras.

– Saiba mais sobre a rede CRA (Ciclovías Recreativas de las Américas).