Prêmio para jornalistas

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O ITPD em parceria com a Transporte Ativo e a ANDI convida a todos os jornalistas para participar do 2º Prêmio de Jornalismo Mobilidade Urbana Sustentável. O vencedor vai a Nova Iorque conhecer de perto em novembro de 2014 em uma visita técnica as melhores práticas internacionais em transportes e mobilidade urbana.

Até o dia 22 de agosto jornalistas poderão inscrever suas matérias e artigos relacionados ao tema, publicados em veículos de grande circulação entre janeiro de 2013 a julho de 2014. Um comitê de especialistas selecionará três finalistas (um vencedor e duas menções honrosas), com base em critérios como qualidade das informações, grau de inovação e relevância para a sociedade.

“Nova Iorque mostra que é possível criar uma cidade competitiva ao investir em transportes mais sustentáveis, espaços públicos de qualidade e áreas verdes”, conta o jornalista Julio Lamas, vencedor da primeira edição do prêmio em 2013 com a matéria ‘Como desatar este nó‘, publicada pela revista National Geographic, que concorreu com mais de 50 matérias de 17 veículos diferentes. Para Júlio, o prêmio é importante para atrair mais investimento e interesse pelo assunto nas redações. Atualmente, Julio assina a coluna Urbanidades, no site Planeta Sustentável.

O prêmio ocorre simultaneamente nos escritórios regionais do ITDP México e Argentina. Para se inscrever, baixe o regulamento do prêmio e os termos de autorização do jornalista e editor. Além do apoio da Transporte Ativo e ANDI – Comunicação e Direitos, o prêmio tem patrocínio do Banco Itaú.

Comunicação em prol da mobilidade

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A mobilidade sustentável e a readequação das cidades brasileiras acaba de ganhar um incentivo a mais.

ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) lança o 1o Prêmio de Jornalismo de Mobilidade Urbana Sustentável. A iniciativa irá premiar jornalistas brasileiros que publicaram matérias que buscaram “conscientizar as pessoas sobre a necessidade de melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades, por meio de políticas adequadas de transporte sustentável.”

Jornalistas deverão inscrever suas reportagens entre os dias 15 de maio e 15 de julho de 2013 através do email premio@itdp.org. O material inscrito deve ter sido publicado em meios de grande circulação nacional ou regional, entre 1 de janeiro de 2012 e 14 de julho de 2013, no Brasil.

Os inscritos serão selecionados por um comitê de especialistas que irá escolher 3 finalistas. Dentre os três haverá um vencedor e duas menções honrosas. O jornalista escolhido ganhará uma viagem para Nova Iorque para participar de uma visita técnica às iniciativas de mobilidade sustentável em outubro de 2013.

Faça um jornalista se apaixonar pela bicicleta

A relação entre quem busca promover a bicicleta e a mídia nem sempre flui da melhor maneira. Há muitas vezes um ruído de comunicação e as famosas “pautas prontas” em que jornalistas saem a caça de “especialistas” para poder confirmar uma ideia pré-concebida. Em relação aos ciclistas, nem sempre somos capazes de construir um discurso claro e adequado ao veículo e à pauta. Pior ainda, os “cicloativistas” ultimamente tem sido depreciados por colunistas da grande imprensa.

Um texto da Federação Européia de Ciclistas traz alguns pontos fundamentais que são válidos também aqui no Brasil. A inspiração para o artigo vem de uma campanha iniciada pelo tradicional (e conservador) periódico inglês The Times. Após o atropelamento de um de seus jornalistas, eles iniciaram uma campanha em prol da bicicleta em Londres e, claro, em defesa da segurança viária. Um ato infeliz muito perto do dia a dia do jornal motivou a uma mudança radical de posição, mas não precisa ser assim. Afinal o que menos precisamos é vincular a bicicleta a tragédias, mortes e às páginas policiais.

Pautar a mídia em favor da bicicleta não é fácil, afinal a quantidade de programas policialescos e a repercussão dos crimes de trânsito acaba alimentando um círculo vicioso de más notícias. De qualquer forma, alguns passos podem ajudar a promover a bicicleta de uma maneira positiva e deixar os jornalistas apaixonados por esse veículo, de duas rodas.

Torne a Bicicleta atraente

Mikael Colville-Andersen pode até ser acusado de ter um plano complexo de seduzir jornalistas e atraí-los para as bicicletas. O modus operandi é bastante simples. Tudo começou com uma bela foto de uma moça em roupas casuais parada em um semáforo qualquer em Copenhague. Dali nasceu o movimento “cycling chic”.

A estratégia certamente provou-se um sucesso, afinal todo mundo gosta de beleza e imagens bonitas de pessoas pedalando certamente ajudam a vender jornais e revistas.

Um outro exemplo na mesma linha são os desafios intermodais, uma iniciativa simples que mostra que no trânsito travado das grandes cidades a bicicleta é uma maneira atraente de se deslocar com velocidade.

Infraestrutura do tipo faça você mesmo

Antes das imagens de uma ciclofaixa cidadã feita no México, os cicloativistas paulistanos já estavam à solta munidos de stencils desenhando bicicletinhas no asfalto. O exemplo se espalhou, e os curitibanos que adaptaram a ideia no Paraná acabaram sendo multados por crime ambiental e hoje estão às voltas com a justiça tentando resolver a questão.

Já os pares mexicanos obtiveram grande êxito em chamar a atenção para a necessidade de infraestrutura segura para a circulação de bicicleta. Apesar de poder ter consequências negativas, infraestrutura cicloviária do tipo “faça você mesmo” costuma ser uma pauta positiva e que gera um debate social necessário.

Ciclistas Infiltrados

Com o aumento no número de ciclistas essa é uma tendência inexorável e que traz enormes frutos. Esses ciclistas invisíveis, carinhosamente chamados de infiltrados, estão em toda parte e dentro de uma redação jornalística são capazes de influenciar colegas que não pedalam a ver a bicicleta com bons olhos.

Talvez exatamente por isso o projeto Bikeanjo seja tão genial e tenha tido uma repercussão tão positiva junto à mídia brasileira. Ao invés de uma entrevista por telefone, ou um bate papo em alguma esquina, o bikeanjo sempre escolta o jornalista para conhecer a realidade das ruas. Nem todos tornam-se ciclistas no dia a dia, mas certamente o vento no rosto e a lembrança daqueles momentos de infância ajudam qualquer um a falar bem da bicicleta.

Esqueça os ciclistas

Esse ponto a princípio pode parecer até controverso, mas na tese defendida pelo consultor de mobilidade Gil Peñalosa ele acredita que “não devemos falar sobre ciclistas“.

“Imagine que uma cidade tem 2% dos cidadãos que são usuários da bicicleta e 60% utilizam o carro. As pessoas dirão que você está contra os 60%”, completa.

A adoção de Zonas 30, cada vez mais comuns na Europa, bem como no Rio de Janeiro, é uma iniciativa que beneficia antes de mais nada as pessoas. É a melhor forma de fazer com que nossas cidades tenham mais qualidade de vida, ao invés de serem um emaranhado de vias expressas. Uma iniciativa feita para beneficiar os ciclistas, mas que atinge de maneira positiva todos os cidadãos.

Tornar nossas cidades lugares melhores para pedalar talvez passe justamente por deixar de lado o “cicloativismo”, e pensar na qualidade de vida de nossas cidades. Afinal o confronto e o foco excessivo nas necessidades dos ciclistas é o que motiva colunistas de jornal a apelidarem os cicloativistas de “talibikers”, ou outros termos pejorativos.

Mais do que cidades para bicicletas, precisamos humanizar o ambiente urbano e um bom relacionamento entre jornalistas e nossa querida bicicleta é certamente um bom caminho.

Arte carioca e as bicicletas

As cidades respiram arte, e pela soma de diversidades humanas, produzem cultura. Uma reportagem da Folha de São Paulo, focada na rivalidade artística entre cariocas e paulistanos, indiretamente fala sobre os impactos da atmosfera urbana na produção artística.

O Rio de Janeiro é a cidade do informal, da produção que visa mais que o lucro financeiro. São Paulo é onde está o dinheiro de grandes galerias, colecionadores e o mercado. Até que ponto esse clichês são verdadeiros é algo a ser debatido.

No entanto, um detalhe na foto que ilustra a matéria chama atenção de qualquer ciclista, a presença da bicicleta como acessório do artista. E a partir daí é possível mergulhar naquela que é uma grande riqueza carioca, seus espaços públicos.

Além de riqueza e belezas naturais, desde os tempos de João do Rio, os cariocas produzem reflexões sobre a tal Alma Encantadora das Ruas. Não é só a exuberância das praias e dos maciços rochosos que vem a inspiração carioca, mas da fluidez de encontros, conflitos e convívios somente possível nas ruas. Nas esquinas com seus botecos, nas ladeiras de Santa Teresa, sob os Arcos da Lapa ou em uma lanchonete em Copacabana.

O carioca é das ruas e por isso a bicicleta é o veiculo perfeito para quem produz sua arte na Cidade Maravilhosa. Quem pedala pode flanar sem rumo, ou voar rumo ao um destino certo, basta escolher.

A matéria da Folha pode ser lida na integra, somente por assinantes, aqui: Bonitos Bacanas Sacanas Modernos