Natal para as pessoas

Natal sem carro Copacabana

O tradicional show de Natal do rei Roberto Carlos teve seu palco em plena praia de Copacabana. Um cartão postal da cidade e um ícone brasileiro, juntos.

Para que o público estimado de 1 milhão de pessoas pudesse assistir ao show e circular pelo bairro, a Prefeitura do Rio montou um esquema especial de circulação. A partir das 15hs, o acesso de automóveis particulares em Copacabana ficou restrito. Uma medida simples que desagradou alguns, mas foi responsável pela facilidade de circulação de todos. Mais pessoas puderam circular, apenas os motoristas tiveram de escolher outro meio de transporte.

Os moradores de Copacabana e a população flutuante já sabem que o bairro é pouco convidativo à circulação de automóveis. A falta de espaço nas ruas e para o estacionamento é o principal problema. Reza a lenda que se todos os moradores saíssem, a pé, de seus apartamentos, não haveira espaço nas ruas do bairro.

Refletindo em relação ao problema e fazendo as contas a conclusão é simples. O automóvel particular, veículo individual de uso no espaço público, infelizmente não tem vez nas ruas de Copacabana. Seja no cotidiano, ou principalmente na realização de grandes eventos. E para que todos possam ter garantido o sagrado direito de ir e vir, é preciso que seja restringida a circulação de carros, e somente deles.

Assim foi feito. Os cariocas ganharam um show de presente, a cidade reforçou seu caráter de palco mundial de rara beleza. A contrapartida foi deixar o carro na garagem ou fazer uso dos transporte ativos, transporte público ou táxi.

Esporte de velocidade em circuito fechado

The First Belgian ROLLAPALUZA – The movie

Homem e máquina em uma disputa com muita adrenalina. Os ouvidos são preenchidos pelo arfar do sprint final, pelo bate papo entre amigos e o brindar de garrafas.

Desde o ano 2000 uma equipe inglesa tem buscado popularizar novamente o que em inglês se chama “roller racing”, ou, em uma tradução literal, corrida de rolo. Tudo muito simples, divertido e muito parecido com o que se fazia em durante o século XX nos teatros, palcos de cinema, etc. Bem parecido com o que acontece no filme Bicicletas de Belleville, mas com as bicicletas à frente da tela.

Mais do que uma atividade física para quem pratica, o esporte tem um importante papel de socialização e integração entre os espectadores. Aqueles que envolvem a bicicleta merecem, nos dias de hoje, mais destaque pela valorização da simplicidade e do papel lúdico dessa máquina tão bonita e cheia de usos.

Outra vantagem da bicicleta é que a mesma bicicleta fixa que se usa nas corridas de rolo, pode te levar até o “show” com tranquilidade. Já para os que gostam de esportes motorizados, a recomendação oficial é deixar o carro em casa. Seja para a Formula 1, ou o Salão do Automóvel. Faz pensar sobre a viabilidade de cada veículo em nossas cidades.

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Memórias de ciclistas fotografados

Sombra do movimento

Um hábito que aos poucos desenvolvemos na Transporte Ativo foi de “colecionar ciclistas”. Tem quem viaje e vá direto aos monumentos, nós preferimos pitadas de ciclistas em movimento. Bicicletas estacionadas e uma boa ciclovia tem seu charme, mas nada supera a poesia em movimento.

Para compartilhar esse hábito cotidiano, começamos a coleção “Bicicleta todo dia”. Simples, de preferência plasticamente agradável e que conte uma pequena história sem palavras.

Para entender melhor esse hábito, basta conferir nossas contagens fotográficas e um pouco sobre as viagens. O “Bicicleta todo dia” é também uma simples constatação de que mesmo sem viajar ou ficar mais de 12h em um mesmo lugar fotografando ciclistas é possível e prazeiroso colecionar imagens do cotidiano movido a pedais.

Veja: Bicicleta Todo dia – I

Sempre à frente

A cidade do Rio de Janeiro tem planejado e executado uma série de intervenções cicloviárias espalhadas em toda a cidade. Tem na Zona Norte e na Zona Sul, na Zona Oeste e também na ilha do Fundão. A maior malha cicloviária em extensão segue em expansão.

Transformar uma cidade não é tarefa a ser feita do dia para a noite, mas assim como na bicicleta, quando a cidade entra em movimento, a mesma lei da inércia que paralisa, ajuda a seguir em frente.

O planejamento cicloviário no Rio de Janeiro tem sido feito como forma de corrigir graves problemas na mobilidade urbana da futura sede das Olimpíadas de 2016 que também será palco da Copa de 2014. Grandes eventos só fazem sentido quando fica presente o famoso “legado” e as bicicletas na cidade maravilhosa já estão usufruindo desde já desse famoso legado.

Malha Cicloviária Rio de Janeiro

A figura acima (clique para ampliar) ilustra em azul todas as obras em andamento ou que serão iniciadas em novembro. Em vermelho estão assinaladas a infraestrutura existente. Cabe ressaltar que nos projetos com previsão de conclusão até 2012 está a criação da maior rede interligada das Américas com um total de mais 100km, a malha cicloviária da Barra da Tijuca e baixada de Jacarepaguá.

Em detalhes temos o seguinte:

Zona Norte/Tijuca: liga a Praça Saens Peña ao Maracanã e a ciclovia existente lá, tem também uma variante pela rua Jaceguai.

Zona Sul: uma ligação da Orla de Copacabana à Botafogo via túnel velho, ligação da Orla de Ipanema à estação General Osório do Metrô, ligação da ciclovia Mané Garrincha à Praia Vermelha e por fim uma ligação da Ciclovia Rubro Negra na Praça Sibélius com a ciclovia da General Garzon via Jardim Botânico.

Zona Oeste: uma ligação da ciclovia Bangu/Campo Grande (existente) a estação de trem Campo Grande e daí até a ciclovia da Alfredo Del Cima, com mais uma ligação até a ciclovia existente na Senador Camará em Santa Cruz (14km), e daí segue por 5km pela João XXII até o acesso da Companhia Siderúrgica do Atlântico.

Baixada de Jacarepaguá: cria uma rede no entorno da ciclovia já existente em Curicica e a outra faz uma nova rede ligando a Praça Seca à Vila Valqueire, com 7,7 km.

Ilha do Fundão: serão 14km sendo 5 já inaugurados. O trajeto inaugurado passa pelos prédios da UFRJ e o refeitório. Os outros 9km serão mais bucólicos passando pelas praias e recantos da llha, esta foi uma iniciativa da Prefeitura do Campus da UFRJ.

No total serão implantados 64kms em 2010, 59kms em 2011 e 50kms em 2012, mas pelo jeito que as coisas vão é possível que esta marca seja superada.

Bicicleta e comunidade

Cada ciclista sabe um pouco e um ajuda o outro, simples assim. É a oficina “Mão na Roda”, que o pessoal da Ciclocidade organiza toda quinta-feira na Vila Madalena em São Paulo.

A iniciativa é uma transposição para a paulicéia do conceito norte-americano de “Bike kitchen“. Uma oficina colaborativa em que ciclistas doam seu tempo e conhecimento. Cada um traz as ferramentas que tem e aos poucos o espaço também recebe doações de instrumental e itens de uso corrente. Somando tudo chega-se a várias bicicletas sendo cuidadas, limpas, adesivadas, recebendo novos acessórios, tudo ao mesmo tempo.

Nessa quinta-feira teve visita do Edu Green, cidadão do mundo, radicado em Floripa. Ele está à frente do Caminhos do Sertão e é obcecado por luzes. Depois de uma breve apresentação sobre refletivos, luzes e dínamos, mão na roda e na graxa, com direito a cerveja gelada e bate-papo animado.

Mudar o mundo é divertido, um pedalada de cada vez e de preferência entre amigos.

Saiba mais sobre a oficina Mão na Roda.

Onde?

Espaço Contraponto, na Rua Medeiros de Albuquerque, 55 – Vila Madalena

Quando?
Toda a quinta-feira, das 18h às 22h.

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