Cerimônia de entrega do XII Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta

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O Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta tem seu ponto máximo na cerimônia de entrega dos troféus, certificados e kits aos escolhidos pela comissão avaliadora. A TA sempre procura realizar a entrega em um evento marcante e com público especial para que os agraciados sejam reconhecidos por quem mais sabe da importância de seus projetos.

Este ano a entrega aconteceu no Auditório Diversidade do Shimano Fest, com uma plateia repleta de ciclistas e amantes das bicicletas que compartilharam com os premiados entrega dos kits e puderam ouvir um pouco sobre cada projeto premiado.

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Esse encontro é sempre uma ocasião especial, reunindo algumas das melhores iniciativas de promoção ao uso da bicicleta para a mobilidade humana no país. É onde plantamos a semente para que no próximo ano, novos e impactantes projetos e empreendimentos se inscrevam para inspirar todos aqueles que, como nós, trabalham e desejam que mais pessoas pedalem mais vezes.

Agradecemos muito aos organizadores do evento que nos acolheu, proporcionando um momento muito especial para todos! Uma verdadeira festa dentro de outra! E ao Itaú, que acredita no poder das bicicletas para transformar nossas cidades e tornou possível a realização do prêmio em todas as suas doze edições.

Parabéns aos vencedores, a todos os participantes e até 2026!

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XII Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil | Resultados

TA2025-Diploma-POST-01Em sua décima segunda edição, o prêmio “Promovendo a Mobilidade por Bicicleta” novamente homenageia iniciativas brasileiras em prol do uso das bicicletas, pois boas ideias merecem e precisam ser reconhecidas e bonificadas!

Outro ano e vários projetos interessantes, bastante diversidade, pouca inovação, mas projetos cada vez mais consistentes. A seleção não foi fácil e a tarefa de deixar tanta coisa boa de fora foi árdua.

As organizações premiadas receberão dez mil reais para darem continuidade ou aprimorarem seus projetos.
A entrega de Prêmios acontecerá no Shimano Fest, em São Paulo no mês de agosto!

Conheça as melhores iniciativas deste ano:

1º Lugar Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:

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AMECICLO

5 anos do Fundo de Ações Livres
O Fundo de Ações Livres (FAL) é um edital auto gerido da Ameciclo que, desde 2019, fomenta ações educativas e de sensibilização em mobilidade urbana ativa na Região Metropolitana do Recife. Criado com o objetivo de descentralizar recursos e impulsionar o protagonismo de territórios e coletivos periféricos, o FAL já apoiou 24 iniciativas com até R$ 1.000,00 cada, totalizando cinco anos de incentivo a projetos criativos, populares e diversos. Voltado a pessoas físicas, coletivos não formalizados, pequenos empreendedores (MEI/ME) e organizações sem fins lucrativos, o FAL aposta em formatos flexíveis e processos simplificados de inscrição e prestação de contas. As ações contempladas envolvem oficinas, jogos, produção audiovisual, arte urbana, homenagens a vítimas do trânsito, formações em escolas e intervenções no espaço público. Mais do que apoiar financeiramente, o FAL cria redes de afeto e solidariedade, amplia o debate sobre mobilidade e possibilita que ideias locais ganhem força e visibilidade. Relatos de participantes mostram que o fundo é muitas vezes a primeira oportunidade para transformar projetos em realidade, alcançando públicos diversos e promovendo o uso da bicicleta como ferramenta de educação, inclusão e transformação social.

Menções Honrosas Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:

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Coletivo ParáCiclo

Circuito de Mobilidade
Circuito de Mobilidade de Belém – composto por mini fóruns, realizados em territórios periféricos; atividade pensada para colocar a população no centro do debate climático. A ideia é construir juntos propostas que melhorem a   vida em nossas periferias, a partir das nossas vivências na Amazônia urbana. Com objetivo de dialogar sobre quais políticas públicas cada território deseja, tendo a mobilidade como pauta principal, a proposta é levar a demanda da população ao poder público, a partir das vozes de quem é mais impactado pelos efeitos da crise climática. Trocamos experiências de como a falta de transporte público digno, ciclovias, ciclofaixas e calçadas de qualidade nos tiram o acesso a direitos básicos como lazer, educação, saúde e atravessam nossas rotinas; do quanto estas ausências afetam nosso pleno direito a cidade. Ainda dentro da programação do Circuito de Mobilidade, contamos com artistas que fizeram a facilitação gráfica, estratégia para ter uma relatoria lúdica do evento; e com grafiteiros, que deixaram nas paredes dos territórios artes como legados da nossa passagem por lá. Dentro de todo este contexto, queremos ser parte da solução e não parte do problema.

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Pedala Manaus

NƗRAƗRIDE
Inspirado na iniciativa das bicicletas brancas, promovida pelo grupo PROVOS na década de 60 na Holanda e no Bota pra Rodar da AMECICLO de Recife, o Pedala Manaus recolhe bicicletas sem uso que são doadas, recondiciona em oficinas de manutenção e pintura e as entrega para as comunidades indígenas, dentro de um sistema de compartilhamento. Ou seja, as bicicletas se tornam públicas para uso de toda a comunidade, estimulando também a economia circular. O projeto tem uma segunda etapa que é de desenvolver o empreendedorismo na comunidade capacitando e realizando oficinas de mecânicas com os jovens. Também faz parte desenvolver um aplicativo que possa fazer a gestão do sistema e torná-lo mais funcional para a comunidade.

1º Lugar Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:

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AMECICLO

IDECICLO – Consolidando uma metodologia nacional
O IDECICLO Nacional desenvolve um índice padronizado para avaliar a infraestrutura cicloviária em cidades brasileiras. Na fase piloto (até dez/2024), o projeto integrou 15 municípios de 4 regiões, auditando 31,2 km de vias, divididos em 44 trechos e mobilizando 31 avaliadores treinados no protocolo de planejamento, projeto, urbanidade e manutenção. A governança incluiu 19 reuniões nacionais e 7 consultorias técnicas com ITDP e WRI, assegurando rigor metodológico e adesão ao Manual original do IDECICLO (2018) para eixos e indicadores. Durante o Bicicultura 2024, 47 participantes priorizaram fatores de avaliação, informando ajustes no Manual de Aplicação (prévia de 50 págs.) atualmente em revisão final. Financeiramente, R$25.419,11 de um total de R$50.000,00 foram aplicados em equipe técnica, consultorias e design, com transparência de custos. O IDECICLO Nacional oferecerá, em breve, um guia gráfico definitivo e uma ferramenta computacional para cálculo automatizado do índice, facilitando a auditoria cidadã e o monitoramento contínuo da qualidade cicloviária. Esta abordagem robusta e participativa fornece subsídios empíricos para orientar políticas públicas cicláveis e promover cidades mais seguras e inclusivas para o uso da bicicleta.

Menções Honrosas Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:

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AMECICLO

Análise das Consequências do Desligamento das Lombadas Eletrônicas
Esta pesquisa compara dois ciclos de 12 meses no Recife antes e depois do desligamento noturno das lombadas eletrônicas (jul/22–jun/23 vs. jul/23–jun/24), usando dados oficiais do Portal de Dados Abertos e da CTTU. Após junho de 2023, as multas por lombadas caíram de média de 3.843 por mês para zero, sem aumento compensatório em outras infrações, o que indica perda de efetividade fiscalizadora. Durante o desligamento noturno, constatou-se aumento de seis vezes na proporção de motoristas acima do limite, alcançando até 7% de infrações às 3h. No mesmo período, os sinistros com vítimas subiram 77,6% (2.196 para 3.901), evidenciando correlação direta entre fiscalização e segurança. A queda de 23% na arrecadação (R$76,6M → R$58,9M) comprometeu recursos para manutenção viária e educação no trânsito. Estes resultados reforçam a necessidade de reativar integralmente a fiscalização eletrônica de velocidade, garantindo operação 24h e participação social no monitoramento, a fim de reduzir sinistros e preservar receitas destinadas à mobilidade urbana

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AMECICLO

Ciclodados – A plataforma da bicicleta no Recife
O CICLODADOS é uma iniciativa de pesquisa aplicada que desenvolve uma plataforma unificada para centralizar e analisar dados de mobilidade cicloviária no Recife e Região Metropolitana. Em sua fase piloto (janeiro–maio 2025), o projeto integrou > 5 fontes distintas — incluindo contagens manuais de ciclistas, bancos de dados do SUS e CTTU, e informações geoespaciais da Prefeitura e do IBGE — utilizando PostgreSQL/PostGIS e Drizzle ORM para padronização e georreferenciamento. A prototipagem em Remix (frontend) e Express.js (backend), aliada ao Strapi CMS e ao Ameciclobot (Telegram), viabilizou a publicação de dashboards interativos em Metabase e Figma, com métricas de uso em tempo real e indicadores de desempenho (cronograma, funcionalidades e integração de dados) em fase de validação. Metodologicamente, foram adotadas rotinas automatizadas de ETL e testes de usabilidade que garantem qualidade e confiabilidade na captura e apresentação dos dados. O uso de inteligência artificial (ChatGPT e Whisper) no fluxo de relatórios preliminares destaca-se como inovação para acelerar análises qualitativas e quantitativas. O CICLODADOS oferece subsídios robustos para pesquisas urbanas, orientando políticas cicloviárias baseadas em evidências e promovendo maior transparência e participação comunitária na gestão da mobilidade por bicicleta.

1º Lugar Categoria Empreendedorismo:

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Projeto Social Pedalar

Projeto Social Pedalar
O Projeto Social Pedalar atua em Maria Paula, Niterói (RJ), promovendo inclusão social e acesso à mobilidade por bicicleta para crianças, jovens e famílias de baixa renda. Iniciado com passeios e atividades físicas, o projeto evoluiu para uma forte atuação comunitária, onde a bicicleta é entendida como ferramenta de direito à cidade, autonomia e transformação de vidas. Seu eixo central é a arrecadação, recuperação e doação de bicicletas. Parcerias com ciclistas e oficinas locais viabilizam a restauração de bikes usadas, que são doadas a jovens que, muitas vezes, recebem sua primeira bicicleta. Cada doação é acompanhada de orientação em segurança, manutenção e educação para o trânsito. Mais de 100 bicicletas já foram entregues, ampliando a mobilidade de quem passa a ter acesso facilitado a escola, trabalho e atividades culturais. As entregas ocorrem em eventos comunitários, que também envolvem feiras de artesanato e economia solidária, fortalecendo redes econômicas locais. O Pedalar demonstra como o empreendedorismo social e a bicicleta podem, juntos, gerar oportunidades reais, ampliar o pertencimento à cidade e transformar trajetórias de vida, especialmente na juventude periférica.

Menções Honrosas Categoria Empreendedorismo:

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Atelier Bicicine

Ciclo Oficina
O Atelier nasceu em 2012 na galeria Carmo Sion, idealizado e criado pelo apaixonado por bicicletas João Ziller. A ideia era fazer um ponto de encontro de tribos da cultura ciclística de BH. Com o foco em ciclismo urbano e para incentivar que mais pessoas adote o bicicletas como meio de transporte na cidade, os preços são mais justos e uma mão de obra de qualidade e personalizada. Ao contrario das outras oficinas de BH, na qual a maioria esconde a área onde é feita os serviços na bicicleta e foca em vendas de novas bicicletas e acessórios, no atalier este espaço é o nosso cartão de visitas, onde o cliente pode entrar, acompanhar e participar no processo de serviços que estão sendo realizados em sua bicicleta, sendo um atendimento mais próximo, sem esconder os detalhes ao cliente.

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Trio – Caminhos Sustentáveis

Bicitaxi Solar Rio de Janeiro
Oferecemos transporte sustentável – bicitáxis com assistência elétrica e painéis solares — para turismo cultural no centro, Lapa e Zona Portuária. Realizamos passeios guiados, e trajetos curtos entre museus, centros culturais e pontos históricos. Nossos veículos são conduzidos por operadores treinados, conhecedores das ofertas culturais da região. A velocidade dos veículos é limitada a 20 km/h, e contam com freios hidráulicos a disco e cintos de segurança para garantir a proteção dos passageiros, pedestres e ciclistas. Nosso serviço é especialmente útil para pessoas com deficiência de mobilidade, idosos, e pessoas com deficiência visual. Operamos até cinco veículos dependendo da demanda sazonal, mas planejamos expandir nossa frota e, eventualmente, oferecer um serviço gratuito na zona portuária para estimular visitas à região. Já percorremos mais de 17.500 km em trajetos, atendemos um número estimado de 40.000 passageiros e mantemos uma classificação cinco estrelas no Viator, TripAdvisor, Google Maps e Airbnb Experiences. Desenvolvemos um laboratório de baterias de lítio, garantindo a máxima vida útil de nossos equipamentos, e as baterias são recicladas ao fim de sua vida útil. Doamos nosso espaço de oficina e mão de obra para coletar e reformar bicicletas usadas, destinando-as aos moradores da favela da Providência.

Agradecemos a todos os que se inscreveram, pela participação e por estarem Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, ao comitê que avaliou os projetos e ao Itaú-Unibanco por financiar a iniciativa, acreditando no potencial das bicicletas!

Encontro para Desenvolvimento Pesquisa Perfil Ciclista

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O Encontro para Desenvolvimento e Avaliação da Pesquisa Perfil do Ciclista, aconteceu em seguida ao V Workshop Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil, aproveitando os participantes de um evento no outro. Houve uma rodada de perguntas e respostas rápidas sobre a participação na pesquisa, seguida de uma rodada para críticas e sugestões, que somadas às repostas das perguntas rápidas, nos guiarão em direção a melhorias para futuras edições, tanto na parte metodológica, quanto estrutural e de campo, buscando facilitar a participação para que um número ainda maior de cidades consigam participar.

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A pesquisadora Juliana DeCastro, especialista em Mobilidade Ativa e gestão de dados apresentou a palestra “Uma década de Perfil Ciclista: histórico, redes e continuidade”, onde nos mostrou a evolução quantitativa ao longo das quatro edições, descobertas consistentes, a importância e potencial dos dados coletados, desafios, oportunidades, reconhecimento, engajamento multissetorial, aplicação em políticas públicas e perspectivas futuras. Na sequência, um bate papo aberto com trocas de impressões e um ótimo debate sobre possibilidades.

As cidades participantes foram:
Aracaju SE
Rio RJ
Recife PE
Belém PA
João Pessoa PB
Cruzeiro do Sul AC
Araucária PR
Niterói RJ
Seropédica RJ
Manaus AM

As trocas e aprendizados foram excelentes e em muito contribuirão na busca por melhorias para que a edição 2027 seja ainda melhor.
A rodada de perguntas e respostas, assim com o papo aberto, foram gravadas na íntegra em áudio e vídeo, para posterior análise e resumo do conteúdo, caso tenha interesse em assistir, os vídeos do encontro podem ser vistos clicando aqui.

Pra finalizar, no dia seguinte uma pedalada pelo Centro do Rio e seu entorno, com muita conversa sobre cidades, bicicletas e muito mais!perfil_2

A Pesquisa Perfil e o Paraná

A Pesquisa Perfil segue, como esperado, seus caminhos pelas cidades participantes. As cidades paranaenses de Araucária e Paranaguá são destaque no uso imediato dos dados coletados!

Paranaguá, através do Instituto Ecoe e da incansável Muriel Syriani, foi a primeira cidade a ir a campo, logo no início da janela de tempo, e a primeira a finalizar o armazenamento dos dados na plataforma online. Muriel foi também a pesquisadora que realizou mais entrevistas dentre as 252 pessoas envolvidas na coleta de dados, 525! Além disso, logo que o relatório final ficou pronto, ela já partiu para compartilhar os resultados com o Poder Público local, se reunindo com as Secretarias de Segurança, Cultura & Turismo, Educação e Esportes, Saúde, Meio Ambiente e Urbanismo. Esse é um dos objetivos da Pesquisa, levar os dados sobre as bicicletas na cidade a quem decide, para um planejamento baseado em evidências, logo mais eficaz!

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Em Araucária, a Pesquisa foi realizada pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura e coordenada pela Natalia Mealha,  já de olho no planejamento para bicicletas da cidade, impulsionadas pelo que viram no evento Paranabici em 2023 e já publicaram um documento detalhado com os resultados. Também emplacaram uma matéria no Portal do Cidadão.

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A Pesquisa já gerou aproximadamente 50 mídias, e vem cumprindo seu papel de apresentar para o público em geral, técnicos e aqueles que promovem as bicicletas as necessidades e anseios dos ciclistas em diversas cidades brasileiras.

Que o exemplo paranaense se espalhe e mais cidades participantes façam um bom uso dos dados coletados. E que mais cidades se envolvam na próxima rodada em 2027.

Matérias sobre a Pesquisa em ambas as cidades:
· TVCI – Bom Dia Litoral | Perfil do Ciclista Paranaguá.
· TV Globo Paraná – Meio Dia | Pesquisa mapeia quem usa bicicleta em Araucária.

Recife, também já tem os dados em uso, confira!
No Rio de Janeiro, diversas Secretarias do Município, também já estão de posse e utilizando as informações da pesquisa.

A faixa de pedestres no meio do caminho

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O respeito a uma faixa de pedestres sem sinal de trânsito (farol, sinaleira, dependendo de onde você vive) demanda uma série de fatores mas, acima de tudo, civilidade. Algo que pode ser bem raro hoje em dia. Por vezes parece que a faixa de pedestres é como uma pedra no meio do caminho do trânsito que não poderá fluir à vontade, levando as pessoas de bem para seus compromissos importantes e que ela, a faixa, está lá para atrapalhar quem trabalha e gera desenvolvimento para a cidade, para o estado e para o país.

Caminhar é a forma mais simples de transitar, é o modal de mobilidade mais acessível, barato e democrático. É, portanto, o mais utilizado e por uma lógica simples é ele que mais contribui para o desenvolvimento da cidade. Veja bem, ainda que usemos carros, motos e ônibus, sempre teremos que caminhar um trecho até pegar o transporte ou depois de descer/estacionar. Sem a caminhada inicial ou final os demais modais perdem o sentido, o trajeto fica incompleto, afinal de contas é raríssimo que um trajeto seja feito apenas com o modal motorizado, do início ao destino final, de porta a porta. É preciso caminhar para estudar, trabalhar, fazer compras, consulta médica, lazer, namorar, casar.

No caso das cargas, também. Ainda que elas sejam transportadas por caminhões, VUCs, vans e não a pé, muitos consumidores chegam a pé para comprar as mercadorias e as levam embora… também a pé, ou para o transporte que as levará para casa. E se pedir entrega em casa, parte desse trajeto poderá feito a pé pelo entregador se ele usar um veículo motorizado.

Assim, se a faixa de pedestres está lá para garantir que o pedestre chegue em segurança até o outro lado da rua e consiga cumprir com seu trajeto até o seu destino, ela faz parte do sistema de transportes que garante a mobilidade dos cidadãos. Ela não é uma pedra no caminho, mas a mais simples forma de explicitar que todos os modais estão interligados à simples caminhada. Respeitemos a faixa de pedestres, inclusive quando estivermos de bicicleta, pois um dia também vamos precisar dela. A vida em sociedade e a civilidade precisa da faixa de pedestres todo dia.