A evolução do mapeamento cicloviário

Representar a cidade para a bicicleta é sempre o desafio e os dados sobre infraestrutura cicloviária no Rio de Janeiro já estiveram perdidos em diversas fontes. Era difícil conhecer um pouco da história das ciclovias e seus trajetos.

Para suprir essa necessidade, criamos (em 2006) um banco de dados em nosso site com o mapa e um resumo sobre cada uma das ciclovias cariocas. A iniciativa cumpriu seu papel e ganhou algumas atualizações ao longo dos anos.

Até que veio o mapa cicloviário unificado do Rio de Janeiro e a partir dele um outro caminho se desenhou para mapear os espaços da bicicleta na cidade. Era preciso ir além da delimitação de uma cartografia, tornou-se necessário um diálogo entre os ciclistas e o espaço urbano para ir além da infraestrutura existente e influenciar na construção de uma cidade amiga da bicicleta.

Como mostra o vídeo acima, o Itinere é parte desse diálogo, uma iniciativa que visa ajudar “ciclistas urbanos a identificarem pontos seguros e problemas na sua cidade.”

Os idealizadores do aplicativo colaborativo estão com o projeto em crowdfunding para que os ciclistas do Brasil inteiro possam ajudar a viabilizar a iniciativa e seguir com o diálogo urbanístico que visa nada menos que modificar as nossas cidades de maneira afetiva e efetiva.

A receita está pronta e qualquer um pode criar o mapa cicloviário da sua cidade.

Mapas baseados no da Transporte Ativo:

Mapa cicloviário de São Francisco do Sul

Mapa Cicloviário de Belo Horizonte

Mapa Cicloviário do Rio de Janeiro

Niterói a caminho

Outros mapas cicloviários legais:

– Bikeit (avaliação dos lugares com bicicletário em São Paulo)

Bikepoints Ciclomídia (estabelecimentos comerciais com bicicletários em São Paulo)

Sistema Cicloviário do Recife

– Mapa Cicloviário de Sorocaba (em googleMaps)

Conhece algum outro, mande nos comentários!

Apps:

Rio de Bicicleta, para dispositivos Android

Mapa Cicloviário do Rio de Janeiro para dispositivos iOS

Itinere

Conheça a evolução do Mapa Cicloviário da Transporte Ativo:

– Fase 1

– Fase 2

– Fase 3

– Fase 4

– Fase 5

 

A mágica de um bicicletário móvel

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Todo destino de interesse para ciclistas (e potenciais ciclistas) deveria ter um bicicletário. A realidade ainda não é assim e nem sempre quem pedala consegue estacionar a bicicleta em um lugar de fácil acesso ao seu destino.

Mas para resolver esse problema é que existe o bicicletário móvel. Uma solução simples e direta para garantir comodidade a quem pedala até um evento. Para os ciclistas é simplesmente conforto e gentileza, para as pessoas que estão ao redor é a visualização da demanda reprimida.

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A velha máxima continua, se você construir, as bicicletas irão aparecer. Ou no caso do bicicletário móvel, com vagas na porta, a bicicleta aparece.

A última aparição do bicicletário móvel da Transporte Ativo foi durante o lançamento da exposição “Ciclo Rotas Centro – Uma malha cicloviária para o Centro do Rio de Janeiro“. Assim que foi instalado apareceram 4 bicicletas e logo não haviam mais vagas para estacionar. Exemplo claro do uso eficiente do espaço público que a bicicleta proporciona.

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Pensar e fazer

O estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte permeia muitas áreas e muitas técnicas diferentes. Felizmente quem labuta nessa área tem a seu favor o aspecto conciliador e amigável de uma agenda positiva. Ser a favor de algo tende a conquistar mais adeptos e simpatizantes para uma causa do que a abordagem da crítica e da reclamação, mas claro que esta não deve ser ignorada ou menosprezada.
No Rio de Janeiro, há muitos anos que o poder público, algumas empresas, coletivos e indivíduos já tomam iniciativas positivas para incentivar e respaldar aqueles que querem se locomover pedalando. Enquanto muitos discutem e reclamam sobre o que deve ser feito, alguns simplesmente fazem. E os resultados são irrefutáveis, embora ainda haja um caminho longo a percorrer.
Na semana passada, o Setor de Educação da CET-Rio começou a programar painéis de trânsito, móveis e fixos para exibirem a mensagem ‘Respeite o ciclista’, exclusivamente ou alternadamente com as informações de trânsito. Pode parecer pouco, mas uma mensagem direta funciona para muitas pessoas, e sem dúvida é mais uma prova de que o papel da bicicleta no trânsito não para de crescer, já está na pauta do dia de muitos formadores de opinião, gestores públicos e empresários.
Adote a bicicleta, compartilhe a via com os ciclistas e seja parte da transformação de nossas ruas em espaços realmente coletivos.

Ciclovias para o centro do Rio de Janeiro

ciclorrotas-centro

A cidade do Rio de Janeiro está em transformação e grandes reformas urbanas são também momentos de oportunidades. Natural que busquemos promover o uso da bicicleta enquanto a cidade passa por uma de metamorfose.

Foi essa a visão central do projeto ciclorrotas do centro do Rio de Janeiro, reunir pessoas para propor, através da participação cidadã, uma cidade mais humana. Nada melhor portanto que pensar o futuro da paisagem central do Rio de maneira a incluir a bicicleta.

As pesquisas e os processos de construção do planejamento cicloviário para o centro do Rio vai estar no ar no Studio-X.

Confira:

Ciclo Rotas Centro

Uma malha cicloviária para o Centro do Rio de Janeiro

Venha participar do diálogo sobre a mobilidade que queremos para o Rio de Janeiro.

Abertura dia 23 de julho, terça-feira, às 18:30

Exposição de 24 de julho a 01 de novembro

Studio-X Rio – Praça Tiradentes, 48

A exposição tem o patrocínio do Banco Itaú.

Cidades precisam de escala humana

Calçada sufocante em São Paulo

Calçada sufocante em São Paulo

Cidades são organismos vivos e felizmente sempre em mutação. Quem vive a rede urbana através do transporte público, o de transporte ativos, descobre em suas caminhadas e pedaladas que muitas vezes o ser humano parece ser um convidado trapalhão em um ambiente de amplitude e linhas retas para a circulação viária de motorizados.

A engenharia de trânsito, aquela que planeja a cidade para fluxos motorizados, nos leva a crer que a fluidez é uma entidade a ser preservada acima de todas as outras necessidades urbanas.

Dentro dessa lógica pode parecer natural organizar fluxos, sinalizar prioridades e comunicar com placas e sinalizações horizontais os caminhos e descaminhos a serem tomados por pedestres e veículos. Mas essa forma de ação ainda é insuficiente para quebrar a percepção de que o mais importante no ambiente urbano é a escala humana.

Triciclo de carga transporta criança de maneira improvisada enquanto trafega na calçada

Triciclo de carga transporta criança de maneira improvisada enquanto trafega na calçada

Talvez a foto acima explique de maneira precisa o significado de escala humana, ou da sua inadequação nas ruas do Rio de Janeiro a necessidade de locomoção das pessoas. Ir e vir é necessidade para todos e as cidades quanto mais orientadas para o fluxo motorizado, mais inviáveis tornam-se para o próprio fluxo em si. Com isso geram conflitos e desconfortos a todos.

Placas e sinalizações irão ajudar no longo caminho de reverter a noção cultural de que a prioridade urbana é fazer fluir entes motorizados. A prioridade precisa voltar a ser os deslocamentos de pessoas e com essa lógica em mente, todo o resto se reorganiza.

A escala humana nas cidade joga luz sobre a necessidade de mais densidade de espaços de moradia, lazer e trabalho. Traz consigo a necessidade de deslocamentos mais curtos para facilitar caminhadas e pedaladas e tirar a pressão sobre o deslocamento de pessoas através de grandes distâncias. O que pressiona com lotação dos transportes públicos e congestionamentos dos motorizados na infraestrutura viária.

Há um longo caminho para chegarmos à cidades em escala humana. Mas esse caminho já foi iniciado e as cidades que pretendem sobreviver as pressões de um futuro cada vez mais urbanizado precisam trabalhar para garantir que haja variedade de opções e repertório de uso das ruas. O que só é possível quando as necessidades humanas são colocadas acima das fluidez motorizada, tornando os veículos automotores convidados trapalhões dentro da cidade.

Sinalização horizontal para bicicleta em São Paulo

Sinalização horizontal para bicicleta em São Paulo