Destaques
Confissões de um Atropelador
Posted onAuthorJoão Lacerda3 Comments
Era cedo e caí da cama para ir ao trabalho. Uma névoa fria dominava São Paulo e o trânsito de carros estava congestionado. Meu caminho normal é descer até o Rio Pinheiros. Seguia ladeira abaixo pela Cardeal Arcoverde, trânsito parado, cruzei o sinal amarelo no corredor dos carros. Passei a faixa de pedestres e fiquei mais tranquilo.
Ainda com a mão no freio vi um homem entre os carros. Nada que eu pudesse fazer evitaria o choque. Freiando calculei a melhor maneira de acertar minha “vítima” sem machucar a mim, nem a ele nem tão pouco a bicicleta. Não sei se o guidão acertou o corpo dele, mas senti o impacto no meu corpo. O freio deu para reduzir bastante a velocidade e não caí da bicicleta.
Parei menos de um passo depois do pedestre, no meio da rua, culpado e preocupado de te-lo machucado. Ele sorria nervoso, reconheceu o risco de atravessar em meio aos carros em uma cidade como São Paulo, onde um fluxo paralelo sobre duas rodas flui entre os automóveis. Para sorte minha e dele eu estava de bicicleta. Apenas 12 quilos de metal mais 70 kilos de carne e ossos. Seguimos nossos caminhos. Ele rumo à calçada e eu pelo mar de motores parados ou quase parados.
Reavaliando o choque, foi realmente quase engraçado. Estava mais para um esbarrão no meio da rua entre dois seres humanos do que um atropelamento propriamente dito. Ambos soubemos de antemão do choque inevitável, nos preparamos para ele. O pedestre se encolheu eu reduzi a velocidade e joguei meu corpo contra o dele.
Uma cidade é melhor quando as pessoas se cruzam por acidente sem que uma machuque a outra. Assim foi mais esse choque entre humanos.
Realidade Carioca
Posted onAuthorJoão Lacerda2 Comments
A Barra da Tijuca no Rio de Janeiro é um bairro com o maior indíce de automóveis particulares por habitante. Uma cena inusitada acontece diariamente na avenida Ayrton Senna. Uma massa de ciclistas a cada vez que o sinal fecha cruza a avenida. Mesmo sem incentivos, eles estão lá. Dignos representantes da silenciosa parte da população que faz uso cotidiano da bicicleta. Homens e mulheres que voltam do trabalho utilizando o meio de transporte mais eficiente que ainda trás benefícios econômicos.
Planejar para a bicicleta é enxergar a realidade das ruas, um trânsito mais humano que está lá presente e que deverá ser cada vez mais incentivado em nome da qualidade de vida da população. As bicicletas no Rio de Janeiro já são uma opção adotada por cada vez mais pessoas, para termos um impacto ainda mais significativo, devemos cada vez mais criar condições para que mais pessoas pedalem mais vezes. Assim cenas como as vistas na Avenida Ayrton Senna serão mais comuns cidade afora e as cenas de engarrafamentos mais incomuns.
Utopia em Nova Iorque
Posted onAuthorJoão Lacerda2 Comments
Seguindo o exemplo de Bogotá, Nova Iorque começou no último sábado com o programa de “Ruas de Verão”. Onze quilômetros de famosas avenidas abertas as bicicletas e aos pedestres da 7 da manhã às 13 horas. Foi um momento único para quem estava lá e traduzido com brilhantismo em vídeo:
“Summer Streets 2008 NYC“.
As palavras ditas são em inglês, mas o resultado está visível nos sorrisos e na alegria de todos. É uma utópica Nova Iorque. Os congestimentos de veículos motorizados e o barulho deram lugar a uma cidade humana repleta de crianças livres pelas ruas. Um lugar onde se pode olhar os prédios, admirar a cidade. Contemplar e ser um pouco mais feliz no lugar onde se vive.
– Mais sobre Cidades Humanas
– Vias Humanas – sobre a liberdade da propulsão humana.
– Mais sobre Nova Iorque:
Trânsito e Qualidade de Vida – O Impacto dos Motorizados
Por toda a América – Desafio Intermodal em NYC.
– Mais sobre Bogotá:
Três milhões nas ruas durante a Ciclovia Noturna
Devagar e Sempre
Posted onAuthorZe Lobo5 Comments

A Transporte Ativo recentemente apresentou um plano de Zonas de velocidade máxima em 30km/h e para a Prefeitura do Rio e para a Secretaria de Transporte do Estado. A proposta foi muito bem recebida e tem se espalhado, sendo inclusive pensada para outras regiões da cidade e do estado.
A adoção de áreas seguras para o uso da bicicleta através de restrições amigáveis ao uso do carro particular com sistemas de ruas com velocidade reduzida à 30km/h e uso de bicicletas em ambas as direções já é adotado em muitas cidades européias.
Em ruas onde a velocidade já é baixa e já existe o trânsito de bicicletas, a demarcação destas áreas proporciona segurança para as bicicletas consequentemente aumentando seu uso na região. Além disso, o artigo 58 do CTB permite a circulação de bicicletas no sentido contrário aos carros desde que exista de sinalização específica.
Copacabana, Zona Sul do Rio, conta com um movimento intenso de bicicletas particulares e de empresas circulando diariamente.
Muitas das ruas secundárias em Copacabana já possuem o limite de velocidade em 40km/h hora, têm um trânsito razoavelmente tranquilo. Além disso, já existe um enorme número de ciclistas que cruzam em todas as direções por estas vias. Temos portanto as condições ideais para implementação de zonas com limite de velocidade de 30km/h.
O uso da bicicleta vem aumentando em toda a cidade e também em Copacabana, veículo ecologicamente correto que estrategicamente tem sido usado, cada vez mais, em várias cidades do mundo como parte das soluções para o transporte urbano é a melhor opção para distâncias de até 5 km.
Com o incentivo de áreas mais seguras para uso deste modal, a tendência é o aumento do uso e conseqüente melhoria para a saúde da população, e de toda a cidade. Além de uma melhor fluidez no trânsito motorizado na região.
Copacabana por sua fama mundial e grande visibilidade tem tudo para se tornar um exemplo a ser replicado em outros bairros e cidades. Ao formar uma rede para a circulação de bicicletas integrando o metrô e os bairros vizinhos, os ciclistas contarão com uma infra-estrutura convidativa que fará com que hajam mais bicicletas mais vezes pelas ruas.
Veja aqui a apresentação “Zona 30 em Copacabana“.
– Mais sobre Acalmia no Trânsito.
– Confira a Contagem de Ciclistas na ligação Lagoa-Copacabana.
Simples como ir de Bicicleta
Posted onAuthorEdu2 Comments
Uma revista mensal se dedica a escrever sobre como resgatar a simplicidade no cotidiano e obter mais qualidade de vida com isso. Pois a bicicleta, um transporte simples como ela só, que já foi alvo de uma matéria na edição de março da Revista Vida Simples ganhou não só a capa mas uma edição especial toda dedicada a ela.
Quem usa a bicicleta como transporte, pra lazer, esporte ou pra trabalho sabe que a simplicidade é uma das suas virtudes. Cabe em pequenos espaços, escapa de congestionamentos, carrega peso, reduz atrasos, melhora a saúde, não polui. Quantas qualidades cabem num veículo descomplicado que faz muito mais do que simplesmente nos levar de um lado ao outro em silêncio!
O blogue Vida Simples trará uma temporada com links sobre bicicleta. Mais um canal de informação para a difusão da cultura ciclística seus benefícios e o prazer de viver deslocando-se em duas rodas.
Fica o convite dado pela revista:
“VÁ DE BICICLETA.
Faz bem para a saúde, para o trânsito e para o meio ambiente.”
