“Ora (direis) andar de bicicleta! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para pedalar, muita vez desperto
E saio pelas ruas, pálido de espanto …
E andamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso com seu manto,
Inda com ela pedalo pelo chão deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Por que andas com ela? Que sentido
Têm bicicletas nas cidades, este perigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender bicicletas.”
releitura do famoso soneto de Olavo Bilac
Maravilha! Ótima releitura e
Plena sintonia com o sentimento de quem anda de bike!