Integração Interestadual

A missão: levar a bicicleta BTT que estava quebrando um galho no Rio de volta para São Paulo.

O que a princípio poderia ser uma tarefa bem simples, trouxe uma sombra de dúvida: como chegar até a rodoviária Novo Rio pedalando, uma vez que não cabe em táxi (caber, até cabe, mas dá um trabalhão) e o metrô do Rio, infelizmente, só aceita bicicletas aos domingos e feriados? E chegando lá, me deixariam embarcar com a bicicleta no ônibus para Sampa?

Após algumas dicas pelo telefone, dei uma olhada no Bikely para ter uma noção de onde passava o caminho. Pus a mochila nas costas e segui pela ciclovia da Lagoa, curtindo a paisagem. Porém, do Humaitá pra frente, era terreno ciclístico desconhecido. Ainda sem costume com o comportamento do trânsito carioca, fui com cautela. Redescobrindo parte da paisagem da cidade em cima de meu selim, passei ainda por Botafogo, Laranjeiras, Catete, Glória, Lapa, Centro até chegar na enorme Avenida Presidente Vargas, único trecho de pedal não tão prazeroso, dado o grande movimento.

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Percurso Leblon – Rodoviária Novo Rio no Bikely.com

Cheguei numa boa na rodoviária depois de 50 minutos de pedal. Empurrei a bici pelo saguão em direção ao guichês destino São Paulo e o vendedor de passagens gritava e gesticulava do guichê: “Primeiro ônibus pra São Paulo, saindo agora. Preço promocional!”. Encostei com a bicicleta e perguntei se havia algum problema para embarcar. Disse que não. Para meu espanto, embarquei a bicicleta tranquilamente, apesar dos relatos de muitos cicloturistas que tiveram problemas no embarque das magrelas em ônibus.

Por esse motivo, o Clube de Cicloturismo do Brasil está coletando assinaturas para a definitiva regulamentação do transporte das magrelas em ônibus intermunicipais. Coloquei minha companheira de pé dentro do bagageiro, presa por um extensor de borracha.

Seis horas, um filme e alguns cochilos depois, desembarquei com a bici na rodoviária do Tietê às 22 horas. Novamente a única opção para chegar em casa na Avenida Paulista era pedalar. Nunca tinha pedalado por aquela região, mas decidi cruzar a Marginal Tietê e farejar o melhor caminho. Para meu espanto, foi praticamente uma linha reta só, cruzando a Móoca e o Centro para chegar na Paulista apenas 20 minutos depois.

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Percurso Rodoviária Tietê – Av. Paulista no Bikely.com

Cheguei em casa com a grata sensação de satisfação pela missão cumprida com louvor e o prazer de pedalar.

4 thoughts on “Integração Interestadual

  1. Já fiz parte desse trajeto no Rio algumas vezes e dá uma sensação muito boa de chegar na Rodoviária de camelo. Também nunca tive dificuldades e tenho uma lista de empresas que levaram minhas magrelas sem pestanejar. 1001 São Paulo – Rio (dois funcionários colocaram minha bike inteira com todo cuidado no bagageiro), Cidade do Aço (Resende – Rio dxe Janeiro), Sampaio (São José dos Campos – Rio).

  2. Muito legal a iniciativa do blog, cada vez mais enfrentamos a poluição das cidades e a bicicleta é uma alternativa viável à isso, inclusive para melhoria da qualidade de vida. Seria interessante se houvesse algum guia de ruas, em que fossem marcadas as que fossem propícias para locomoção com bicicletas…

  3. Zenga, que texto legal! Relato bem-humarado e informativo… quanto às bicis no ônibus, já levei muitas vezes… posso dizer que em 80% das vezes não fizeram qualquer objeção, 15% disseram que não dava, etc mas acabaram levando e em 5% tive que bater boca mesmo e pagar 5, 10 reais… aqui no sul-sampa a coisa deve ser melhor…

    quanto à pergunta do visistante, o guia seria o próprio bikely.com citado pelo Zenga.. infelizmente só em inglês

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