Pesquisa Perfil Ciclista 2024 – Resultados

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Em tempos de eventos climáticos cada vez mais extremos, mais de 70% dos ciclistas brasileiros usam a bicicleta cinco ou mais vezes na semana

 A quarta edição da Pesquisa Nacional sobre o Perfil d@ Ciclista traz dados importantes sobre a bicicleta em 18 cidades sendo 9 capitais.

 Nas cidades participantes da pesquisa, 78% das pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte pedalam cinco ou mais vezes por semana, enquanto 70% levam até 30 minutos em sues percursos mais frequentes. Estas são algumas das conclusões da quarta edição da Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, organizada pela Transporte Ativo e Observatório das Metrópoles, com apoio do Itaú Unibanco. A pesquisa ficou em primeiro lugar no Prêmio Bicicleta Brasil 2024, do Ministério das Cidades, na categoria “Fomento à Cultura da Bicicleta”.

Ao todo, mais de 11 mil ciclistas foram entrevistados em 18 cidades de diferentes tamanhos, distribuídas por quatro regiões do país: Araucária PR, Belém PA, Campos dos Goytacazes RJ, Cruzeiro do Sul AC, Fortaleza CE, João Pessoa PB, Juazeiro BA, Manaus AM, Natal RN, Niterói RJ, Paranaguá PR, Petrolina PE, Recife PE, Rio de Janeiro RJ, Salvador BA, São Paulo SP, Seropédica RJ e Volta Redonda RJ.

A publicação ganha relevância em função do momento atual, com conflitos e eventos climáticos extremos surgindo a todo momento em um mundo no qual poucos países se mostram interessados em uma transição econômica de baixo carbono, e a indústria dos combustíveis fósseis (setor no qual estão grande parte dos carros, ônibus e caminhões, e que é o maior emissor de gases de efeito estufa) permanece intocada nas negociações climáticas.

Para além da gravíssima crise humanitária, social e ambiental recentes, anuncia-se uma extensiva crise. Considerando que 2024 foi o ano mais quente da história da medição humana, atingindo uma temperatura 1,5°C mais alta, em média, do que aquela registrada na pré-revolução industrial, as bicicletas merecem ainda mais atenção devido às suas características singulares: são transportes limpos, sem qualquer emissão de poluentes, fundamentais para a saúde individual e coletiva, e que se adaptam muito bem a diferentes situações.

A pesquisa demonstra que, dentre os respondentes, 41,4% preferem a bicicleta pela rapidez e praticidade, enquanto 26,1% optam pela saúde e outros 21,5% pelo custo. Apenas 3,8% escolheram, no entanto, a consciência ambiental, o que sugere a necessidade de uma comunicação mais assertiva sobre o potencial da bicicleta no enfrentamento da emergência climática. Já em relação aos estímulos para pedalar mais, a infraestrutura adequada foi a opção mais escolhida (54,8%), seguida por segurança no trânsito (26,6%).

Entre as capitais, algumas particularidades se destacam:

  • Em Belém (PA), 95,3% das pessoas pedalam 5 ou mais vezes por semana, e apenas 32% utilizam a bicicleta como meio de transporte há menos de cinco anos.
  • Em São Paulo (SP), o público que pedala como meio de transporte há menos de cinco anos é muito maior: 86,9%.
  • Em Fortaleza (CE), pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte para ir e voltar do trabalho são predominantes: 95,5%. São maioria também aqueles que citam a praticidade como principal estímulo para pedalar (60,6%).
  • Em João Pessoa (PB), o principal estímulo para pedalar mais são mais infraestruturas para Bicicletas 74,8%, seguida por Recife (PE), com 64%, e Natal (RN), com 63,6%.
  • No Rio, 78,3% dos entrevistados levam até 30 minutos em seu percurso mais frequente, o que equivale a aproximadamente 7km.
  • Salvador (BA) é a cidade que mais se preocupa com a Segurança Pública com 22,2% dos entrevistados, contra 2,3% em Petrolina (PE).

Mais de 250 entrevistadores saíram a campo entre os meses de agosto e novembro de 2024 para coletar as respostas. No total, foram 12 meses de preparação, busca, organização, encontros, revisões de documentos e finalização para a publicação da pesquisa.

Confira este esforço na íntegra clicando aqui!

Pesquisa Perfil Ciclista Brasil 2024

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Foram 11 meses de muito trabalho em parceria com universidades, prefeituras e organizações pró bicicleta pelo país afora, desde a divulgação, montagem de equipes, fase de campo e finalmente envio para a plataforma dos dados coletados nas ruas de 18 cidades brasileiras, sendo 9 capitais. Agora pedalamos rumo a fase final da pesquisa, com a validação, tabulação dos dados e preparo do relatório final.

No total, 252 pesquisadores realizaram 11.973 entrevistas, totalizando mais de 200 mil respostas! Em breve os dados estarão disponíveis, com previsão de publicação em Janeiro de 2025. Estamos muito curiosos para conhecer os resultados desta quarta rodada da Pesquisa e compartilhá-los com vocês!

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Enquanto isso, conheça a história da Pesquisa e os resultados das edições anteriores, clicando nos links abaixo.

Pesquisa Perfil Ciclista Brasileiro
Resultados 2015
Resultados 2018
Resultados 2021

A importância da bicicleta para o mundo só aumenta

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As bicicletas ainda são as mesmas, com as mesmas qualidades. São leves, silenciosas, fáceis de usar, não engarrafam o trânsito, nem emitem poluentes e ainda são fáceis de estacionar. Também são baratas de comprar e de consertar, muito seguras e promovem a saúde do usuário – quatro virtudes exclusivas das bicicletas convencionais. Mas a relevância de seu uso está crescendo devido ao novo contexto da mobilidade motorizada, com aumento da eletrificação e do uso de motores híbridos (combustão + eletricidade).

A cultura do automóvel segue viva e muito ativa, apesar de todos os indícios inquestionáveis que a mobilidade por carros é um modelo retrógrado e fracassado. O espaço nas ruas está cada vez menor, já que hoje os carros são maiores e cada vez mais numerosos. Para se ter uma ideia, segundo o site do DETRAN-RJ, em 2024 e apenas na cidade do Rio de Janeiro, uma média de 300 novas licenças são emitidas diariamente! A poluição do ar, provocada principalmente por veículso com motor a combustão, é uma das principais causas de mortes evitáveis. Os sinistros de trânsito resultam em feridos, inválidos, mortos, e crescem num ritmo estarrecedor. Os prejuízos financeiros de todos os danos do uso excessivo do carro (engarrafamentos, atrasos, doenças, feridos, mortos) estão na casa dos bilhões de reais por ano.

Ainda assim estão lançando mão de tecnologias supostamente ecológicas para “pintar de verde” a imagem dos carros e motos. Por exemplo, com a hibridização que é mais complexa e cara, tanto para comprar como para manutenção, e que só reduz um pouco o consumo de combustível e a poluição. Mas alguns estados podem estar anulando essa vantagem ao dar incentivos exagerados a esses modelos. Desconto de 50 a 100% no IPVA e liberação do rodízio estão na contramão de medidas de redução do uso do carro nas cidades. A poluição e a perda de tempo deverão aumentar, pois mais carros nas ruas resultam em… mais engarrafamentos.

Já no transporte público a bola da vez é a eletrificação total da frota, as possibilidades e oferta de energia elétrica são enormes, mas seu armazenamento e distribuição tem se mostrado precários para as necessidades cada vez maiores. Além do que, novas tecnologias são caras, favorecem os favorecidos e desfavorecem os demais. Os ônibus elétricos novos são caríssimos e ao entrarem no circuito, não eliminam o alto potencial de emissões dos ônibus antigos a diesel, que acabam indo para cidades menores ou para países em desenvolvimento, onde seguem poluindo da mesma forma, apenas em outro local.

Guerras e mudanças climáticas não nos permitem mais aguardar e buscar soluções que em sua grande maioria tem sido pensadas para manter o estilo de vida que temos hoje. Políticas públicas para o futuro, devem ser voltadas para soluções diversificadas, de baixo custo e alta eficiência, para que a transição energética possa ser justa e de fácil adaptação. Precisamos ir além e pensar soluções que realmente resolvam ou amenizem o futuro difícil que está se desenhando.

Por isso que cada vez mais aquelas vantagens da bicicleta listadas lá no começo estão cada vez mais importantes. Toda vez que você pedala para o trabalho, para a escola ou por qualquer motivo, você não só está reduzindo o engarrafamento, a poluição, o barulho, o estresse e a insegurança das ruas, está ajudando a resistir a uma cultura que só tem beneficiado uma parcela pequena da população, ao passo que prejudica cada vez mais pessoas, inclusive as que realmente precisam muito usar um carro para se deslocar.

Quanto mais bicicletas nas ruas melhor para todos, até para quem não as utiliza.

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TA recebe Prêmio Bicicleta Brasil

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Em 2005 ganhamos nosso primeiro prêmio: o ANTP-ABRADIBI, melhor iniciativa de promoção ao uso de bicicletas, que muito nos motivou e impulsionou. Em 2013, nosso primeiro prêmio internacional o Cycling Visionaries Award na conferência Velo-City em Viena, que mais uma vez nos motivou a seguir adiante e nos mostrou estarmos no caminho certo. Agora, com a Pesquisa Perfil Ciclista ganhamos o Prêmio Bicicleta Brasil na categoria “Fomento à Cultura da Bicicleta”, que é exatamente o que buscamos desde a fundação em 2003.

Logo

Ao  termos nossa candidatura habilitada, recebemos o selo Bicicleta Brasil, com validade de um ano. O Prêmio foi lançado pelo Ministério das Cidades em julho de 2024 para reconhecer e incentivar iniciativas técnicas, científicas e artísticas que promovam o uso da bicicleta no Brasil.
Voltado para o poder público, organizações da sociedade civil, iniciativa privada e instituições de ensino foi dividido em 6 categorias, as 4 primeiras com direito a troféu e prêmio em dinheiro aos vencedores:

  1. Segurança viária;
  2. Sistemas de informação e redes;
  3. Mobilização e incidência política;
  4. Fomento à cultura da bicicleta;
  5. Projetos, planos, programas e urbanização (menção honrosa);
  6. Incentivo ao uso da bicicleta (menção honrosa).

No total 76 projetos inscritos foram habilitados e avaliados. Para conhecer os outros vencedores clique neste link.

Receber esse prêmio, ao lado de outras iniciativas realmente inspiradoras, nos motiva mais uma vez a seguir adiante em busca de cidades melhores e mais pessoas em mais bicicletas mais vezes!

 

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Bicicletas na COP29 | Carta PATH para Governos Nacionais

COP29_PATHPelo quarto ano consecutivo, assinamos cartas abertas que apelam para que governos nacionais incluam caminhadas e ciclismo em seus compromissos climáticos.

A Partnership for Active Travel and Health (PATH) apela para que governos se comprometam com caminhadas e uso de bicicletas na próxima rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para atingir metas climáticas e melhorar a saúde e a vida das pessoas.

Permitir que mais pessoas caminhem e pedalem com segurança e acessem o transporte público a pé e de bicicleta pode ajudar a reduzir as emissões de transporte pela metade até 2030. E ainda é uma maneira rápida de atingir o progresso em metas climáticas urgentes e no Acordo de Paris. No entanto, a pesquisa inovadora da PATH mostra que caminhadas e ciclismo são significativamente subvalorizados nas NDCs dos países. Apesar de dois terços das nações terem políticas de viagens ativas em vigor, ainda há uma necessidade urgente de maior ambição, ação e investimento em seus compromissos climáticos para desbloquear totalmente os benefícios de caminhadas e ciclismo.

Nas COP26, COP27 e COP28 outras cartas foram redigidas, mas houve pouco ou nenhum avançou, e o tempo urge! Veja um texto nosso sobre o assunto em artigo no Vá de Bike | COP26 deixou a desejar. Ao que tudo indica, nada mudou!

Conheça também o Painel com dados do PATH Report 2023.

Leia e assina a carta COP29.