Novos bicicletários nas ruas

No Rio de Janeiro, hoje, se alguém ou alguma empresa quiser pedir a instalação de um bicicletário na rua, é um procedimento um tanto complicado.

Para mudar esta situação, a Prefeitura está preparando um novo modelo para pedidos de bicicletários.

A Transporte Ativo e a Coordenação do Programa Cicloviário estão trabalhando em conjunto para estabelecer novos procedimentos. O GT Ciclovias está preparando um documento com modelos e padrões que serão adotados pela prefeitura carioca na instalação de bicicletários em logradouros públicos.

O condomínio comercial Cidade do Leblon está participando como projeto-piloto. O bicicletário instalado num dia já era sucesso de público no dia seguinte.

Bicicletário no Cidade Leblon

bicicletário U-invertido no Cidade Leblon

Foram seguidos os padrões indicados nos manuais publicados pela TA, com opção para o suporte U-invertido (também conhecido como Sheffield).

suporte U-invertido ou Sheffield

Uma foto colocada no post Quanto custa um bicicletário inspirou o condomínio a fazer uma melhoria no suporte. Um adesivo plástico grosso foi colocado nos pontos onde o quadro da bicicleta encosta no suporte.

adesivo plástico para proteger a bicicleta

Desta forma, tanto a bicicleta quando o suporte ficam protegidos.

Agora você já pode estacionar sua bicicleta no Edifício Cidade do Leblon, na sombra e com segurança. O bicicletário fica em frente à entrada principal, onde há sempre seguranças.

Esperamos que este exemplo se repita pela cidade e que a iniciativa da prefeitura, de facilitar a instalação de bicicletários, torne mais fácil e seguro estacionarmos nossas bicicletas no Rio de Janeiro.

Velo-City 2014 – Candidatura Rio de Janeiro

http://www.ta.org.br/blog/2014.jpg

A série de eventos européia Velo-City, a maior conferência mundial sobre planejamento cicloviário, costumava acontecer apenas na Europa, a cada dois anos. Em 2010, porém, a história mudou e se tornou um evento mundial no primeiro Velo-City Global, em Copenhage. Ele passou a ser anual: anos ímpares voltado à Europa, anos pares ao mundo. O Brasil participa do evento há alguns anos, tendo inclusive apresentado trabalhos. Em 2011, Sevilha, na Espanha, será a cidade sede e o Rio de Janeiro estará presente com seu planejamento para a Zona Oeste da Cidade.

Desde 2007, a Transporte Ativo pensa na possibilidade de trazer o evento pro Brasil e vem sugerindo às autoridades. Na versão 2010 do evento, com a presença de representantes da Prefeitura do Rio e do Ministério das Cidades, mais uma vez o assunto veio à tona e a conversa desta vez seguiu adiante.

Agora chegou a hora! O Rio de Janeiro começa os trabalhos para lançar sua candidatura à sediar o Velo-City Global 2014. A cidade, que na data já estará pronta para a Copa FIFA 2014, com preparativos para as Olipíadas 2016 em andamento e com a duplicação da malha cicloviária atual (além da conservação da infraestrutura existente) pronta, tem tudo pra fazer bonito. Agora é trabalhar para apresentar uma boa proposta em agosto. Em dezembro a cidade sede para 2014 será definida e poderemos então comemorar ou reiniciar os trabalhos para 2016.

Quanto custa um bicicletário

A instalação de um suporte modelo U invertido varia de 200 a 400 reais por suporte.

Cada suporte apoia duas bicicletas. Assim, uma vaga de bicicleta custa entre 100 e 200 reais, dependendo da região do país e do tamanho da cidade. Em capitais, serviços de serralheria geralmente são mais caros do que nas cidades do interior.Os preços acima consideram apenas compra e instalação do suporte. Caso seja necessário preparar a área, é preciso acrescentar outros gastos.

Fizemos uma amostragem de preço em São Paulo, Belo Horizonte e Montes Claros (MG) e também junto às empresas que vendem bicicletários pela internet. Levantamos somente o preço do modelo U invertido, considerado o mais adequado em termos de eficiência e benefícios para o ciclista.

Serão citados nominalmente todos os que responderam nosso contato e enviaram orçamento. Agradecemos ao Carlos Eduardo Queiroz pela ajuda na pesquisa.

Em São Paulo, Silas Batista cobra R$ 320,00 por suporte, incluídos gastos de instalação.
Em Belo Horizonte, a Serralheria Irmãos Santiago faz um preço unitário de R$ 205,00, também incluída a instalação. Veja cópia do orçamento.
Em Montes Claros, norte de Minas, a Ellit Móveis nos passou quatro preços, sem os custos de instalação:

• Modelo para fixação na superfície com:
Tubo de 50 mm ou 2” – R$ 98,00 (noventa e oito reais);
Tubo de 75 mm ou 2½” – R$ 138,00 (cento e trinta e oito reais).

• Modelo para chumbagem no solo com:
Tubo de 50 mm ou 2” – R$ 74,00 (setenta e quatro reais);
Tubo de 75 mm ou 2½” – R$ 114,00 (cento e quatorze reais).

Pela internet

Alguns empresas oferecem bicicletários pela internet. Das empresas listadas em nosso site,

Cicloparking
Altmayer
Soluwan
K9sports
Ilumak

apenas a Cicloparking respondeu ao contato. Além do tradicional modelo Uno, oferece outros tipos U invertido, inclusive com variações estéticas bem agradáveis, como os modelos Rio, Duo e Plus. Reproduzimos a seguir a resposta:

Nossos valores são bem variados de acordo com o modelo podendo atender às diversas necessidades dos clientes. Dentre os modelos mais utilizados em condomínios e escolas temos:

– Modelo suspenso (de parede) individuais = modelo G1… R$ 35,00
– Modelo suspenso módulo com 12 vagas = modelo T3…R$ 598,00
– Modelo de chão módulo com 5 vagas = modelo C5….. R$ 268,00 

Já modelo utilizados por empresas, espaço abertos/públicos, prefeituras de cidades, a Cicloparking desenvolveu uma linha específica com suportes de alta intensidade em itens de segurança, durabilidade e resistência, com vários modelos de design diferenciados à escolha:

– Linha Comercial modelos UNO/RIO/ARCO (e outros)…. R$ 378,00  

Espero ter ajudado com estas informações básicas, estando sempre à disposição do necessário.
Atenciosamente;
Ennio Oliveira
Cicloparking

Custos de preparação da área.

Em 2009, o Banco Central instalou um dos melhores bicicletários do DF, o primeiro que usou o suporte em U invertido na cidade. Veja mais no post Bicicletas no Banco Central

Foi necessário preparar toda área, que sofria com invasão de carros e motos e com o acúmulo de água e detritos na época da chuva. Foi preciso construir um piso elevado para instalar adequadamente 2 conjuntos de suporte. O custo total da reforma está detalhado na tabela:

tabela de preços
[clique na imagem para ampliar]

O terceiro conjunto citado na tabela foi instalado em outro local, sem necessidade de grandes acertos no piso. De modo aproximado, o custo unitário por suporte instalado com toda a preparação da área ficou em torno de R$500,00.

O que é melhor?

Recomendamos fazer uma pesquisa entre as serralherias da sua cidade. Colete pelo menos 3 orçamentos. Adote o modelo U invertido e evite bicicletário tipo grelha ou “escorredor de pratos”. Bicicletários ruins não serão usados, é dinheiro jogado fora. Utilize nosso Manual com Diagramas para construção e instalação. Preocupe-se com os preços, mas lembre-se que a boa qualidade reduz os custos ao longo do tempo. Por isto, compare os orçamentos locais com os preços encontrados via internet. Nem sempre é preciso adequar a área do bicicicletário, mas se for preciso, construa pisos elevados, rampas de acesso e delimite bem a área.

Consideramos bicicletário qualquer tipo de estacionamento para bicicleta. O bicicletário é composto de uma área (para aproximação, manobras, etc) e de suportes (peças metálicas onde são apoiadas e trancadas as bicicletas). A área pode ser delimitada por placas, pinturas no solo e piso diferenciado. A instalação exige alguns estudos, para evitar conflitos com pedestres, automóveis e permitir as manobras necessárias da bicicleta.

Veja mais em:
Guia para bicicletário Sustrans-UK, traduzido pela TA
Guia para bicicletários AAPB-EUA, traduzido pela TA
Soluções criativas para bicicletários, de onde foram tiradas as fotos que ilustram este post.  

 

Sempre à frente

A cidade do Rio de Janeiro tem planejado e executado uma série de intervenções cicloviárias espalhadas em toda a cidade. Tem na Zona Norte e na Zona Sul, na Zona Oeste e também na ilha do Fundão. A maior malha cicloviária em extensão segue em expansão.

Transformar uma cidade não é tarefa a ser feita do dia para a noite, mas assim como na bicicleta, quando a cidade entra em movimento, a mesma lei da inércia que paralisa, ajuda a seguir em frente.

O planejamento cicloviário no Rio de Janeiro tem sido feito como forma de corrigir graves problemas na mobilidade urbana da futura sede das Olimpíadas de 2016 que também será palco da Copa de 2014. Grandes eventos só fazem sentido quando fica presente o famoso “legado” e as bicicletas na cidade maravilhosa já estão usufruindo desde já desse famoso legado.

Malha Cicloviária Rio de Janeiro

A figura acima (clique para ampliar) ilustra em azul todas as obras em andamento ou que serão iniciadas em novembro. Em vermelho estão assinaladas a infraestrutura existente. Cabe ressaltar que nos projetos com previsão de conclusão até 2012 está a criação da maior rede interligada das Américas com um total de mais 100km, a malha cicloviária da Barra da Tijuca e baixada de Jacarepaguá.

Em detalhes temos o seguinte:

Zona Norte/Tijuca: liga a Praça Saens Peña ao Maracanã e a ciclovia existente lá, tem também uma variante pela rua Jaceguai.

Zona Sul: uma ligação da Orla de Copacabana à Botafogo via túnel velho, ligação da Orla de Ipanema à estação General Osório do Metrô, ligação da ciclovia Mané Garrincha à Praia Vermelha e por fim uma ligação da Ciclovia Rubro Negra na Praça Sibélius com a ciclovia da General Garzon via Jardim Botânico.

Zona Oeste: uma ligação da ciclovia Bangu/Campo Grande (existente) a estação de trem Campo Grande e daí até a ciclovia da Alfredo Del Cima, com mais uma ligação até a ciclovia existente na Senador Camará em Santa Cruz (14km), e daí segue por 5km pela João XXII até o acesso da Companhia Siderúrgica do Atlântico.

Baixada de Jacarepaguá: cria uma rede no entorno da ciclovia já existente em Curicica e a outra faz uma nova rede ligando a Praça Seca à Vila Valqueire, com 7,7 km.

Ilha do Fundão: serão 14km sendo 5 já inaugurados. O trajeto inaugurado passa pelos prédios da UFRJ e o refeitório. Os outros 9km serão mais bucólicos passando pelas praias e recantos da llha, esta foi uma iniciativa da Prefeitura do Campus da UFRJ.

No total serão implantados 64kms em 2010, 59kms em 2011 e 50kms em 2012, mas pelo jeito que as coisas vão é possível que esta marca seja superada.

Tudo sobre bicicletas públicas

Sistemas de transporte público em bicicleta (STPB), ou simplesmente bicicletas públicas, são um sucesso mundial. Estão na Europa, na Ásia e nas Américas. Mas desde os primórdios, com as bicicletas brancas na Holanda, muita coisa mudou.

O ITPD acaba de lançar um documento de mais de 70 páginas que descreve desafios e caminhos possíveis para bicicletas públicas na América Latina. Rio de Janeiro, Santiago do Chile e a cidade do México são analisadas. Mas muitos outros exemplos estão lá.

Das várias lições e dicas, uma delas é fundamental, a importância do planejamento e desenho do sistema. Não basta simplesmente disponibilizar bicicletas a preços convidativos em locais de grande movimento, tudo tem de ser pensado como qualquer outro meio de transporte público.

O sistema de Londres ainda não tinha sido implantado quando da conclusão da publicação e merece especial atenção. Foram 95 mil usuários cadastrados e mais de 1 milhão de viagens nas 10 primeiras semanas. Só esses números atestam o sucesso, mas uma peculiaridade londrina desenha um horizonte positivo ao sistema.

Na Inglaterra, o transporte público é altamente subsidiado. Cada ônibus que sai da garagem e cada trem que circula em Londres gera prejuízo ao sistema de transporte urbano. Por esse motivo, mesmo com a maioria das viagens de bicicleta pública sendo gratuita, o aluguel de bicicletas é lucrativo para a cidade. Cada usuário paga apenas £1 por dia de uso, mas acaba sendo uma viagem a menos nos já sobrecarregados trens e ônibus da cidade. Daí para um lucro operacional é apenas questão de tempo.

Seja onde for, iniciativas em prol dos serviços de bicicleta pública requerem uma adequação a realidade local e acima de tudo força do poder público para facilitar o uso da bicicleta na cidade.

Saiba mais:

ITDP publica documento sobre sistemas de bicicleta pública para América Latina
London bike hire scheme on road to be only public transport system in profit

Relacionados:

Provocações Brancas
Como Utilizar as Bicicletas de Aluguel Cariocas
Bicicletas públicas em Londres
Diferença entre Ter e Usar