VI Desafio Intermodal Carioca

Pelo sexto ano consecutivo, foi realizado o Desafio Intermodal Carioca. Como sempre surpresas, nesta edição as ruas do Rio de Janeiro estavam praticamente vazias, fluiam tranquilamente, no transporte público todos viajaram sentados e sem filas para compra de bilhetes, enquanto um vento forte soprava na direção contrária ao deslocamento dos que geravam sua própria força motriz, bicicletas, patins e pedestres.

Na chegada a carona programada, uma modalidade estreante, surpreendeu chegando em primeiro, seguido imediatamente pela integração Metrô + Bicicleta e pela moto. Mas como sempre, na hora da avalição dos outros dados, como emissão de poluentes, consumo de energia, despesas, as bicicletas novamente pularam pro topo da lista, mesmo sem terem sido considerados ocupação de espaço e emissão de ruídos.

A bicicleta mais uma vez confirma sua eficiência como meio de transporte urbano.

Confira o álbum de fotos e o relatório completo.

Ciclistas no Corte Cantagalo

Três anos após a primeira contagem de ciclistas no Corte Cantagalo, em Copacabana, em 2008, a Transporte Ativo voltou ao local para fazer nova contagem e checar o que mudou. As mudanças foram poucas, mas para um local sem infraestrutura para o ciclista e em ladeira os números permanecem surpreendentes. Confira os resultados da II Contagem de Ciclistas no Corte Cantagalo aqui.

O levantamento de dados sobre o uso da bicicleta em sua cidade é sempre um fator de grande importancia para o convencimento de autoridades de trânsito de que algo precisa ser feito em relação à circulação segura de bicicletas nas cidades. Para realizar uma contagem em sua cidade, entre em contato ou leia o manual de contagens fotograficas de bicicletas elaborado pela Transporte Ativo.

A economia da bicicleta

A expansão do setor de bicicletas na economia britânica ganhou as manchetes esta semana com um relatório de 24 páginas da London School of Economics que colocou a bicicleta no centro das atenções. Martti Tulenheimo, da Federação Europeia de Ciclistas comenta a notícia.

Os benefícios econômicos da bicicleta, dos quais temos falado já algum tempo, finalmente chegou às manchetes. O guru da indústria de bicicletas, Carlton Reid, da Bike Biz, divulgou que o setor de bicicletas em Londres está vivendo um boom econômico, assim como noticiou a BBC, The Guardian, Bike Europe e uma série de outras agências de notícias. David Suzuki também foi no mesmo barco com um artigo sobre como as bicicletas geram benefícios econômicos.

Como defensores da bicicleta, estamos falando de uma “economia da bicicleta” há algum tempo. Para mim, o achado mais valioso deste estudo recente é ter identificado como andar de bicicleta ajuda a economia, pela poupança que faz, especialmente num momento em que a UE está gritando por medidas de austeridade. O relatório aponta para essa poupança muito claramente ao afirmar que ciclistas proporcionam uma poupança de £2 bilhões ao reduzirem os dias presumidos de licença médica na próxima década.

Talvez eu esteja afirmando o óbvio, mas deixe-me dizer novamente: andar de bicicleta = tempo e dinheiro economizados; ao passo que uma cultura dominada pelo automóvel = enorme desperdício de dinheiro e tempo jogados fora nos congestionamentos. Os custos de saúde devido a um estilo de vida sedentário e a construção de infraestruturas rodoviárias são extremamente caros para as sociedades.

Escrevendo sobre o assunto, Bikeradar disse muito ponderadamente que: “Um aumento de somente 20 por cento nos níveis atuais de uso da bicicleta até 2015 poderia salvar 207 milhões de libras com redução de congestionamentos e 71 milhões de libras diminuindo a poluição. Afirma-se também que há um potencial econômico inexplorado, de cerca de 516 milhões de libras, de pessoas esperando para começar a pedalar, com barreiras que precisam ser quebradas, como segurança das ruas e autoconfiança. É essencial agora que a indústria ponha foco na conversão de muitos ciclistas ocasionais, inativos ou de lazer em usuários regulares e frequentes da bicicleta como meio de transporte.”

Assim, investir em infraestrutura para bicicletas com certeza traz benefícios rentáveis. De fato, a economia da bicicleta é um fenômeno que a Holanda já tem explorado em benefício próprio há anos. De acordo com um relatório recente, € 100 milhões serão investidos em vias para bicicletas, o que levará a futuros lucros anuais de pelo menos € 144 milhões em redução no tempo de deslocamento, melhor saúde e benefícios ambientais. Em outras palavras, os holandeses sabem que estão sentados em uma mina de ouro. O Reino Unido está começando a acordar para este fato. E quanto ao resto do mundo?

Chega de conversa. É hora de você fazer sua lição de casa, e navegar pela lista de estudos sobre os benefícios econômicos da bicicleta, cuidadosamente reunidos por Bike Portland.

Texto traduzido do original publicado pela ECF.

Bicicletários e equipamentos culturais

Quem pedala também gosta de cultura e usa a bicicleta como meio de transporte para ir até equipamentos de lazer. Atender ao ciclista e recebe-lo já está inclusive previsto na legislação municipal. A lei 14.266/2007 diz que:

Art. 8º Os terminais e estações de transferência do SITP, os edifícios
públicos, as indústrias, escolas, centros de compras, condomínios,
parques e outros locais de grande afluxo de pessoas deverão possuir
locais para estacionamento de bicicletas, bicicletários e paraciclos
como parte da infra-estrutura de apoio a esse modal de transporte.

Mas lei no papel é letra morta e vale sempre à pena ir verificar como o ciclista é recebido. Foi esse o propósito do vídeo que tem Aline Cavalcante (@pedaline) como protagonista.

BiciRio, chamada de trabalhos

O Rio está se candidatando à cidade sede do Velo-City 2014, e dentro dos preparativos para a proposta realizará um evento nos moldes, mas em menor escala. É o biciRio.

O Velo-City é a maior convenção mundial sobre bicicletas e acontece periodicamente desde 1980. A última edição foi em 2010 em Copenhague e a próxima será em 2012 em Vancouver.

O biciRio além de um evento brasileiro em prol da bicicleta, é também preparatório para a candidatura do Velo-City 2014 no Rio de Janeiro.

Nesse momento, estão abertas as propostas para que organizações da sociedade civil, empresas e governos apresentem suas realizações. Ao promover essa troca de experiências, a idéia é que as ações de sucesso ao redor do Brasil possam ser replicadas pelo Brasil e o mundo.

É uma excelente oportunidade de apresentar o que está sendo feito pelo país afora. As inscrições devem estar dentro de três temas básicos:

– Inserção da cultura cicloviária na sociedade
– Ações em direção à mobilidade por bicicleta – melhores práticas
– Ações do poder público em direção à mobilidade por bicicleta – melhores práticas

As inscrições de trabalhos vão do dia 05 ao dia 28 de agosto e os selecionados serão divulgados no dia 05 de setembro.

Inscreva-se!