O melhor da promoção ao uso da bicicleta

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Valorizar o que tem sido feito em prol da bicicleta, somar às iniciativas e qualificar organizações e pessoas essa é a história e a missão do III Workshop e do II Prêmio “A Promoção da Mobilidade por Bicicleta no Brasil”. Foram 39 inscritos vindos de 18 cidades, 13 estados das 5 regiões brasileiras.

As 3 organizações selecionadas para participar do workshop e contar suas histórias foram:
Ciclo Urbano – Aracaju
Pedala Manaus – Manaus
Vá de Bike – São Paulo

Já as premiadas foram:

  • Categoria: Ação educativa e de Sensibilização
    1º Prêmio: Bike Blitz – Ciclo Urbano, Aracaju – SE
    Menções Honrosas:
    Bicicletaria Colaborativa do Mercado Sul, Taguatinga – DF
    Bambú Cicloteca Cabaré do Verbo, Porto Alegre – RS
  • Categoria: Levantamento de dados e pesquisas
    1º Prêmio: Contagens de Bicicletas – Ciclo Urbano, Aracaju – SE
    Menções Honrosas:
    Vitamina Coletiva, São Paulo – SP
    Pesquisa UNESP, Rio Claro – SP
  • Categoria: Empreendimento
    1º Prêmio: KuritiBike, Curitiba – PR
    Menções Honrosas:
    Ecolivery Courrieros, São Paulo – SP
    Ciclofemini, São Paulo – SP

Com 16 inscritos, a categoria “Ação educativa e de Sensibilização” segue como a mais popular, seguida por “Empreendimento” com 10 inscrições. Já “Levantamento de dados e pesquisas”, um aspecto importantíssmo, continua carente de projetos, foram apenas 6, um crescimento em relação às 4 enviadas em 2014, mas ainda demonstra o quanto esse tema ainda precisa evoluir e ganhar o destaque que merece. Afinal, através de dados e pesquisas é possível qualificar o debate com o poder público e sensibilizar a sociedade em geral para o potencial da bicicleta para a melhoria das cidades.

Cabe lembrar que quem quiser participar do Workshop ainda podem se inscrever. Voltado para pessoas e organizações que trabalham prol do uso da bicicleta, o encontro irá tratar de: “Desbravando Novas fronteiras –  como alcançar novos públicos e ampliar o debate sobre a bicicleta na cidade”.

Saiba mais sobre o II Prêmio e o III Workshop A Promoção da Mobilidade por Bicicleta no Brasil – 2015.

Encontro para discutir mobilidade urbana no Rio de Janeiro

CONVITE PMUS_finalSob a chamada “Que mobilidade queremos para nossa cidade?”, organizações da sociedade civil vão convocar a população para um encontro no próximo dia 14 e promover um amplo debate sobre mobilidade urbana.

O momento é mais que especial: a cidade do Rio dá início a elaboração do seu plano de mobilidade urbana, o PMUS. E esta é uma oportunidade de ouro para que a população participe e diga o que espera para a sua cidade.

O objetivo do encontro é reunir organizações, movimentos, coletivos e indivíduos interessados em discutir de forma mais abrangente a visão do plano. O consórcio ganhador da licitação tem 10 meses de prazo para construção do PMUS, e a intenção é colaborar com o processo e entender os modos de participação da sociedade civil.

O encontro é uma realização coletiva de diversos atores e organizações, como o ITDP Brasil, Rio Como Vamos , Meu Rio, Studio-X, Casa Fluminense, Transporte Ativo, Observatório de Favelas, LAB.Rio, Agência de Redes para a Juventude, Instituto de Estudos da Religião (Iser) e Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). Para participar, é necessário inscrição prévia pois as vagas são limitadas.

 SERVIÇO
Encontro “Que mobilidade queremos para nossa cidade?”
Data: 14/03/2015
Horário: das 14h às 18h
Local: Memorial Getúlio Vargas
Endereço: Praça Luís de Camões, s/n, subterrâneo – Glória, Rio de Janeiro, RJ
Inscrições: migre.me/oPT7f
Evento gratuito, vagas limitadas (participação mediante inscrição prévia)

O Fórum mundial da bicicleta, em São Paulo?

A cidade de São Paulo está mais do que presente no V Fórum Mundial da Bicicleta em Medellín, Colômbia. Estão por lá representantes da Ciclocidade, Bike Anjo, oGangorra, Bike é Legal, Vá de Bike, Bicicleta para Todos, Aliança Bike, Instituto AroMeiazero. O comprometimento dessas organizações, coletivos e grupos soma-se a uma lista mais extensa de apoiadores que estarão juntos para fazer acontecer o Fórum em 2016 na capital paulista.

A concentração de mentes pensantes em favor da bicicleta em um único local durante o espaço de alguns dias é daqueles catalizadores que geram um impacto para além do tempo e espaço físico. As articulações necessárias na cidade sede no pré-Fórum somam-se a criação de novas relações locais, nacionais e internacionais.

A Transporte Ativo apoia e está na torcida por mais essa pedalada em prol da mobilidade em bicicleta no Brasil e em São Paulo.

Saiba mais:

Cidades para idosos e crianças

São Paulo, cidade que se acostumou a defender os interesses particulares em detrimento do bem público. Incentivos à mobilidade individual motorizada à parte, a paulicéia desvairou-se a ponto de esquecer para que afinal existem as cidades. Talvez por ter ido de vila à metrópole sem tempo de entender o próprio crescimento, tenha surgido um espaço adolescente, grande e desajeitado com grandes ambições mas sem a experiência de como realizar os grandes feitos que se sabe capaz.

Existem diversos espíritos paulistanos que rondam, o mais positivo deles é composto por pessoas na “adolescência tardia”. Em geral estão entre os 20 e poucos e os 30 e alguns anos e tem independência, criatividade, juventude, uma certa experiência de vida e a disposição para reconstruir o que está posto. Há também o espectro sombrio dos que vivem imersos nas diversas bolhas de isolamento urbano que a cidade produz, para esse grupo, não há faixa etária defina são criaturas antigas, presas ao que conhecem e imóveis.

Na disputa entre as pulsões de vida e morte, entre renovação e estagnação a cidade segue seus rumos. Desequilibrada na disputa entre Eros e Tânatos, São Paulo tem definhado. Poluição do ar, do céu e das águas aos poucos inviabilizam a própria existência de vida e enquanto o deserto não toma conta da antiga terra da garoa, a cidades e suas pessoas sobrevivem.

Das crianças temos as maiores forças, o impulso de sobrevivência de seguir em frente como espécie, de carregar no tempo nossos genes e os daqueles que nos antecederam. Dos idosos o apagar das luzes, a vida que lentamente se esvai e as conquistas do passado, legado assentado firme, mas que não mais se move com agilidade de outrora. Mesmo que quase opostos, os dois extremos de faixa etária compartilham uma necessidade urbana comum.

Uma cidade que permite a liberdade para a infância, também garante a autonomia dos mais velhos. As vontades de desbravar o mundo são parceiras das vulnerabilidades de quem já viveu quase tudo. Para ambos, cada cruzamento é uma pequena aventura, descer da calçada, olhar, ouvir e seguir em meio aos riscos das ruas e sua circulação veloz. Equacionar e zerar esses riscos à vida de crianças e idosos é (ou deveria ser) prioridade absoluta.

É o que dizem o Art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990 e o Art. 3º Estatuto do Idoso de 2003.

  • É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. ECA
  • É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Estatuto do Idoso

Está escrito no Art 227 da Constituição Federal, que Prioridade Absoluta cabe à infância, o que resolve o conflito entre as duas leis ordinárias que definem prioridade absoluta para faixas etárias opostas. Mas para além da letra fria da lei, na realidade das cidades tal conflito não se aplica. Ao priorizar idosos no ambiente urbano, ganham as crianças e vice-versa. A mesma travessia elevada que ajuda o idoso a atravessar a rua, facilita o trânsito de um carrinho de bebê e acima de tudo diminui a letalidade do fluxo motorizado que vitimiza a todos.

Por mais contraditório que possa parecer, para defender a infância, um colégio de freiras em São Paulo evocou o conceito de prioridade absoluta contra ciclofaixa que passa em frente à escola e supostamente expõe os alunos ao risco. O embate legal é entre a prefeitura e a instituição de ensino, mas certamente a cidade terá muito a aprender sobre a disputa de interesses sempre em curso nos espaços públicos.

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Carnaval, distopia e esperança

 

Carnaval, época de retomada do espaço das ruas pela alegria contagiante das pessoas. Evento turístico, comemoração que para o país e mobiliza sua gente. Em 2015, o pós-carnaval é mais que cinza, é a própria distopia de uma grande festa que mal acaba já se transforma em ressaca.

Distopias Carnavalescas

Na passarela do samba a polêmica é sobre quem financia a festa que toma a Marquês de Sapucaí e transforma a avenida cercada de arquibancadas no “maior espetáculo da Terra”. Nas demais ruas do Rio de Janeiro e do Brasil, o debate é sobre os limites e desafios do carnaval que se faz com empolgação, suor, confete e serpentina.

Em São Paulo a distopia vem das ruas, com forças policiais reprimindo foliões e determinando o fim da festa com armas químicas e truculência. Em diversas outras capitais, o carnaval de rua oscila entre diversas fases. Entre a reconquista do espaço público e a privatização urbana na festa do rei Momo.

Os blocos baianos representam o auge da segregação. Isolada, uma elite (em geral branca) ganha espaço privilegiado nas ruas com homens fortes que seguram cordas e separam quem pagou para curtir a festa na rua e quem apenas pula tal e qual pipoca, livre e gratuitamente.

A profissionalização do carnaval carioca foi feita com o apoio da contravenção, o jogo do bicho, ou agora uma ditadura africana. A ordem paulistana é mantida somente por meio da violência, já em Salvador a festa é acima de tudo um privilégio para quem paga, enquanto os “de fora” pulam e se apertam como podem.

A esperança como desafio

O dilema brasileiro está resumido também no carnaval e nos usos das ruas. A pulsão de alegria é contagiante e nos move e ao mesmo tempo ficam expostas as alianças com a ilegalidade, com a violência e com a segregação.

Encarar o uso das ruas, em festa ou no dia a dia é o desafio civilizatório do nosso tempo. O desejo por humanizar os espaços está presente, tem “demanda reprimida”, tem alegria, força e prazer.

Sejamos carnavalescos durante todo o ano, lembrando sempre das forças destrutivas que nos cercam e impõe desafios. Sambemos, pedalemos e que as ruas possam ser livres para cada vez mais pessoas, mais vezes.

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