Dois retratos da orla carioca

praia do Arpoador, 1973

praia do Arpoador, 1973

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praia do Arpoador, 2013

Uma cidade se constrói ao longo de anos, décadas. O Rio de Janeiro tem ao longo dos anos, seguido no rumo de humanizar espaços públicos. O mais simples é começar pela praia, de frente ao mar as areias são a essência do que é o espaço público.

Foi no encontro entre as calçadas junto às areias do mar e o asfalto das autopistas da orla que nasceu a malha cicloviária carioca. Lá nos idos dos anos 1990. Época de passeios noturnos nas avenidas junto ao mar que juntavam mais de 5 mil ciclistas.

Hoje a infraestrutura permanente adentrou o continente, expandiu-se pela cidade e pedala para tornar o uso da bicicleta parte do cotidiano de muito mais do que alguns milhares de ciclistas. Os números já apontam serem 1,5 milhão de viagens em bicicleta na região metropolitana do Rio. Número representativo que é maior do que o de viagens por trilhos.

Assim como pedalar, o mais difícil é vencer a inércia. Depois, a bicicleta e a cidade tendem a entrar no ritmo do ciclo virtuoso que melhora a qualidade de vida de quem pedala e a das cidades que tem mais ciclistas.

Conforto, segurança e praticidade serão cada vez mais os aspectos necessários para garantir que a bicicleta possa exercer o seu papel de agente transformador das cidades em ambientes mais adequados à circulação de pessoas no espaço público. E como nem tudo é circulação, os espaços públicos de contemplação também precisam ter a devida atenção.

Palmas para o horizonte visto da pedra do Arpoador, com o morro Dois Irmãos ao fundo.

2 thoughts on “Dois retratos da orla carioca

  1. Legal. Aqui em Porto Alegre a gente caminha para trás mesmo… Existe um projeto de revitalização da nossa orla, cujo primeiro passo foi a duplicação da Avenida Beira-Rio, que agora vai ter 6 pistas (3 de cada lado). Nos fins de semana, vai ter estacionamento dos dois lados (+- como era no rio a 40 anos atrás).

    Essa rodovia passa entre a orla em si, e um dos maiores parques da cidade (Parque Marinha do Brasil). Ela também passa pelo estádio Beira-Rio (“A copa”, a justificativa encontrada para esse absurdo).

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