Pedal Eleitoral – A Votação

A saída foi do Arpoador, pela manhã. O ponto final, no início da tarde, Vila Isabel. Todos carregaram nos punhos uma bandeira: a bicicleta em suas diferentes formas.

Ciclistas unidos para cumprir o dever cívico de votar e, de quebra, comprovar o poder da bicicleta: unir pessoas e transformar as ruas da cidade em espaços mais agradáveis. O meio de transporte são duas rodas movidas a tração humana.

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Estacionamento à 45º em frente a seção eleitoral em Botafogo.

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Descontração nas ruas rumo à próxima seção.

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Uma pausa para os veículos na penúltima seção em Vila Isabel.

(fotos – Zé Lobo)

Pedal Solidário – A Entrega

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Quatro ciclistas mais 29 quilogramas de leite em pó. Adiciona-se água e são 86 litros de leite. A embalagem de aço aumenta o peso bruto carregado.

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Mesa repleta na enfermaria do Hospital Universitário Gafrée e Guinle solidariedade sobre rodas e missão cumprida.

Viajar de Bicicleta

Fui infectado pelo vírus da viagem de bicicleta ao ler “No Guidão da Liberdade”, de Antônio Olinto, 286 páginas, Edição Independente, 1993.
Em julho de 2000 tive um ataque agudo deste vírus. Fazia um estágio em Ubatuba – SP e levei minha Caloi 18 marchas numa loja de bicicleta. Saí de lá com bagageiro, cestinha, garrafinha e tratei de enchê-los de comida e bebida no primeiro supermercado. Ainda anestesiado pela força que a realização de um sonho nos dá, creio que só dormi por obra divina.
Quando as rodas tocaram a estrada rumo a Parati, um misto de euforia, felicidade e apreensão tentavam me dominar. Minha preparação foi bem deficiente, mas toca pra frente.
Aquela estrada foi feita para cruzar de bicicleta ou a pé, pois só assim é possível ouvir as ondas quebrando na praia e os pássaros cantando na mata ao lado.
Decidi cumprimentar todos que cruzavam o meu caminho, foi o diferencial da viagem. Só se conhece um caminho se for devagar e se falar com as pessoas. A pé, de carro, moto, ônibus e em bicicletas acenei para todos. Surpresa: poucos não responderam. Motoristas piscavam faróis, motociclistas em potentes máquinas aceleravam em ponto morto e os que estavam a pé até perguntavam como eu estava!
Nunca na vida falei com tanta gente desconhecida e aquela que seria uma viagem em solitário ficou longe disso. Se alguém ainda duvida eu posso afirmar: a bicicleta aproxima as pessoas.

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Bicicleta, veículo convidativo.

Não importa a distância

Primeiro engatinhamos, depois milagrosamente aprendemos a caminhar. Após anos de prática, alguns começam a se aventurar em outras maneiras de se locomover pelas suas próprias forças. Bicicleta, patins ou quem sabe até um monociclo.

Viver é um eterno aprendizado e para alguns um desafio. Pouco importa se só alguns metros ou por 864 km.

Videos de monociclagem

Primeiro Zé Lobo dá seus primeiros giros.
Duração: 26 seg.

Depois Rodrigo Racy dá seu giro.
Duração: 16 min 52 seg.

Programa exibido na ESPN Brasil acompanha o atleta Rodrigo Racy que percorre os 864 Km da rota francesa do Caminho de Santiago usando apenas um monociclo.

Dirigido pelo videomaker Renato Falzoni.

Parabéns ao atleta e a equipe que o acompanhou nos 31 dias de peregrinação.

Ps.: Caso o video não apareça, tente atualizar a página.

Na Chuva

Os últimos dias no Rio de Janeiro tem sido de chuva e água quando cai é problema para o ciclista. No entanto, nem sempre temos as circunstâncias ideais de que precisamos e devemos ser capaz de criá-las.

Qualquer um que se disponha à empreitada, o melhor é preparar a si mesmo e ao veículo. Deve-se olhar tanto para os aspectos físicos (o que ter a mão), quanto psicológicos (como se preparar emocionalmente).

A Bicicleta antes:
– Paralamas são fundamentais;
– Se possível, vá com sua magrela especial para enfrentar intempéries;
– Confira os freios, suas pastilhas vão gastar bastante;
– Sonhe com freios a tambor;
– Volte ao passado e deixe sua bike bem lubrificada;
– Por fim seja carinhoso com a magrela e peça desculpas.

O que levar:

– Alforjes ou uma mochila;
– Roupas extras (meias, camisa, calça e quem sabe um calçado);
– Uma toalha de rosto pra você;
– Um ou dois panos secos para a bicicleta;
– Tenha certeza que tudo isso estará à prova de chuva!

Vestimentas:
No mundo ideal, uma bela capa, um casaco impermeável com ventilações, calça e calçados impermeáveis. Infelizmente é vivendo que se aprende e não vivo no mundo ideal ainda. Copiar a solução dos motoqueiros tão pouco traria bons resultados, o suor encharcaria por dentro da roupa.

O que usei:
– Poncho apropriado para ciclistas e motoqueiros, cobre o guidom as mãos e metade das costas e deixa a lateral livre. Funcionou bem pela ausência de ventos laterais. Manter os controles e as mãos o mais secos possível é bem útil.
– Casaco de Nylon que aguenta um pouco de água.
– Calça de nylon no mesmo esquema.
– Tênis que aguenta um pouco d´água.
– Um par de sacos plásticos entre a meia e o tênis.
– Um colete refletivo.

Aspectos Psicológicos:

Existem diversos tipos de chuva. A perfeita para pedalar é a garoa leve que funciona como um ar-condicionado, refresca, não encharca nada e dá pra aguentar tranquilo uma distância considerável sem problemas. Versões mais intensas desse tipo são “enfrentáveis” por distâncias não muito longas. Antes de chegar a um temporal existe um universo de possibilidades e enfrentá-las pode ser um prazer.

Seja qual for a intensidade que a água cair, aproveite. O vento e uma leve garoa no rosto representam um prazer único de liberdade que só se pode ter numa bicicleta. Já uma enorme tempestade que te pegou previnido só para uma chuva fraca pode ser um bom desafio a seus brios de ciclista.

Atenção e concentração total são naturalmente fundamentais.

Resumo de uma aventura:
Quinta feira durante as pedaladas estive entre garoa fina, chuva forte e nenhuma água vinda do céu.

No total foram 4 deslocamentos:
– 1 – De casa até a casa da minha mãe – 3,1km – Garoa Fina
– Final da manhã – Nenhum problema nesse trecho.
– 2 – Casa da minha mãe até o trabalho – 5,7km – Intensidades variadas e constante de chuva
– Início da tarde – Várias lições e conseqüências. A falta de paralamas, não ter isolado bem os apetrechos no alforje produziram péssimas surpresas. Também o plástico furado entre a meia e o tênis ajudou menos do que o esperado. No entanto, a toalha de rosto e a meia extra provaram seu valor nesse trecho. A calça extra molhou irregularmente e não foi útil. A camiseta extra teria sido útil.
– 3 – Trabalho até o curso – 6,3km – Garoa fina eventual.
– Início da noite – Esse trecho foi um prêmio depois de uma tarde com direito a tempestade. Uma trégua perfeita de São Pedro para o ciclista persistente. Mesmo com uma passada pelo banheiro antes do curso, calçados secos e quem sabe até um casaco extra teria mostrado seu valor.
– 4 – Curso até em casa – 10,6km – Garoa fina e chuva média
– Noite – Depois de um dia cheio voltar pra casa sob qualquer condição climática não seria problema. Aproximadamente 35 minutos de exposição incessante a água e ao asfalto molhado cobram um preço. Cada perna da calça acumulou uma quantidade visível de sujeira que normalmente não se percebe, algo semelhante a areia. Os alforjes sofreram ainda mais do que das outras vezes, pelo menos a proteção com sacos plásticos funcionou para o conteúdo deles. Guardar a bike, secá-la, livrar-se das roupas sujas e molhadas e banhar-se são as providências finais.

Um chocolate ou um chá quente são um excelente prêmio.