NitBike, as bicicletas públicas de Niterói

nitbike1

Já não é novidade, a mobilidade ativa tem no compartilhamento de bicicletas um aliado há muitos anos mundo afora. Quando uma cidade investe em ciclovias, redução de velocidade nas vias, qualificação de calçadas e áreas públicas para as pessoas podemos afirmar que ela escolheu o caminho da evolução na gestão de seu espaço. O modelo atual de mobilidade motorizada individual foi superado, é um fracasso inquestionável, não atende à realidade e as necessidades das cidades de hoje. A bicicleta cai como uma luva no desafio de melhorar o uso do espaço urbano e os sistemas de compartilhamento de bicicletas são a grande ideia para mobilidade desse milênio (nota: embora tenham surgido em 1965 ganharam força e relevância nos anos 2000).

Há várias cidades brasileiras que possuem Sistemas de Compartilhamento de Bicicletas, grandes ou pequenos, pagos ou gratuitos. Não há como negar sua influência positiva para a mobilidade, qualidade de vida e até segurança das cidades.

nitbike2

No estado do Rio de Janeiro temos um caso emblemático de cidade média que merecia um sistema desses a muito tempo. Niterói, vizinha próxima do Rio de Janeiro tem meio milhão de habitantes, uma imensa frota de automóveis em uma área pequena, logo transitar por lá é um desafio que requer paciência. Por necessidade e praticidade a bicicleta sempre foi muito usada na cidade, mas explodiu nos últimos anos com os investimentos da cidade em promover o uso da bicicleta. A chegada das bicicletas roxas do NitBike é uma justa e merecida novidade em Niterói. O sistema gratuito de uso público de bicicletas tem previsão de ganhar as ruas em maio de 2024 e, num primeiro momento terá 50 estações e 600 bicicletas nos bairros mais centrais da cidade.

É a coroação do caminho que uma cidade está tomando para amenizar seus problemas de mobilidade, poluição do ar, má ocupação do espaço urbano e prejuízos com engarrafamentos. Sempre há muito a se fazer nesse sentido e as barreiras à mobilidade mudam de forma e tamanho. Mas Niterói completou uma etapa importante deixando claro que está firme no propósito de garantir espaço e força à bicicleta como ferramenta promotora de qualidade de vida nos deslocamentos de sua população. Neste sentido, e apesar da baía que nos separa fisicamente, Rio e Niterói se aproximaram. Seja com nossas bicicletas pessoais ou nas compartilhadas vamos pedalar cada vez mais lá e cá. Por mais pessoas em mais bicicletas (laranjinhas ou roxinhas) mais vezes.

2º Encontro Carioca de Bicicletas de Carga

2ecbcbO 2º Encontro Carioca de Bicicletas de Carga foi um evento muito especial e gratificante. Foi inspirado na ideia de informar e sensibilizar o poder público sobre a impacto do transporte de carga em bicicletas (e triciclos!), um fenômeno que já está acontecendo em nossas ruas há décadas, sem grande alarde, e que precisa ser conhecido, divulgado e incentivado. Reunimos pessoas com histórias e potencial para elucidar “o que as cidades podem fazer para promover essa atividade” e ajudar ainda mais a sociedade como um todo. Mais de 80 pessoas compareceram ao longo do dia, entre técnicos de diferentes secretarias, como Meio Ambiente, Transportes, CET-Rio, Casa Civil, Urbanismo, Trabalho e Renda, e ainda  pesquisadores da UERJ e UFRJ, diversos grupos de ciclistas de diferentes regiões do Rio e de outras cidades como, Niterói, Macaé, São Paulo e Belém. Alguns fabricantes locais de bicicletas de carga, como Palácio dos Triciclos e Olé Bikes, também estiveram presentes com suas bicicletas, triciclos e muito para contar. A repercussão e as trocas foram excelentes, alguns desdobramentos já estão acontecendo e ao que tudo indica teremos novidades em 2024. Nosso agradecimento aos patrocinadores e parceiros que tornaram o evento possível e o prestigiaram com suas presenças, Itaú Unibanco, Consulado Geral dos Países Baixos no Rio, Secretaria de Trabalho e Renda e Planetário do Rio.

Jos Sluijsman e Tom Parr, organizadores do International Cargo Bike Festival na Europa, desde 2013, vieram diretamente de Amsterdam, como convidados especiais. A vinda deles teve duas motivações: trazer informações sobre as bicicletas de carga ao redor do mundo e apresentar a eles a nossa incrível realidade sobre entregas em bicicletas. Durante o evento eles fizeram uma apresentação bastante completa sobre o tema e nas ruas ficaram surpresos com o volume, tipos, variações locais e como as bicicletas de carga representam um meio de renda e sobrevivência para muitos.

2ecbcg

O primeiro dia do Encontro foi de palestras e debates no auditório do Planetário. Na abertura, tivemos a honra da participação da Vanessa Maia Gestora de Eventos da Fundação Planetário; Marina Convertino, Relações Institucionais do Itaú Unibanco e Sara M. Cohen, Cônsul Geral do Reino dos Países Baixos no Rio de Janeiro, que deram as boas vindas e ajudaram a tornar o evento uma realidade. Em seguida, Daniel Mancebo e Thaís Rennó, do Escritório de Planejamento da Cidade (EPL), apresentaram o Distrito de Baixa Emissão – DBE, região do centro do Rio com grande potencial de uso de bicicletas de carga. Na sequência, Eduardo Bernhardt da TA, deu um panorama sobre o Projeto SCAP Cargo Bikes, realizado no DBE pela TA em parceria com o EPL e ECF. Nesta iniciativa emprestamos para a Prefeitura do Rio de Janeiro, 7 bicicletas de carga para que diferentes departamentos pudessem experimentar esses veículos no Distrito de Baixa Emissão.

2ecbch

Ainda na parte da manhã, foram realizados dois debates. Primeiro “O entregador”, com Everton Gomes, Secretário de Trabalho e Renda do Município do Rio de Janeiro; Goura Nataraj Deputado Estadual no Paraná e Heloísa Ribeiro do Aro Meia Zero, que nos apresentaram algumas iniciativas que vem sendo feitas para proteger esse trabalhador. No segundo debate “A Bicicleta de Carga”, Renato Barreto do Palácio dos Triciclos, Manuela Castro e Andres Mora da Olé Bikes e Marília Mayumi da Tembici, falaram sobre as bicicletas que fabricam e as que são compartilhadas no sistema de Bogotá. As conversas foram moderadas pela Renata Falzoni e focaram na abordagem do “Panorama, Desafios e Perspectivas”.

Na parte da Tarde, uma pausa para a Cerimônia de premiação da Décima Edição do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, que teve como homenageada Renata Falzoni, por tudo que tem feito ao longo de décadas para promover nossas queridas bicicletas!

2ecbca3

Em seguida, vieram duas palestras, uma com Zé Lobo apresentando o mundo das bicicletas de carga no Rio de Janeiro e outra com Jos Sluijsman e Tom Parr, apresentando o que vem acontecendo mundo afora com esse tipo de transporte, seu potencial e expansão surpreendente em anos recentes.

2ecbcj

O segundo dia, seguiu a linha do 1º Encontro, que aconteceu em janeiro deste ano no Aterro do Flamengo. Reunimos diferentes modelos no jardim interno do Planetário do Rio, cenário ideal para trocar ideias, conhecê-las mais a fundo e até dar uma volta ou andar de carona!

2ecbck

Assista um vídeo bem ilustrativo no Bike é Legal!

As Bicicletas de Carga são excelentes ferramentas para cidades mais sustentáveis e resilientes. Ano que vem estaremos de volta, com novidades, mas ainda em 2023, Amsterdam terá mais uma edição do International Cargo Bike Festival, acompanhem e fiquem de olho!

2ebcd

.

logos3

 

Mais sobre Ciclologística e Bicicletas de Carga nos links abaixo:
Bicicletas & Logística
1º Encontro Carioca de Bicicletas de Carga
Cycling Visionary Award
4 guias para promover as Bicicletas de Carga
Bicicletas de Carga no Site TA
International Cargo Bike festival
Cargobike jetzt
ECF Tracker: Cargo bike friendly cities

ParanáBici | Seminário Paranaense de Ciclomobilidade e Cicloturismo

cwb2Curitiba sempre esteve à frente na promoção do uso das bicicletas, assim como o Rio, pioneiras e destaques nos anos 90, perderam um pouco o rumo mas aos poucos vem retornando aos seus lugares de destaque. Sede de tantos eventos e casa de tantas ações da sociedade civil, agora sob a batuta do Deputado Goura Nataraj, Curitiba vem ampliando seu alcance para todo o estado do Paraná.

Semana passada, a Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, foi a casa do ParanáBici, evento que reuniu diversos municípios paranaenses que vem planejando e promovendo as bicicletas, assim como grupos de ciclistas e empresas que pedalam pelos caminhos do cicloturismo no estado. Muito bom ver tantos atores de diferentes partes pensando em comum a bicicleta!

CWB1

Tivemos a honra e o prazer, de ao lado da Renata Falzoni, fazer a palestra magna na noite de abertura e a palestra principal da conferência sobre Ciclomobilidade na manhã seguinte. À tarde, a tarefa ficou para a Falzoni, que fez a palestra de encerramento na conferência sobre Cicloturismo.

Já estivemos em Curitiba em outras diversas ocasiões, sempre buscando promover o uso das bicicletas e compartilhar conhecimento, ensinado e aprendendo a cada visita! Muito bom participar desse desenvolvimento e poder estar perto e presente no planejamento de tantas cidades.

cwb3

Muito bom também reencontrar tantos amigos e fazer novas amizades, todos em uma busca comum, de cidades mais amigas das bicicletas e um mundo mais saudável! Tudo isso fora a incrível possibilidade de pedalar o próprio suco 😉

cwb4

Confira mais detalhes sobre o evento nas matérias abaixo:
Primeiro ParanáBici discute construção de políticas públicas voltadas para a cultura da bicicleta.
Assembleia promove ciclo de debates sobre políticas públicas voltadas para o uso da bicicleta.
Programação intensa encerra o Seminário Paranaense de Ciclomobilidade e Cicloturismo.

E alguns momentos em que estivemos em Curitiba anteriormente:
Uma comunidade nacional em prol da bicicleta. III Fórum Mundial da Bicicleta, 2014.
Bicicleta para técnicos e gestores, um seminário que pedala pelo mundo. Seminário “Formação de Gestores” Políticas Públicas de Ciclomobilidade, 2017.

X Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil | Resultados

premio23

Em sua décima edição, o prêmio “Promovendo a Mobilidade por Bicicleta” novamente selecionou as melhores iniciativas brasileiras em prol das bicicletas. Boas ideias merecem e precisam ser reconhecidas e homenageadas.

A entrega de Prêmios acontecerá no 2º Encontro Carioca de Bicicletas de Carga no dia 15 de setembro no Rio Planetário!

Conheça os vencedores:

Vencedora Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:

Amazônia Passa Aqui
Clima e Mobilidade – Nacional – SP

XPPMBBAE1

O projeto nasceu em 2022 a partir de coletivos e organizações da sociedade civil com o objetivo de promover ações de rua que conectam a mobilidade ativa à proteção da Amazônia, o fim do desmatamento e a defesa dos povos indígenas. A iniciativa foi idealizada pela Clima e Mobilidade Ativa (CMob) e aconteceu nas 7 capitais do sul e sudeste. Em cada uma das cidades, o movimento teve duas pessoas à frente da coordenação, idealização e realização das ações.

Foram cinco datas de mobilização geral em todas as cidades:
05 de junho: Dia Mundial do Meio Ambiente
17 de julho: Dia de Proteção às Florestas (Lançamento oficial da campanha)
09 de agosto: Dia Internacional dos Povos Indígenas
05 de setembro: Dia da Amazônia
22 de setembro: Dia Mundial sem Carro
No total, foram 106 atividades e mais de 7 mil pessoas impactadas. Veja mais neste link.

Boa parte das ações foram feitas em roteiros urbanos criados exclusivamente para a campanha em cada uma das capitais participantes. Todos eles exploraram pontos em locais públicos para estimular a reflexão sobre a importância e presença da Amazônia em nossa vida, mesmo em regiões geograficamente mais distantes da floresta. Esses circuitos culturais estão disponibilizados no site do projeto e podem ser percorridos gratuitamente a pé ou de bicicleta. Ao entrar no site, é só clicar na cidade escolhida e ver mais informações e o mapa.

As atividades de 2022 culminaram na produção de um vídeo-manifesto do projeto. Assista aqui!

Siga @amazoniapassaqui no Instagram e acompanhe as ações que acontecerão em 2023 na sua cidade..

Menções Honrosas Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:
EBA! Aprendendo a Pedalar
Bike Anjo – BR

XPPMBBAEb

“Descubra o encanto de aprender a pedalar com Pipoca e sua Bike Anja! 🚴‍♂️ O livro ‘EBA! Aprendendo a Pedalar’ conta a história da curiosa menina Pipoca, que decide embarcar na aventura de aprender a pedalar com a ajuda de sua Bike Anja. Escrito por Luciana Souza, Tássia Furtado, Vivian Garelli e com a participação de Gabriel Bonamichi, o livro é inspirado no método da Bike Anjo, desenvolvido desde 2010. Faça o download gratuito da versão digital e mergulhe nas aventuras que têm guiado aprendizes pelo mundo afora.

Pedal Popular
AMECICLO – Recife – PE

XPPMBBAE3

O Pedal Popular nasceu da parceria entre Ameciclo e MST/PE através do projeto “Mãos Solidárias” e teve como objetivo oferecer um curso de mecânica básica de bicicletas às comunidades atendidas pelo MST em Recife e Região Metropolitana, abordando o potencial empreendedor comunitário e a sensibilização ao uso da bicicleta.

O projeto oferece vivência de uma semana na qual os participantes conhecem, de forma prática, toda a mecânica da bicicleta, fazendo a desmontagem total, revisão, substituição de peças e componentes, e montagem de dois triciclos. São realizadas atividades de orientações sobre formas e praticidades para utilizar a bicicleta como transporte diário, abordagem do CTB e os direitos de ciclistas nas ruas; além de rodas de conversa sobre a bicicleta e seu papel como importante instrumento na conquista do direito à cidade; a relação entre mulheres, o uso da bicicleta e outros pontos importantes sobre gênero e mobilidade urbana; sustentabilidade; empreendedorismo e geração de renda a partir da bicicleta.
Até o primeiro semestre de 2022, o projeto foi realizado em duas comunidades: Brasília Teimosa e Bomba do Hemetério, tendo como foco a mobilização de mulheres e jovens, visando a formação integralizada desse novo público ciclista/cicloativista.

.

Vencedor Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
Monitoramento de viagens em bicicleta
Ciclocidade – São Paulo – SP

xppmbbData1

O Plano de Ação Climática de São Paulo (2021) consolidou as principais ações estratégicas para a promoção da bicicleta em uma meta principal: ampliar para 4% os deslocamentos deste modo frente ao total de viagens. O desafio traz consigo um problema: como monitorar este valor sem depender da Pesquisa Origem-Destino estadual, realizada a cada 10 anos? Entre 2021 e 2023, a Ciclocidade buscou criar uma forma própria de realizar esta atividade em parceria com os mais diversos atores: Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Instituto Clima e Sociedade (iCS), Banco de Desenvolvimento da América Latina (Banco CAF), Iniciativa de Mobilidade Urbana Transformativa (Tumi), Bloomberg Philanthropies e Vital Strategies.

A primeira etapa consistiu em um estudo de benchmarking, que se debruçou em como grandes cidades do porte de São Paulo estabeleceram metas climáticas relacionadas à bicicleta e monitoram seu andamento (veja a primeira publicação). Ainda em 2022, foi criado um modelo estatístico que visa estimar a quantidade de ciclistas por trecho de viário a partir da correlação entre dados de contagens em campo e Strava Metro, controlando o viés amostral com variáveis externas. O processo apontou que a alta concentração das contagens da cidade resultam em baixo poder preditivo para regiões periféricas, sendo elaborada uma proposta de ampliação e diversificação dos pontos de monitoramento (veja a segunda publicação). Na segunda parte, o projeto realizou a maior contagem de ciclistas do Brasil, uma linha de base de 210 pontos da capital paulista, permitindo a calibragem do modelo e a criação de um indicador anual executável pelo próprio poder público. Os resultados finais deram origem ao Plano de Monitoramento de Viagens em Bicicleta da Cidade de São Paulo, lançado no início de agosto de 2023 e a ser executado pela CET (veja a terceira publicação). O indicador anual de monitoramento compõe a série de indicadores da Meta 11.2 da Agenda Municipal 2030.

Menções Honrosas Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
MOTIVE – Mobilidade Ativa entre Escolares
Laboratório de Vida Ativa – LaVA/UERJ – Rio de Janeiro – RJ

XPPMBBLDP32

O Projeto MOTIVE – Mobilidade Ativa entre Escolares – é composto por estudos observacionais de caráter transversal, desenhado, desde a sua concepção, de forma multidisciplinar, que envolve pesquisadores das ciências da atividade física, mobilidade urbana, educação, geografia, entre outras. Através deste olhar , o MOTIVE tem como objetivo analisar os fatores determinantes dos deslocamentos diários para o eixo casa-escola-casa. Para tanto, utiliza um modelo ecológico voltado ao uso de transportes ativos, que considera aspectos individuais, socioculturais, do ambiente construído e das políticas públicas, apropriando-se de métodos tanto qualitativos (entrevistas e grupos focais) como quantitativos (questionários, antropometria, geoprocessamento).
A população investigada envolve estudantes da rede municipal de ensino do município de Volta Redonda, de 9 a 18 anos de idade, familiares, diretores, professores e gestores públicos. O MOTIVE envolve a colaboração de universidades públicas brasileiras e internacionais, organizações da sociedade civil e governo, em especial, a Secretaria Municipal de Educação e de Esporte e Lazer de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. O MOTIVE possui financiamento da FAPERJ, através dos editais PPSUS e Jovem Cientista do Nosso Estado. O MOTIVE é estruturado em quatro etapas a saber: a) Etapa 0 – Mobilização da equipe e desenho do projeto; b) Etapa 1 – Planejamento e preparação; c) Etapa 2 – Implementação, oficinas e coletas de campo; d) Etapa 4 – análises e entregas (produção científica e Plano de Mobilidade Sustentável e Participativo). Até o presente momento foram avaliados 3440 estudantes, 104 dos quais envolvidos em grupos focais.

Caminhos para readequação de velocidades no Brasil: opinião pública e análise sobre mortes no trânsito
UCB e IPMMU – Nacional

XppmbbLDP2

A publicação “Caminhos para readequação de velocidades no Brasil: opinião pública e análise sobre mortes no trânsito” é de autoria do Instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana e da UCB –  União de Ciclistas do Brasil, o documento (disponível para download gratuito) apresenta os resultados da análise de dados e pesquisa de opinião sobre velocidades nas cidades, trabalhos realizados no âmbito do projeto Vias Seguras.  No texto estão mensurados o impacto de boas práticas de readequação de velocidade em cidades brasileiras e da América do Sul, além de um levantamento sobre a percepção popular sobre sinistros de trânsito e velocidades regulamentadas. Para baixar o relatório: https://uniaodeciclistas.org.br/biblioteca/caminhos-para-readequacao-de-velocidades-no-brasil-opiniao-publica-e-analise-sobre-mortes-no-transito/

O projeto Vias Seguras é fruto da articulação da UCB que, em 2021, foi contemplada com um edital para desenvolver projeto de segurança viária, contando com o apoio da International Federation of Red Cross and Red Crescent Societies – IFRCS, e tornado-se membro do Global Road Safety Partnership – GRSP. A iniciativa conta com diversas ações e estratégicas com o objetivo desmistificar a readequação das velocidades dos automóveis nas vias brasileiras com base em estudos técnicos e subsidiar o Projeto de Lei 2789/2023. O PL2789 é uma iniciativa da sociedade civil organizada e alterara o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em dois pontos específicos: 1. readequando velocidades e incluindo o uso da via como parâmetro para definir a velocidade mais adequada; 2. melhoria da fiscalização, para que possa ser feita também pela velocidade média dos veículos entre dois pontos – isso reduz o comportamento de risco de acelerar entre dispositivos de prevenção de sinistros. Mais detalhes: https://transitandopelavida.org.br/salvando-vidas/

Os dados presentes na publicação dão subsídios para o objetivo principal do projeto Vias Seguras: a readequação das velocidades nas vias urbanas para o melhor convívio de pedestres, pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida e ciclistas.

.

Vencedor Categoria Empreendedorismo:
Pé Vermêi
Ciclocirculação Pé Vermêi –  Nômades

XPPMBBEMP1

A Pé Vermêi é um circo de rua nômade e cicloativista, composta pelus irmanes Ana Melo (mulher cis negra e pansexual) e Mone Melo (pessoa não binária branca e pansexual). Nossa jornada artística começou ainda na infância nos projetos sociais de Juatuba MG, e desde 2021 vivemos de maneira nômade pedalando pelas estradas do Pernambuco, Ceará e Paraíba levando nosso circo nas garupas, atravessando e sendo atravessades por vilas, zonas rurais e centros urbanos apresentando nosso espetáculo de rua, ministrando oficinas culturais e promovendo trocas com outros grupos artísticos e de ciclistas. Nos preocupamos em ocupar as estradas com veículos lentos e de baixo impacto ambiental, seguindo rotas pouco convencionais e valorizando o acesso democrático à arte de rua. Nossa ciclocirculação é realizada de maneira independente e autogestionada, e até o presente momento não havia recebido qualquer tipo de apoio institucional, premiação ou fomento governamental. Acreditamos na potência da bicicleta e da arte de rua como ferramentas de transformação ambiental e social.

Menções Honrosas Categoria Empreendedorismo:
Pedala Preta
Cíntia da Silva do Espirito Santo – Macaé – RJ

Xppmbbemp3

O Pedala Preta faz um rolê de bike pela história de Macaé. Utilizando a bicicleta como um instrumento de emancipação feminina, focando na liberdade de ir e vir e no direito à cidade. As mulheres aprendem a mecânica básica de bicicletas, o que gera mais autonomia. Com o objetivo de gerar renda, trabalhamos o turismo receptivo, fazendo o resgate da nossa cultura, levando as pessoas a lugares históricos. Também focamos na sustentabilidade, pois cada bicicleta é um carro a menos na rua, o que gera menos poluentes no ar. Pensamos na bicicleta como ferramenta na construção de cidades mais verdes e menos desiguais, com mais mobilidade. Já realizamos a 2° edição do nosso “Café, Bike e Mulher” um evento 100% gratuito e totalmente focado no público feminino, uma roda de conversa onde tomamos um café e batemos um papo, pois juntas podemos construir uma comunidade mais justa e sustentável para todos.

Desafio Rainha do Mountain Bike
Coletivo de Mulheres Ciclistas do Oeste do Pará – Santarém – PA

xppmbbemp3

O ciclismo ainda é um esporte praticado majoritariamente por homens, especialmente na região norte do Brasil, devido a situação de vulnerabilidade econômica das mulheres, assédio e estigmas socialmente arraigados. Por acreditar no potencial feminino no esporte e no intuito de valorizar a participação das mulheres no ciclismo, um grupo de mulheres denominado “Coletivo de mulheres Ciclistas do Oeste do Pará” se uniu em 2022 a fim de organizar o primeiro desafio de MTB exclusivo para mulheres. No total, 95 atletas de 7 municípios participaram do evento sediado em Santarém, sendo a maior participação feminina em uma competição de ciclismo na região.¬¬ A 2ª edição ocorreu em maio de 2023 no município de Belterra, atraindo 112 atletas, de 9 municípios, se consolidando como maior evento feminino do estado. A 3ª edição ocorrerá no município de Oriximiná, possibilitando o intercâmbio e fortalecimento do ciclismo feminino. O coletivo visa, além da organização de eventos, o fomento às atletas para participação em eventos fora do Pará, a compra de equipamentos, o auxílio às atletas em situação de vulnerabilidade econômica e a criação de uma rede de apoio para mulheres ciclistas, fomentando novos talentos e fortalecendo a cultura do ciclismo entre mulheres na região amazônica.

Agradecemos pelo envio dos projetos e parabenizamos pelas iniciativas. Por mais um ano a disputa foi bastante acirrada em todas as categorias!

Agradecemos também ao comitê de avaliação e ao Itaú Unibanco, que torna possível a realização do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil.

Para saber mais sobre o Prêmio e suas edições e premiações anteriores, clique aqui.

Encontro Carioca de Bicicletas de Carga

CargobikeArchetypes CC by eric poscher

Nosso envolvimento de longa data com a ciclologística e as bicicletas de carga, nos levou ao International Cargo Bike Festival em Nijmegen 2017 e em Amsterdam 2022, onde surgiu a ideia de realizarmos um mini festival desses no Rio de Janeiro, para possibilitar aos interessados daqui, terem informações sobre o que está acontecendo pelo mundo sobre este tema. Ao mesmo tempo em que visitantes estrangeiros possam conhecer pessoalmente algo que já acontece aqui e é surpreendente para europeus.

Esse momento chegou! Vamos trazer à tona este tema de grande importância para a melhoria de nossos grandes centros urbanos, ainda pouco conhecido e explorado em nosso país, embora já tão presente, com intercâmbio com os organizadores do International Cargo Bike Festival. Com apresentações e troca de informações entre envolvidos com Logística em Bicicletas, entregas na última milha, descarbonização dos transportes e cidades mais limpas e eficientes, o evento tem como público alvo: técnicos e gestores da Prefeitura do Rio, estudantes de Urbanismo, Transportes, Logística, Pesquisadores, pessoas envolvidas com a promoção da mobilidade por bicicletas e interessados no assunto.

Dias 15 e 16 de setembro, no Planetário da Gávea.

Saiba mais, conheça o Programa e faça sua Inscrição clicando aqui.

Um pouco sobre o 1º Encontro Carioca de Bicicletas de Carga, que aconteceu em janeiro deste ano.