Em sua décima segunda edição, o prêmio “Promovendo a Mobilidade por Bicicleta” novamente premia iniciativas brasileiras em prol do uso das bicicletas, pois boas ideias merecem e precisam ser reconhecidas e homenageadas!
Outro ano e vários projetos interessantes, bastante diversidade, pouca inovação, mas projetos cada vez mais consistentes. A seleção não foi fácil e a tarefa de deixar tanta coisa de fora boa foi árdua.
As organizações premiadas receberão dez mil reais para darem continuidade ou aprimorarem seus projetos.
A entrega de Prêmios acontecerá no Shimano Fest!
Conheça as melhores iniciativas:
1º Lugar Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:
AMECICLO
5 anos do Fundo de Ações Livres
O Fundo de Ações Livres (FAL) é um edital auto gerido da Ameciclo que, desde 2019, fomenta ações educativas e de sensibilização em mobilidade urbana ativa na Região Metropolitana do Recife. Criado com o objetivo de descentralizar recursos e impulsionar o protagonismo de territórios e coletivos periféricos, o FAL já apoiou 24 iniciativas com até R$ 1.000,00 cada, totalizando cinco anos de incentivo a projetos criativos, populares e diversos. Voltado a pessoas físicas, coletivos não formalizados, pequenos empreendedores (MEI/ME) e organizações sem fins lucrativos, o FAL aposta em formatos flexíveis e processos simplificados de inscrição e prestação de contas. As ações contempladas envolvem oficinas, jogos, produção audiovisual, arte urbana, homenagens a vítimas do trânsito, formações em escolas e intervenções no espaço público. Mais do que apoiar financeiramente, o FAL cria redes de afeto e solidariedade, amplia o debate sobre mobilidade e possibilita que ideias locais ganhem força e visibilidade. Relatos de participantes mostram que o fundo é muitas vezes a primeira oportunidade para transformar projetos em realidade, alcançando públicos diversos e promovendo o uso da bicicleta como ferramenta de educação, inclusão e transformação social.
Menções Honrosas Categoria Ação Educativa e de Sensibilização:
Coletivo ParáCiclo
Circuito de Mobilidade
Circuito de Mobilidade de Belém – composto por mini fóruns, realizados em territórios periféricos; atividade pensada para colocar a população no centro do debate climático. A ideia é construir juntos propostas que melhorem a vida em nossas periferias, a partir das nossas vivências na Amazônia urbana. Com objetivo de dialogar sobre quais políticas públicas cada território deseja, tendo a mobilidade como pauta principal, a proposta é levar a demanda da população ao poder público, a partir das vozes de quem é mais impactado pelos efeitos da crise climática. Trocamos experiências de como a falta de transporte público digno, ciclovias, ciclofaixas e calçadas de qualidade nos tiram o acesso a direitos básicos como lazer, educação, saúde e atravessam nossas rotinas; do quanto estas ausências afetam nosso pleno direito a cidade. Ainda dentro da programação do Circuito de Mobilidade, contamos com artistas que fizeram a facilitação gráfica, estratégia para ter uma relatoria lúdica do evento; e com grafiteiros, que deixaram nas paredes dos territórios artes como legados da nossa passagem por lá. Dentro de todo este contexto, queremos ser parte da solução e não parte do problema.
Pedala Manaus
NƗRAƗRIDE
Inspirado na iniciativa das bicicletas brancas, promovida pelo grupo PROVOS na década de 60 na Holanda e no Bota pra Rodar da AMECICLO de Recife, o Pedala Manaus recolhe bicicletas sem uso que são doadas, recondiciona em oficinas de manutenção e pintura e as entrega para as comunidades indígenas, dentro de um sistema de compartilhamento. Ou seja, as bicicletas se tornam públicas para uso de toda a comunidade, estimulando também a economia circular. O projeto tem uma segunda etapa que é de desenvolver o empreendedorismo na comunidade capacitando e realizando oficinas de mecânicas com os jovens. Também faz parte desenvolver um aplicativo que possa fazer a gestão do sistema e torná-lo mais funcional para a comunidade.
1º Lugar Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
AMECICLO
IDECICLO – Consolidando uma metodologia nacional
O IDECICLO Nacional desenvolve um índice padronizado para avaliar a infraestrutura cicloviária em cidades brasileiras. Na fase piloto (até dez/2024), o projeto integrou 15 municípios de 4 regiões, auditando 31,2 km de vias, divididos em 44 trechos e mobilizando 31 avaliadores treinados no protocolo de planejamento, projeto, urbanidade e manutenção. A governança incluiu 19 reuniões nacionais e 7 consultorias técnicas com ITDP e WRI, assegurando rigor metodológico e adesão ao Manual original do IDECICLO (2018) para eixos e indicadores. Durante o Bicicultura 2024, 47 participantes priorizaram fatores de avaliação, informando ajustes no Manual de Aplicação (prévia de 50 págs.) atualmente em revisão final. Financeiramente, R$25.419,11 de um total de R$50.000,00 foram aplicados em equipe técnica, consultorias e design, com transparência de custos. O IDECICLO Nacional oferecerá, em breve, um guia gráfico definitivo e uma ferramenta computacional para cálculo automatizado do índice, facilitando a auditoria cidadã e o monitoramento contínuo da qualidade cicloviária. Esta abordagem robusta e participativa fornece subsídios empíricos para orientar políticas públicas cicláveis e promover cidades mais seguras e inclusivas para o uso da bicicleta.
Menções Honrosas Categoria Levantamento de Dados e Pesquisas:
AMECICLO
Análise das Consequências do Desligamento das Lombadas Eletrônicas
Esta pesquisa compara dois ciclos de 12 meses no Recife antes e depois do desligamento noturno das lombadas eletrônicas (jul/22–jun/23 vs. jul/23–jun/24), usando dados oficiais do Portal de Dados Abertos e da CTTU. Após junho de 2023, as multas por lombadas caíram de média de 3.843 por mês para zero, sem aumento compensatório em outras infrações, o que indica perda de efetividade fiscalizadora. Durante o desligamento noturno, constatou-se aumento de seis vezes na proporção de motoristas acima do limite, alcançando até 7% de infrações às 3h. No mesmo período, os sinistros com vítimas subiram 77,6% (2.196 para 3.901), evidenciando correlação direta entre fiscalização e segurança. A queda de 23% na arrecadação (R$76,6M → R$58,9M) comprometeu recursos para manutenção viária e educação no trânsito. Estes resultados reforçam a necessidade de reativar integralmente a fiscalização eletrônica de velocidade, garantindo operação 24h e participação social no monitoramento, a fim de reduzir sinistros e preservar receitas destinadas à mobilidade urbana
AMECICLO
Ciclodados – A plataforma da bicicleta no Recife
O CICLODADOS é uma iniciativa de pesquisa aplicada que desenvolve uma plataforma unificada para centralizar e analisar dados de mobilidade cicloviária no Recife e Região Metropolitana. Em sua fase piloto (janeiro–maio 2025), o projeto integrou > 5 fontes distintas — incluindo contagens manuais de ciclistas, bancos de dados do SUS e CTTU, e informações geoespaciais da Prefeitura e do IBGE — utilizando PostgreSQL/PostGIS e Drizzle ORM para padronização e georreferenciamento. A prototipagem em Remix (frontend) e Express.js (backend), aliada ao Strapi CMS e ao Ameciclobot (Telegram), viabilizou a publicação de dashboards interativos em Metabase e Figma, com métricas de uso em tempo real e indicadores de desempenho (cronograma, funcionalidades e integração de dados) em fase de validação. Metodologicamente, foram adotadas rotinas automatizadas de ETL e testes de usabilidade que garantem qualidade e confiabilidade na captura e apresentação dos dados. O uso de inteligência artificial (ChatGPT e Whisper) no fluxo de relatórios preliminares destaca-se como inovação para acelerar análises qualitativas e quantitativas. O CICLODADOS oferece subsídios robustos para pesquisas urbanas, orientando políticas cicloviárias baseadas em evidências e promovendo maior transparência e participação comunitária na gestão da mobilidade por bicicleta.
1º Lugar Categoria Empreendedorismo:
Projeto Social Pedalar
Projeto Social Pedalar
O Projeto Social Pedalar atua em Maria Paula, Niterói (RJ), promovendo inclusão social e acesso à mobilidade por bicicleta para crianças, jovens e famílias de baixa renda. Iniciado com passeios e atividades físicas, o projeto evoluiu para uma forte atuação comunitária, onde a bicicleta é entendida como ferramenta de direito à cidade, autonomia e transformação de vidas. Seu eixo central é a arrecadação, recuperação e doação de bicicletas. Parcerias com ciclistas e oficinas locais viabilizam a restauração de bikes usadas, que são doadas a jovens que, muitas vezes, recebem sua primeira bicicleta. Cada doação é acompanhada de orientação em segurança, manutenção e educação para o trânsito. Mais de 100 bicicletas já foram entregues, ampliando a mobilidade de quem passa a ter acesso facilitado a escola, trabalho e atividades culturais. As entregas ocorrem em eventos comunitários, que também envolvem feiras de artesanato e economia solidária, fortalecendo redes econômicas locais. O Pedalar demonstra como o empreendedorismo social e a bicicleta podem, juntos, gerar oportunidades reais, ampliar o pertencimento à cidade e transformar trajetórias de vida, especialmente na juventude periférica.
Menções Honrosas Categoria Empreendedorismo:
Atelier Bicicine
Ciclo Oficina
O Atelier nasceu em 2012 na galeria Carmo Sion, idealizado e criado pelo apaixonado por bicicletas João Ziller. A ideia era fazer um ponto de encontro de tribos da cultura ciclística de BH. Com o foco em ciclismo urbano e para incentivar que mais pessoas adote o bicicletas como meio de transporte na cidade, os preços são mais justos e uma mão de obra de qualidade e personalizada. Ao contrario das outras oficinas de BH, na qual a maioria esconde a área onde é feita os serviços na bicicleta e foca em vendas de novas bicicletas e acessórios, no atalier este espaço é o nosso cartão de visitas, onde o cliente pode entrar, acompanhar e participar no processo de serviços que estão sendo realizados em sua bicicleta, sendo um atendimento mais próximo, sem esconder os detalhes ao cliente.
Trio – Caminhos Sustentáveis
Bicitaxi Solar Rio de Janeiro
Oferecemos transporte sustentável – bicitáxis com assistência elétrica e painéis solares — para turismo cultural no centro, Lapa e Zona Portuária. Realizamos passeios guiados, e trajetos curtos entre museus, centros culturais e pontos históricos. Nossos veículos são conduzidos por operadores treinados, conhecedores das ofertas culturais da região. A velocidade dos veículos é limitada a 20 km/h, e contam com freios hidráulicos a disco e cintos de segurança para garantir a proteção dos passageiros, pedestres e ciclistas. Nosso serviço é especialmente útil para pessoas com deficiência de mobilidade, idosos, e pessoas com deficiência visual. Operamos até cinco veículos dependendo da demanda sazonal, mas planejamos expandir nossa frota e, eventualmente, oferecer um serviço gratuito na zona portuária para estimular visitas à região. Já percorremos mais de 17.500 km em trajetos, atendemos um número estimado de 40.000 passageiros e mantemos uma classificação cinco estrelas no Viator, TripAdvisor, Google Maps e Airbnb Experiences. Desenvolvemos um laboratório de baterias de lítio, garantindo a máxima vida útil de nossos equipamentos, e as baterias são recicladas ao fim de sua vida útil. Doamos nosso espaço de oficina e mão de obra para coletar e reformar bicicletas usadas, destinando-as aos moradores da favela da Providência.
Agradecemos a todos os que se inscreveram, pela participação e por estarem Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, ao comitê que avaliou os projetos e ao Itaú-Unibanco por financiar a iniciativa, acreditando no potencial das bicicletas!