Debate sobre Pedestres em São Paulo

A mobilidade dos pedestres em São Paulo precisa ser pensada e repensada. Inserir o caminhar como o importante meio de locomoção que é, deve ser cada vez uma vontade política dos paulistanos. Como forma de contribuir para o debate, a Associação Nacional dos Transporte Públicos (ANTP), convidou o arquiteto Gustavo Partezani para uma palestra. A iniciativa em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul visa divulgar o curso de pós graduação lato sensu de Mobilidade Urbana.

Gustavo Partezani afirma que a cidade de São Paulo, maior metrópole da América Latina, tem promovido uma série de iniciativas para a melhoria de seu sistema de mobilidade. Tal desafio vem sendo enfrentado por meio de uma série de iniciativas que combinam a infra-estrutura, o transporte e o desenho urbano. (…) Partezani vai explicar por que a cidade de São Paulo precisa encorajar modos seguros de transporte dentro de uma política em que o pedestre deve ter prioridade. E por que, em complementação a isso, é também necessário criar um ambiente urbano em que os diferentes modos de transporte possam co-existir, sendo a aplicação do desenho universal a principal ferramenta para alcançar estes objetivos.

Proposto o debate, resta aos interessados comparecer para conhecer o que tem sido feito e principalmente reforçar a importância de que cada vez mais a cidade de São Paulo dê a importância merecida para quem caminha. Afinal a única condição permanente para todos os cidadãos é ser pedestre. Ainda que muitos possam estar eventualmente na condição de motoristas, ciclistas, passageiros.

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Local e data: dia 23 de julho de 2009, a partir das 19h30, na Unidade Liberdade da Universidade Cruzeiro do Sul (Rua Galvão Bueno, 868, Liberdade. Próximo a Estação São Joaquim do Metrô).

Mais sobre a palestra e o palestrante no Site da ANTP.

Espaço Compartilhado na Floresta

Estrada Dona Castorina

Meca dos subidores de montanha, cariocas, as estradas Dona Castorina e da Vista Chinesa são rotas bastante utilizadas por ciclistas há muitos anos. As ladeiras íngremes em meio a Mata Atlântica dentro da Floresta da Tijuca atraem atletas amadores, profissionais e muitos turistas. O asfalto que corta a maior floresta urbana do mundo é um grande facilitador para que cariocas e visitantes possam desfrutar e aprender a valorizar esse espaço verde.

O movimento de ciclistas em todas as estradas da Floresta da Tijuca é intenso, a maioria deles está lá por esporte ou por lazer. Nos dias de semana o fluxo é menor, mas aos finais de semana fica bastante movimentado. Por ser uma via estreita de mão dupla e sem calçada, a Estrada da Dona Castorina e a da Vista Chinesa são necessariamente “espaços compartilhados”. No entanto esse conceito ainda é novo tanto para pedestres e ciclistas, quanto principalmente para os motoristas.

A velocidade máxima permitida nas estradas dentro do parque sempre foi de 40km/h ainda que ocasionalmente desrespeitada. A falta de sinalização indicando a presença de ciclistas e existência da faixa divisória de pista, favoreciam um deslocamento mais livre para os automóveis. Para promover a segurança viária e ordenar o uso desse espaço compartilhado, a prefeitura optou por instalar uma nova sinalização horizontal e vertical. Inicialmente serão demarcados os 7,5km do Horto até a Gávea Pequena. Felizmente, a direção do Parque já pediu à Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) que a sinalize todas as áreas do Parque Nacional da Floresta da Tijuca.

Sustentabilidade Urbana

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Cada momento histórico tem seus erros e acertos, mas todos eles tendem a ficar sempre no passado. Muito se fala e se luta em nome do conceito de sustentabilidade. Nossas cidades precisam ser capazes de manter o equilíbrio para que possamos ter um estilo de vida urbano que seja compatível com o meio ambiente.

O crescimento das cidades foi baseado na expansão do concreto, aço e asfalto durante o século XX. As consequências são visíveis em qualquer grande cidade. As perdas econômicas podem apenas ser estimadas e são imensas. Cidades nasceram para facilitar trocas, sejam elas financeiras ou não. As oportunidades concentradas nas metrópoles continuando atraindo até hoje um grande fluxo migratório. No entanto faz-se necessário planejar e antever caminhos para o futuro,
investimentos precisam ser feitos, mas não podem continuar obedecendo a mesma lógica do passado.

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Três peças da mobilidade urbana. Transporte sobre trilhos, planejamento cicloviário e transporte individual motorizado.

O conceito de sustentabilidade precisa caminhar ao lado da diversidade. Quem vive e circula pelas cidade precisa de opções em seus deslocamentos e naturalmente opções de moradia também. A aprendizagem histórica nos trouxe até aqui, mas não podemos insistir no que não pode ser sustentado indefinidamente. Precisamos aprender com nossas cidades e olhar para os acertos vindos de fora ou de dentro. Só assim será possível vivermos em cidades nas próximas décadas.

Um Milhão de Amigos

Diariamente aproximadamente 1,2 milhão de pessoas caminham pela Avenida Paulista. Executivos na hora do almoço, executivas apressadas equilibrando-se no salto alto. Mas não são só os ricos e bem vestidos que estão por lá. Trabalhadores de todos os tipos, estudantes e também turistas que passeiam pela avenida cartão postal.

A recente reforma aumentou em 15% o fluxo de pessoas nas calçadas. O conforto para os pedestres rendeu frutos, mais do que isso, abriu a avenida para novos usuários. Cadeirantes e deficientes visuais passaram a ter uma área totalmente acessível para circular. Skatistas e patinadores ganharam no cimento liso uma área de deslocamento e lazer não prevista. Ciclistas sentiram-se atraídos a pedalar na calçada, mas o enorme fluxo de pedestres desencoraja o uso dessa faixa compartilhada informal.

Melhorar a mais famosa das avenidas no entanto é um processo contínuo. Os acertos até agora obtidos podem e devem se espalhar para o restante da cidade. Quando inserida dentro do conceito de mobilidade urbana, a acessibilidade traz benefícios em qualidade de vida para todos. É sempre bom repetir o conceito de que quanto mais larga a calçada, maior é a democracia.

Os benefícios dessa democracia focada nos pedestres e cadeirantes se alastra para além dos beneficiários imediatos. Traz lucros diretos para o comércio, o turismo e valoriza a cidade perante seus cidadãos e o mundo.

Mais florida e iluminada: a nova Paulista – Estadão
Fluxo de pedestres na Paulista cresce 15% – Folha

Pessoas gostam de Água

Cidades costumam estar a beira mar ou na convergência de rios. O motivo não poderia ser mais óbvio, o bicho homem precisa de água para sobreviver e procurou sempre fixar-se em áreas em que esse recurso natural estivesse amplamente disponível. Mas os rios e o mar tem um valor a mais que não se pode beber. A paisagem.

Duas estações do ano, dois continentes e a mesma presença massiva das bicicletas a beira mar.

Copenhague no verão:

Rio de Janeiro no inverno:A Media Player is required.