Bicicleta, doce bicicleta

A primeira lembrança que guardo de uma bicicleta, eu estava indo para a escola na garupa da Monareta verde do meu irmão mais velho. Mais de três dezenas de anos já se passaram, e a bicicleta esteve comigo sempre, na liberdade de ir e vir em Brasília, numa Peugeot 3 marchas que me roubaram, na descida de barranco para cair nas areias do rio Gorutuba, nas tardes na casa da minha avó comendo goiaba no pé.

Minha vó Bela, que morreu de complicações da diabetes. Minha mãe que toma insulina. Está no sangue da família. Sempre soubemos disto, o gene adormecido no sangue para saber quem seria o próximo da lista. Até que numa consulta preventiva dois anos atrás, mesmo tendo os níveis normais de glicemia basal, a Dra. Alessandra Venosa desconfiou de alguma disfunção metabólica. Fiz um exame específico chamado curva glicêmica e o resultado desvelou o gene escondido: tenho intolerância à glicose, um estágio prévio da diabetes.

Mudei hábitos alimentares, o que foi um teste de força e disciplina para quem é fascinado com doces, chocolate e rapadura… Tornei-me paciente da Dra. Noemia Barra, especialista no assunto, que nesta semana me passou definitivamente um remédio ativador do pâncreas. E o que isto tudo tem a ver com bicicleta??

As duas médicas também diagnosticaram, em tom de elogio: se não fosse sua bicicleta, você já seria diabético.
Diabetes World Day

Como poderia imaginar que, naquela garupa da Monareta verde, 40 anos atrás, estava indo por um caminho onde, a cada dia, a bicicleta salva minha vida?

12 thoughts on “Bicicleta, doce bicicleta

  1. Muito legal. Sou diabético desde os treze anos, talvez porque só descobri a bicicleta bem recentemente (já aos vinte e tantos). Fico feliz por ti e, é claro, me identifiquei pra caramba com teu texto. Parabéns pelo blog. Avánti com a bicicleta. Mas calma com os doces! Abração.

  2. Adorei o bolo, o post e o assunto. Já sabia que bicicleta faz bem à saúde, mas não imaginava que fosse tanto. 🙂

  3. Massa o post. Tenho 24 anos e tenho casos de diabetes na família e acredito que as chances de ser diabético sao razoaveis para mim e para meu irmão (minha mãe e seus irmãos não foram). Sempre gostei de bicicleta, sempre pedalei pra caramba e hoje faço tudo de bicicleta (vou pra facu, pro trabalho, pra casa dos amigos, treino, viajo [quando possível]). É sempre bom descobrir outros benefícios em uma atividade tão prazerosa. hehe

    Agora continuarei tentando convencer meu “bróder”.

    E vamo que vamo! Abraço e se cuida!

  4. Thanks for this post and always for your fine blog!

    In fact we also have good experiences with cycling in case of diabetes. In our cycling-club ADFC in Bremen (Germany) we offer tours for people with this disease.
    A diabetes-assistent guides this tours and give a little help, when someone comes into an hypoglycemia situation. Mostly a bit of sugar is effective to get back to normal.
    So the participators have no fear of an acut problem on the tour. And they have all understanding for each other.

    You find more details, but regrettably only in german language:

    http://adfcbremen.wordpress.com/2008/05/13/radtouren-mit-diabetes/

  5. Atilio, Wiulliam e Mathias: obrigado pelos comentários.
    Cuidem-se todos, tendo ou não tendo a doença, pois a diabetes é silenciosa e só aparece de repente quando já não tem mais volta. É preciso sempre estar no controle!

    Tobias, a special thank to you. Guided tours for diabetics it’s a great idea.
    With a little help from some friends (German spokers!!) I could read the post you sent us. But unfortunately, I couldn’t find on the internet the flyer mentioned there… I think it would be very usefull. Do you have it?
    thanks alot.

  6. Achei muito legal sua história,fiquei até emocianada.Eu tb gosto muito de doces,mas minha historia é outra e a bike, tb me salvou minha vida e hoje vivo completamente satisfeita comigo e minha familia.
    Se todos descobrissem os beneficios que a bike nos traz, acho que as farmacias não teriam muitos medicamentos nas sua prateleiras.
    Já cheguei aos meu 100 quilos, e consegui retornar o meu quadro pedalando,e hoje sou uma ciclista que participa de competições.Sou atleta da minha cidade,e já tenho muitas vitórias e logo virão muitas mais.
    Tenho 36 anos, estudante de Educação Física,mãe de dois meninos lindos,um de 15 e um de 6 anos,ambos vibram com minhas pedaladas.
    Adoro essas histórias, pois ajudam outras pessoas a se motivarem nas pedaladas.
    Beijos e muito sucesso.

  7. Sabemos que pedalar faz bem para saúde , transporte e o meio ambiente agradece .
    Fui falar com o diretor de transito da minha cidade(PIRAJU) , sobre ciclovias e ciclofaixas , ele respondeu que PIRAJU tem muita subida , só teimosos sobem subidas . Ele precisa saber que existem muitos teimosos por aí .
    DIRETOR DE TRÂNSITO DE PIRAJU EU SOU TEIMOSO .

  8. Meu pai, meus tios e tias (irmãos de meu pai) e minha irmã mais velha são diabéticos. Eu uso a bike a alguns anos, antes era só para passear e no último ano intensifiquei o uso – vou trabalhar, faço longos percursos, comprinhas e principalmente como um exercício físico prazeroso e eficaz para o corpo e para a alma… Além disso desde os vinte sou ativa e ativista dos exercícios físicos. Já influenciei vários amigos e amigas a praticarem corrida e ciclismo. Hoje, aos 49 anos, tenho minha saúde e peso em pleníssima forma.
    Pra convencer as pessoas mais renitentes pergunto qual é a característica essencial da morte, sempre me respondem, com variantes: A INÉRCIA. Ou seja: quanto mais parado mais morto.
    VIVA A VIDA!!!
    Bora, bora… pedalar, correr!!!

  9. Tenho dusas Monaretas que me deram muito trabalho par encontrar depois de garimpar intuitivamente por cicles de cidades do interior. Apos reforma-las, pedalo nas manhas ou noites de final de semana de vez em quando. É indescritivel o prazer que elas proporcionam.

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