Aliança mundial em prol da bicicleta

WCA
Foi lançada em Adelaide a World Cycling Alliance – WCA, trata-se de uma iniciativa da federação européia de ciclismo para a construção de uma rede de organizações internacionais engajadas na promoção ao uso da bicicleta. Nós da Transporte Ativo estamos lá como membros convidados a fazer parte dessa rede.

Os sócios fundadores foram as 82 organizações membros de ECF e mais 4 convidadas para completar o quadro “mundial”:
People for Bikes – Estados Unidos
BEN Bicycle Empowerment Network – África do Sul
Transporte Ativo – Brasil
JUGA – África do Sul

A rede está aberta a participação de organizações interessadas e tem como um dos principais objetivos promover a cooperação e troca de conhecimento entre quem promove a bicicleta ao redor do mundo. Além disso, também visa formar um grupo de pressão a favor da bicicleta junto a organismos internacionais como a ONU, Banco Mundial, OECD etc.

Já existem organizações que atuam no âmbito mundial para promover o esporte e a indústria do ciclismo, é natural que chega a hora de uma aliança em prol da promoção ao uso da bicicleta nas cidades.

O século XXI já está sendo da bicicleta e com pedaladas firmes quem promove a bicicleta se une com leveza e determinação, tal qual uma roda com os raios, leve e firme.

Aqui os termos de referência:
ECF Initiative: “World Cycling Alliance” (WCA)

Saiba mais:
World Cycling Alliance Launched at Velo-City Global
World Cycling Alliance launched at Velo-City Global 2014 Adelaide
World Cycling Alliance launched in Adelaide at Velo-City Global

Deslocamentos urbanos em Sydney

Maior cidade da Austrália, Sydney é o centro de uma enorme região metropolitana com diversas pequenas cidades que orbitam ao redor.

A melhor ligação entre os diversos subúrbios é o trem metropolitano que circula por uma rede extensa e complexa. Trens expressos, paradores, para longas e curtas distâncias, modernos, antigos ou bem surrados. Todos circulam pela rede eletrificada, tem dois andares e assentos em geral reversíveis, que podem ser mudados de lado de acordo com o sentido de circulação do trem.

Diversas estações unem a história das ferrovias australianas as necessidades atuais de transporte de passageiros. Os prédios antigos mantém as características de quando foram construídos e as plataformas são expandidas para comportar os trens de até 8 vagões.

Em geral as estações tem acessibilidade plena, rampas ou elevadores e catracas mais largas. E na acessibilidade das estações está a maior vantagem do sistema de trens metropolitanos de Sydney. Os elevadores, rampas e catracas largas são utilizados sem distinção por cadeirantes, pessoas com mobilidade reduzida, bicicletas, carrinhos de bebê, malas, malotes e caixas de mágicas. É possível transportar quaisquer objetos e pertences pessoais sem restrição de horários. Em todos os vagões há uma área confortável para sentar ou permanecer junto a veículos ou pertences pessoais. Escadas estreitas dão acesso aos dois andares dos trens onde os demais passageiros podem sentar confortavelmente.

Mesmo populosa para os padrões australianos, Sydney consegue atender a demanda de deslocamentos urbanos com conforto. Os trens em geral circulam com espaço suficiente mesmo em horário de pico e apesar das variações de altura e distância em relação as plataformas dos trens novos e antigos, é cena comum ver carrinhos de bebê e bicicletas circulando sem dificuldades.

A rede metropolitana de transportes ainda conta com um sistema confiável de ônibus que em geral fazem distâncias menores ou complementares aos trens e por fim um sistema de barcas com o mesmo padrão de acessibilidade dos trens.

Dentro de todo o sistema, a bicicleta ainda tem importância bastante secundária e que varia bastante de acordo com o município. Alguns contam com mais infraestrutura de circulação, bicicletários integrados as estações de trem e barcas e até aluguel de vagas para bicicletas dentro de “armários”. Mas de maneira geral a bicicleta ainda é um objeto utilizado por turistas em regiões de praia, atletas de fim de semana ou ciclistas inveterados com roupas de lycra e magrelas super esportivas. A grande maioria respeita a lei que obriga os ciclistas a utlizarem capacete, mesmo que estejam com o objeto ao contrário na cabeça, ou com o feixo aberto.

Nos detalhes da infraestrutura cicloviária e no perfil geral dos ciclistas fica evidente o tratamento recebido pela bicicleta ao redor do estado de Nova Gales do Sul, do qual cidade é a capital. Bicicleta é para “fãs do esporte” e alguns excêntricos que são tolerados por serem poucos e que devem respeitar as pinturas no asfalto que estabelecem onde a bicicleta deve circular, em geral no cantinho ou em calçadas compartilhadas. Mas também por ciclovias e em faixas de ônibus.

Ao olhar para o que há de melhor e pior nos transportes públicos de qualquer grande cidade é possível visualizar desafios e soluções. Quanto melhor forem as soluções, melhor será o sistema, o que não significa que os desafios sejam menores.