Bike Rio, 4ª Geração já está nas ruas

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Há quase dez anos era lançado o primeiro sistema de bicicletas compartilhadas do Hemisfério Sul. O Pedala Rio foi a 1ª geração das bicicletas compartilhadas do Rio de Janeiro. Na inauguração, em dezembro de 2008, eram apenas dezenove estações cinza, com 190 bicicletas prateadas distribuídas por poucos bairros da Zona Sul Carioca. Na época publicamos o post Pedalemos no ritmo de Samba.

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Após um período sem conseguir patrocínio para manter o sistema, ele foi se deteriorando. Quando surgiu um possível patrocinador a frota de bicicletas chegou a ser pintada de azul. Era a 2ª Geração, no início de 2010, quando fizemos esta postagem: E o Samba voltou. Mas a parceria não seguiu adiante e as bicicletas logo sumiram das ruas.

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No final de 2011, com patrocínio do Banco Itaú, nascia o Bike Rio, 3ª Geração das bicicletas compartilhadas cariocas, que passaram a ser conhecidas como Laranjinhas (A ordem é Samba). Inicialmente o sistema cresceu para 60 estações, mas foi entre 2013 e 2015 que houve uma grande expansão, com a instalação de 200 novas estações. Isso ampliou o número de bairros atendidos e aumentou a densidade do sistema, diminuindo a distância entre algumas estações.

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Em 2015, o sistema atingiu seu auge com uma média de 8 mil viagens por dia ou 240 mil por mês. Os números eram impressionantes:
– Mulheres eram 48% dos usuários;
– Distância média percorrida em cada viagem era de 3,3Km;
– Tempo médio de viagem: 44 minutos.
Com picos nos dias de semana e no mês de agosto, esses dados consolidaram o Bike Rio como um meio de transporte significativo no cotidiano carioca.

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Mas o sucesso do sistema o derrubou. Com uma demanda maior que a capacidade de oferta, dificuldades para fazer a manutenção das bicicletas e lidar com problemas físicos e tecnológicos o Bike Rio foi entrando em colapso. Até que em junho de 2017 houve a troca na concessionária operadora do sistema, saía a Serttel e entrava a TemBici, com a missão de fazer funcionar algo que já estava “quebrado”. O desafio foi grande, houve uma breve melhora, mas o foco da empresa já estava nas novas bicicletas e estações que estavam por vir.

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E agora elas já estão nas ruas do Rio! O novo sistema é o canadense Public Bike System Company (PBSC), um dos mais confiáveis e utilizados do mundo presente em 24 cidades, como Londres, Nova Iorque, Chicago, Washington, Melbourne, Guadalajara e Toronto. Agora no Brasil em parceria com o Banco Itaú, a TemBici opera as bicicletas no Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. O sistema é mais robusto, com uma bicicleta pensada para essa função, que oferece mais segurança e prazer na pedalada. Além disso, permite uma variedade maior de formas para se retirar a bicicleta e adquirir os passes.

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A 4ª Geração do Bike Rio foi lançada no dia 20 de fevereiro de 2018 e já começou movimentada. Apesar de inaugurada sem a cerimônia, a pompa e o alarde de outras cidades, logo no primeiro dia já teve mais de 900 viagens e mais de dois mil cadastros. No segundo dia, por volta das 21 horas o número de viagens já era o dobro em relação ao dia anterior, chegando perto de duas mil viagens. O carioca já abraçou o Bike Rio, viu, aprovou e está usando. Em breve aqueles números de 2015 serão coisa do passado e as bicicletas públicas mais do que nunca farão parte do cotidiano, da cultura e do visual da cidade.

Assista a seguir um pouquinho do que vimos ontem à noite, em alguns minutos na Orla de Copacabana.

Para saber mais sobre o novo Bike Rio, acesse o site do sistema clicando aqui.

4Gen_BR_A Transporte Ativo vem acompanhando de perto o desenvolvimento das Bicicletas Compartilhadas Cariocas, em todos os seus momentos, bons ou ruins, sempre em busca de um sistema que atenda aos cariocas com a qualidade que eles merecem.

As Bicicletas de Paraty

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Sabe o que combina perfeitamente com uma cidade litorânea bucólica e um dos principais destinos turísticos do estado do RJ? Isso mesmo: Bicicleta! E Paraty é uma cidade que tem muita gente usando a bicicleta diariamente. É possível atravessar a cidade toda de bicicleta, de uma ponta à outra em menos de 30 minutos. De fato, as pessoas costumam levar apenas 10 minutos em seus trajetos diários. E como a economia local se baseia no turismo receptivo (há cerca de 800 hotéis e pousadas) o uso massivo da bicicleta é ideal para garantir que Paraty não sofra tanto com terríveis engarrafamentos, comuns em cidades pequenas com arquitetura antiga, que não foram planejadas para receber grande volume de motorizados. Ainda mais no verão quando a cidade recebe um enorme volume de turistas e visitantes, chegando a triplicar a população. Claro que existem congestionamentos, afinal de contas a cultura nacional ainda usa o transporte individual motorizado com as ultrapassadas justificativas do século passado. E há muitos ajustes em ruas e ciclovias para tornar a cidade ainda mais amiga da bicicleta. Mas esse destino turístico está disposto a melhorar nesse aspecto e reduzir ainda mais o trânsito, com ajuda de incentivos ao uso da querida magrela.

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A TA esteve lá por 3 dias este mês fazendo levantamentos de dados e entrevistas com ciclistas para entender como é a dinâmica do uso da bicicleta e o que pode ser melhorado. A iniciativa é da Secretaria de Turismo, que felizmente é capitaneada por gestores públicos que estão à frente de seu tempo e já sabem que quanto mais pessoas pedalarem a trabalho, lazer ou turismo melhor será o desenvolvimento da economia local e da qualidade de vida das pessoas. Paraty pode se tornar um excelente exemplo de como é possível equacionar problemas urbanos modernos, com baixo custo e rápido retorno. A economia agradece, a saúde e o meio ambiente também. Vamos pedalar em Paraty?

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Contando Bicicletas desde o Século passado

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Nós da TA sempre tivemos uma atração especial por levantar dados e fatos sobre o uso do nosso veículo preferido: a bicicleta. Remexendo em velhos recortes e anotações, deparamos com as primeiras contagens de bicicletas que fizemos, mais de 10 anos antes da fundação da TA! Nas fotos acima, feitas nas áreas de lazer aos domingos na Avenida Vieira Souto em Ipanema, podemos ver uma imagem pré-ciclovia em 1991 e outra pós-ciclovia em 1992. As contagens que encontramos, mostram exatamente a diferença entre antes e depois da infraestrutura cicloviária. Os números são muito interesantes e confirmam que desde o século passado aquilo que já sabemos acontecia: “Construa que eles virão”.

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Acima, uma das planilhas utilizadas para uma contagem em 1991. Na época aplicativos, smartphones e outras tecnologias de contagem não existiam então usávamos uma folha quadriculada de papel mesmo. A metodologia foi criada por nós, para nós mesmos, apenas para termos noção do que acontecia por ali e quais seriam as mudanças com a implantação das ciclovias às vesperas da ECO 92.

Abaixo podemos ver os números dos horários de pico em 1991, 1992, 1993 e o crescimento do uso de bicicletas após a inauguração da ciclovia. De 91 para 92, períodos pré e pós ciclovia, houve um aumento de 165% de uso nos dias úteis e de 80% aos finais de semana. Já de 92 para 93, períodos com ciclovia, o aumento nos dias úteis foi de 60% enquanto aos finais de semana o aumento foi de 90%. Resultados que mostram a diferença que uma infraestrutura cicloviária pode ter no incremento ao uso de bicicletas.

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Mais de 15 anos se passaram e os números continuam crescendo. Não temos novas contagens no mesmo local, mas vamos providenciar. Hoje temos novas metodologias, equipamentos modernos para contagens e seguiremos em busca dos números que mostram a importância de se planejar para as bicicletas. Muitos dados sobre as bicicletas no Rio e contagens que se espalharam pelo país, podem ser vistos clicando aqui.

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Contagem recente da TA em Paraty – RJ

Mobilibike – Cicloentregando por todo o Brasil

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Faz tempo a TA vem falando sobre a importância das bicicletas nas entregas diretas, loja – cliente e fornecedor – lojas, assunto que vem tomando vulto mundo afora e nos envolvemos muito nessa divulgação com apresentações sobre o assunto no Transport Research Board, na International Cycling Conference e na Cargo Bike Festival Magazine, em 2017. Neste mesmo ano,  o projeto Mobilibike foi premiado com uma menção honrosa no Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicletas no Brasil, e nos sentimos muito felizes de ter um projeto como esse participando do Prêmio.

Foi no final de 2015 em Curitiba que dois amigos ciclistas, Luciano Zaina e Eduardo Novaes Ramires, resolveram quebrar a cabeça para criar um sistema baseado no uso da bicicleta, que gerasse renda de forma simples à ciclistas e levasse mais sustentabilidade e agilidade ao mercado de entregas urbanas E assim nasceu a Mobilibike.

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Em 2016 começaram a trabalhar no coworking da Kuritbike, ganharam o prêmio “Empreender Junto é Melhor”. Em junho de 2016 iniciaram as primeiras entregas pela plataforma online. Em 2017, além da menção Honrosa no prêmio “Promovendo a Mobilidade por Bicicletas”, da Transporte Ativo, em dezembro de foram os terceiros colocados no concurso “Minha Startup Muda o Mundo” da Associação Comercial do Paraná.

Hoje a Mobilibike tem mais de 110 ciclistas independentes, que usam a plataforma para receber os pedidos de entregas dos mais variados itens: documentos, livros, semi jóias, exames médicos, peças e aparelhos de celular, flores, congelados, delivery de alimentos, cafés especiais, e por aí vai! Estamos em processo contínuo de crescimento. Esse ano, levaram para Curitiba a primeira bicicleta modelo “Long John” da cidade, e estão mostrando que bicicletas podem levar sim encomendas maiores! Em breve irão inserir a possibilidade de chamar ciclistas habilitados para serviços rápidos de mecânica de bicicleta, chaveiro, maquiagem, e outros.

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Desde o início a Mobilibike já pensava em como expandir a plataforma além de Curitiba. Quase 3000 ciclistas e pessoas interessadas em pedir entregas de outros locais se cadastraram na plataforma, e muitos nos perguntam sobre nossos planos de expansão. Desenharam uma estratégia que pudesse ampliar as entregas por bicicletas no Brasil, ajudando empreendedores a iniciar suas empresas sem o custo, a demora e as enormes dores de cabeça e desafios envolvidos em desenvolver uma plataforma online. Decidiram então oferecer um software “white label”, ou seja, os cicloempreendedores podem ter seu domínio de internet e aplicativo próprios, com sua identidade visual. Mas com as mesmas funcionalidades do sistema da Mobilibike. E qualquer melhoramento no sistema é repassado a todos. Ficamos agora mais próximos de realizar essa iniciativa! A Mobilibike foi selecionada entre projetos de todo o Brasil, para participar da iniciativa “Primeiros Passos” do Itaú e Benfeitoria. Cicloentregando por todo o Brasil!” foi lançado na plataforma Benfeitoria.  O financiamento coletivo (crowdfunding) é simples: você analisa o projeto, e escolhe o valor para apoiar a iniciativa! Se atingirmos a meta, a nossa plataforma, devidamente adaptada, será utilizada em todo o Brasil! Aumentando a participação das bikes em entregas rápidas pelo nosso país, e gerando renda para muitas pessoas! O financiamento coletivo é tudo ou nada, ou seja, caso infelizmente a meta não seja atingida, seu dinheiro é devolvido. Apoie, divulgue

Retrospectiva 2017

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O ano que passou, foi repleto de desafios e conquistas, agora iniciamos uma nova rodada de 365 dias, veja abaixo um pouco do que rolou em 2017.

Foram 55 ações, em 14 cidades de 7 países; 36 palestras e debates; 78 aparições na mídia, dentre elas TVs, Rádios, Impressos e Web. Fomos convidados pela UN-Habitat e pela ECF, para parparticiparmos em seus painéis no Velo-city 2017 em Nijmegen na Holanda e escrevemos um artigo para o International Cargo Bike Festival Magazine. Voltamos a fazer parte dos conselhos de transporte do Estado e Municpio do RJ (não sabemos se isso e bom ou ruim 😉 ) e mais uma vez, o Projeto Ciclo Rotas Centro se destacou, sendo certificado como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil e finalista do Prêmio Tecnologia Social 2017 na categoria Cidades Sustentáveis, falamos ainda sobre bicicletas e logística no Transport Research Board nos EUA e na comemoração dos 200 anos da bicicleta em Mannheim na Alemanha.

Seguimos em 2018 a busca por mais pessoas em mais bicicletas mais vezes e contamos com todos vocês para que isso aconteça a cada minuto deste novo ano que se inicia.

Confira os destaques de 2017 abaixo:
· Ciclo Rotas Centro – Certificado como Tecnologia Social em favor da bicicleta pela Fundação Banco do Brasil e finalista do Prêmio Tecnologias Sociais 2017
· Participação no painel Creating a cycling culture in bike-unfriendly environments, no Velo-City 2017 à convite da UN-Habitat.
· Participação no painel Creating Advocacy Leaders, no Velo-City 2017 à convite da European Cyclists Federation.
· Artigo no International Cargo Bike Festival Magazine.
· Workshops Perfil do Ciclista, Ciclo Rotas e Introdução ao Mundo Cicloviário na Semana de la Movilidade Humana e Sostenible – Medellín, Colombia, a convite da prefeitura local.
· Apresentação de trabalho sobre entregas por bicicletas no Rio, na Celebração dos 200 Anos da Bicicleta em Mannheim, Alemanha.
· Apresentação “Frete Urbano Limpo, Silencioso e Eficaz: Uma Visão Geral da Logística por bicicletas no Rio de Janeiro” no painel “Inovação em Fretes Urbanos” no encontro anual do Transportation Research Board.

Para conferir toda a jornada da Transporte Ativo em 2017, clique aqui.