Cicloturismo – Passo a Passo



Bicicleta junto ao mar.

Foto de Rodrigo Primo.

Viajar de bicicleta dá um novo significado ao ato de pedalar. Pegar a estrada sobre duas rodas e pedais exemplifica de maneira definitiva que não importa o destino, mas sim a jornada.

Só ou em grupo. Por dias, meses ou anos. O importante é vivenciar o caminho. Sentir-se parte do trajeto e não simplesmente cumprir uma distância.

Como em todas as atividades envolvendo a bicicleta, existe uma infinidade de maneiras de alcançar o mesmo objetivo. Um passeio de um dia até uma cidade próxima já é cicloturismo, assim como viajar o mundo durante anos.

Para quem nunca viajou pedalando, a Escola de Bicicleta traz dicas fundamentais.

Não é necessário ser um ciclista experiente para fazer cicloturismo. Qualquer um pode fazê-lo. Basta ir com calma, respeitar os próprios limites, beber água e alimentar-se na hora certa e assim vencer pouco a pouco a distância.

No cicloturismo há sempre uma sensação de aventura, retorno à infância, mistura de liberdade e molecagem sadia. É um escapar da mesmice. Bicicletas são simples e revelam que a vida pode ser muito simples. (…)

Para quem deseja fugir de tudo e encarar um roteiro pronto, o Clube de Cicloturismo criou “o primeiro circuito projetado de cicloturismo no Brasil”. São 300 quilômetros a serem cumpridos em 7 dias pela região do Vale Europeu, no interior de Santa Catarina. Um belo vídeo promocional ilustra um pouco das paisagens e emoções dessa viagem.

Aos que forem estar na capital paulista no dia 14 de abril (próximo sábado), haverá uma reunião gratuita do Clube de Cicloturismo, para conversar entre outras coisas, sobre o Circuito do Vale Europeu.

  • Mais Informações:
  • > Escola de Bicicleta:
    O Cicloturismo. Recomendações Gerais. Preparativos Iniciais.

    > Clube de Cicloturismo
    Circuito do Vale Europeu. Reunião no Sesc Ipiranga.

    Ruas e seus Usos

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    Domingo em Ipanema – Dia

    A cidade do Rio de Janeiro aos domingos e feriados conta com uma iniciativa que promove o bom uso do espaço público. Ao redor da cidade, durante 12 horas diversas ruas e avenidas são fechadas para o trânsito motorizado.

    Na mais famosa dessas áreas, ao longo da orla da Zona Sul, milhares de pessoas caminham nas pistas de asfalto. Moradores de diversos bairros aproveitam seus dias de folga gratuitamente dessa maneira. São atraídos pelo espaço livre, pela concentração de pessoas e pela brisa do mar. Outras ruas cariocas contam com a iniciativa, mas certamente as junto ao mar são as mais populares.

    A qualidade dos espaços públicos de uma cidade são um fator preponderante na valorização dos imóveis no entorno. A vista para o mar vale muito, mas não se pode desprezar a importância para toda a cidade que haja uma grande diversidade de áreas de lazer livres e onde possam sempre haver uma grande riqueza de interações humanas.

    Pouco antes das 18 horas, há a troca entre os dois usos distintos da Avenida Vieira Souto em Ipanema, um dos metros quadrados mais caros da cidade. Todos os domingos e feriados, sempre no mesmo horário o trânsito é aberto aos motorizados pela Guarda Municipal. Os veículos se acumulam a espera do espaço de circulação. Após a passagem dos carros, resta o vazio.

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    Domingo em Ipanema – Após as 18 horas.

    Fotos Zé Lobo

    Velha Mobilidade

    A humanidade está sempre caminhando rumo ao que se convencionou chamar de progresso, no entanto, um dos princípios básicos dessa jornada são as tentativas e erros. Muitas vezes algo que se mostra como uma solução, acaba sendo um equívoco depois.

    O transporte urbano no começo do século XX era em grande parte, tracionado por cavalos. Uma série de problemas eram gerados em virtude dessa falta de diversidade na mobilidade das cidades. Por ruas mais limpas, surgiu o automóvel que não gerava fezes e não produzia o mal cheiro, como os cavalos.

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    Avenida Rio Branco, Anos 50 – Foto “O Cruzeiro”

    Via André Decourt.

    Aproximadamente 50 anos foram necessários para que a supremacia do automóvel se tornasse um problema. Os efeitos malévolos de um planejamento urbano equivocado, produziram o que hoje se define como “Velha Mobilidade”. A expressão pode ser traduzida por ficar parado no engarrafamento, ou em um ponto de ônibus em dia de chuva, enquanto investimentos pesados continuam a ser feitos em infra-estrutura viária que privilegiam a mobilidade individual motorizada.



    Avenida Rio Branco
    Foto de alex robinson.

    O século XXI já tem sido marcado pela intensificação de um processo ainda recente, mas que balizará o futuro dos transportes. São dois conceitos: Transporte Sustentável e Agenda da Nova Mobilidade. O primeiro visa moldar as políticas ambientais e de meio ambiente. O segundo conceito visa trabalhar a oferta de idéias sustentáveis que possam ser aplicadas. Cidades mais humanas serão construídas através de uma visão sistêmica, diversidade, participação de todos e amplo alcance. Tudo somado a uma vasta rede de parcerias, interações e colaboração sinergética.

    Os ambientes naturais são ricos em diversidade para garantir a sua sobrevivência. Certamente a jornada evolutiva humana irá seguir os mesmos moldes. Na ótica urbana, isso quer dizer que deveremos cada vez mais ter ambientes ricos e diversos com inúmeras possibilidades habitacionais e de deslocamento para a população.

    A Velha Mobilidade em Vídeo:

  • Mais informações (em inglês):
  • Vídeos sobre Velha Mobilidade.
    Agenda da Nova Mobilidade no wikiVelha Mobilidade.

    Problemas Cicloviários

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    Ciclovia de Botafogo – Foto Zé Lobo

    Uma reportagem televisiva apontou irregularidades em ciclovias cariocas. Foram apresentados os conflitos no espaço destinado aos ciclistas, protagonizados por pedestres e ambulantes. O outro problema, foi em relação a ciclovia de Botafogo que tem erros graves no seu traçado. Postes, orelhões e até mesmo um relógio de rua impedem a circulação.

    Vale a lembrança que não ficou clara na reportagem. O respeito aos pedestres é fundamental e reduzir a velocidade ao ultrapassá-los é uma questão de civilidade. Corredores em especial merecem mais respeito, já que também têm direito ao uso da ciclovia. Aos que se incomodarem com os pedestres, vale informá-los cordialmente que circulando na pista destinada as bicicletas estão não só desrespeitando a conduta estabelecida, como também expondo a si e aos outros a riscos desnecessários.

    Um bom planejamento cicloviário deve ser construído para minimizar situações de conflito. No caso de Botafogo, ocorre infelizmente o contrário. Com o estacionamento irregular, os ciclistas são forçados ou a oprimerem os pedestres na calçada, ou a se sentirem oprimidos pelos motoristas. Tudo isso em uma rua que conta, teoricamente, com espaço exclusivo para as bicicletas.

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    Boulevard Ciclístico

    A palavra francesa Boulevard designa as amplas avenidas implementadas com um paisagismo refinado e diversas pistas de rolamento.

    Nos EUA o termo foi associado a bicicleta e se traduz em ruas mais estreitas para os automóveis que com isso devem trafegar em velocidade compatível com o trânsito não motorizado. A idéia de um “Boulevard Ciclístico” une ao mesmo tempo o conceito de “Ciclo-Rede” ao ideais de “Traffic Calming”. Ao invés de simplesmente construir infra-estrutura segregada para o deslocamento das bicicletas, o que se implementou foi a integração aos demais componentes do trânsito, sempre em rotas compartilhadas, sinalizadas e com facilidades exclusivas para pedestres e ciclistas.

    Vale conferir os exemplos em vídeo (em inglês).

    Portland:

    Berkley:

    • Mais informações:

    > A “Bicycle Transportation Alliance” de Portland defende a idéia:
    Bicycle Boulevards Campaign
    E tem uma série de textos sobre o tema.
    BTA Blog – Boulevards

    > A Escola de Bicicleta resume o conceito de Ciclo-Rede

    > Traffic Calming