5º Encontro Bicicletas e Meio Ambiente | Bicicletas de Carga e Descarbonização dos Transportes

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Em novembro voltamos na TOCA para uma edição muito especial dos nossos encontros mensais sobre Bicicletas e Meio Ambiente. A Transporte Ativo já realizou pesquisas sobre a importância das bicicletas de carga para a economia, geração de empregos, para o meio ambiente, enfim, para a cidade do presente e do futuro. No Brasil, em especial no Rio de Janeiro, o uso das simples, quase artesanais, bicicletas e triciclos de carga transportam em peso e volume, mais do que compras, lanches, remédios, cachorros e prestadores de serviços. Elas levam uma ideia simples de usar o mais sustentável dos veículos para ajudar negócios, gerar empregos e ter mínimo impacto nas ruas. É o que se pode chamar de pleno uso de nossa inteligência.

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Na TOCA propusemos um debate sobre como as bicicletas de carga podem ser importantes na descarbonização do quilômetro final do transporte nas cidades. Apresentamos nossa experiência recente em Amsterdam quando visitamos o Festival Internacional de Bicicletas de Carga e uma das melhores cidades do mundo para se pedalar. Curiosamente, lá as entregas por bicicleta são bem diferentes. Quase não há triciclos, as bicicletas de carga, em sua maioria no modelo Long John, são usadas para levar crianças e as poucas entregas são feitas em modelos elétricos. Guardadas as devidas proporções podemos inferir que no Rio o quilômetro final do transporte/entregas é mais sustentável que em Amsterdam já que aqui se usam transportes ativos puros, sem motores, e em grande escala. Claro que é fundamental a discussão da questão laboral pelo impacto físico de se pedalar com cargas de 200 – 250 kg em bicicletas pesadas, sem marchas ou motores auxiliares. Há espaço e necessidade de se aperfeiçoar essa logística em diferentes aspectos, mas as conversas trouxeram reflexões saudáveis para o grupo presente que, formador de opinião e atuante na promoção do uso da bicicleta, construiu uma qualificação valiosa para continuar essa pedalada rumo a uma cidade mais limpa e humanizada, também pelo setor de transporte final e entregas

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Pedalada Entre Museus Acessíveis | 6ª Rodada

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Vivemos numa país de contrastes e de desigualdades. Imensos desafios para serem enfrentados com políticas públicas, investimentos em desenvolvimento humano e ações de curto, médio e longo prazo. É muito importante levar educação, cultura, esporte a todas as pessoas para que elas cresçam como seres humanos e nossa sociedade seguirá no caminho da igualdade, da justiça e da fraternidade.
Entre guias, educadores. professores, intérpretes de libras e as crianças e adolescentes surdos de Magé, participantes do Entre Museus, éramos cerca de 40 pessoas que por 2 horas puderam vivenciar essa micro ação com macro resultados.

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Numa pedalada pela história do centro do Rio, os pequenos e atentos jovens de Magé aprenderam com o historiador Deivid um pouco do que explica a origem dos problemas citados mais acima, e que eles não precisam (e não vão) prevalecer. Entre uma aula e outra curtiram a liberdade divertida da bicicleta no que para muitos foi um passeio inédito pelo centro e zona sul da capital carioca. No nosso roteiro nada surpreende quem vive na capital ou já conhece, mas é uma descoberta incrível para quem é carente dessas oportunidades, como para quem nunca saiu do fundo da Baía de Guanabara. Vimos o deslumbre a euforia a cada nova paisagem, prédio ou atração.

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Para a TA é um privilégio e uma honra ter essa parceria com o Museu do Amanhã para renovar aquela sensação mágica da primeira pedalada, mesmo para quem já sabe andar de bicicleta. Esta que é a melhor invenção para conhecer, com sua própria força, um lugar novo, uma história nova, uma esperança nova de que cada vez mais pessoas tenham liberdade de escolha do que ser e fazer e capacidade para isso. A bicicleta, como a educação, não pertence à estrada, as virtudes das duas permitem que elas façam o próprio caminho.
Construa e eles virão, dê oportunidades e eles crescerão. Vamos de bicicleta?

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Transporte Ativo no Festival Internacional de Bicicletas de Carga 2022

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No final de outubro estivemos em Amsterdam para o ICBF (International Cargo Bike Festival), Desde 2012 os organizadores reúnem anualmente representantes do setor público e privado, empresas de logística, terceiro setor e público em geral, interessados em conhecer e incentivar o transporte de cargas por bicicletas e triciclos. Prática que pode melhorar a vida nas cidades pois diminui congestionamentos, melhora a qualidade do ar e ainda reduz os custos.

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Neste ano o evento buscou otimizar custos e dividiu o Pavilhão de Exposições com o evento World of e-mobility. Convidados a palestrar no salão principal levamos uma apresentação sobre a Cultura da Bicicleta de Carga no Rio de Janeiro. Na plenária, 30 europeus, americanos e asiáticos viram como as bicicletas tem um papel importante na entrega de cargas e encomendas na capital carioca, chamando atenção que 100% dos veículos são muito simples, até limitados em relação aos modelos utilizados no Hemisfério Norte. O que não impede a grande relevância das entregas por transporte ativo e que não são exclusividade do Rio de Janeiro. Recebemos avaliações e sugestões valiosas para ajudar a melhorar nossa atuação nesta área.

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Praticamente todos os expositores levaram exclusivamente cargueiras e triciclos elétricos para o Pavilhão, marcando bem o caminho escolhido no velho mundo para a descarbonização dos transportes de carga, embora essa predominância não seja uma unanimidade completa. Encontramos um expositor com uma belíssima bicicleta cargueira amarela (acima) inteiramente projetada e construída com muito esmero pelo criador da empresa ten:07.

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Na pista de testes pudemos experimentar excelentes cargueiras de produção e alguns protótipos o que deixa claro que a carga ainda será levada a pedal e a tendência é de aumento do uso das magrelas para este serviço. E que seja, preferencialmente com uso maior de modelos ativos que motorizados, mais caros e menos sustentáveis.

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Em Amsterdam é tímido uso de cargueiras levando mercadorias, de 10 a 20%, segundo Jost Sluijsmans no webinário “Where the Cargos, Bikes Go”, enquanto por aqui praticamente 100% das bicicletas de carga são usadas para entregas e serviços. Lá o transporte de crianças é mais comum e cresce segundo os locais, mas com grande predomínio de modelos eletrificados. Cargas são entregues com vans e caminhões motorizados, cada vez mais elétricos e, não raro, seguem a cartilha de parar em calçadas sem muita cerimônia. Sem dúvida é um demérito, mas como vivenciamos  em Amsterdam um respeito maior aos ciclistas é evidente o grande potencial de humanizar ainda mais a cidade com o estímulo ao uso das bicicletas para entregas na última milha, alinhando a logística de bens e serviços ao que já é modelo quanto à mobilidade de pessoas.

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Tivemos ainda a oportunidade de estar pessoalmente com Jos Sluijsmans e Tom Parr (de preto), organizadores do International Cargo Bike Festival e Melissa Bruntlett, Modacitylife que foi a anfitriã do auditório e das palestras.

Agradecemos ao Itaú Unibanco, por tornar possível a viagem para o evento e toda a troca de informações envolvida.

Pedalando pelo Bem-Estar

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   Suprir suas necessidades e se satisfazer com a vida. Este é um conceito de bem-estar e a bicicleta é mais uma vez uma forte aliada para esta virtude humana. Não só pela promoção da saúde do indivíduo (pelo exercício) e coletiva (transporte limpo), mas pela alegria de se mover pela sua própria força, sentindo o vento no rosto, o sol, a chuva, na máxima realização da liberdade.

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E no sábado passado, a convite do Setor Educativo do Museu do Amanhã, nos juntamos à programação do Dia do Bem-Estar, organizando um passeio pelo centro do Rio de Janeiro. A cada parada o historiador David, que já nos guia no Entre Museus Acessíveis, nos presenteou com pequenas aulas sobre nossa história, não tão agradável quanto o passeio, mas fundamental para o nosso bem-estar. É preciso conhecer suas origens para entender no que nossos antepassados erraram, garantindo assim que no presente e no futuro a saúde e o bem-estar coletivo sejam objetivos diários. Viver em sociedade é saber compartilhar espaços, respeitar o próximo e cuidar da cidade como se fosse nossa casa. Nada melhor que experimentar isso em bicicletas.

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Pedalamos juntos e em harmonia pela história da cidade vendo, ouvindo, refletindo sobre o passado, o presente e o futuro. Num lindo dia agradável e quente em que a companheira de duas rodas serviu direitinho para dar o ritmo de uma desejada evolução como seres humanos e sociedade, devagar mas sempre, leve e suave com plena satisfação pela vida, que é mais feliz para quem pedala.

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Transporte Ativo no CityLab 2022 | Amsterdam

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A convite do Global Designing Cities Initiative, Aspen Institute e Bloomberg Philantropies, participamos com muita honra, do Bloomberg CityLab 2022. Um evento que reuniu mais de 500 líderes de cidades, especialistas, inovadores, artistas de todo o mundo, junto com mais de 40 prefeitos de algumas das principais cidades dos EUA, Europa, África e América Latina. Todos compartilharam soluções para os desafios urgentes das cidades do século XXI: mudanças climáticas, saúde mental, mobilidade, infraestrutura, imigração, tecnologia, acessibilidade, tudo com muita diversidade, arte e cultura.

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Nossa missão foi fazer uma apresentação inspiradora para os presentes no lançamento do programa BICI – Bloomberg Initiative for Cycling Infrastructure, em uma sessão intitulada “If you build they will bike • Infrastructure can change cities.” | “Se você construir, eles vão andar de bicicleta • A infraestrutura pode mudar as cidades.” convencendo o público a investir na mobilidade por bicicletas, como superar barreiras e como transformar ruas ao redor do mundo em lugares seguros, saudáveis e justos para todos. E ainda apresentar o que é possível quando a vontade política é combinada com o desejo de expandir a rede de bicicletas de uma cidade, para alcançar objetivos mais amplos. O BICI é um programa de financiamento competitivo que visa promover mudanças catalíticas na infraestrutura de ciclismo urbano em todo o mundo. Saiba mais clicando na imagem abaixo, ou usando o QR code.

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Participar foi uma experiência única para aprender, compartilhar conhecimento, fazer novos contatos e mostrar as possibilidades que a bicicleta apresenta para lidar com os desafios das Cidades do Século XXI. A apresentação foi muito bem recebida e nos deixou com a sensação de missão cumprida! Agradecemos o convite, a oportunidade e seguimos promovendo as bicicletas em busca de Cidades melhores e mais justas para todos.

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Conclusão: As pessoas chave para mudanças concretas e eficientes, vem das cidades, com atuações locais, Prefeitos, Cidadãos e Sociedade Civil Organizada.

Cidades Brasileiras presentes: Rio de Janeiro – RJ, Fortaleza – CE, Maceió – AL e Novo Hamburgo – RS.