Bicicleta como Bagagem

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Foto: Cezar Barbosa

O feriado de Páscoa se aproxima, como no Brasil os deslocamentos intermunicipais são majoritariamente feitos por ônibus, algumas dicas úteis para quem quer embarcar com a magrela na bagagem.

O decreto 2.521 de 1998 informa no artigo 29 os direitos e deveres dos passageiros de ônibus. Já o artigo 70 trata do valor a ser cobrado quando a bagagem exceder a franquia (usualmente denominada pelos despachantes de excesso de bagagem).

Parágrafo único. Excedida a franquia fixada nos incisos I e II deste artigo, o passageiro pagará até meio por cento do preço da passagem correspondente ao serviço convencional pelo transporte de cada quilograma de excesso.

Vale também consultar os “Direitos e deveres dos Passageiros pela ANTT” que repete o que diz o decreto acima.

Quando consultada a companhia em geral não há qualquer objeção para transportar as magrelas. Apenas recomendam que a bicicleta seja embalada para prevenir danos a ela e as outras bagagens. Na “linha de frente” é o despachante que pode criar problemas. Portanto diplomacia e pleno conhecimento dos seus direitos são as duas premissas básicas.

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Mala bike Ararauna

Uma solução que sempre resolve problemas e poupa aborrecimentos é um “mala bike”. Bicicletas dobráveis são uma outra opção.

Para quem não tem nenhuma das possibilidades, na aquisição da passagem leve as normas da ANTT acima impressas. Caso necessário, entre em contato com o supervisor da empresa no ato da compra. Faça o mesmo se o despachante criar problemas durante o embarque. É direito do passageiro embarcar suas bagagens gratuitamente obedecendo os limites impostos.

  • Mais Informações:
  • > DECRETO Nº 2.521, DE 20 DE MARÇO DE 1998
    >Manifesto Bicicleta no Bagageiro do Ônibus do Clube de Cicloturismo.

    Agradecimentos a Juan Ramos da lista Cicloturismo Brasil.

    Pedaladas Pacíficas

    Deslocar-se no trânsito em meio aos veículos motorizados pode acabar gerando conflitos. Fechadas em geral são o mais comum. No entanto o ciclista deve sempre evitar produzir uma escalada de eventos e promover a “Fúria Automobilística”.

    Engarrafamentos são fonte de grande tensão e ansiedade para os motoristas. Imune as retenções, cabe ao ciclista no mínimo ser solidário ao sofrimento alheio. Até porque tendo uma máquina poderosa, os motoristas podem eventualmente optar por oprimir a frágil bicicleta.

    Para contornar essa situação, o ideal é que após algum episódio desagradável envolvendo um motorista protestar de maneira comedida e incisiva. O nível de tensão e desatenção dos motoristas impede que ouçam mais que uma frase.

    Um roteiro geral pode contar com as seguintes palavras:
    “O senhor (ou senhora) reparou a distância e velocidade que passou de mim? Respeite o código de trânsito, você colocou a minha vida em risco pra ficar parado no sinal 10 metros depois”.

    A simpatia, um sorriso ajudam muito mais do que envolver-se em um bate-boca. A tendência em situações de tensão é que as coisas piorem exponencialmente. A melhor coisa é o bom humor. Quando não der, é respirar fundo, respirar fundo de novo e com a maior calma do mundo mandar uma única frase que esteja no CTB e ir embora. Esse motorista ao ver o ciclista sumir em meio ao enfarrafamento terá bastante tempo para pensar. Prevalecendo a lógica de deslocamentos cotidianos, as velocidades médias serão no mínimo equivalentes e poderão haver novos encontros que irão reforçar a mensagem fundamental. Um ciclista no trânsito é capaz de, sem se esbaforir, manter uma média de velocidade maior do que a do trânsito motorizado.

    Pedalar é também espremer limões e fazer limonadas, todos os dias.

    “Três quartos das misérias e mal-entendidos do mundo desaparecerão se nos colocarmos no lugar de nossos adversários e entendermos o ponto de vista deles.”

    Mohandas Karamchand Gandhi.

    • Mais informações:

    CTB de Bolso.
    Resolução de Conflitos.
    Fúria Automobilística.

    Tranque sua Bicicleta

    Uma bicicleta bem trancada é garantia de uma visita tranqüila. No entanto, não basta investir numa boa tranca. É preciso antes de mais nada escolher bem onde e como trancar o veículo.

    Sempre tenha a certeza de que o quadro está preso a um objeto firme e que não haja como tirar a bicicleta sem abrir a tranca. Isso pode parecer um conselho bobo, mas um poste baixo ou uma grade solta podem ser perfeitos para um gatuno levar a bicicleta sem esforço. Além disso, jamais prenda a magrela em uma árvore. Em nome da saúde de ambas e em caso de um tronco fino, ainda há a possibilidade de um prejuízo ecológico e financeiro.

    Com os chamados “quick-releases” (as peças que prendem rodas e canotes de selim) trocar pneus ficou bem mais fácil. Mas isso também facilitou a vida de oportunistas que levam poucos segundos para roubarem uma roda ou um selim e seu canote. Portanto sempre prenda também esses dois componentes fundamentais com um cabo de aço.

    bici bem trancadaLevar consigo partes da bicicleta é sempre uma solução. Foto Zé Lobo

    Segundo a American Association of Pedestrians & Bicycle Professionals o valor da tranca deve ser igual a no mínimo 20% do valor da bicicleta. Vale como um seguro que você só paga uma vez e usa todas as vezes que prende a bicicleta. O ideal para ter a garantia de a bici irá estar no mesmo lugar na volta, é usar duas trancas de tipos diferentes. Assim serão duas técnicas a serem usadas pelo eventual gatuno que certamente irá atrás de uma oportunidade mais fácil. Os dois tipos são: um cabo e uma tranca em forma de “U”.

    Não custa lembrar que nem mesmo as melhores trancas, podem impedir de levarem sua bici (ou parte dela) se elas não forem bem usadas.

    Um exemplo audiovisual avalia quão bem trancadas estão as bicicletas nas ruas de Nova Iorque. Vale como uma preciosa dica, mesmo para quem não fala inglês. Produzido pela “bikeTV

    Integração Interestadual

    A missão: levar a bicicleta BTT que estava quebrando um galho no Rio de volta para São Paulo.

    O que a princípio poderia ser uma tarefa bem simples, trouxe uma sombra de dúvida: como chegar até a rodoviária Novo Rio pedalando, uma vez que não cabe em táxi (caber, até cabe, mas dá um trabalhão) e o metrô do Rio, infelizmente, só aceita bicicletas aos domingos e feriados? E chegando lá, me deixariam embarcar com a bicicleta no ônibus para Sampa?

    Após algumas dicas pelo telefone, dei uma olhada no Bikely para ter uma noção de onde passava o caminho. Pus a mochila nas costas e segui pela ciclovia da Lagoa, curtindo a paisagem. Porém, do Humaitá pra frente, era terreno ciclístico desconhecido. Ainda sem costume com o comportamento do trânsito carioca, fui com cautela. Redescobrindo parte da paisagem da cidade em cima de meu selim, passei ainda por Botafogo, Laranjeiras, Catete, Glória, Lapa, Centro até chegar na enorme Avenida Presidente Vargas, único trecho de pedal não tão prazeroso, dado o grande movimento.

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    Percurso Leblon – Rodoviária Novo Rio no Bikely.com

    Cheguei numa boa na rodoviária depois de 50 minutos de pedal. Empurrei a bici pelo saguão em direção ao guichês destino São Paulo e o vendedor de passagens gritava e gesticulava do guichê: “Primeiro ônibus pra São Paulo, saindo agora. Preço promocional!”. Encostei com a bicicleta e perguntei se havia algum problema para embarcar. Disse que não. Para meu espanto, embarquei a bicicleta tranquilamente, apesar dos relatos de muitos cicloturistas que tiveram problemas no embarque das magrelas em ônibus.

    Por esse motivo, o Clube de Cicloturismo do Brasil está coletando assinaturas para a definitiva regulamentação do transporte das magrelas em ônibus intermunicipais. Coloquei minha companheira de pé dentro do bagageiro, presa por um extensor de borracha.

    Seis horas, um filme e alguns cochilos depois, desembarquei com a bici na rodoviária do Tietê às 22 horas. Novamente a única opção para chegar em casa na Avenida Paulista era pedalar. Nunca tinha pedalado por aquela região, mas decidi cruzar a Marginal Tietê e farejar o melhor caminho. Para meu espanto, foi praticamente uma linha reta só, cruzando a Móoca e o Centro para chegar na Paulista apenas 20 minutos depois.

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    Percurso Rodoviária Tietê – Av. Paulista no Bikely.com

    Cheguei em casa com a grata sensação de satisfação pela missão cumprida com louvor e o prazer de pedalar.

    Seminário em São Paulo

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    (clique na foto para visualizar o convite

    Um Novo Olhar sobre a Bicicleta e a Cidade

    Aos que sejam ou estejam na capital paulista nessa quarta feira, o convite para comparecer à sede da Prefeitura para discutir a concepção da bicicleta como meio de transporte urbano. Serão abordados os avanços na esfera municipal, estadual e federal.

    Local: Auditório do 7º andar – Edifício Matarazzo

    Data: 14 de março de 2007

    Horário: 14h00

    Entidades envolvidas
    :

    – Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana – Semob;
    – Companhia de Engenharia de Tráfego – CET;
    – Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida – Seped;
    – Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente – SVMA
    – Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação – SEME;
    – Secretaria Municipal de Transportes;