A Bicicleta

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foto Zé Lobo

O que é uma bicicleta? Definir esse veículo não é tarefa fácil. São tantos tipos, tantas peças, tantos usos.

Nada melhor do que procurar o que está escrito na Wikipedia, a enciclopédia livre. O texto é aberto a todos e em português ainda pode receber úteis adendos. A versão em inglês do artigo, no entanto, está ficando longa demais.

Uma bicicleta, diz-se, é a forma de deslocamento mais energeticamente eficiente, biologicamente falando. Confira aqui, em inglês.

Está disponível também um dicionário básico de várias línguas só sobre componentes da bicicleta. O português disponível é o dos nossos patrícios de Portugal, vale conhecer.

Urbana à Holandesa

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foto Edu

A Monark Brisa ainda é fabricada. No entanto, a versão testada é bastante diferente da que sai hoje da fábrica. Parte da família desde os anos 80, a bicicleta tem um charme todo especial. Quadro com curvas sinuosas e um par de tubos mais finos acima do principal. Bagageiro e paralamas completam o visual urbano.

Originalmente toda rosa (incluindo o selim), o modelo testado sofreu algumas modificações estéticas e de conforto, além de um conjunto de freios superior ao original. No entanto toda a relação de transmissão continuou a mesma. Foram trocados os freios, guidão, punhos, manetes de freio, selim e canote. O sistema de frenagem era a parte mais carente de modificações da bicicleta original e como os manetes eram soldados ao guidão, as modificações acabaram sendo grandes. No entanto as características originais foram preservadas, principalmente no que tange a posição de pedalar. O selim bastante acolchoado (ao contrário do original) e com duas molas (o original tinha apenas uma) foi uma opção em nome do conforto.

Naturalmente que quanto mais confortável e maleável o selim, maior a perda de desempenho na pedalada. Mas numa bicicleta com velocidade máxima de 25 km/h (no plano) devagar e sempre é o lema e um bom assento para admirar a paisagem é fundamental.

Com uma coroa de 46 dentes e peão de 18 a Brisa é capaz de subir pequenos aclives e também preserva uma boa arrancada, fundamental no trânsito urbano. Um grande diferencial do veículo e que confere não só charme como também uma performance diferenciada são os aros de 27″. A dificuldade de vencer a inércia efetivamente é um pouco maior, no entanto, depois de embalar as rodas tendem a seguir girando mais facilmente do que se fossem de 26″ polegadas. Esse pequeno detalhe contribui para que o ciclista possa economizar um pouco de energia.

Boa de pedalar a Brisa é também uma bicicleta com “facilidades de estacionamento”. Mesmo com a pintura em spray e vistosos adesivos da Transporte Ativo é um veículo bastante simples. Simplicidade no caso se traduz em baixa atratividade para o furto. Com isso torna-se perfeita para pequenos passeios, ir ao mercado, ir ao cinema perto de casa à noite ou qualquer giro curto pela cidade.

Há também uma exclusividade para os cariocas, a Brisa é capaz de transportar um ciclista feliz até a praia num fenomenal fim de tarde, ficar presa num paraciclo do calçadão, aguardar o retorno do banhista e seguir com ele de volta.

Por não ter um sistema complexo de transmissão a bicicleta ganha em praticidade também na hora da manutenção. Essa característica somada aos excelentes paralamas que isolam com competência a famigerada “água que vem de baixo”, tornam a Brisa um excelente veículo também para dias de chuva.

No melhor estilo holandês de simplicidade e meio de transporte, a Monark Brisa é ideal como veículo do dia a dia para usar à vontade. Para quem quer uma bicicleta guerreira para pedalar sem complicação, é bom olhar com outros olhos aquela “bike de mulherzinha” jogada na garagem. Milhões de holandeses não podem estar errados.

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foto do autor

Dahon Matrix

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foto Edu

A página oficial define a Dahon Matrix como uma bicicleta urbana com atitude. Logo nas primeiras pedaladas o que era texto de propaganda prova-se realidade. O perfil agressivo, os pneus que grudam no chão somados a eficiência dos freios à disco dão confiança ao ciclista e o impelem a pedalar forte.

A relação de marchas com 48 dentes na coroa maior e 11 no peão menor permite velocidades de cruzeiro bastante altas. No total são 24 marchas SRAM num conjunto que não é o melhor da marca, no entanto é muito eficiente. A relação para subir ladeiras também é bastante adequada com 28 dentes na coroa e 32 atrás.

Para encarar subidas a suspensão pode ser travada, o que maximiza a energia da pedalada. O único empecilho é que para “desligar” a suspensão é preciso desmontar da bicicleta, já que qualquer peso do
ciclista impede a mudança da chave de travamento. Mesmo com este pequeno detalhe, a suspensão, com seus 80 mm de curso, está na medida para ruas de asfalto irregular. Até mesmo o famigerado calçamento de paralelepípedos, pesadelo de qualquer ciclista sem suspensão, não representa problema.

Somando-se a suspensão adequada ao uso urbano, excelentes pneus de rua e sistema de freio que transmite grande confiança, a bicicleta merece respeito. Recomenda-se uma conduta mais tranqüila nas primeiras pedaladas para se acostumar com as reações da Matrix, principalmente dos freios potentes em consonância com a suspensão. No entanto, macios e aderentes, os pneus permitem travar a roda traseira numa freada mais forte e ainda assim a bicicleta mantém-se sob controle.

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foto divulgação.

Um pequeno detalhe, facilmente resolvido, foi o comprimento do guidão. Nada que uma serra não pudesse resolver e com um dedo a menos de cada lado a bike ficou perfeita não só quanto ao conforto quando a agilidade nas ruas apertadas da cidade.

Além de todas as características de uma Mountain Bike para uso urbano, a Matrix, como todas as Dahons, é dobrável. Essa funcionalidade é melhor resolvida nos modelos aro 20″. Mais compactos tanto em uso quanto após serem dobrados. No caso da Matrix dobrá-la envolveria o uso de uma chave allen. Ainda que seja simples retirar a mesa e o guidão essa função torna-se um pouco desnecessária na cidade, dado o peso da bike e a dificuldade de carregá-la dobrada. O melhor uso para as dobradiças no meio do quadro são para poder, ao estacionar, “quebrar” a magrela em duas e trancar tanto o quadro e a roda com apenas uma tranca e desencorajar eventuais gatunos.

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foto divulgação.

Gatunos no entanto podem ser um problema para uma bike que além de ser muito boa e relativamente cara para os padrões brasileiros, aparenta ter qualidade, mesmo para quem não conhece nada sobre bicicletas. O desenho do quadro, os freios a disco e a pintura impecável fazem a Matrix chamar atenção o que pode ser um problema para quem usa a magrela como meio de transporte. O empecilho pode ser contornado com o uso de boas trancas (ao menos duas) ou melhor ainda, guardando a bike em lugar adequado no trabalho/local de estudo e em casa.

Para se tornar uma bicicleta urbana perfeita falta apenas um bom bagageiro e pára-lamas para os dias de chuva. Infelizmente é difícil encontrar estes equipamentos com boa qualidade no mercado nacional.

Mais informações no site oficial em inglês ou na versão brasileira.

Informações sobre onde adquirir.

Exemplo Privado em São Paulo

No Rio de Janeiro shoppings centers e hiper-mercados devem oferecer a seus clientes estacionamento para bicicletas (Mais informações no site da TA).

Numa postura pró-ativa, o Continental Shopping na cidade de São Paulo mantém em funcionamento um excelente serviço de estacionamento de bicicleta. Aqui cabe uma diferenciação entre um paraciclo e um bicicletário. O primeiro é apenas uma estrutura simples onde se pode trancar a bicicleta, já o segundo é efetivamente um serviço de estacionamento dedicado às bicicletas.

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Toda a infra-estrutura para as magrelas, no caso do Continental Shopping, é separada do restante do estacionamento. O ciclista tem seu acesso controlado e na entrada efetua um cadastro além de receber a chave de uma “vaga”.

No momento da retirada, a recepcionista solicita os dados para confirmação e recolhe o cartão, acompanhando o ciclista até que ele retire sua magrela.

Segundo alguns relatos, o estacionamento começou com aproximadamente 10 vagas (o espaço de um automóvel particular), mas mostrou-se tão vantajoso, que a administração do shopping optou por ampliar o espaço para a as bicicletas. Atualmente a capacidade total do bicicletário corresponde a 47 magrelas, com perspectiva de ampliação em virtude do grande uso diário.

Quem puder conferir, visite o local e informe a administração do shopping o que achou do serviço prestado. Que mais bons exemplos se multipliquem Brasil à fora.
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***notícia enviada pela Ninki de Porto Alegre. Texto original aqui.

Nova vida para uma bicicleta antiga

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foto Zé Lobo

Uma bicicleta parada pode ser revivida apenas com seu uso. Um pneu calibrado e algumas poucas gotas de lubrificante já fazem milagres.

No entanto, alguns tostões em peças e uma lata de tinta podem representar uma nova bicicleta. A dica é pensar não só no conforto de um bom selim, um guidom na posição certa, mas também na confiabilidade do veículo. Parar é também uma necessidade para uma bicicleta. Bons freios são sempre uma excelente idéia de compra.