Melhor a cada Por do Sol

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O plano cicloviário de Copacabana que será implantado em caráter piloto no próximo mês não foi um fato do acaso, nem tão pouco uma decisão tomada sem planejamentos, sugestões e pressões.

Na cronologia do que foi feito pela Transporte Ativo alguns fatos merecem destaque. O primeiro deles foi o Dia Mundial Sem Carro de 2007. Um sábado em que os moradores e visitantes de Copacabana puderam desfrutar da orla de uma maneira que só ocorre aos domingos e feriados. No entanto um detalhe pode ter passado desapercebido aos olhos menos atentos, a interdição parcial da rua Xavier da Silveira, o caminho mais tranquilo para ir do metrô Cantagalo até a orla. Nesse dia operadores da CET-Rio orientaram o trânsito motorizado e a prioridade foi total para pedestres e ciclistas. Carros e motos, somente dos moradores para trânsito local.

A Xavier da Silveira não foi interditada por acaso, mais tarde tudo ficou mais claro com o lançamento das Zonas 30 de Copacabana. Um projeto revolucionário que estava no papel passou a ser de conhecimento público. O planejamento urbano do bairro ficou definitivamente amigo das bicicletas.

Incluir as bicicletas na Princesinha do Mar passou a contar também com o projeto SAMBA, as famosas e tecnológicas bicicletas públicas já implantadas nas 3 estações de metrô e outros 5 pontos na orla de Copa. As Zona 30 casavam perfeitamente com a iniciativa. Aluguel gratuito e segurança viária garantida, fórmula de sucesso para atrair novos usuários e motivar quem já pedala pela região.

Como forma de balizar os projetos e confirmar a necessidade do que estava sendo feito, a TA realizou a primeira contagem de ciclistas. Uma quarta feira normal no Corte do Cantagalo, em doze horas praticamente um ciclista por minuto. Mesmo em condições adversas eles já estão por lá, pensar e planejar em função deles é garantir qualidade de vida para o bairro. A contagem do corte foi complementada pela contagem no túnel velho, outro acesso a Copacabana que precisa de intervenções para garantir a segurança de que já pedala por lá e em grandes números.

Foram quase 2 anos até aqui, quando um pouco do que está no papel chegou as ruas. Apenas um primeiro passo, a pedalada inicial que certamente irá ajudar a fazer do bairro mais famoso do Brasil um lugar mais agradável para todos. Seguindo as palavras de Jan Gehl, é como acordar a cada dia e ver que a cidade está um pouco melhor do que o dia interior. Que assim seja por todos os anos daqui pra frente.

4 thoughts on “Melhor a cada Por do Sol

  1. O futuro esta chegando. E o Rio, a cidade maravilhosa, será o palco onde acontecerá a estréia. Engraçado pensar que, um sistema de bicicletas publicas, é o futuro. Quando falamos de futuro imaginamos em tecnologia, desenvolvimento, velocidade, internet, globalização. Mas um sistema de bicicletas publicas que funcione, assim como já funciona em muitos países da Europa, é sim o futuro. Futuro de uma vida melhor, mais saudável, com menos poluição, mais agradável e feliz. Quando pensamos em que cidade nós gostaríamos que nossos filhos vivessem, em que tipo de cidade pensamos? Se não começarmos desde já a pensar exaustivamente nisso as próximas gerações podem sofrem sem água, sem ar puro, sem espaço, sem lugares agradáveis. Projetos como SAMBA ajudam a melhoria das cidades e das pessoas. Menos poluição e mais saúde, assim, quem sabe, nosso país consegue melhorar e subir de cargo, de terceiro para primeiro mundo.

  2. Lendo o Post reconheci vários eventos dos quais participei ativamente e não esperava que uma mudança tão marcante acontecesse em tão pouco tempo. Quero uma cidade melhor e sempre penso nisso quando me dedico a alguma atividade da TA. Hoje de manhã deu até um nózinho na garganta ao ver as fotos das primeiras faixas pintadas no asfalto e sinalizadas por cones. O caminho é árduo, demanda paciência e perseverança, mas fica claro que trabalhar a favor de algo e pela construção de uma cidade melhor é, sem dúvida, o melhor caminho para ter mais qualidade de vida. Estarei lá no domingo para ver a inauguração, mas não para me vangloriar de algo que humildemente ajudei. Vou para me alimentar de estímulos para continuar a promover o uso de bicicletas na cidade. Vou lá, pedalando claro!

  3. Avanço considerável. São Paulo não poderá ficar para trás neste processo. Afinal, já passa de 20 anos desde a criação das nossas leis (em SP) do Plano Cicloviário para a cidade e para o Estado.

    Parabéns pelo Blog!

    Walter

  4. Sou Curitibano, morei 8 anos em SP e nessas 2 cidades fui um ciclista ativo, usando a magrela nos meus deslocamentos cotidianos, para o trabalho, estudos, etc… Estou morando em Copacabana hoje e trabalho na Barra. Apesar de estar adorando a cidade maravilhosa, estou despontado com a impossibilidade de pedalar para o trabalho. O trajeto zona sul – Barra só é permitido para veículos auto-motores. Qualquer um que se atreva a fazê-lo de bicicleta, a pé ou de outra forma, esta arriscando a vida.

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