Mudança Volumosa

Ônibus e bicicletas rotineiramente compartilham espaço pelas ruas de qualquer cidade. O código de trânsito brasileiro estabelece que o ciclista deve seguir pelos bordos da pista, exatamente por onde circulam os coletivos no para e anda do embarque e desembarque de passageiros.

A diferença de massa e volume dos veículos coloca essa disputa por espaço em condições desfavoráveis para quem vai de bicicleta. Cria-se assim a necessidade de um maior respeito do motorista pelo ciclista. Foi justamente com essa intenção que o André Pasqualini do Ciclobr ministrou palestras para multiplicadores. A mensagem era simples e visava sensibilizar os motoristas dos ônibus urbanos para compartilhar a rua com os ciclistas.

A idéia é mostrar ao motorista as diferentes posturas do ciclista no trânsito, seu comportamento e as situações que os levam a tomar certas atitudes. Não é uma defesa parcial do ciclista, não é uma classificação de melhor ou pior, mas um estudo para que o motorista, ao cruzar com um ciclista, possa prever suas ações e com isso, tomar ações defensivas mais adequadas.

Entre os ciclistas, as histórias de respeito dos motoristas sempre impressionam e tem sido cada vez mais comuns. Reflexo do treinamento ministrado inicialmente pelo Pasqualini e multiplicado pelas garagens? Fruto da presença constante e crescente de ciclistas nas ruas? Seja como for, os ciclistas agradecem. Seguindo invariavelmente em uma velocidade média maior do que a dos ônibus.

Na parábola da lebre e da tartaruga, a primeira era leve e ágil e a segunda pesada e lenta. Nas ruas a bicicleta é uma lebre que segue devagar e sempre e o ônibus com seu grande casco atinge velocidades mais altas. No entanto nas ruas de qualquer grande cidade não há bandeira quadriculada no final da disputa, apenas semáforos, pontos de ônibus e cruzamentos que dividem os rumos.

– Mais:
– Notícia sobre a “Palestra aos Motoristas de Ônibus de São Paulo” – ciclobr.com.br
As palestras estão disponíveis para consulta e replicação.

One thought on “Mudança Volumosa

  1. Aposto na presença crescente de ciclistas nas ruas das cidades. O motorista acaba entendendo que não são uns loucos folgados que não têm mais o que fazer, mas sim pessoas normais, tão normais quanto eles – e, pela identificação, acabam respeitando.

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