Livro: “Mobilidade e Cultura de Bicicleta no Rio de Janeiro”

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Gerar e compartilhar conhecimento e informações sempre foi uma das formas de atuação da Transporte Ativo ao longo de seus 13 anos de existência. Entendendo que ter a memória do planejamento cicloviário carioca documentada é um importante instrumento de informação optamos por atualizar, revisar e publicar (em formato de livro) trabalho de monografia realizado em 2012.

Resultado de ampla pesquisa sobre o tema, a publicação dá continuidade à tradição de publicações anuais com patrocínio do Itaú, em sequência à trilogia “De Bicicleta para o Trabalho” e “Bicicletas para Crianças: saúde, diversão e trânsito”.

Denominado “Mobilidade e Cultura de Bicicleta no Rio de Janeiro”, o livro, divido em duas partes, apresenta um breve resgate da presença e importância da bicicleta nas cidades, em especial na cidade do Rio de Janeiro, e das escolhas e motivos que estão por trás da sua utilização ao longo da história. Passando pela sua relação com questões de classe e status social, o período desenvolvimentista brasileiro baseado no automóvel, até os dias atuais quando esta é reconhecida no âmbito jurídico federal enquanto veículo a propulsão humana.

Em sua segunda parte, descreve as políticas e ações municipais que tratam do tema da mobilidade por bicicleta na cidade do Rio de Janeiro, a partir da década de 90 até os dias atuais. Utilizando-se da análise documental e conversas com atores envolvidos apresentada o sistema cicloviário carioca desde as primeiras aspirações e intervenções até as atuais opções de circulação e integração com outros modais.

A publicação não possui qualquer intenção de analisar qualitativa ou quantitativamente as políticas cicloviárias cariocas, mas sim de tornar público de forma simples e direta dados relativos a política de promoção do uso da bicicleta na cidade do Rio de Janeiro.

Ao todo foram impressos 500 exemplares para distribuição gratuita e a versão digital está disponível em nosso site pelo endereço: http://ta.org.br/educativos/docs/cmb_rio.pdf

Boa leitura a todos!

HABITAT III e a Nova Agenda Urbana

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Estivemos presentes na Habitat III, a Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável, que aconteceu em Quito, no Equador, entre 17 e 20 outubro de 2016. A Conferência Habitat III vem para revigorar o compromisso global de urbanização sustentável e se concentrar na implementação de uma Nova Agenda Urbana, construída com base na Agenda Habitat de Istambul (1996).

Durante o evento diversas atividades simultâneas e paralelas, oficiais e extraoficiais dividiam a atenção dos participantes. Organizações como WRI e ICLEI tinham suas próprias programações, Transport Day e EcoMobility respectivamente, inseridas ou não na programação oficial do evento.

Resistência Habitat III

Apresentação durante o Habitat Resistência

A Transporte Ativo participou ativamente de duas atividades, uma organizada pelo coletivo Carishinas en Bici, durante o Habitat Resistência, evento paralelo organizado pela sociedade civil com o objetivo de fazer um contraponto ao evento oficial, onde apresentamos o trabalho de promoção de uso da bicicleta realizado pela Transporte Ativo – incluindo ações, projetos e metodologias desenvolvidas – ao longo dos seus 13 anos de existência.

A outra atividade da qual participamos, neste como Stakeholdres, foi o Network Event Active and Acessible Cities: Cycling Deliveries on the New Urban Agenda & Global Goals organizado pela European Cyclists Federation (ECF) em parceria com World Cycling Aliance (WCA), Transporte Ativo (BR), Next Bike, Bike Anjo (BR), Laboratório de Cambio Social (Chile) e Hyderabad Bycicling Association (Índia). Durante a atividade que contou com algumas falas introdutórias, trabalho em grupos e debate, foram trabalhados os temas de Saúde, Transporte e Clima, Mudança de comportamento e Idade e Gênero, com o objetivo de demonstrar a importância de uma abordagem multidisciplinar nas políticas de promoção da mobilidade ativa.

A Transporte Ativo ainda participou, via World Cycling Aliance, da construção (prévia ao Habitat III) do documento The potential of cycling in the New Urban Agenda – Zero Draft Analysis (disponível apenas em inglês) que visa mostrar o potencial da bicicleta na construção de cidades mais sustentáveis.

Quito

Quito

Mais uma vez fica o desafio de como trazer para a prática nas nossas cidades tantos aspectos importantes para a vida coletiva e em sociedade. Por aqui, seguimos pedalando rumo a cidades mais justas e humanizadas.

Links relacionados:
Citiscope – Cycling can help the New Urban Agenda’s aims more than you’d think.
ECF – Cycling and Habitat III

Cidades de Baixo Carbono

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Realizado entre os dias 10 a 12 de outubro, em Medellín na Colômbia, o evento Ciudades Bajas en Carbono foi motivado pela Nova Agenda de Desenvolvimento Sustentável, pelo Acordo de Paris e a importância das cidades na mitigação das mudanças climáticas. O evento, que incluiu discussões de Mobilidade Urbana e Transporte de Zero Carbono, foi fruto de uma iniciativa cidadã.

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Totalmente aberto ao público, foi marcado pela realização de pré fóruns e intervenções urbanas em diversas cidades do mundo incluindo na cidade de Medellín, antes e durante o evento.

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A Transporte Ativo esteve presente apresentando seu estudo de Entregas de Cargas em triciclos e bicicletas. Mostrando através de dados e reconhecimento da realidade carioca todas as vantagens atreladas ao transporte de carga e logística urbana em bicicletas e triciclos.

Temas como participação cidadã, urbanismo tático, espaços públicos, desenvolvimento orientado ao transporte também tiveram destaque durante a programação do evento que contou com a participação de expertos em problemática ambiental, nacionais e estrangeiros, estudantes, líderes ambientais, etc.

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Depois de participar de mais este evento fica o desafio sobre como podemos levar o conteúdo debatido intensamente em dois dias às nossas cidades e mostrar ao mundo como através da promoção do uso da bicicleta podemos alcançar cidades mais saudáveis para todos!

Infraestrutura para as pessoas em Alegrete

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A Prefeitura de Alegrete, no Rio Grande do Sul, abriu processo de licitação para construção da primeira ciclofaixa de uso compartilhado (por pedestres e ciclistas) da cidade. A nova infraestrutura será construída com recursos oriundos do repasse do estacionamento rotativo implementado a pouco mais de 2 anos na região central da cidade.

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Trata-se de um importante avanço para a cidade que está trabalhando para garantir uma infraestrutura mínima de deslocamento para as pessoas. Entre os principais benefícios do projeto em questão podemos citar:

  • a garantia de circulação  para quem se desloca a pé ou em bicicleta;

  • maior equidade no uso do espaço público;

  • reconhecimento do uso de bicicleta na cidade, pois somente na ponte Borges de Medeiros foram contabilizados mais de 1600 ciclistas em 12 horas em maio de 2015;

  • preferência ao deslocamento das pessoas garantindo um melhor acesso aos bens e serviços que a cidade tem a oferecer;

  • maior diversidade na oferta de infraestrutura viária básica, promovendo inclusão social e melhorando auto estima de quem usa a bicicleta e a sola do pé como meio de transporte;

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Av. Eurípedes Brasil Milano, onde será implantada a infraestrutura.

Além do mais, a iniciativa da Prefeitura de Alegrete está totalmente alinhada com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei nº 12.587/12), que estabelece a correta priorização nas políticas públicas aos modos ativos de deslocamento.

Mais do que uma ciclofaixa de uso compartilhado, a cidade está construindo infraestrutura para as pessoas.

Este texto foi produzido a quatro mãos com a colaboração de Daniel Guth.

Saiba mais:

Aberta a licitação para implantação da primeira ciclofaixa em Alegrete

Primeira ciclofaixa em Alegrete, na Eurípedes, abre licitação

Bicicleta nos planos

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Com o objetivo de sensibilizar sobre a inclusão da bicicleta nos Planos de Mobilidade Urbana (PMU) das cidades brasileiras, a rede Bike Anjo, a Transporte Ativo e a União de Ciclistas do Brasil se uniram para realizar a campanha Bicicleta nos Planos.

A iniciativa busca orientar a sociedade civil organizada e cidadãos, bem como técnicos municipais, gestores e decisores políticos, sobre como garantir que a legislação em favor da mobilidade ativa seja implementada.

A bicicleta na Política Nacional de Mobilidade Urbana

A Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), que determina sobre a obrigatoriedade de elaboração dos Planos de Mobiblida Urbana, cumpre o papel de orientar, instituir diretrizes para a legislação local e regulamentar a política de mobilidade urbana, trazendo consigo uma mudança no modelo de gestão no que diz respeito à forma como sempre tratamos as necessidades de deslocamento urbano da nossa população. No entanto, os governos locais devem ter vontade política e corpo técnico capacitado para desenvolver e implementar o seu Plano de Mobilidade Urbana, que deve estar em consonância com o Plano Diretor da Cidade.

Os impactos positivos da inclusão da bicicleta nos PMUs são inúmeros, seja no âmbito econômico (redução nos custos com saúde pública e aumento da arrecadação de tributos advindos do aumento no faturamento do comércio nos locais seguros para bicicletas), social (vias mais movimentadas e mais seguras, democratização do espaço público, inclusão social), ambiental (redução da poluição) e político (melhoria da imagem da cidade diante dos cidadãos).

Uma grande motivação para que os gestores públicos elaborem um Plano de Mobilidade Urbana está nos orçamentos, pois os munícipios que não elaborarem o seu ficam impedidos de ter acesso a recursos federais para obras de mobilidade.

Saiba mais: