Como Fazer Bicicletários

Um bom local para estacionar é condição fundamental para incentivar e valorizar o uso das bicicletas como meio de transporte diário.

Bicicletários bem construídos, contudo, precisam seguir certos padrões mínimos. Os manuais para estacionamento de bicicletas, da APBP-USA e Sustrans-UK, traduzidos pela TA, trazem recomendações que devem ser seguidas. O suporte precisa apoiar a bicicleta em dois pontos, permitindo também prender as rodas e o quadro. O bicicletário deve estar próximo da entrada do edifício, em lugar sinalizado, se possível coberto e bem iluminado.

A TA lança agora Bicicletários: diagramas para construção e instalação. Este manual é um conjunto de desenhos técnicos indicados como guia para o momento decisivo de escolher o melhor modelo e instalar o bicicletário da melhor maneira.

O guia, disponível em PDF, pode ser usado livremente, encaminhado para empresas, órgãos públicos e prefeituras. Solicitamos apenas que citem a fonte. O arquivo em versão vetorial, para edição de plantas-baixas, entre em contato.

Bicicletas Livres

O Bicicleta Livre é um Projeto de Extensão da Universidade de Brasília. Nasceu com a idéia de disponibilizar bicicletas comunitárias dentro do campus da UnB, para que estudantes, funcionários, professores e o público em geral possam se locomover dentro da universidade.
Nesta semana o projeto reforçou a campanha de arrecadação de bicicletas doadas, cujo mote bem criativo é: Coloque sua magrela para rodar – seja doando ou pedalando. Os estudantes bolsistas envolvidos no projeto dizem:

queremos que as bicicletas sejam vistas como de todos e todas e achamos que a doação individual cria um laço comunitário mais forte do que a doação de bicicletas novas por empresas ou compradas pelo projeto.

Junto com cartazes, eles divulgaram um documento de apresentação do projeto, que esclarece:

o Bicicleta Livre não pretende limitar-se às transformações físicas do ambiente urbano. Um de seus objetivos é precisamente constituir-se um estímulo para a promoção de políticas públicas nos campi e no Distrito Federal ao demonstrar de forma prática os benefícios da bicicleta no dia-a-dia para pessoas de dentro e de fora do ambiente universitário, criando (ou relembrando) nestes indivíduos a consciência sobre a importância e a utilidade da bicicleta como meio de transporte.” (…) “Ressalta-se nos propósitos do projeto e nas potencialidades da bicicleta como meio de transporte a promoção da autonomia. A bicicleta pode oferecer independência ao seu usuário regular não apenas por ser econômica, estimular fisicamente o corpo e oferecer maior flexibilidade quanto às suas rotas, evitando congestionamentos. Ela também permite um domínio generalizado sobre a mecânica do seu veículo, incrementando a liberdade de movimento. Por isso o projeto também busca promover experiências de oficinas comunitárias que se mostraram exitosas como as “Bicicloficinas” italianas ou suas correspondentes francesas e estadunidenses.”

Se você mora em Brasília, ou conhece alguém que possa ajudar, divulgue! E participe da campanha de doação.
Maiores informações na página www.bicicletalivre.unb.br
pelo email: bicicletalivre@gmail.com.br
ou na lista de discussão Bicicletalivre no Yahoogrupos

  • Mais:

Barreiras Psicológicas

Instalar bicicletários e construir ciclovias até pode incentivar pessoas a mudarem rotinas diárias, trocando o automóvel pela caminhada ou bicicleta. As cidades precisam disto, o planeta depende disto, a própria saúde física e mental das pessoas exige isto pra já, mas a grande barreira a ser vencida não está fora das pessoas, mas dentro delas.

Mudar hábitos significa passar por 3 fases distintas:

  • adquirir conhecimento
  • mudar de atitude e
  • mudar de comportamento.

Primeiro, as pessoas precisam ser convencidas racionalmente, com argumentos lógicos, explicações, números, conhecer os benefícios de andar a pé ou de bicicleta e os males causados pela dependência do automóvel. Isto é facílimo de fazer, há dezenas de estudos científicos comprovando os benefícios da bicicleta e da caminhada, e outro tanto de estatísticas oficiais apontando a rua sem saída entupida de automóveis e mortos atropelados.

Depois, o conhecimento adquirido precisa mudar sua atitude perante o problema. Atitude pode ser definida como “aquilo que estamos dispostos a fazer”. No caso do trânsito, uma mudança de atitude pode ser percebida quando você disser ou pensar: não vou encontrar vagas, vou ficar no engarrafamento… bem que eu poderia ir de bicicleta. É uma disposição para agir de uma maneira e não de outra. Esta fase passa por caminhos psicológicos mais densos, que exigem uma percepção diferente da realidade. Hoje todo mundo tem uma atitude positiva com relação às bicicletas, até mesmo os governos e prefeituras.

Ainda assim, parece ser tão difícil que as pessoas nas ruas e as pessoas dentro dos governos mudem seus hábitos e percepções e adotem a bicicleta como solução para sua vida e para nossas cidades. Na verdade, isto exige uma mudança de comportamento. Atitude é intenção; o comportamento é ação. Se mudar de atitude já exige certas escavações psicológicas, mudar comportamento é algo extremamente bem mais complexo e profundo. O ditado popular diz com sabedoria que “é grande a distância entre intenção e gesto”.

As grandes tranformações fracassadas esbarram sempre em mudanças de comportamento, pois estas dependem da personalidade de cada pessoa, da imagem que cada um tem de si, dos estereótipos e das reações condicionadas, e dos sentimentos e emoções envolvidos no processo. Por exemplo, experimentar a sensação de liberdade e o prazer de pedalar é mais decisivo do que saber quantas toneladas de CO2 um carro lança no ar por mês. De outro lado, estereótipos como “bicicleta é para atleta” ou “de carro vou mais rápido” ou “não posso chegar suado no trabalho” são barreiras psicológicas quase intransponíveis se não forem confrontadas adequadamente. Ciclovias e bicicletários, por exemplo, não serão respostas satisfatórias para a necessária mudança de comportamento nestes casos.

Esta mudança virá como crianças pequenas aprendendo a pedalar: a bicicleta está ajustada e a rua livre, alguém do lado dá incentivo, apoio e segurança, mas, sem vencer medos e bloqueios internos, toda tentativa de mudar será frustante.

Carro de Luxo ou Bicicleta?

É possível ter um automóvel de luxo na garagem e ir de bicicleta para o trabalho. A Holanda é famosa por suas bicicletas e a geografia do país explica em parte esta opção por um transporte que exige pouco espaço urbano. Mas a adesão pela bicicleta entre os holandeses também decorre de mudanças de atitude das pessoas e intensa promoção do uso da bicicleta.

Uma série de vídeos produzidos pela NFTA é exemplo disto. Entre eles há um vídeo especialmente bonito:

A frase que aparece no final, diz: “Se gostamos tanto de pedalar, por que ficar presos em engarrafamentos? Vá de bicicleta para o trabalho – uma boa idéia!”

A trilha sonora é um trecho da canção “Op Fietse” (De bicicleta), com forte pegada folk estilo Bob Dylan, gravada em 1997 por uma banda chamada Skik. A letra da canção fala como é maravilhoso pedalar, ir para qualquer lugar sentindo o vento pelas florestas e margens dos rios da Província de Drenthe, situada no nordeste da Holanda.
A música fez sucesso e entrou para a lista das mais tocadas. Veja o clipe:

Então, deixe seu carro na garagem e vá de bicicleta!

  • Mais:
    A view from the cycle path
  • Bonita, saudável, sexy

    Você está acima do seu peso ideal. Mais de um médico mandou você incluir exercícios diários em sua rotina. E você não encontra tempo: trabalho, escola dos filhos, afazeres do dia-a-dia… Matricular-se numa academia é uma boa solução. Mas como encontrar mais tempo em sua agenda diária lotada?
    Pedalar é o melhor exercício! Porém, se você está pensando em comprar uma bicicleta ergométrica, pense 2 vezes. Aliás, pense 22 vezes, pois exercitar-se numa ergométrica exige mais que o dobro de disciplina e força de vontade. Além disto, você vai precisar de ter um espaço dentro de casa. E se já não tem tempo, como vai conseguir minutos suficientes para usar a ergométrica?
    Prefira pedalar pela cidade! A solução é fazer trocas inteligentes. Aqueles pequenos trechos que você faz de carro, vá de bicicleta. Para isto, não vai precisar de tempo adicional em sua agenda diária. Aliás, é provável que vá ganhar tempo, pois em pequenas distâncias a bicicleta é o meio de transporte mais rápido e eficiente. Seu trabalho é longe? Numa primeira etapa, vá de carro até certo ponto e de lá siga de bicicleta. Se você mora no Rio ou São Paulo, utilize os novíssimos sistemas de aluguel de bicicleta. A demanda faz o mercado.

    Em poucos dias usando a bicicleta, você verá nitidamente os benefícios para sua saúde física e mental.