Skates, bicicletas e eleições municipais

Arte: Pedala Manaus

Estamos em pleno ano eleitoral, nos mais de 5.000 muncípios brasileiros é hora de discutir propostas e debater o futuro das cidades. A mobilidade urbana nas grandes cidades está na pauta e junto com ela a qualidade de vida.

No entanto, nas duas maiores capitais do Brasil, duas imagens semelhantes ganharam destaque e valem uma reflexão. Primeiro o candidato a prefeito de São Paulo José Serra apareceu na capa do Jornal Folha de São Paulo prestes a cair de um skate. Pouco tempo depois, o prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição no Rio de Janeiro foi fotografado estatelado no chão, depois de cair justamente de um skate.

Agenda pública de candidato é sempre uma grande festa, ao grupo de assessores e militantes dos candidatos ao cargo majoritário somam-se os candidatos aos cargos minoritários e seus assessores e militantes e principalmente nas grandes cidades, um grupo de fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas.

Para além de tombos em quatro rodinhas, bicicleta já é assunto nas eleições municipais de diversas cidades. Londres inclusive foi exemplo desse debate nas eleições para prefeito em maio de 2012. Chegou-se até a especular se não estaria se formando um “voto ciclístico” na capital inglesa.

Fato é que no Brasil bicicleta e mobilidade humana já estão dentro da pauta. A iniciativa da Ciclocidade, associação paulistana de ciclistas, buscou justamente fortalecer o debate e discutir propostas com os candidatos a prefeito em São Paulo através de um convite para encontro e assinatura de uma carta compromisso sobre o tema da mobilidade em Bicicleta.

No calor de campanhas eleitorais, a dinâmica muda em relação a forma de diálogo com o poder público, a tendência é de apoio a causas que dêem visibilidade midiática para o candidato, mas para que as promessas sejam de fato implementadas, é preciso uma presença constante de quem defende e valoriza a bicicleta como veículo urbano durante os 4 anos de gestão municipal.

Convivência entre ônibus e bicicletas


A campanha de educação de trânsito feita pelo Programa Rio – Estado da Bicicleta (aquela dos adesivos 1,5m), se extendeu no Programa Motorista Cidadão ministrado pela pela UCT – Universidade Corporativa do Transporte/FETRANSPOR. Os condutores receberam materiais educativos, dentre eles o CTB de Bolso e puderam bater papo com ciclistas voluntários.

É inevitável, cada dia que passa os motoristas de ônibus terão de interagir mais com bicicletas nas ruas, a iniciativa ajuda a aparar algumas arestas e principalmente humanizar o diálogo entre ciclistas e condutores profissionais. Afinal, cada bicicleta a mais que circula pelas ruas, abre espaço nas ruas para que os ônibus possam circular livremente e também libera espaço dentro do busão para quem quer, precisa ou prefere ir de condução.

Parabéns aos ciclistas voluntários que embarcaram nessa ação e ajudaram a sensibilizar um grupo importante e que está nas ruas diariamente.

Foto: Henrique Freire

Mantenha distância de 1,5m

Uma nova campanha de defesa e promoção ao uso da bicicleta está nas ruas do Rio de Janeiro. Ônibus pela cidade afora trazem a mensagem de respeito ao ciclista e informações sobre o artigo 201 do Código de Trânsito Brasileiro, a infração de trânsito detestada por todos os ciclistas e simplesmente desconhecida da maioria absoluta dos motoristas.

Além dos adesivos explicativos da campanha, também foram impressos milhares de adesivos de alerta aos motoristas que podem ser colocados no carro da família, no caixote da bicicleta ou entregue a algum motorista desavisado que desconhece a importância de cumprir a lei e ultrapassar o ciclista com mais de 1,5 metro de distância, conforme regra do CTB.

A Transporte Ativo ganhou alguns adesivos e vai distribuí-los aos interessados. Quem quiser o seu, é só pedir aqui embaixo nos comentários que entraremos em contato. A campanha é uma iniciativa do Programa Rio Estado da Bicicleta.

Legado Olímpico

Renata Falzoni esteve no Rio de Janeiro para conferir como é hoje e como deve estar a cidade até 2016. A contagem regressiva já acelarada e até a cidade ainda será palco da final da Copa do Mundo.

Para além dos grandes eventos, a palavra é “legado”. São intervenções que perdurem e representem mais do que as semanas de festa do esporte. O Rio ainda tem muito à ser feito e muitas promessas a serem cumpridas.

Até a próxima abertura das Olimpíadas, a Cidade Maravilhosa será uma cidade diferente. Resta ficar de olho e agir para que as promessas sejam cumpridas e com equipamentos de qualidade.

O exemplo do que foi feito pelo BMX em Londres ilustra um pouco do legado que se espera de uma cidade Olímpica.

Ciclorrotas de construção coletiva

O ano de 2012 tem eleições para prefeito Brasil afora, época de debates, propostas e promessas. Como forma de pressionar o próximo alcaide a estruturar uma rede cicloviária no centro da cidade, ciclistas cariocas se uniram para construir um plano completo de ciclorrotas cruzando toda a região central, uma rede que integra os bairros centrais e ao mesmo tempo une a Zona Sul à Zona Norte.

Com aproximadamente 22% do total de quilômetros da malha cicloviária, a Zona Sul foi pioneira com as primeiras ciclovias segregadas tendo sido concluídas no início dos anos 1990. Hoje a região tem uma malha diversificada, com ciclovias, faixas compartilhadas com pedestres, ciclofaixas, além de muitos quilômetros de Zona 30.

A Zona Norte do Rio até pouco tempo atrás contava apenas com a ciclovia ao redor do estádio do Maracanã. Essa malha tem crescido. No entanto entre a Zona Sul e a Zona Norte, o centro do Rio de Janeiro não tem qualquer infraestrutura cicloviária.

Para além do cicloativismo, a proposição de um plano estruturado é uma maneira eficiente de municiar os técnicos da administração municipal para que eles possam ter subsídios para aumentar a malha cicloviária. Uma estratégia que independe dos humores políticos e que se constrói para além do calendário eleitoral.

Veja outras iniciativas semelhantes na Tijuca e na Ilha do Governador.