VeloCity 2015 e o papel da bicicleta para o futuro das cidades

Promover a bicicleta requer ousadia para lançar-se rumo a caminhos desconhecidos em busca do equilíbrio. O desafio é um pouco a síntese do século XXI, reinventar o que já está construído e que buscam nos convencer que está pronto. Felizmente há sempre espaço para sonhar, imaginar e realizar novidades.

Nantes (França) será este ano a sede do VeloCity, maior conferência mundial sobre bicicletas que acontecerá em junho. O tema é “Cycling: Future Maker” (Ciclismo, construtor de futuro). Teremos a maior delegação brasileira presente com mais de 20 pessoas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasilia, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Recife entre outras cidades.

A maior delegação brasileira, até então, havia sido a que foi para Munique. Em 2007, o ICE (Interface for Cycling Expertise) levou 11 brasileros do Rio, São Paulo, Florianopolis, Rio Claro e Blumenau.

Essa presença massiva em 2014 é reflexo de nosso trabalho como embaixadores do evento, fruto de um convite feito em Adelaide, 2014. Mais uma vez fomos convidados para avaliar os trabalhos enviados. Além disso, iremos também coordenar e moderar o painel “Dare to campaign for your bike” (Ouse promover a bicicleta). Por fim, uma parceria com o Banco Itaú proporcionou a ida (com todos os custos pagos) para as pessoas responsáveis por 3 dos trabalhos brasileiros selecionados para o VeloCity 2015. São eles oGangorra com aRuaça; Ciclo Urbano com Bike Blitz e Yuriê Batista com Ciclabilidade das Cidades Brasileiras.

Outros 10 trabalhos brasileiros também foram selecionados.

Histórico da Transporte Ativo na conferência VeloCity

Desde 2007 a Transporte Ativo está presente no VeloCity. Os temas foram variados e sempre pautaram a maneira com que se busca incentivar a bicicleta nas cidades. Em 2007 Munique aprendemos sobre o tema “From Vision to Reality” (Visualizar para realizar), 2009 Bruxelas e “Re-cycling Cities” (reciclando as cidades), 2010 Copenhague “Different Gears – Same Destination” (diferentes marchas, mesmo destino). No ano de 2011 fizemos parte do comitê de avaliação dos trabalhos da conferência de Sevilha que abordou “The Cycle of life” (o ciclo da vida).

O ano de 2013 em Viena, marcou nossa primeira premiação. Recebemos o Cycling Visionary awards Jury Prize na categoria Science, Research and Development pelo levantamento das bicicletas de carga em Copacabana.

Do outro lado do planeta em Adelaide 2014 participamos da “Celebration of Cycling” (celebração da bicicleta). Fomos finalistas do Cycling Luminaires Award na categoria Leadreship International. Não recebemos o prêmio, mas fomos agraciados com o convite para sermos embaixadores do VeloCity no Brasil.

O Rio de Janeiro e o VeloCity

Desde 2007 a cidade maravilhosa esteve representada em todas as edições do VeloCity, com trabalhos apresentados nos anos de 2007, 2011, 2012, 2013 e 2014. A cidade chegou ainda na  shortlist para sediar o VC 2014.

Esse post é para ser lido com trilha sonora. Tudo para preparar os ânimos para a França:

A Bicicleta no Brasil – O Livro

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Uma compilação de dados, informações e curiosidades acerca dos usos e da cultura da bicicleta em 10 capitais brasileiras. Esse é o livro “A Bicicleta no Brasil”, que será lançado simultaneamente em 8 cidades no dia 07 de maio de 2015.

Parceria entre a associação Aliança Bike, a rede Bicicleta para Todos, a rede Bike Anjo e a UCB – União dos Ciclistas do Brasil com o apoio do Itaú. “O livro é o início de uma série importante de publicações que romperão com muitos paradigmas e preconceitos sobre a mobilidade por bicicletas no Brasil”, declara Daniel Guth, líder da rede Bicicleta para Todos e diretor de participação da Ciclocidade.

Além dos organizadores, também participaram da elaboração do livro grupos, entidades e organizações de dez cidades diferentes. São elas: Ameciclo (Recife-PE), BH em Ciclo (Belo Horizonte-MG), Ciclocidade (São Paulo-SP), Cicloiguaçu (Curitiba-PR), Ciclourbano (Aracaju-SE), Ciclovida (Fortaleza-CE), Pedala Manaus (Manaus-AM), Rodas da Paz (Brasilia-DF), Transporte Ativo (Rio de Janeiro-RJ) e ViaCiclo (Florianópolis-SC).

Organizado por André Geraldo Soares, Daniel Guth, João Paulo Amaral e Marcelo Maciel, a publicação tem fotografias de Felipe Baenninger e diagramação, design e ilustrações de Giovana Pasquini. “O maior resultado deste livro é ver que o Brasil já é um país das bicicletas e que diversas cidades já estão se mobilizando para dar ainda mais espaço às magrelas”, afirma João Paulo Amaral, articulador da rede Bike Anjo.

No mesmo dia do lançamento, o livro também estará disponível em versão digital, nos sites das organizações participantes.

Lançamentos simultâneos confirmados do livro “A Bicicleta no Brasil”

Dia 07 de Maio (5ª feira)

  • Recife: 18h30
    Local: Reciclo Bikes do Impacto Hub – Rua do Bom Jesus, 180 (Bairro do Recife)
  • Rio de Janeiro: 18h30
    Studio X – Praça Tiradentes, 48 (Centro)
  • Aracaju: 19h
    Local: Sociedade Semear – Rua Leonardo Leite, 148 (São José)
  • Belo Horizonte: 19h
    Local: Casa do Jornalista – Av. Álvares Cabral, 400 (Centro)
  • Brasília: 19h
    Balaio Café – CLN 201 – Bloco B – Loja 19/31
  • São Paulo – 19h
    Local: Biblioteca Mario de Andrade – Rua da Consolação, 94 (Centro)
  • Curitiba: 19h30
    Bicicletaria Cultural – Rua Presidente Faria, 226
  • Manaus: 20h
    Anfiteatro do Parque dos Bilhares – Av. Djalma Batista, s/n (Chapada)

 

 

Prêmio Visionários à pé – Viena

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Cada jornada começa nos primeiros passos. E quem tiver as melhores idéias que promovam a mobilidade à pé nas cidades, tem até o dia 30 de abril para se inscrever no Walking Visionaries Awards (Prêmio Visionários à pé, em tradução bem livre).

Serão ao menos 30 iniciativas agraciadas com isenção de inscrição no maior encontro global de mobilidade à pé e cidades para pessoas, a conferencia Walk 21 que acontecerá em outubro de 2015 em Viena, Áustria.

As inscrições são aceitas exclusivamente através do formulário online (em inglês) e podem ser feitas nas seguintes categorias:

  • Advocacy, Campaigning and Social Projects;
  • Walking 2.0 and Future Mobility;
  • Walking and the Arts;
  • Fashion and Walking Gear;
  • Planning and Design for Liveable Public Spaces.

 
Saiba mais:

Walk21 Vienna

A bicicleta no comércio do Rio de Janeiro

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A comprovação da eficiência da bicicleta pode e deve ser comprovada de todas as formas possíveis. Os veículos de carga movidos a propulsão humana são a melhor maneira de cumprir o caro e trabalhoso “último quilômetro”, expressão que resume o desafio logístico de entregar um produto até o consumidor final.

Quatro anos após o pioneiro levantamento sobre as bicicletas de carga de Copacabana, a Transporte Ativo em parceria com o ITDP e Embaixada Britânica foi a campo novamente com o mesmo propósito. Descobrir e divulgar a importância da ciclologística em nove diferentes regiões, no quilômetro quadrado mais denso dos bairros mais representativos das sete subprefeituras da cidade. Os dados propiciam informação sobre as entregas em diferentes pontos da cidade e permitem um investigação sobre os benefícios deste serviço para a cidade, o trânsito e o meio ambiente.

Os números da logística em bicicleta no Rio de Janeiro

Os números sempre nos permitem contar histórias. Descobrir por exemplo que restaurantes e lanchonetes são os estabelecimentos mais comuns, mas que as farmácias empregam a maioria dos entregadores e fazem o maior número de entregas. Além disso, mercados e distribuidores de bebidas compõem 71% da frota dos triciclos. E as estimativas de valores ajuda a vislumbrar a importância dos pedais para fazer girar a microeconomia urbana.

No total, foram 322 estabelecimentos, 628 veículos, 658 ciclistas/triciclistas que fazem 7.524 entregas/dia.

Ao definir um valor médio de R$ 20,00 por entrega, serão, R$ 150.480,00 ao dia; R$ 3.461.040,00 ao mês e R$ 41.532.480,00 ao ano. Na média as entregas abrangem um raio de 3 km. Em uma estimativa conservadora, se cada viagem dos entregadores tiver 1km entre ida e volta serão 7.524km/dia, 173.052km/ mês e 2.076.624km/ano.

Importância no presente, potencial para o futuro

Bicicleta e densidade urbana são bons pares. Nas regiões menos densas, com mais casas e um comércio disperso, entregas motorizadas costumam ser mais comuns. Já em bairros densos, com muitos prédios e comércio local, a bicicleta impera. Os impactos positivos com o atual quadro é visível, com toneladas de gases tóxicos e de CO2 que deixam de ser emitidos anualmente. Valorizar o profissional de entrega e incentivar que mais estabelecimentos utilizem esse serviço é portanto uma medida não só de eficiência e impactos locais, mas também globais.

Saiba mais:

A íntegra do estudo: A bicicleta no comércio do Rio de Janeiro

O Fórum mundial da bicicleta, em São Paulo?

A cidade de São Paulo está mais do que presente no V Fórum Mundial da Bicicleta em Medellín, Colômbia. Estão por lá representantes da Ciclocidade, Bike Anjo, oGangorra, Bike é Legal, Vá de Bike, Bicicleta para Todos, Aliança Bike, Instituto AroMeiazero. O comprometimento dessas organizações, coletivos e grupos soma-se a uma lista mais extensa de apoiadores que estarão juntos para fazer acontecer o Fórum em 2016 na capital paulista.

A concentração de mentes pensantes em favor da bicicleta em um único local durante o espaço de alguns dias é daqueles catalizadores que geram um impacto para além do tempo e espaço físico. As articulações necessárias na cidade sede no pré-Fórum somam-se a criação de novas relações locais, nacionais e internacionais.

A Transporte Ativo apoia e está na torcida por mais essa pedalada em prol da mobilidade em bicicleta no Brasil e em São Paulo.

Saiba mais: