Por mais estacionamentos para ciclistas




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São mais de 1,5 milhão de ciclistas diariamente nas ruas da região Metropolitana do Rio de Janeiro. Um número expressivo e que só faz aumentar. Dentre os problemas que enfrentam, 40% apontam que estacionar a bicicleta é uma dificuldade.

A futura Designer Bruna Montuori em seu projeto de conclusão de curso buscou problematizar essa realidade almejando caminhos para incentivar ainda mais a circulação em bicicleta no Rio de Janeiro.

Faltam bicicletários seguros e práticos e isso é, dentre outros, um fator que faz com que menos pessoas optem pela bicicleta em seus deslocamentos, sejam os pendulares (casa-trabalho/estudo-casa) ou uma simples ida à padaria.

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Bruna fez um recorte na área da Gardênia Azul, onde impera a cultura do “não cuidado”, bicicletários improvisados que atendem a mais de 400 ciclistas todos os dias (cerca de 40% mulheres) que pedalam por necessidade. Já que é onde o transporte público é mais precário que a bicicleta desempenha seu papel social mais importante.

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O estudo faz ainda uma comparação entre os investimentos na infraestrutura na área nobre da zona Sul e o pouco zelo e a total falta de opções que o ciclista da zona Oeste do Rio tem acesso.

Afinal, o ciclista quer mais que ciclovia ele quer mais pistas e onde estacionar. E quer estacionar com segurança, praticidade, em um local resistente, durável e que reconheça seu valor.

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Confira a íntegra do projeto de conclusão de curso:

As melhores cidades do mundo para pedalar

O índice Copenhagenize de cidades amigas da bicicleta

O índice Copenhagenize de cidades amigas da bicicleta

Pela segunda vez o pessoal do Copenhagenize Consulting divulgou o ranking das melhores cidades do mundo para se pedalar. O Rio de Janeiro subiu no ranking (está em décimo sexto) e aparece em segundo entre as cidades das Américas, atrás de Montreal.

Mais do que um atalho para que as cidades e seus habitantes se vangloriem, o ranking busca apresentar caminhos do sucesso até aqui e o que pode ser melhorado.

O Rio de Janeiro segue rumo a ser uma capital mundial da bicicleta, a rede cicloviária aumenta, o número de ciclistas nas ruas cresce ano após ano e mesmo com o aumento na rigidez nos critérios, a nota da cidade subiu de 47 para 56 no ranking da Copenhagenize, certamente uma grande conquista.

Mas está nas recomendações, boas luzes sobre o que ainda falta na trajetória carioca. Em primeiro lugar, medidas de segurança viária, com uma redução do absurdo limite 70 km/h na orla, aumento das zonas 30 além de intervenções de moderação de tráfego, ou traffic calming.

Além disso, o Rio precisa fazer o esforço de priorizar sempre o transporte público e os transportes ativos (pedestres, ciclistas, skatistas, patinadores, etc.) para evitar chegar ao caos e à (i)mobilidade urbana que assola São Paulo com mais gravidade do que a capital fluminense.

Leia mais sobre o Copenhagenize Index 2013 – Bicycle-Friendly Cities

 

Bicicletas de carga premiadas

CVA_VJPA iniciativa de contar bicicletas de carga em Copacabana, um projeto concluído no final de 2010, ainda dá frutos. Fomos selecionados pelo júri do Velo City Viena para o prêmio Cycling Visionaries Awards. Mais um reconhecimento dessa iniciativa.

O levantamento das entregas em bicicleta no bairro de Copacabana já começou como assunto da exposição As Cidades Somos Nós. Deu ao Rio de Janeiro o título de Cargo Bike Capital no Copenhagenize. Foi apresentado no 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito ANTP,   motivou a apresentação Mobilidade + Delivery. E ainda foi selecionado para o 13º WCTR.

Tudo isso através de uma iniciativa simples que mais de dois anos após realizada, ainda é destaque e serve de exemplo. Os resultados encontrados, são realmente surpreendentes e indicam possibilidades para melhorias para a circulação de carga e de ciclistas em geral no Rio de Janeiro e, esperamos, no mundo.

Dentre os premiados pelo júri em Viena, cabe destacar também o trabalho de monografia da Gabriela Binatti, que abordou a importância crescente da bicicleta nas cidades.

Nos vemos em Viena, no maior encontro de promotores ao uso da bicleta do mundo.

 

222 ciclistas por hora

Em um único cruzamento em Aracaju foram contadas pela CicloUrbano 2.880 ciclistas em 13 horas. A média rima com música do Gilberto Gil, um “expresso” de 222 bicicletas por hora.


Desse expressivo total, 24% parte direto para a Avenida Beira Mar e começa a circular desde cedo, com 323 ciclistas entre 7 e 8h, em todas as direções. Mas o pico maior do cruzamento das Av. Augusto Franco com Av. Gonçalo Rollemberg Leite é no período entre 17 e 18h, com um total de 554 ciclistas.

O levamento já foi repassado as autoridades locais e ajudam a deixar clara a necessidade de garantir a segurança e o conforto dos ciclistas no local. Afinal, apenas 4% das bicicletas eram conduzidas por mulheres, ou 123 ciclistas e como foi constatado no Rio de Janeiro, no treinamento do qual a CicloUrbano participou, infraestrutura cicloviária contribui para a igualdade de gênero no uso da bicicleta.

Os resultados dessa e de outras contagens de ciclistas estão disponíveis aqui.

Tombos em bicicleta

Com apenas duas rodas, a bicicleta precisa estar sempre em movimento para manter-se de pé. E quedas de ciclistas podem mostrar importantes lições importantes sobre a segurança das magrelas.

Notícias na imprensa de ciclistas mortos, feridos e mutilados ganham grande destaque, mas ignoram um elemento fundamental, a bicicleta como veículo intrinsecamente seguro.

A bicicleta é personagem das bordas do trânsito, com a presença massiva de veículos automotores, o ciclista que se move em ambiente opressivo fica mais exposto.

Ocorrências graves com ciclistas precisam da presença de ao menos um dos dois elementos para acontecer, altas velocidades ou grandes massa de peso. Um ciclista sozinho costuma se machuca com mais gravidade quanto cruza em alta velocidade por estradas ou trilhas.

Já o trânsito urbano tem excesso dos dois elementos agravadores de risco para os ciclistas, velocidade e grandes massas de peso. Sem controle, o fluxo de motorizados implica em graves consequências para ciclistas no trânsito, mas principalmente para pedestres, as maiores vitimas nas ruas.

Apenas para dados comparativos, para cada ciclista morto nas ruas de São Paulo, foram 10 pedestres vitimados por altas velocidades, grandes massas de peso que costumam se somar a imprudência.

Falar sobre segurança para ciclistas portanto é abordar a urgente humanização das ruas e as necessárias medidas para compatibilizar os fluxos viários com a vida nas cidades.

Sozinha a bicicleta é intrinsecamente segura, qualquer discussão que atente contra essa prerrogativa é falaciosa e depõe contra o desejo dos que vivem nas cidades e desejam perecer de causas naturais.