Um túnel e muitas bicicletas

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O mapa indica o ponto exato da contagem de bicicletas no Túnel Velho

No dia 11 de março a Transporte Ativo realizou uma contagem fotográfica de bicicletas numa das principais vias de ligação entre Botafogo e Copacabana, dois dos mais populosos bairros do Rio de Janeiro. Mesmo sendo um túnel mal iluminado e sem faixa para bicicletas o movimento destes veículos é intenso durante todo o dia.
Entre 7 e 18 horas 711 ciclistas cruzaram o túnel nos dois sentidos, pela rua ou pela calçada, na mão e na contra-mão, com os mais diversos tipos de bicicletas e com diferentes objetivos.
Em 2004 a prefeitura divulgou dados sobre o trânsito de bicicletas através do PDTU (plano Diretor de Transporte Urbano). Neste documento copacabana tem só 1588 viagens de bicicleta no sentido casa – trabalho – casa. A contagem de outros meios de transporte como carros, metrô e ônibus não tem esta distinção. Curiosamente a contagem do Túnel Velho e a do Corte do Cantagalo realizada no ano passado, somam 1490 viagens de bicicleta um sólido indicativo de que há muito mais bicicletas nas ruas do que indicam os documentos oficiais.

Os dados podem ajudar as autoridades na elaboração das futuras políticas públicas em relação ao trânsito de bicicletas e mostram a todos que a bicicleta já é um meio de transporte significativo no Rio de Janeiro, mesmo que haja um túnel no meio do caminho.

Veja o Relatório completo da contagem no Túnel Velho.
Veja o álbum de fotos completo.
Assista um vídeo da travessia do túnel.

Sobre Construir Cidades Verdes

Prédios verdes e arquitetura sustentável são termos atualmente em voga. Mas construir novas estruturas com a mais alta tecnologia talvez não faça de nossas cidades ambientes sustentáveis e menos danosos ao planeta.

Alguns urbanistas e planejadores já apontam como os efeitos do aumento da “mancha urbana” das cidades européias tem causado danos. Mais do que isso, o aumento das grandes conurbações na Europa não tem sido causado pelo crescimento da população, mas sim por uma diminuição na densidade nas cidades.

Essas preocupações foram divulgadas na III Conferência Internacional de Mudanças Climáticas e Desenho Urbano em Oslo. Afinal, o crescimento das cidades gera enormes emissões de gases do efeito estufa além de agredir ambientes naturais e terras agriculturáveis.

Fazer prédios sustentáveis pode acabar sendo a “parte fácil”. A maior dificuldade está em criar ambientes densos, na escala humana em que a população possa se deslocar a pé ou de bicicleta e tenha transporte público com qualidade.

A solução pode ser traduzida para realidade brasileira, afinal o Estatuto das Cidades estabelece a obrigatoriedade das cidades brasileiras acima de 20 mil habitantes terem o seu Plano Diretor. Ele é um: “instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento da expansão urbana do município.”

Afinal, só através de um planejamento organizado, a longo prazo e de acordo com as necessidades e desejos da população é possível construir comunidades agradáveis de se viver. E um ambiente agradável é fator fundamental para uma cidade sustentável.

Mais:
Via TreeHugger.
The New Urbanists: Tackling Europe’s Sprawl

Passos a Frente para os Pedestres

Pedestres são a parte mais frágil do trânsito e no Brasil são as maiores vítimas. Equacionar o problema das fatalidades em nossas ruas e estradas requer um abordagem múltipla. Não basta investir somente em infraestrutura, ou ter leis que coibam abusos. É preciso cercar todas as “frentes”. Educar pedestres e condutores, punir os infratores e investir em melhorias que garantam a circulação em segurança para os pedestres.

“Vamos trabalhar pela afirmação (ou reafirmação) da existência do pedestre, a mais antiga qualificação humana do mundo. Da existência e dos direitos que lhe são próprios, tão simples, tão naturais, e que se condensam num só: o direito de andar, de ir e vir, previsto em todas as constituições… o mais humilde e o mais desprezado de todos os direitos do homem. Com licença: queremos passar.”

Carlos Drummond de Andrade

Essa frase está na página de abertura do site da Associação Brasileira de Pedestres (ABRASPE). De lá também vem a versão comentada do “Manual do Pedestre em São Paulo“.

O manual presta um grande serviço ao condensar dúvidas e maneiras de agir. Muito do que lá está escrito pode e deve ser traduzido para qualquer cidade brasileira. Afinal temos um único Código de Trânsito.

A construção de cidades mais democráticas se fará também medindo o tamanho de nossas calçadas, afinal, quando mais largas as calçadas, maior a democracia.

Mais:
Motoristas que avançam na faixa viram alvo da CET

Quem Pedala Vive Mais

Pesquisadores britânicos publicaram no jornal BioMed Central Endocrine Disorders mais uma pesquisa confirmando a importância dos exercícios no combate à diabetes. O melhor da notícia é que a pesquisa se concentrou no uso da bicicleta.
O assunto foi tema de notícia n’O Globo:

O diabete tipo 2, que afeta cerca de 246 milhões de adultos em todo o mundo e é responsável por 6 por cento de todas as mortes, é uma condição na qual o corpo perde aos poucos a capacidade de usar a insulina de forma apropriada para converter alimentos em energia. Dieta muito estrita e exercícios vigorosos, regulares e constantes podem reverter o diabete tipo 2, mas isso pode ser difícil para muitas pessoas. A condição é fortemente associada à inatividade. (…) “A idéia básica é se você faz contrações musculares tensas enquanto corre ou anda de bicicleta você melhora a capacidade da insulina de remover a glicose da corrente sanguinea”, disse Timmons [James Timmons, da Heriot-Watt University, em Edimburgo, que chefiou o estudo].
Timmons e sua equipe mostraram que apenas sete minutos de exercício por semana ajudaram um grupo de 16 homens na faixa dos 20 e poucos anos a controlar a sua insulina.
Os voluntários, que a não ser pelo fato de estarem um pouco fora de forma eram saudáveis, pedalaram uma bicicleta ergométrica quatro vezes por dia em séries de 30 segundos duas vezes por semana.

Os resultados apontam uma maneira para pessoas que não têm tempo de se exercitar durante algumas horas por semana, como o recomendado, melhorarem a sua saúde, acrescentou ele.

Mas acreditamos que é preciso maiores mudanças de hábito e mais força de vontade para usar uma ergométrica do que a bicicleta comum. Você pode encontrar tempo em sua agenda diária indo de bicicleta para o trabalho, por exemplo, ou substituindo pequenos trechos feitos de carro por uma boa pedalada. Se o trabalho é muito longe, numa primeira etapa de mudança de hábitos, vá de carro até certa altura e depois siga de bicicleta.

Os benefícios para sua saúde começarão a surgir em poucos dias.

Bicicleta, Cúmulo da Eficiência

A bicicleta com sua incrível simplicidade é capaz de multiplicar o potencial humano através da eficiência bioenergética. Pés no pedal mimetizando o simples ato de caminhar nos possibilitam economizar energia e sermos mais eficientes do que qualquer outro ser vivo. Além é claro da capacidade de atingir velocidades consideravelmente altas e tudo com um gasto mínimo de calorias.

Desde sempre o ser humano evoluiu dependente das máquinas que era capaz de inventar. Só assim pudemos vencer predadores maiores e mais fortes. Através de ferramentas fomos capaz de subjulgar o mundo natural.

Hoje o cenário mundial com o aquecimento global e danos enormes ao meio ambiente implica cada vez mais na necessidade de escolhas. Devemos ser capazes de optar pelas ferramentas corretas, certamente as mais eficientes irão prevalecer.

Não é de se estranhar que a bicicleta seja portanto o veículo do futuro, dada a sua invejável eficiência no uso dos recursos limitados do condutor e por consequência do planeta.