X Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil | Inscrições abertas!

 

Estão abertas as inscrições para a décima edição do Prêmio Promovendo a Mobilidade por Bicicleta no Brasil! Até agora foram 9 edições, com 70 Premiações e 53 premiados, sendo 27 da Sociedade Civil, 24 de Empresas e dois do Poder Público. Desde 2014, a Transporte Ativo em parceria com o Itaú Unibanco, realizam a atividade que consiste em premiar as melhores iniciativas de promoção ao uso de bicicletas no país, nas categorias, Ação Educativa & de Conscientização, Levantamento de Dados & Pesquisas e Empreendedorismo.

Este ano os projetos vencedores em cada uma das três categorias receberão R$ 1.200,00 e terão participação garantida no II Encontro Carioca de Bicicletas de Carga, que acontecerá no Rio de Janeiro em Setembro, e onde será realizada a entrega de prêmios!

Saiba mais e Inscreva seu projeto clicando aqui.

Boas ideias merecem ser reconhecidas e homenageadas!

Conheça os resultados das edições anteriores.
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Preparar! Carga!

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As comemorações do Dia do Trabalhador no Parque Madureira contaram com shows, serviços,…. e uma corrida, mas uma bem diferente. A Secretaria Municipal de Trabalho e Renda e a TA organizaram uma competição de entrega com bicicletas de carga neste 1º de maio. A premiação? Uma bicicleta de carga novinha.

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Com oito inscritos e baterias de dois participantes vimos uma disputa acirrada para entregar ou buscar um saco de pedras com 15 kg num trajeto com 200 metros ida e volta. O público torceu e os ciclistas suaram para concluir cada bateria. No final um vencedor levou a bicicleta, mas todos se divertiram no evento que chamou a atenção de quem estava no Parque Madureira.

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Nos últimos anos aprendemos a conviver com o termo precarização do trabalho e o serviço de entregas por aplicativos está no meio dos debates sobre emprego, trabalho, direitos e deveres de empregadores e empregados. Dar visibilidade e valorizar o serviço de entregas por bicicletas é um dos caminhos para que a sociedade discuta o tema de modo a melhorar o trabalho cotidiano dos entregadores. O evento do Dia do Trabalho trouxe justamente essa pauta para a data comemorativa e teve a presença do Secretário Everton, um entusiasta da bicicleta e que está colocando a ciclomobilidade e a logística por bicicleta na pauta da Secretaria de Trabalho e Renda. Secretarias como Meio Ambiente e Juventude também estiveram presentes apoiando a iniciativa.

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A bicicleta e a qualificação da pressa na vida moderna

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Campanhas e regulamentos de trânsito modernos e verdadeiramente focados na preservação da vida adotam diversas formas de acalmar os ânimos dos condutores de veículos motorizados nas ruas.
E a bicicleta? O que tem a ver com isso?
Como o veículo humanizado mais comum nas cidades o aumento do uso da bicicleta exerce um papel forte e natural na redução das velocidades praticadas por motoristas e motociclistas, sem a necessidade dos impopulares quebra-molas/lombadas e radares de velocidade.
Por outro lado, a falta de tempo é cada vez mais comum no nosso cotidiano e a bicicleta é, em várias situações, a forma mais rápida de se deslocar pelas cidades, especialmente as grandes, mas também nas cidades médias do Brasil.
Claro que ainda é preciso manter o senso de coletividade e não pedalar em uma velocidade relativamente alta nas calçadas, parques e afins. Pois aí você se torna o opressor, ameaçando a integridade de pedestres no espaço destinado para eles. Pensa bem! Não é porque algumas ruas tem trânsito hostil às bicicletas que você vai fugir para pedalar na calçada imitando a agressividade que motoristas praticam nas ruas para tornar a caminhada do pedestre menos segura.

Eis que surge e se consolida nas ruas um novo elemento, o veículo elétrico. Com poluição e ruído zero, baixíssimo custo de abastecimento e menor custo de manutenção que um motorizado a combustão, ainda que mais caros de se comprar. E, no caso dos ciclomotores e bicicletas elétricas, sem necessidade de emplacamento. Tudo isso embalado em um papel verde, bonito e brilhante de que é um veículo mais amigo do meio ambiente faz cada vez mais pessoas adotarem o elétrico. Girar a economia e atender os anseios dos consumidores é louvável, mas em meio  a tantas e boas intenções, é preciso considerar que a velocidade sempre seduziu mentes e corações.
E o elétrico, com sua forte aceleração tem conquistado cada vez mais o consciente e o sub-consciente dos seus condutores. Mas uma parcela dos humanos nascidos aqui (e o mesmo acontece em outras partes do mundo) deixa o bom senso e o espírito de coletividade em casa ou joga fora mesmo, e aí abusa. Nas ciclovias e ruas é crescente o conflito entre pedestres/ciclistas e ciclomotores elétricos conduzidos em velocidade incompatível. Aumentou a pressa e a vontade de correr, o elétrico atende a essa dupla ânsia por velocidade e o perigo é maior.
É claro que algo precisa mudar.
Com legislação e fiscalização diriam uns, com educação e conscientização diriam outros. Banir é um caminho obtuso, polêmico, adotado em algumas cidades, mas regulamentar tem sido o mais usual.
E aqui sugere-se um outro caminho.
Vamos qualificar nossa pressa, refletir sobre a relação da economia de tempo com aumento da insegurança. Até onde vale a pena correr (com elétricos ou não) para ganhar uns poucos minutos? O quanto de nossa pressa tem a ver com falhas de planejamento e organização antes de sair para algum compromisso? Sair atrasado e tentar compensar no trajeto é coerente e racional? Ou será que conduzimos rápido apenas por prazer/ satisfação com a velocidade?
Condutor de bicicleta, ou de ciclomotor elétrico, não precisa ter pressa pois será mais rápido que qualquer um no trânsito engarrafado. É um paradoxo, o veículo mais lento cumpre alguns trajetos mais rápido que os velozes a combustão. E se equilibrar a velocidade vai cumprir seu trajeto com muito mais tranquilidade, prazer e segurança, sem perder tempo. Saia mais cedo para ir mais devagar e chegar ao destino na hora desejada/marcada sem perder o tempo de aproveitar o espaço público de onde você mora, humanizando sua rua, seu bairro, sua cidade. Inverta a lógica da pressa para a lógica de qualificar seu tempo.

Vento e sorriso no rosto, mais calma na pilotagem e o trânsito vai ficar mais agradável e seguro por ação dos próprios condutores. Viva a sua cidade! Sem pressa e com gentileza!

Tem até música para embalar sua reflexão (letra abaixo):

Os curiosos atrapalham o trânsito
Gentileza é fundamental
Não adianta esquentar a cabeça
Não precisa avançar no sinal
Dando seta pra mudar de pista
Ou pra entrar na transversal
Pisca alerta pra encostar na guia
Pára brisa para o temporal
Já buzinou, espere, não insista,
Desencoste o seu do meu metal
Devagar pra contemplar a vista
Menos peso do pé no pedal
Não se deve atropelar um cachorro
Nem qualquer outro animal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Motoqueiro caminhão pedestre
Carro importado carro nacional
Mas tem que dirigir direito
Para não congestionar o local
Tanto faz você chegar primeiro
O primeiro foi seu ancestral
É melhor você chegar inteiro
Com seu venoso e seu arterial
A cidade é tanto do mendigo
Quanto do policial
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Travesti trabalhador turista
Solitário família casal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Sem ter medo de andar na rua
Porque a rua é o seu quintal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Boa noite, tudo bem, bom dia,
Gentileza é fundamental
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Pisca alerta pra encostar na guia
Com licença, obrigado, até logo, tchau.
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual

 

Encontro Carioca de Bicicletas de Carga

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Ciclo-caixotes, carrinhos de supermercado com pedais e rodas grandes, caminhão sem motor ou simplesmente cargueiras. No domingo passado um pequeno encontro das grandes bicicletas de carga, não só pelo espaço para transportar como pelo impacto nas ruas cariocas. Impacto positivo, claro! Afinal de contas, levam de tudo para qualquer lugar, em silêncio, com emissão zero e baixíssimo custo.

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Convidamos amigos com cargueiras diferentes e comuns para uma reunião com bate-papo, oportunidade para conhecer, trocar experiências e pedalar no diferente. Foram muitas pedaladas experimentando diferentes modelos, na Bullitt da Transporte Ativo o grande barato foi levar passageiros para uma divertida pedalada onde normalmente vai a carga, assim foi possível experimentar tanto o conduzir quanto o ser conduzido. Como resultado prático colecionamos imagens de muitos sorrisos!

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As conversa sob a sombra obrigatória iriam facilmente até de noite, pois o assunto é grande como as caçambas e reboques. O sol e o calor estavam muito fortes e na hora da sede eis que passa um vendedor ambulante… num triciclo de carga! Nem precisamos pedir para ele parar e o interesse mútuo (dele nas cargueiras e nosso nas bebidas) rendeu um elemento a mais na conversa.

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boas razões para usar uma Bicicleta Cargueira e levar carga e passageiros em bicicletas não é novidade.. O Rio de Janeiro é uma cidade que já tem muitas entregas de cargas diversas como uma espécie de patrimônio imaterial da cidade, prática de logística cotidiana das mais importantes tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental e social. É a mais sustentável forma de fazer produtos e serviços chegarem ao seu destino no último quilômetro. E a pequena variedade de modelos está mudando aos poucos, numa clara sinalização que a prática está evoluindo naturalmente devido à sua relevância para a cidade como um todo.

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Mas, mesmo com os já tradicionais triciclos feitos por fábricas muito simples, alguns artesanais e até personalizáveis, o transporte de cargas leves, o comércio de rua e a prestação de serviços já tem nelas, as cargueiras, aliadas valiosas, versáteis e que já fazem parte do dia-a-dia do carioca. Quando isso começou? Décadas atrás! Quando vai terminar? Provavelmente nunca, em grande parte pelo caráter cultural do uso destes veículos.

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Cultura essa que esperamos possa continuar e evoluir, daí nossa participação no projeto SCAP Cargo Bikes da ECF em Parceria com o Distrito de Baixa Emissão criado pela Prefeitura do Rio (saiba mais aqui) uma oportunidade que a TA está co-gerindo com o Escritório de Planejamento (EPL) para inserir as bicicletas e triciclos de carga também na municipalidade.

O primeiro encontro carioca de bicicletas de carga pode ter sido modesto, mas houve interesse significativo de amigos, grupos interessados e do público em geral, confirmando a enorme relevância destes veículos fascinantes para a economia, o lado social e para o meio ambiente. Que seja o primeiro de muitos e que sigamos alimentando com informações, experiências e incentivos o uso cada vez maior das nossas grandes parceiras para que mais pessoas, pedalem mais vezes (e com mais carga!).        5

12Esse encontro faz parte do projeto SCAP Cargo Bikes.

Clique nas imagens para ver em tamanho maior.

6º Encontro Bicicletas & Meio Ambiente | Bicicletas e Créditos de Carbono

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No encontro Bicicletas e Meio Ambiente de dezembro, fechamos o ciclo de debates com chave de ouro, trazendo de São Paulo a Carol Rivas da TemBici e de Belo Horizonte, por onde está passando agora em sua volta para o Janga – PE, o cicloturista Enio Paipa para conversar sobre Créditos de Carbono com duas abordagens bem distintas, mas igualmente importantes e inspiradoras. A Carol nos deu uma aula sobre o Mercado de Créditos de Carbono que foi esclarecedora até para quem (pensava que) sabia do que se trata. E na sequência mostrou como as bicicletas compartilhadas estão ganhando mais um forte argumento para solidificar sua importância para a qualidade de vida nas cidades.

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O Enio por sua vez apresentou seu sistema simples e eficiente de humanizar ainda mais a relação dele com os apoiadores novos ou antigos de sua viagem. Ele troca fotos da viagem com histórias da viagem escritas a mão por uma ajuda financeira qualquer. À medida que acumula quilômetros de viagem e histórias ele garante parte do financiamento para continuar pedalando rumo a Janga. Vale ressaltar que nesse encontro tivemos a presença de debatedores de encontros passados: Lucas Chiabi (Bicicletas e Negócios Sustentáveis) e Marcelo Guimarães (Bicicletas e Saúde Pública).

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Uma das maiores virtudes da nossa espécie é a capacidade de se comunicar de maneira  sofisticada. Por áudio e imagens conseguimos evoluir nossa espécie e nossa sociedade pois compartilhamos conhecimentos, dividimos problemas e assim, desafios são superados. Nos Encontros Bicicletas e Meio Ambiente exercitamos nossa qualidade, propondo debates que nos encheram de informação, reflexão e inspiração. Os problemas urbanos são graves, não há dias fáceis, mas em 6 ocasiões a nossa querida bicicleta ajudou a catalisar energia positiva suficiente para garantir muitos anos de pedaladas rumo a um espaço coletivo mais humanos, equilibrado e sustentável.

Agradecemos a Tembici por ceder seu espaço para este encontro e ao Enio, por interromper sua viagem para nos falar sobre ela. Buscamos o Enio e o devolvemos para o mesmo lugar em que estava.