O Caminho para a Mudança

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As bicicletas estão presentes no Código de Trânsito Brasileiro desde 1997. Antes, já estavam nas ruas, mas sem o devido reconhecimento. Uma das missões da Transporte Ativo é sensibilizar os responsáveis pelo planejamento de trânsito para que a importância das bicis para as cidades não fique só no papel.

Cada cidade tem um órgão responsável para lidar com o trânsito. No Rio de Janeiro, é a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) que cumpre esse papel. Entre as suas atribuições está a promoção e a participação em projetos e programas de educação de trânsito. Com esse intuito, foi realizado o 5° Encontro de Educação e Segurança no Trânsito. E pela primeira vez as bicicletas estiveram presentes através da Transporte Ativo que apresentou a palestra “O Caminho para a Mudança”.

Todos os presentes puderam saber mais sobre a bicicleta e também sobre a importância da cordialidade no trânsito. Afinal, o respeito é fundamental para que as ruas possam ser usadas por todos. Pedestres, ciclistas e o trânsito motorizado. Afinal, mesmo quem não usa a bicicleta pode ajudar a promove-la, simplesmente sendo cordial ao guiar seu veículo.

Um convite foi feito: “Vá de Bicicleta, e seja Cordial.” Com isso, esperamos que cada um dos participantes experimente pedalar pela cidade. Mas certamente, todos irão ter um novo olhar em relação as bicicletas.

Combustíveis para o Ciclista

Neste sábado 27 de setembro no SESC – Ipiranga em São Paulo a cicloturista Eliana Garcia irá falar sobre suas experiências em busca de uma alimentação adequada.

A idéia é não ficar restrito apenas a opções óbvias como géis de carboidrato, ou miojo com atum, mas procurar de forma criativa descobrir alimentos leves, simples de preparar e com um sabor especial. Serão destacados alimentos que servem como boa fonte de nutrientes e que são ao mesmo tempo duráveis.

A iniciativa é promovida pelo Clube de Cicloturismo e “tem a função de permitir que a comunidade cicloturística, desde o iniciante ao veterano, possa se encontrar, trocar experiências e planejar viagens.”

Saiba mais em sobre a Reunião – Alimentação em Viagens e os outros eventos promovidos pelo Clube de Cicloturismo.

Ciclistas Apocalípticos e Integrados

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Umberto Eco falou sobre os “apocalípticos” e os “integrados”. Reginaldo Paiva da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) usou os termos para separar diferentes tipos de ciclistas.

Os apocalípticos tem as ruas como espaços suficientes e não há qualquer necessidade de mudanças para integrar as bicicletas aos outros meios de transporte. Para eles pedalar já é vantajoso pelo ganho de tempo e economia de dinheiro. Os “integrados” por outro lado precisam de uma série de investimentos em infra-estrutura, rotas cicloviárias, estacionamentos para bicicletas nas estações, etc.

A definição é bastante abrangente, mas certamente resume bem uma grande diferença entre usuários da bicicleta. No entanto para que mais pessoas pedalem pela cidade mais vezes esses dois grupos devem ser levados em consideração. Um ciclista “apocalíptico” aprendeu aos poucos como ser portar nas ruas e transitar em segurança. Já os “integrados” representam um outro extremo que se devidamente priorizado é capaz de produzir os melhores resultados na mobilidade urbana.

O principal objetivo de qualquer planejamento em prol do uso da bicicleta, deve ser sempre atender as demandas de quem já pedala sem perder de vista as necessidades dos que gostariam de pedalar. Dentro desse último grupo, estão principalmente os pedestres que acessam as estações de trem. Usuários aptos a utilizar a bicicleta e que economizaram um tempo considerável nos seus deslocamentos.

Um texto interessante que dialoga com o que disse Umberto Eco diz que devemos reavivar “o aspecto lúdico e prazeroso da construção coletiva do conhecimento”. Nada mais perfeito portanto que pensemos a bicicleta e os ciclistas de maneira integrada para que o prazer de pedalar ajude a influenciar as decisões em prol da mobilidade de todos os cidadãos.

Mais:

– Confira a íntegra da apresentação de Reginaldo Paiva no Seminário em Santos (pdf).
Texto “Apocalípticos, integrados e… hackers (overmundo).

Bicicleta para Todos

O que explica o fato que Holanda, Dinamarca e Alemanha são países repletos de bicicletas nas ruas? O biotipo majoritariamente loiro, os idiomas estranhos com sons guturais? Ou será culpa da neve no inverno?

O Prof. John Pucher, da Rutgers University (Nova Jérsei, EUA), têm estudado esta questão nos últimos 12 anos. Em julho de 2008, Pucher publicou o artigo Making Cycling Irresistible, com base em dados estatísticos agregados, além de estudos de caso diretamente em cidades daqueles 3 países. O que ele encontrou pouco tem a ver com cor dos cabelos, fonética ou clima.

As conclusões encontradas no artigo estão resumidas na apresentação Cycling for Everyone, que o professor fez em Vancouver no Canadá.

Essa apresentação foi gentilmente cedida à TA que traduziu para o português e disponibiliza, em primeira mão: Bicicleta para todos, são 91 slides e cerca de 15MB.

As pesquisas do Prof. Pucher mostram que o sucesso da Holanda, Alemanha e Dinamarca em incentivar o uso da bicicleta decorre de uma implementação coordenada de várias políticas multi-facetadas que se reforçam mutuamente.

A íntegra da pesquisa Making Cycling Irresistible está sendo traduzida pela Transporte Ativo.

Saiba mais:

Devagar e Sempre

Z308

A Transporte Ativo recentemente apresentou um plano de Zonas de velocidade máxima em 30km/h e para a Prefeitura do Rio e para a Secretaria de Transporte do Estado. A proposta foi muito bem recebida e tem se espalhado, sendo inclusive pensada para outras regiões da cidade e do estado.

A adoção de áreas seguras para o uso da bicicleta através de restrições amigáveis ao uso do carro particular com sistemas de ruas com velocidade reduzida à 30km/h e uso de bicicletas em ambas as direções já é adotado em muitas cidades européias.
Em ruas onde a velocidade já é baixa e já existe o trânsito de bicicletas, a demarcação destas áreas proporciona segurança para as bicicletas consequentemente aumentando seu uso na região. Além disso, o artigo 58 do CTB permite a circulação de bicicletas no sentido contrário aos carros desde que exista de sinalização específica.

Copacabana, Zona Sul do Rio, conta com um movimento intenso de bicicletas particulares e de empresas circulando diariamente.
Muitas das ruas secundárias em Copacabana já possuem o limite de velocidade em 40km/h hora, têm um trânsito razoavelmente tranquilo. Além disso, já existe um enorme número de ciclistas que cruzam em todas as direções por estas vias. Temos portanto as condições ideais para implementação de zonas com limite de velocidade de 30km/h.

O uso da bicicleta vem aumentando em toda a cidade e também em Copacabana, veículo ecologicamente correto que estrategicamente tem sido usado, cada vez mais, em várias cidades do mundo como parte das soluções para o transporte urbano é a melhor opção para distâncias de até 5 km.
Com o incentivo de áreas mais seguras para uso deste modal, a tendência é o aumento do uso e conseqüente melhoria para a saúde da população, e de toda a cidade. Além de uma melhor fluidez no trânsito motorizado na região.

Copacabana por sua fama mundial e grande visibilidade tem tudo para se tornar um exemplo a ser replicado em outros bairros e cidades. Ao formar uma rede para a circulação de bicicletas integrando o metrô e os bairros vizinhos, os ciclistas contarão com uma infra-estrutura convidativa que fará com que hajam mais bicicletas mais vezes pelas ruas.

Veja aqui a apresentação “Zona 30 em Copacabana“.

– Mais sobre Acalmia no Trânsito.
– Confira a Contagem de Ciclistas na ligação Lagoa-Copacabana.