Uma comunidade nacional em prol da bicicleta

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Curitiba foi sede do III Fórum Mundial da Bicicleta e cada um dos presentes certamente tem seu próprio resumo do que representou o evento.

Claro que estivemos presentes por lá, com uma “delegação” maior do que em qualquer outro evento similar no passado. Ainda assim, nossas bicicletas sozinhas não fariam o verão. A riqueza do evento foi justamente a presença de pessoas de todo o Brasil e do exterior que foram até lá para dar sua contribuição e mais do que isso, trocar experiências.

Até alguns anos atrás, cada grupo ou indivíduo apaixonado por bicicletas poderia ter a impressão de que estava sozinho em sua cidade. Felizmente a cada ano que passa, constrói-se a certeza de que um movimento verdadeiramente global está focado em promover o uso da bicicleta nas cidades.

Nossa contribuição formal no Fórum foram:

· Apresentação sobre “Bicicletas Públicas no Mundo” e participação na mesa redonda do painel Bicicletas Públicas.

· Workshop “Como posso transformar minha Cidade – Ciclo Rotas Centro

· Barraca com impressos TA/Itaú no feira do evento

· Palestra “A sociedade civil e o futuro das cidades” na plenária Urbanismo.

Para além das formalidades, foi possível rever velhos amigos, fazer novos e fazer uma grande imersão num ambiente ciclístico repleto de pessoas que pedalam na mesma cadência.

Será um Fórum a ser lembrado, um marco de amor e carinho pelas magrelas.

E que venha o IV Fórum Mundial da Bicicleta, Medellin 2015.

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PechaKucha sobre bicicletas

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Apresentações rápidas, informais e diretas sobre um tema. Esse é o conceito do PechaKucha, um evento para discutir como redesenhar mentes e atitudes.

Todos estão convidados para trocar idéias, bater papo e terminar tudo com uma cerveja, suco ou mate bem gelado em mais um evento paralelo ao projeto Ciclo Rotas Centro.

Vai ser no Studio-X Rio nessa sexta 22 de novembro de 2013.

Quem estiver por lá, vai ter também sorteio de uma bicicleta Durban.

Confirme presença e saiba mais.

Pequenas e grandes perversões urbanas

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Viver em cidades, especialmente em grandes cidades, expõe as pessoas a desafios constantes. Muita gente junta é algo inviável para o nosso limitado cérebro primata lidar com facilidade.

Dentro dos espaços possíveis para os citadinos, existe o espaço das perversões. Sem entrar profundamente em conceitos psicanalíticos, nossas cidades hoje vivem a loucura de estruturas perversas que inviabilizam a sanidade mental da população.

A fuga mais comum, e exatamente por isso mais perversa, é a busca por soluções individuais para problemas coletivos. A velha premissa de comprar (à vista ou parcelado) o conforto da (i)mobilidade individual motorizada.

Quando ampliada para a sociedade como um todo, essa perversão retroalimenta cidades que produzem dinheiro e riqueza, mas asfixiam a presença humana. Certamente São Paulo é o melhor exemplo brasileiro desse comportamento.

Felizmente existe espaço para um desvio de comportamento de outra natureza. O prazer, quase sádico, do ciclista em se esgueirar por meio do mar de carros travados no congestionamento.

Aos poucos esse prazer (tende) a se tornar um desejo por mudança na estrutura das cidades. Readequando, principalmente o fluxo, para as reais necessidades humanas.

Para que o ciclo-sadismo não tome conta de quem pedala, é sempre bom variar o meio de transporte. Propor-se ônibus e trens com seus itinerários fixos e paradas delimitadas. Ou até a lenta e reflexiva caminhada, lentamente apreciando os dramas e alegrias da realidade urbana.

Recentemente no entanto uma nova atitude tem se aberto aos cidadãos, experimentar as cidades em bicicletas compartilhadas. Pontos fixos para pegar e deixar as bicicletas, trajetos livres e por fim uma caminhada em terreno conhecido até a porta de casa, do escritório ou de qualquer destino que não esteja em frente a uma estação de bicicleta pública.

Essa perversão certamente está presente na campanha em relógios nas ruas de São Paulo que convida os motoristas presos em seus carros a experimentarem uma outra cidade possível hoje. A cidade em que um serviço de mobilidade abra portas para outra mobilidades possíveis. Longe do conforto perversivo da (i)mobilidade individual e mais ligada à independência e o conforto de ter nos deslocamentos um serviço.

A campanha de marketing em prol das bicicletas do Itaú (que patrocina esse blog e outros projetos da Transporte Ativo):

Tour do Brasil Transporte Ativo

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Setembro é o mês da mobilidade e sempre muito movimentado. Nesse ano pela primeira vez abrimos mão de realizar eventos comemorativos, como o tradicional desafio intermodal e a vaga viva.

Ainda assim, foram muitas outras atividades com o mesmo propósito, a promoção ao uso da bicicleta e dessa vez muito além das fronteiras do Rio de Janeiro.

Da câmara municipal de São Paulo à Manaus, das obras do metrô no Rio às ciclovias de Aracuju. Um pequeno tour do Brasil em busca da mesma mensagem, buscar sempre mais pessoas em mais bicicletas, mais vezes. Em todas as cidades.

· Foram 15 Palestras consórcio linha 4 do metrô carioca na Semana De Mobilidade;
· Mesa Redonda Bicirio – O Código de Trânsito Brasileiro e a bicicleta:
· Por que é tão difícil para os usuários seguir regras e leis tornando a convivência no trânsito perigosa?
· Palestra Bicirio – Comportamento e Cultura do ciclista no Rio.
· Apresentação “Bicicleta, mobilidade e design” para a turma da disciplina Projeto de produto 4, no Departamento de Desenho Industrial, UNB, Brasília.
· Bate papo O que o Velo City tem a nos ensinar?, Bar e Bicicletaria Las Magrelas – São Paulo.
· Apresentação Bicicleta: Passado, Presente e Futuro no Conselho Regional de Administração – Rio de Janeiro.
· Palestra Fórum Salvador vai de Bike – A TA e As Bicicletas Públicas no Mundo
· Palestra Niterói – Motorista + Ciclista. Compartilhando a rua
· Palestra Niterói – Zonas 30
· Palestra Niterói – As bicicletas Públicas
· Palestra OAB – Mobilidade por Bicicletas no Centro do Rio de Janeiro.
· Palestra Cidades Verdes – Transporte a Propulsào Humana e o futuro das cidades
· Palestra Forum Sergipano da Bicicleta – A Transporte Ativo
· Seminário “A bicicleta em São Paulo: políticas públicas para transformar a cidade” – à convite da Ciclocidade e da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Humana da Câmara Municipal de São Paulo

Conselhos direto do selim

photoO conselho de transportes da cidade do Rio de Janeiro tem espaço para o selim como um dos representados.

Organização paritária com participação do governo, universidade, trabalhadores e sociedade civil, pela primeira vez bicicletas, motoristas e deficientes são convidados à participar de um conselho deste tipo.

Além dos departamentos governamentais envolvidos com o trânsito da cidade, estão por lá:
Coppe/UFRJ, PUC-Rio, ANTP, Transporte Ativo, ITDP, representantes dos motoristas de ônibus e deficientes físicos, dentre outros. Através de reuniões bimestrais, o conselho irá tratar da Mobilidade Urbana e sua governança. Com um olhar para frente em busca de soluções.

Prioridades do Conselho Municipal de Transportes:

  1.  Transporte Público de Alta Capacidade –  Trens Metrô BRT e Barcas;
  2. Integração física e tarifária;
  3. Transporte de Média e Baixa Capacidade – ônibus, VLT, taxis, vans, bicicletas.

Metas do Conselho Municipal de Transportes:

  • Reduzir pela metade o tempo das viagens;
  • Reduzir 15% os acidentes até 2016 com base em 2008;
  • Integrar todo o Tranporte Público ao Bilhete Único;
  • 60 % circulando em TP de alta capacidade até 2016. Hoje são 20%;
  • Modernizar a frota de Transporte Publico em 100% até 2016;
  • Ter 100% dos Taxis regularizados;
  • Indicadores de qualidade.

O maior desafio das cidades hoje é o transporte e o sistema de mobilidade urbana será o indicador maior do sucesso de uma cidade.

Na primeira reunião do conselho foi feito um histórico desde 1900, que nos trouxe até os dias de hoje. Ao final as visões de futuro. Mesmo convidada para o conselho, a bicicleta não aparece neste histórico.

O papel da Transporte Ativo, como representantes da bicicleta, será as possibilidades e benefícios da mobilidade sobre duas rodas à pedal para cada novo projeto, seja como alimentador do transporte público de alta capacidade ou como elemento fundamental para a circulação local dentro dos bairros.