Bicicleta, ferramenta de aproximação

Pedalando pela África do Sul, os fotógrafos Stan Engelbrecht e Nic Grobler produziram uma série de livros com retratos de ciclistas sulafricanos chamado de Bicycle Portraits (ou Retratos de Bicicleta). Em visita à São Paulo, Nic irá expor algumas das fotos do livro na Ciclo Vila e participar de um bate-papo informal nesse sábado 07 de julho, às 14h30. Confirme presença no facebook.

A África do Sul é um planeta dentro de um único país, com diversas culturas, e uma história trágica de segregação e racismo. Através desse projeto, esperamos poder oferecer as pessoas um olhar sobre a vida de cada um através de um objeto dotado de movimento, praticidade e alegria – a bicicleta.”

Do outro lado do Atlântico, através da arte, a bicicleta busca ser uma ferramenta de assistência e construção da independência de uma parcela menos favorecida. Essa reflexão é também necessária e está cada vez mais em curso no Brasil, a presença de um ciclista do “sul do planeta” nos ajuda a repensar nossa própria realidade através de um país que tem diversas semelhanças com o Brasil.

Pedalar é a cidade em cores

Mundo afora existem cores que não enxergamos, paisagens invisíveis. Pedalar tem um pouco da arte de descobrir o que antes era desconhecido. A publicidade acima é perfeita em ilustrar o lado maravilhoso da rotina do ciclista urbano.

Um olhar mais atento é capaz até de vislumbrar na realidade de nossas grandes cidades o que a animação publicitária ilustra. Em meio a tantos veículos motorizados, grandes e barulhentos, pode parecer difícil imaginar a existência de ciclistas. Mas eles estão circulando, basta ficar atento. Há os que optem por circular pelas calçadas para compartilhar o espaço com os pedestres. Existem muitos circulando por vias arborizadas, longe das grandes e congestionadas avenidas. Tem bicicleta rodando ali pelo canto daquela ponte. E tem também muito ciclista que espera a semana toda para ganhar as ruas aos sábados e domingos.

A cidade não tem manual de instruções, nem procedimento técnico capaz de defini-la. Mas para alcançar um pouco mais de felicidade urbana, é preciso antes de mais nada praticar felicidade. Primeiro através do olhar, em seguida, trabalhando corpo e mente em cima de uma bicicleta.

Visões de uma mesma São Paulo

Megalópole sulamericana, centro financeiro do Brasil e outras diversas expressões buscam traduzir o que é hoje a velha Vila de Piratininga. A São Paulo que nasceu de um barracão de taipa entre os rios Tietê, Tamanduateí e Anhangabaú e onde 458 anos depois habitam 11 milhões de seres humanos.

Como comemoração de aniversário da cidade, o site Catraca Livre convidou paulistanos de coração e nascimento à enviarem vídeos com suas visões sobre o que é São Paulo. Foram escolhidos 10 finalistas e dentre eles um será premiado com uma câmera fotográfica profissional. A escolha do vencedor é feita pelo voto popular.

Dentre os dez, apresentamos 3 com visões distintas de uma cidade cuja maior riqueza é a efervescência e a impermanência, ainda que ao custo da destruição de sua história arquitetônica. Afinal, dos rios que marcavam as fronteiras iniciais da cidade um foi soterrado e os outros dois canalizados. Já o barracão de taipa é hoje apenas uma parede perdida em meio ao Pateo do Colégio, construído no mesmo local.

Julio Brunet Rocha

Fabio Adriano Nikolaus – Cinema de Rua

Cristiane Schmidt

Resgate da cidadania

O Rio de Janeiro passa por um processo de resgate cidadão e da retomada da cidade por seus moradores. Nos jornais vemos a fuga dos traficantes e seu armamento pesado e a entrada da polícia e dos militares, também com armamento pesado. Mas não é só de segurança pública que o carioca precisa.

Aliás, não é só de segurança pública que nenhum cidadão precisa. Para que as cidades possam voltar a ser espaços de convivência e trocas humanas é preciso agir também na escala micro. Recolher guimba de cigarro, fazer mutirão de limpeza em espaços que ninguém cuida. Em resumo, levar ao pé da letra essa tal cidadania.

A bicicleta é o veículo cidadão por excelência, mas pedalar por si só não torna ninguém melhor. Para ser das pessoas, uma cidade precisa acima de tudo valorizar o espaço público e unir seus cidadãos. As melhorias no transporte público, na segurança dos pedestres e um trânsito mais humano virão à reboque.

Fica feito o convite aos cariocas, visitem o RioEuAmoEuCuido.com.br e participe. Aos paulistanos, vale procurar o Mapa da Participação Cidadã, e se engajar em umas das diversas iniciativas para melhorar a qualidade de vida na cidade.

E claro, caso onde você mora tenha alguma iniciativa similar, avise nos comentários para que mais pessoas conheçam.

Intermodalidade infantil

Malu quer ir ver as luzes de Natal na Avenida Paulista, aquelas luzinhas do Papai Noel. Depois do passeio de metrô, a alegria do vento no rosto.

Nossas cidades precisam ser cada dia mais adequadas para que muitos outros pais e mães copiem a idéia do pai da Malu e desfrutem da gostosa experiência de pedalar pelas atrações urbanas e poder desfrutar do espaço público.

Feliz Natal Maria Luiza e que o futuro tenha cada vez mais bicicletas.