O rio da minha aldeia


Passeio de bicicleta na margem norte do Tejo ao som de “Cais” do projecto “Os Poetas”. Por Nuno Trindade Lopes. Editado por Abilio Vieira.

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

Cultura pró-bicicleta

From Bicicletário Laura Alvim

Ir ao cinema, ao teatro, tomar um café ou comprar livros, tudo em plena orla de Ipanema na Casa de Cultura Laura Alvim. Agora com um belo bicicletário feito a partir de sucata reaproveitada.

Em uma parceria do centro cultural com o programa “Rio, o estado da Bicicleta”, foi instalado esse bicicletário que tende a ser mais um marco cultural carioca. Não só pela comodidade de ter vaga na porta para ciclistas, mas por ser uma das áreas mais nobres da cidade. A iniciativa valoriza ao mesmo tempo a Casa de Cultura e a bicicleta.

From Bicicletário Laura Alvim

Que outros espaços culturais tenham a mesma iniciativa da Casa de Cultura Laura Alvin, qualificando o espaço público com estacionamentos para nossas queridas bicicletas.

From Bicicletário Laura Alvim

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Poder suave

Soft Power

Foi o professor Joseph Nye quem primeiro utilizou o termo “soft power” em seu significado corrente hoje. Nas palavras de Nye:

O conceito básico de poder é a habilidade de influenciar outros a fazer o que você quer. Há três maneiras de se fazer isto: uma delas é ameaçá-los com vara; a segunda é comprá-los com cenouras; e a terceira é atrair-los ou cooperar com eles para que queiram o mesmo que você. Se você conseguir atraí-los a querer o que você quer, te custará muito menos cenouras e varas.

Soft Power

Na Transporte Ativo até hoje nunca lemos a obra de Nye, mas é dentro do conceito de “poder suave” que agimos. Convencer pelo exemplo e prazer em detrimento da força e das recompensas. Afinal uma pessoa só é verdadeiramente convencida de algo quando quer.

Soft Power

Historicamente as mulheres sempre foram muito melhores na arte do poder suave do que os homens. Anos de guerras e expansão desenfreada contra tudo e todos são obras certamente creditadas aos homens. Atualmente cooperação e ajuda humanitária passou a ser também atributo de forças armadas.

Soft Power

Dentro dos preceitos desse “poder do futuro”, seguiremos firmes nos pedais de nossas bicicletas, essas máquinas femininas de transformar a força bruta das pernas em sensualidade de movimento. Ainda que as bicicletas tenham nascido no século XIX e o “soft power” seja uma teoria já defendida pelo Taoísmo há mais de 2500 anos.

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As fotos desse post foram tiradas durante a segunda etapa da campanha educativa “Rio Capital da Bicicleta”, realizada no posto 6 em Copacabana. Confira o álbum.

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Superpoderes Ciclísticos: Sensualidade

A publicidade é capaz de convencer as pessoas a sonharem com o que não podem ter ou desejarem o que não precisam. As boas campanhas podem incentivar comportamentos positivos, mas nenhuma quantia em dinheiro pode ser capaz de convencer as pessoas a mudarem seu comportamento por muito tempo. Não bastam imagens, textos criativos e um mundo publicitário mágico se a realidade não for condizente.

Pedalar precisa ser “sexy” e isso a publicidade pode fazer. A bicicleta tem de ser aceita socialmente e campanhas informativas podem ajudar. Mas todo e qualquer esforço só faz sentido quando mais ciclistas ganham as ruas. E uma cidade que coloca as pessoas em primeiro lugar é certamente um lugar mais “sexy”.

Afinal, nada mais sensual do que uma bicicleta que desliza macia com uma pessoal bonita em cima. As duas rodas que equilibram-se graças ao movimento constante e que traz sempre consigo a brisa que levanta cabelos e abre sorrisos.

A beleza está sempre nos olhos de quem a vê e a bicicleta certamente é uma boa ferramenta para abrir os olhos para a sensualidade das pessoas e das cidades.

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Sinais dos tempos

Duas imagens captadas em um mesmo dia no Rio de Janeiro mostram que a cidade está cada vez mais com os pés firmes no pedal.

Caia na folia com o carro em casa

No ônibus a publicidade oficial incentiva a deixar o carro em casa no Carnaval (que já começou). Afinal, mais do que em qualquer outra época do ano, as ruas são abertas para as pessoas, muitas delas.

Carga Pesada

Na rua um triciclo transporta uma geladeira. Trata-se de apenas mais um dia comum no Rio de Janeiro. A cidade incentiva alternativas ao carro e os cidadãos levam suas vidas em rodas a pedal.