Junho é o mês da bicicleta no Rio e do Velo-city 2018

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Faltam poucos dias para o início da Conferência Velo-city 2018 Rio. O mês de junho já se inicia respirando bicicletas com os preparativos, logo na primeira semana do mês as atividades ja se iniciam, com diversos eventos paralelos, esquentando a cidade para a Conferência.

O programa está pronto, repleto de excelentes iniciativas e participantes dos cinco continentes que estarão presentes mostrando o que fazem pelas bicicletas em suas cidades. Muitos daqueles que decidem o futuro do planeta e das cidades estarão por aqui também, organizações como UITP, UN Habitat, C40 Cities, World Bank, CAF, OECD, WHO, UCI dentre outras, além de Prefeitos e Ministros de diferentes cidades e países, com diferentes níveis de uso da bicicleta, como Copenhague na Dinamarca, Bruxelas na Bélgica e Quelimane em Moçambique que nos mostrarão o que vem funcionando para a promoção efetiva das bicicletas no dia a dia de suas cidades. Com muito conteúdo latino americano, o programa se apresenta bem diverso e abrangente, buscando descrever o tema do evento Acesso à Vida e seus subtemas; Aprenda a Viver, Integrando a Vida ao Transporte, Uma Economia Viva e Felicidade e Qualidade de Vida.

Conheça os palestrantes das plenárias e assuntos que serão expostos e debatidos como Inclusão Social, Tecnologia, Gênero, Cicloturismo, Logística, Saúde, em painéis com abordagens interesantes como “High Tech vs Low Tech” que abordará resultados vindos tantos de “Big Data”, quanto de ações totalmente analógicas, com resultados semelhantes ou mesmo o painel TOD vs HOD, o que funciona melhor, o TOD desenvolvimento orientado pelo transporte ou HOD desenvovlimento orientado pela felicidade. Um verdadeiro mundo sobre as bicicletas se descortinará para interessados no assunto, mas principalmente para muitos técnicos de muitas cidades brasileiras que já confirmaram presença. Que a Conferência seja um marco no amadurecimento da mobilidade por bicicletas em nosso país.

As vagas são limitadas, faça já sua inscrição e garanta o seu lugar! Ano que vem, só em Dublin na Irlanda, vamos aproveitar essa oportunidade única de em casa nos aprofundarmos no conhecimento deste tema que a cada dia se mostra mais importante para as mudanças que o Século XXI necessita. Nos vemos no Rio!

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Ciclo Rotas – Cinco anos promovendo cidades melhores.

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Fazem cinco anos que o Projeto Ciclo Rotas Centro foi apresentado ao Rio de Janeiro, desde então já passeou pelo mundo no III Fórum Mundial da Bicicleta em Curitiba, Urban Age da London School of Economics, Bienal de Design em Shezen na China, Velo-city em Adelaide na Australia, Habitat III em Quito no Equador, Medelin na Colombia, Taipei em Taiwan e até na 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. Sempre sendo reconhecido como exemplo de projeto colaborativo “de baixo pra cima” feito através de parceria público privada sem verba dedicada.

Passeou também pelo Brasil, com rodadas em diversas cidades, com destaque pra Juiz de Fora – MG que além de fazer, implantou e a mais recente experiência, em Manaus.

Cd18Agora o projeto Bicicleta nos Planos, lança um lindo infográfico apresentando a Tecnologia Social Certificada pela Fundação BB, como metodologia fácil e produtiva para a implementação de uma rodada do projeto em sua cidade ou mesmo em seu bairro. Com o título Bicicleta na Escala do Bairro, o infográfico de autoria de Natália Garcia, ficou lindo e de fácil compreensão. Está disponível no site Bicicleta nos Planos ou clicando na imagem acima.

Mão na massa, pé no pedal e bora fazer um Ciclo Rotas local. Precisando de algum suporte, entre em contato.

Bike Rio, 4ª Geração já está nas ruas

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Há quase dez anos era lançado o primeiro sistema de bicicletas compartilhadas do Hemisfério Sul. O Pedala Rio foi a 1ª geração das bicicletas compartilhadas do Rio de Janeiro. Na inauguração, em dezembro de 2008, eram apenas dezenove estações cinza, com 190 bicicletas prateadas distribuídas por poucos bairros da Zona Sul Carioca. Na época publicamos o post Pedalemos no ritmo de Samba.

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Após um período sem conseguir patrocínio para manter o sistema, ele foi se deteriorando. Quando surgiu um possível patrocinador a frota de bicicletas chegou a ser pintada de azul. Era a 2ª Geração, no início de 2010, quando fizemos esta postagem: E o Samba voltou. Mas a parceria não seguiu adiante e as bicicletas logo sumiram das ruas.

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No final de 2011, com patrocínio do Banco Itaú, nascia o Bike Rio, 3ª Geração das bicicletas compartilhadas cariocas, que passaram a ser conhecidas como Laranjinhas (A ordem é Samba). Inicialmente o sistema cresceu para 60 estações, mas foi entre 2013 e 2015 que houve uma grande expansão, com a instalação de 200 novas estações. Isso ampliou o número de bairros atendidos e aumentou a densidade do sistema, diminuindo a distância entre algumas estações.

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Em 2015, o sistema atingiu seu auge com uma média de 8 mil viagens por dia ou 240 mil por mês. Os números eram impressionantes:
– Mulheres eram 48% dos usuários;
– Distância média percorrida em cada viagem era de 3,3Km;
– Tempo médio de viagem: 44 minutos.
Com picos nos dias de semana e no mês de agosto, esses dados consolidaram o Bike Rio como um meio de transporte significativo no cotidiano carioca.

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Mas o sucesso do sistema o derrubou. Com uma demanda maior que a capacidade de oferta, dificuldades para fazer a manutenção das bicicletas e lidar com problemas físicos e tecnológicos o Bike Rio foi entrando em colapso. Até que em junho de 2017 houve a troca na concessionária operadora do sistema, saía a Serttel e entrava a TemBici, com a missão de fazer funcionar algo que já estava “quebrado”. O desafio foi grande, houve uma breve melhora, mas o foco da empresa já estava nas novas bicicletas e estações que estavam por vir.

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E agora elas já estão nas ruas do Rio! O novo sistema é o canadense Public Bike System Company (PBSC), um dos mais confiáveis e utilizados do mundo presente em 24 cidades, como Londres, Nova Iorque, Chicago, Washington, Melbourne, Guadalajara e Toronto. Agora no Brasil em parceria com o Banco Itaú, a TemBici opera as bicicletas no Rio de Janeiro, Recife e São Paulo. O sistema é mais robusto, com uma bicicleta pensada para essa função, que oferece mais segurança e prazer na pedalada. Além disso, permite uma variedade maior de formas para se retirar a bicicleta e adquirir os passes.

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A 4ª Geração do Bike Rio foi lançada no dia 20 de fevereiro de 2018 e já começou movimentada. Apesar de inaugurada sem a cerimônia, a pompa e o alarde de outras cidades, logo no primeiro dia já teve mais de 900 viagens e mais de dois mil cadastros. No segundo dia, por volta das 21 horas o número de viagens já era o dobro em relação ao dia anterior, chegando perto de duas mil viagens. O carioca já abraçou o Bike Rio, viu, aprovou e está usando. Em breve aqueles números de 2015 serão coisa do passado e as bicicletas públicas mais do que nunca farão parte do cotidiano, da cultura e do visual da cidade.

Assista a seguir um pouquinho do que vimos ontem à noite, em alguns minutos na Orla de Copacabana.

Para saber mais sobre o novo Bike Rio, acesse o site do sistema clicando aqui.

4Gen_BR_A Transporte Ativo vem acompanhando de perto o desenvolvimento das Bicicletas Compartilhadas Cariocas, em todos os seus momentos, bons ou ruins, sempre em busca de um sistema que atenda aos cariocas com a qualidade que eles merecem.

As Bicicletas de Paraty

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Sabe o que combina perfeitamente com uma cidade litorânea bucólica e um dos principais destinos turísticos do estado do RJ? Isso mesmo: Bicicleta! E Paraty é uma cidade que tem muita gente usando a bicicleta diariamente. É possível atravessar a cidade toda de bicicleta, de uma ponta à outra em menos de 30 minutos. De fato, as pessoas costumam levar apenas 10 minutos em seus trajetos diários. E como a economia local se baseia no turismo receptivo (há cerca de 800 hotéis e pousadas) o uso massivo da bicicleta é ideal para garantir que Paraty não sofra tanto com terríveis engarrafamentos, comuns em cidades pequenas com arquitetura antiga, que não foram planejadas para receber grande volume de motorizados. Ainda mais no verão quando a cidade recebe um enorme volume de turistas e visitantes, chegando a triplicar a população. Claro que existem congestionamentos, afinal de contas a cultura nacional ainda usa o transporte individual motorizado com as ultrapassadas justificativas do século passado. E há muitos ajustes em ruas e ciclovias para tornar a cidade ainda mais amiga da bicicleta. Mas esse destino turístico está disposto a melhorar nesse aspecto e reduzir ainda mais o trânsito, com ajuda de incentivos ao uso da querida magrela.

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A TA esteve lá por 3 dias este mês fazendo levantamentos de dados e entrevistas com ciclistas para entender como é a dinâmica do uso da bicicleta e o que pode ser melhorado. A iniciativa é da Secretaria de Turismo, que felizmente é capitaneada por gestores públicos que estão à frente de seu tempo e já sabem que quanto mais pessoas pedalarem a trabalho, lazer ou turismo melhor será o desenvolvimento da economia local e da qualidade de vida das pessoas. Paraty pode se tornar um excelente exemplo de como é possível equacionar problemas urbanos modernos, com baixo custo e rápido retorno. A economia agradece, a saúde e o meio ambiente também. Vamos pedalar em Paraty?

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Minha cidade, minha casa

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Aglomerar pessoas em espaços limitados, sem qualquer tipo de problema ou conflito, é um enorme desafio. Desde que a
humanidade deixou o modo de vida errante, para viver em comunidades com
residências fixas, a percepção de que o coletivo precisa funcionar para manter a qualidade da vida privada foi afetada.  Hoje, a maior parte
da população mundial vive em ambientes urbanos e muitos se tornaram
grandes, imensos. A vida nas cidades tem um ritmo muitas vezes frenético e, nesse contexto, questões do cotidiano, que poderiam ser facilmente resolvidas, vão se acumulando e causando transtorno a toda população. Como a remoção de um poste de sinalização de uma calçada, que aparentemente pode ser algo irrelevante, mas que se não for feita com a devida atenção, pode deixar resíduos ou pedaços de estrutura, capazes de causar ferimentos graves a quem passar distraído pelo local.

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As administrações municipais usam impostos e outras fontes de recursos para prover os cidadãos as condições de vida nas cidades. Claro que é tarefa muito complicada, mas mesmo assim isso não exime prefeituras de responsabilidades e justas cobranças por cumprir seu papel. E mesmo quando executam as obras, consertos e manutenção preventiva  necessárias muitas falhas acontecem. A maioria dos cidadãos que identifica uma dessas falhas costuma reclamar para os outros ou nem isso, raramente para a prefeitura, mas de um modo geral a idéia é de que alguém é pago para manter a cidade em ordem. Sim, é verdade e como as ruas podem (e deveriam) ser entendidas como uma extensão de nossas casas cabe também uma ação individual ou coletiva para cuidar desse espaço público que não tem um dono, mas tem usuários.

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Claro que graves problemas como o rompimento de uma tubulação de água/esgoto, vazamento de gás, afundamento de calçada estão distantes da ação popular, mas um pequeno conserto pode ajudar muitos a custo zero e sem gastar tanto tempo. E de fato nos aproxima da rua como espaço público de uso coletivo, ajudando a perceber o seu valor para si e para os outros. Quem ama cuida e isso não significa tomar para si a responsabilidade da prefeitura, mas ajudar ao próximo participando da cidade mais como um protagonista que como um coadjuvante. O espaço público é de todos mas ninguém é proprietário.

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Sabe lá quantas pessoas já se machucaram nessa ponta de poste exposta ou quantas deixaram de se machucar depois que foi rapidamente amassada com uma simples marreta? Muitas ou poucas não importa. O que importa é que a cidade é nossa e podemos cuidar dela como se fôssemos seus donos legítimos.