A Sociedade Civil e os Sistemas de Bicicletas Públicas

Gerar e compartilhar conhecimento para criar capacidade técnica para intervir na promoção da mobilidade por bicicletas é um dos compromissos da TA.

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Acompanhamos a implementação do sistema de bicicletas públicas da cidade do Rio de Janeiro desde seus primeiros passos, de lá para cá o sistema passou por modificações que incluem reestruturação e expansão do sistema, “Samba” que virou “Bike Rio”, com isso muitos aprendizados foram acumulados.

Em outubro participamos, a convite da Ente de la Movilidad de Rosario, de uma oficina sobre Sistemas de Bicicletas Públicas realizada durante durante a 15a Assembleia América Latina da UITP em Rosário, na Argentina. A oficina contou com uma manhã totalmente dedicada ao caso carioca “La sociedade civil em los Sistemas de Bicicletas Públicas y la cultura ciclista de las ciudade” (liderada por Gabriela Binatti da TA e Natalia Cerri Oliveira do Banco Itaú) em que a sociedade civil, em constante qualificação, tem sido ator fundamental na divulgação e fortalecimento deste tipo de política pública.

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O público presente foi diverso, com a participação da sociedade civil organizada de várias cidades da Argentina além da academia, operadores, vendedores de tecnologia e estudiosos do tema. Foi um momento importante onde além de compartilhamos a experiência carioca, e brasileira, tivemos a oportunidade de exercitar conjuntamente sobre nossos papéis e possíveis estratégias de fortalecimento deste tipo de política.

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Espaços dedicados exclusivamente a discutir sobre Sistemas de Bicicletas Compartilhadas/Públicas tem acontecido pela América Latina (Medellín, Cidade do México e Rosário) e a cidade do Rio será a próxima a receber esse tipo de encontro. Em junho de 2018 seremos os anfitriões de mais um evento Latino-americano sobre Sistemas de Bicicletas Públicas e Compartilhadas. Reserve a data!

Bicicleta para técnicos e gestores, um seminário que pedala pelo mundo

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Foi para apresentar os benefícios para técnicos e gestores municipais que nasceu o Seminário “Introdução ao Mundo Cicloviário” (IMC). Lá se vão 9 anos desde seu lançamento no Rio de Janeiro, com oito rodadas na cidade de São Paulo em 2008.

Repaginado e com apoio do banco Itaú o já famoso IMC, como gostamos de chamar, volta em 2017 após uma rodada teste em 2016 em Salvador, Maceió e Fortaleza. O objetivo segue o mesmo, através de uma metodologia comprovadamente eficaz, iremos difundir conhecimento, sensibilizar e conscientizar administrações públicas de diferentes cidades, a melhor compreenderem as novas vertentes da mobilidade urbana e consequentes melhorias para suas cidades.

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A construção de uma nova mobilidade urbana

O século XXI tem se desenhado como a hora e a vez da retomada da bicicleta. Nesse cenário, é fundamental difundir uma melhor compreensão de uma nova mobilidade urbana voltada para as necessidades humanas e a promoção da qualidade de vida. Com duração aproximada de quatro horas, os seminários trazem uma visão histórica e global da bicicleta com adaptações para as características e necessidades locais.

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Introdução ao Mundo Cicloviário em Curitiba

Com o nome de “Formação de Gestores”, a primeira edição desse novo IMC realizada em Curitiba no dia 05 de outubro de 2017 foi um sucesso. Estavam presentes representantes de sete municípios da região metropolitana além de alguns da capital. Eram secretários, técnicos e gestores de cincos órgãos municipais e quatro estaduais. A iniciativa de levar a formação para a capital paranaense coube ao vereador Goura Nataraj que, através da sua equipe, foi responsável pela cobertura do evento. Estavam presentes ainda representantes da sociedade civil local.

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Próximos passo

O tour do seminário de Introdução ao Mundo Cicloviário seguirá ainda em 2017. Ainda em outubro, estaremos em Medellín na Colômbia para apresentar os benefícios da bicicleta na “Capital Paisa” que já tem um plano cicloviário em implementação, mas ainda sofre com resistências na sua implementação. Nada melhor do que espalhar informações bem embasadas para técnicos municipais para que mais pessoas pedalem mais vezes em uma cidade cada vez mais amigável para as bicicletas.

Formação em Ciclomobilidade em Curitiba, veja o vídeo

Ciclo Rotas, tecnologia social em favor da bicicleta

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Inovação em favor da bicicleta o projeto “Ciclo Rotas – Metodologia cidadã de planejamento cicloviário” passa a ser uma tecnologia social certificada pela Fundação Banco do Brasil.

O “Ciclo Rotas – Metodologia cidadã de planejamento cicloviário” nasceu da necessidade de criar um mecanismo de participação pública capaz de ajudar o poder público a construir mais infraestrutura para bicicleta e ao mesmo tempo estabelecer as bases para a interlocução e futuras parcerias entre a administração municipal e a sociedade civil.

Trata-se da união de diversos grupos de interesse, moradores, ciclistas, população flutuante e demais pessoas interessadas para a produção de um projeto pronto de melhoria viária voltada a circulação de bicicletas. Através da tecnologia social utilizada na elaboração das Ciclo Rotas é possível (re)pensar todo uma área da cidade em acordo com as diferentes necessidades de circulação e apresentar um resultado pronto para ser executado pelo poder público, seja diretamente ou em parceria com a iniciativa privada.

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Com a certificação, a tecnologia passa a compor o Banco de Tecnologia Social (BTS) da Fundação BB, que agora conta com 995 iniciativas aptas para reaplicação. O BTS é uma base de dados online, que reúne metodologias reconhecidas por promoverem a resolução de problemas comuns às diversas comunidades brasileiras. Neste banco, todas as tecnologias sociais podem ser consultadas por tema, entidade executora, público-alvo, região, UF, dentre outros parâmetros de pesquisa. Para consultar o banco basta acessar o endereço eletrônico: tecnologiasocial.fbb.org.br. Também é possível consultar este banco de dados por meio do aplicativo de celular “Banco de Tecnologias Sociais”, disponível para aparelhos Android e IOS.

Esta edição tem a cooperação da Unesco no Brasil e o apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Banco Mundial, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Saiba mais:
Mais sobre o Ciclo Rotas Centro.
Mais informações sobre a certificação no site da Fundação Banco do Brasil.

Brasileiros no Velo-City 2017

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O ano de 2016 vai chegando ao fim e os preparativos para 2017 se iniciam. Alguns brasileiros ja se preparam para ir ao Velo-City 2017 em Arnhen Nijmegen na Holanda e alguns deles vão mais felizes por saberem que seus resumos foram selecionados para serem apresentados no evento.

Ao todo 14 trabalhos enviados por brasileiros foram selecionados. Pessoas e grupos que acreditaram em seus trabalhos, enviaram o resumo e agora tem reconhecido o valor do que vem fazendo. Os trabalhos realizados no Brasil, sobre mobilidade por bicicletas e suas variantes, diferem em muito do que é feito na Europa. Para os estrangeiros é uma espécie de janela de novidades. Aqui é a sociedade civil que comanda essas ações, lá é o poder público. Essa diferença desperta nos europeus muita surpresa e curiosidade.

De 2012 para cá, os trabalhos de brasileiros sobre o tema vem se tornando cada vez mais volumosos, maduros e começam a conquistar o mundo. Em Viena-2013, Adelaide-2014, Nantes-2015 e Taipei-2016, trabalhos brasileiros começaram a se destacar. Em 2017 mostraremos na Holanda, uma breve apresentação do que temos e que iremos mostrar na íntegra ao mundo das bicicletas em 2018 no Rio.

O pré programa do Velo-City 2017 Arnhen Nijmegen já está disponível, confira aqui.

Encontro Internacional de Sistemas de Bicicletas Públicas

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Realizado nos dias 6 e 7 de outubro de 2016, o encontro promovido para celebrar os 5 anos de operação do Encicla, sistema de bicicletas públicas da cidade de Medellín. Contou com a presença de representantes do poder público de cidades como Cidade do México, Medellin, Bogotá, Rosário e Barcelona. Contou ainda com a presença dos operadores de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos, como PBSC (Londres, Nova York, Chicago, etc.), JCDecaux (Paris), NextBike (Alemanha, Austria, etc.), Serttel (Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, etc.), Social Bicycles – SoBi (Estados Unidos) e Bike Santiago (Chile).

Durante os dois dias, operadores e os representantes do poder público trouxeram suas experiências na implantação e operação dos sistemas em suas cidades, suas características, erros e acertos, bem como desafios encontrados no campo técnico-operacional, jurídico, institucional, financeiro e tecnológico.

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A presença de grandes operadores de sistemas de bicicletas públicas da Europa e Estados Unidos no evento, bem como dos representantes do poder público de importantes cidades garantiu um debate rico de conhecimento, com altíssimo nível de compreensão sobre o tema, seus desafios e soluções e a forte expansão e estudos para implantação em grande parte do mundo.

Entre os temas mais debatidos, a questão do financiamento ganhou grande destaque, onde foram apresentadas experiências de modelos que são financiados pelo poder público ou contam com financiamento privado integral ou parcialmente, seus modelos de gestão, metodologias para implantação, eficiência e principalmente, experiências que demonstram a maior qualidade no nível de serviço oferecido ao público.

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Debateu-se ainda o futuros dos sistemas de bicicletas públicas, novas soluções tecnológicas que já começam a aparecer no horizonte e que certamente estarão marcando presença nas cidades do futuro, como bicicletas eletro-assistidas, sistemas mistos de estações self-service, estações hub ou que dispensam totalmente qualquer infra-estrutura de mobiliário para estações, modelos de soluções que já começam a ser implantadas em algumas cidades e devem ganhar cada vez mais espaço no futuro.

A evolução natural dos sistemas de bicicletas públicas é que eles não parem de expandir e que seu financiamento deverá ser cada vez mais diversificado e que os serviços tendam a possuir um marco regulatório como serviço público de transporte que não sejam totalmente dependentes da vontade política da cidade, nem da vontade privada do patrocinador ou financiador privado, sendo modelo de transporte sustentável que terá papel de destaque nas cidades do século XXI.